Tales of Star Wars escrita por Gabi Biggargio


Capítulo 7
Traição AU (Anakin x Obi-Wan)


Notas iniciais do capítulo

Olá! Boa noite a todos!

Venho aqui trazer mais um conto AU que desenvolvi como continuação do segundo conto.

Espero que gostem!



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— Obrigado pela sua presença, Skywalker – disse Mace Windu. – Isso é tudo.

Anakin, entendendo que esse fora o convite educado do Jedi para que ele se retirasse, fez uma rápida reverência e se dirigiu para a saída da sala do Conselho. Mas, assim que a porta se fechou, ele não continuou seu caminho. Permaneceu parado, próximo a ela, esperando que ela se abrisse em breve com o término da reunião.

Dessa vez, não haveria como Obi-Wan evitá-lo. Iria encurralar seu antigo mestre.

Para Anakin, era um desprazer imenso que a situação tivesse chego a ele ponto. Mas aquela situação já estava lhe trazendo tanta agonia, tanto desespero... Se aquele era seu último recurso, então assim o seria. Mas não aguentava mais ser ignorado por Obi-Wan.

Desde que ele e Padmé haviam revelado a Obi-Wan sobre seu casamento secreto e que Anakin era o pai daquele bebê, Obi-Wan parecia... distante. Distante de uma forma que nunca fora. Em missões e reuniões, o mestre Jedi sempre fora muito contido, mas, em qualquer outra situação, era sempre uma companhia prazerosa e agradável. Mas, desde que todos os segredos foram revelados, Anakin não sentia mais que o mestre lhe direcionava o mesmo afeto. Parecia outra pessoa. Uma que Anakin não conhecia. Um completo estranho.

Obi-Wan parecia fazer tudo o que estivesse ao seu alcance para evitar seu antigo Padawan. Desde tomar caminhos mais longos e mais vazios no Tempo Jedi para evitar se encontrar com Anakin até estar sempre ocupado para aceitar os convites de Anakin para acompanhá-lo quando ia almoçar no refeitório do Templo. Desde simular estar sendo chamado em seu comunicador auricular para “um compromisso importantíssimo marcado de última hora” até inventar desculpas das mais esfarrapadas possíveis para deixar a sala de controle antes do fim da transmissão de um dos cruzadores Jedi, apenas para não ter que estar acompanhado de Anakin ao sair. Mas o coração de Anakin fora completamente destroçado dois dias antes, quando ao ocupar o único acento vazio no refeitório ao lado de Obi-Wan (que comia sozinho, por sinal), o mestre se levantou imediatamente e saiu, saudando-o apenas com um leve olhar e um sorriso (o suficiente para não ser possível dizer que ignorara completamente a sua presença) e deixando mais da metade de sua refeição intacta.

 

Ani, eu não acho que o que ele está fazendo é certo – disse Padmé, uma noite enquanto penteava o cabelo. – Mas tente se colocar no lugar dele. Imagina quantas coisas ele deve estar precisando processar. Além disso, ele deve estar super preocupado. Se nossos planos derem certo, ele vai acabar ajudando a gente e infringir sabe-se lá mais quantas regras. Talvez até algumas leis. No fundo, acho que eu estaria furiosa se fosse ele e alguém tivesse me arrastado pra uma situação dessas. Sei que é frustrante que ele esteja agindo dessa forma, mas ele tem uma certa razão.

Você vai ficar do lado dele? – Anakin estava indignado.

Padmé se virou e olhou para o marido, sentado na cama. No rosto dela, uma expressão séria que fez a indignação nas palavras de Anakin sumir. Ele se calou ao ver a esposa olhando para ele daquela forma e não ousou se mexer. Sabia como Padmé podia ser aterrorizante quando ficava irritada.

Eu não disse isso – rebateu Padmé, firme. – Estou apenas dizendo que eu entendo ele. Dou certa razão a ele, sim. Quero dizer, eu não invalido seja lá qual tipo de sentimento ele estiver tendo. Acho apenas infantil demais ele agir dessa forma. Do mesmo jeito que você está sendo infantil em não respeitar o espaço dele.

Anakin suspirou irritado.

Então quanto tempo mais eu vou ter que aguentar ele agindo dessa forma? – quis saber. – Obi-Wan é a pessoa mais próxima que eu tenho dentro daquele lugar. Ele é um amigo!

Você vai esperar o tempo que ele precisar – disse Padmé, apontando a escova de cabelo para o marido antes de guardá-la e se deitar na cama ao lado dele. – Se eu conheço o Obi-Wan... e eu acho que conheço bem... ele não deixou de te amar. Ele é seu mestre e tenho certeza que ele só precisa de um tempo para colocar as coisas em ordem. Então, se eu fosse você, não forçaria mais nenhuma interação. Na hora que ele se sentir pronto, ele mesmo virá falar com você.

Anakin pareceu não gostar nem um pouco daquilo.

Padmé se debruçou sobre ele e beijou sua bochecha antes de se deitar e puxar as cobertas.

Boa noite, Ani.

Frustrado por não conseguir na esposa uma aliada, Anakin não respondeu.

 

A porta da sala de reunião se abriu com um ruído e, um a um, os mestres Jedi começaram a sair. Como Anakin esperava, Obi-Wan estava entre eles e, após o olhar dos dois se encontrar por uma fração de segundos, Obi-Wan direcionou-se para frente, como se a presença de Anakin fosse completamente insignificante.

Ignorando os conselhos que a esposa havia dado, Anakin o chamou.

— Mestre Obi-Wan.

Anakin fez questão de falar essas palavras no tom de voz mais alto e com a melhor dicção que conseguia. Apenas um ataque aéreo separatista ocorrendo ao mesmo tempo tornaria impossível para que Obi-Wan não o tivesse escutado. E, de fato, ele era um bom ator, mas não era dissimulado o suficiente para fingir tão descaradamente não tê-lo ouvido. Sob o olhar dos outros Jedi, Obi-Wan se virou lentamente para encarar seu antigo Padawan.

— Sim?

— Teria um minuto? – Anakin questionou no mesmo tom dez voz que usara anteriormente.

— Infelizmente, agora não – ele respondeu. – Eu e Mestre Ki-Adi-Mundi estamos indo...

— Não se preocupe, Obi-Wan – o Mestre Ki-Adi-Mundi o interrompeu. – Não é nada urgente. Posso esperar um pouco.

Visivelmente transtornado por ter sua desculpa completamente minada, Obi-Wan se dirigiu para o colega.

— Tem certeza? Detestaria atrapalhar.

— De forma alguma – disse o Mestre Ki-Adi-Mundi. – Tome o tempo que precisar.

Dito isso, o mestre Jedi se virou e saiu com seus outros colegas, deixando Anakin e Obi-Wan sozinhos. Um de frente para o outro, separados por alguns metros.

Por alguns instantes, os dois homens se encararam em silencio. Um silêncio tão mortal e constrangedor que quase era possível ouvir os pequenos aprendizes meditando do outro lado do templo. Um silêncio tão perigoso que, se quebrado de forma inapropriada, podia facilmente se transformar em um incêndio. Nos rostos dos dois, havia tantas emoções conflitantes que nenhum dos dois sabia interpretar.

— Será que podemos ter um pouco de privacidade? – sugeriu Anakin, quando já estavam sozinhos, indicando a sala do Conselho com a cabeça.

— Certamente – disse Obi-Wan, seguindo-o a passos lentos para o interior da sala,

Quando a porta se fechou, isolando os dois homens do restante do mundo, Anakin se virou para encará-lo.

— Pode me falar o que está acontecendo? – questionou.

— Agora você quer que eu te fale o que está acontecendo? E que tal se, três anos atrás, você tivesse me contado o que estava acontecendo? Hein?

Aquele Obi-Wan era um Obi-Wan muito semelhante ao que Anakin vira no apartamento de Padmé, algumas semanas antes. Não era o Jedi que sempre agia na defensiva, com calma e racionalidade. Era um Obi-Wan agressivo, hostil e instável com o qual Anakin não tinha familiaridade e não sabia lidar. Era uma pessoa completamente diferente da que ele conhecia, o que claramente o colocava em posição de desvantagem.

— Mestre, eu sei que eu errei! – começou Anakin. – Nunca disse que não! Mas o que você quer que eu faça pra você me perdoar? Eu não sei mais o que fazer!

 – Sabe, Anakin, você acha que me conhece, mas não me conhece totalmente – ele rebateu. – Mas eu te conheço. Te conheço melhor do que você mesmo. E você cometeu tantos erros como Padawan que eu sei dizer com certeza absoluta quando você está arrependido de um erro. E eu digo pra você que esse é o primeiro erro grave que você cometeu e do qual você não está nem um pouco arrependido!

Anakin engoliu em seco. Cada palavra que ele dissera era verdade.

— Não, eu não estou, mestre – confessou Anakin. – Não só não estou como cometeria o mesmo erro um milhão de vezes se fosse possível. Casar com Padmé foi um erro, mas foi a melhor coisa que eu fiz na minha vida.

A expressão no rosto de Obi-Wan não se modificou. Talvez, porque, no fundo, Obi-Wan sabia disso também.

— Então, é isso? – questionou Anakin. – Você vai ficar agindo desse jeito, fingindo que eu não existo, até que eu me arrependa do que eu fiz e me divorcie de Padmé? É isso? Pois saiba que você pode esperar sentado por esse dia.

Irritado com o rumo que a conversa havia levado, Anakin se virou. Estava a meio caminho até a porta quando a voz de seu mestre chegou aos seus ouvidos.

 – Não tem nada a ver com Padmé – disse Obi-Wan. – Meu problema é exclusivamente com você!

— Por quê? – Anakin voltou a olhá-lo. – Porque eu te decepcionei? Porque eu não honrei os seus ensinamentos?

— Porque você não confiou em mim! – Obi-Wan rebateu, falando ainda mais alto que Anakin. – E porque você decidiu que era hora de me tirar da sua vida.

Um silêncio constrangedor voltou a se formar entre os dois.

— Todo erro que você cometeu, você vinha me contar – Obi-Wan recomeçou. – Sempre. Não importa o que fosse. Não importa o quão grave fosse. Você sempre me contou. E quantas vezes te neguei ajuda? Quantas vezes eu deixei de resolver os estragos que você causou? Por maior que fossem?

— Nenhuma – sussurrou Anakin.

— Nenhuma – Obi-Wan repetiu. – Não importa quantas regras ou leis eu tivesse que burlar pra consertar o que você fez, eu sempre te ajudei. Dei os puxões de orelha que você merecia, mas nunca te abandonei. E então, quando você comete o maior erro da sua vida, você só resolve vir atrás de mim só quando a coisa já fugiu do seu controle e eu sou a sua última opção.

Anakin permaneceu em silêncio. Sabia onde Obi-Wan queria chegar e não tinha coragem de contrariá-lo. Ainda mais porque, naquele momento, a voz de Obi-Wan começava a falhar. De uma forma ou de outra, aquela dor era muito real para ele.

— Você optou por me excluir da sua vida – o Jedi continuou. – Você fez essa escolha ativamente quando decidiu não me contar o que você e Padmé tinham feito. E eu não sei porque eu me sinto mal! Afinal, você é um homem adulto agora, não é? Faz suas próprias escolhas, tem sua própria vida! E eu sou um Jedi, não devia formar laços com ninguém, nem mesmo de amizade, não é? Mas ai está o meu erro. Eu formei um laço com você. Eu criei você e eu me apeguei a você. Eu deixei isso acontecer. Você era um irmão pra mim. Um amigo, um filho. Eu te amava, Anakin. E você me jogou pra fora da sua vida no momento em que eu poderia ser a sua única ajuda. E eu teria te ajudado com todo o prazer do mundo a qualquer momento e jamais colocaria esse segredo em risco. Você sabe que eu estaria disposto a arriscar a minha posição no Conselho pra te defender se algum dia você fosse descoberto. E não ouse dizer que não sabe disso, porque você sabe!

Nesse momento, Anakin começou a lacrimejar. Não porque o que Obi-Wan dizia era verdade, mas porque era uma interpretação possível e extremamente dolorosa para tudo o que havia acontecido. Finalmente, ele entendia o que Padmé havia lhe dito sobre validar as emoções de Obi-Wan, que, àquela altura, tinha o rosto manchado pelas lágrimas: Obi-Wan sentia-se traído. E aquela dor era uma que ele até então não conhecia.

— E foi você mesmo quem me deu a prova de tudo o que eu estou falando – Obi-Wan apontou para Anakin. – Quando vocês me contaram tudo isso, você mesmo perguntou pra mim se eu iria entregar vocês. Você mesmo duvidou da minha lealdade e da minha amizade. Você escolheu ativamente me eliminar da sua vida porque você perdeu a confiança em mim, mesmo eu tendo passado os últimos treze anos provando de todas as formas possíveis o quanto eu me importo com você. Mesmo eu nunca tendo te dado motivo pra desconfiar de mim!

— Mestre, eu...

— Mas isso tudo, no fim, só prova que eu sou mais um dos cometeram erros nisso tudo – Obi-Wan o ignorou, sem qualquer interesse pelo que ele tivesse a dizer, sua voz falhando. – Eu errei em me apegar a você, em amar você, em confiar em você. E isso faz de mim um péssimo Jedi. Mas eu ainda tenho um compromisso com essa Ordem e eu aprendi com o meu erro! Nunca mais me apegar a ninguém, de nenhuma forma! Só assim eu vou conseguir servir à Ordem da forma correta e cumprir o meu dever!

O peito de Obi-Wan inflava e desinflava com velocidade. Aquele Obi-Wan hostil e agressivo, na verdade, era um Obi-Wan ferido. Que se sentia apunhalado, traído. O mestre Jedi se afastou, dirigindo-se à porta e mirando Anakin com um olhar tão carregado de dor que ele, envergonhado, não conseguia o encarar de volta.

— Eu pensei que você tivesse por mim a mesma consideração que eu tinha por você. Eu me enganei, por um erro totalmente meu. Eu criei essa expectativa e eu mesmo me desapontei. Agora, se me permite, eu tenho um compromisso com o Mestre Ki-Adi-Mundi – ele concluiu, engolindo em seco. – Não quero deixá-lo esperando.

Desviando o olhar de Anakin, Obi-Wan se virou e caminhou em direção a saída.

— Nunca foi por não confiar em você, mestre – disse Anakin.

Para sua surpresa, Obi-Wan parou de andar. Mas não se virou para encarar seu antigo Padawan.

— Eu confio em você mais do que em qualquer outra pessoa no mundo – continuou Anakin. – Confio minha vida à você. E eu confio tão cegamente em você justamente porque você nunca me abandonou. Você sempre me ajudou e, mesmo agora, se sentindo tão sozinho e abandonado, você ainda assim prometeu ajudar a mim e a Padmé. E isso apenas aumenta a minha confiança em você. Eu também te amo, mestre. E achei que isso sempre esteve claro.

— Então, o que foi? – ele quis saber. – O que foi que fez você virar as costas pra mim?

— Medo – Anakin respondeu imediatamente. – Medo de decepcionar você.

— Então, você estava certo – Obi-Wan rebate, virando-se para encará-lo. – Mas eu não estou decepcionado com você. Você é um Jedi diferente, mas um excelente Jedi. Você age com base no seu treinamento e na sua racionalidade, mas também age com as suas emoções e, contrariando tudo o que a Ordem pensa sobre isso, é exatamente isso que te faz tão especial. Então, eu não estou decepcionado com você. Pessoalmente, algo assim era de se esperar de você. Talvez não um casamento e um bebê, mas eu esperava uma surpresa algum dia. Pra falar a verdade, eu já suspeitava a algum tempo que você e Padmé estavam próximos demais para serem apenas amigos.

Silêncio. Anakin sempre achara que ele e Padmé eram discretos demais. Se Obi-Wan desconfiava, quem mais? No fundo, Anakin sabia que a resposta era “ninguém”, pois apenas Obi-Wan o conhecia tão bem a ponto de conseguir chegar a essa conclusão. O conhecia melhor do que ele mesmo, como o próprio Obi-Wan havia dito apenas alguns instantes antes.

— Mas eu estou decepcionado comigo – terminou Obi-Wan, olhando para o chão. – Por me deixar levar tão facilmente pelas minhas emoções. Eu achava que tinha controle sobre isso, mas o que você fez... ah, o que você fez... não me deixa dormir em paz há dias, Anakin. Porque eu jamais pensaria que uma traição dessas viria da pessoa que eu mais amo no mundo. Eu achei que você me visse de forma parecida. Mas eu errei. Mais um erro pra minha lista que não para de crescer, não é? Mas, no fim, eu tenho que te agradecer, não é? Se identifiquei uma falha minha, agora posso trabalhar pra corrigir isso.

— Mestre, eu... – tentou dizer Anakin. – Eu... não era um fardo pra você carregar, mestre...

— Então, nesse ponto, você falhou, Anakin – Obi-Wan rebateu. – Porque eu carreguei mesmo assim.

O ar entre os dois explodiu e o chão cedeu. Por um instante, Anakin não sentia mais estar sob o controle de suas ações ou de seus sentimentos. Era como se estivesse em gravidade zero, incapaz de agir e reagir, tamanha era a dor em saber que aquela era a sensação que ele infligira em seu tão querido mestre. Sabia que seria um choque para Obi-Wan saber a verdade, mas não imaginava que isso o destruiria por dentro a ponto de ele questionar sua capacidade como Jedi ou a ponto de se sentir tão traído daquela forma.

Incapaz de dizer mais nada ou sequer de se mexer, Anakin não conseguiu evitar que Obi-Wan deixasse a sala de reunião do Conselho. Anakin, ainda em choque com as coisas que Obi-Wan havia lhe dito, não conseguia se mover. Em sua cabeça, as palavras de seu mestre ecoavam, ensurdecendo-o e dilacerando seu peito. Em seu medo, ele acabara provocando dor na pessoa que mais amava e na pessoa que sempre esteve ao seu lado. E isso o feria de tal forma que ele sentia que seu coração estava prestes a sair pela boca, entalado em sua garganta e sufocando-o em um mar de agonia e arrependimento.

Mestre Yoda tinha razão quando dizia que o medo era o caminho para o lado sombrio, pois se havia pior sensação no mundo do que a de decepcionar Obi-Wan daquela forma, Anakin desconhecia.

            Quando finalmente recobrou um mínimo de controle sobre o seu corpo, Anakin limpou as lágrimas na longa manga de suas vestes Jedi e disparou para fora da sala do Conselho, correndo a uma velocidade que não acreditava ser capaz de exercer. Ele não fazia idéia de para onde Obi-Wan havia ido após deixá-lo, mas sabia que a Força o guiaria até seu mestre. Ou, pelo menos, assim esperava, se todo o remorso que sentia não o tornasse surdo a ela. Descendo a escada principal do Templo de quatro em quatro degraus, Anakin derrubou um grupo de Padawans, mas não teve tempo de parar para ajudá-los a se levantar. Apenas queria chegar até seu mestre. Gritaria para o mundo, na frente dele, que era casado com Padmé e que teriam um filho, se fosse preciso. Não se importava mais em esconder esse segredo se isso fosse necessário para conseguir o perdão de Obi-Wan.

Apenas queria seu antigo mestre de volta na sua vida.

— Mestre! – ele gritou. – Mestre!

            Sob o grande arco de pedra que marcava a entrada do templo Jedi, Obi-Wan parou de caminhar e se virou para encarar Anakin no exato instante em que ele o abraçou. Tão violentamente que os dois quase caíram ao chão.

— Eu errei com você – Anakin sussurrou. – E nada que eu fizer vai consertar o meu erro. Eu tive medo e isso é uma falha minha, não sua. Você é o melhor Jedi que eu conheço, mas também é o meu melhor amigo. Você é meu irmão, meu pai. E eu confio em você mais do que confio em qualquer pessoa no mundo. Confio tão cegamente em você que eu quero que você seja o padrinho. Não há ninguém mais no mundo em que eu confie pra isso e eu não sei o que fazer se você disser “não”.

Para surpresa de Anakin, ele sentiu as mãos de Obi-Wan o envolverem, retribuindo seu abraço.

No instante seguinte, Obi-Wan suspirou, exalando ar e, simultaneamente, exorcizando-se de toda a dor que vinha sentindo nas últimas semanas.

— E eu aceito essa missão com prazer, Anakin.


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Notas finais do capítulo

E o próximo conto será o primeiro feito com base em um prompt de vocês! O Amauri pediu um conto sobre a Ahsoka e assim teremos! Já até estou tendo umas idéias!

E você? Algum conto que você queira ler? Me manda nos comentários e eu posso tentar desenvolver algo com base no seu prompt!

Beijinhos e até a próxima.



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