Tales of Star Wars escrita por Gabi Biggargio


Capítulo 28
Entrevista de emprego (Sabine Wren x Tripulação da Ghost)


Notas iniciais do capítulo

Olá, meus amores!

Voltei com mais um conto. Esse está maior do que os últimos que eu tenho escrito, mas porque eu venho escrevendo esse aos poucos há BASTANTE tempo hahaha (só agora eu achei que cheguei em uma versão que me deixou completamente satisfeita). Eu me inspirei em terminar esse conto depois que eu vi um post no Tumblr mostrando as aparições do Ghost no filme Rogue One (sim, caros leitores, eu sei que vocês também devem estar chocadíssimos com a informação de que existe Ghost live action hahahaha e inclusive tem uma aparição bem curtinha do Chopper, senhoras e senhores hahaha). Vou deixar o link de post LINDO pra vocês verem e se maravilharem tanto quanto eu hahaha

https://katierosefun.tumblr.com/post/627638120937078785/foxtrovert-star-wars-rebels-in-rogue-one-general

(Aliás, Rogue One... Melhor filme do universo star wars. Sim, claro ou com certeza? hahahahaha)

Enfim, após esse meu acesso de fangirl, espero que gostem do conto haha ♥



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A porta se abriu e, sorrateiramente, ela deslizou para dentro do hangar, ainda sem acreditar que a senha que seu informante tinha lhe fornecido não era falsa ou uma armadilha para alertar o Império de sua presença. Não seria uma surpresa se os hutt tivessem negociado com o Império, levando-a a uma armadilha em troca de uma imensa quantia em dinheiro. Esse tipo de pensamento, no entanto, dissipou-se quando ela viu que, à sua frente, estavam as caixas de metal sobre as quais havia sido informada. Todas lacradas, como havia sido dito que estariam.

            No escuro daquele hangar, ela dependia da tecnologia do visor em seu capacete mandaloriano para enxergar, mas ficou aliviada ao concluir que, aparentemente, não havia ninguém naquele hangar além dela. Conforme ela se distanciava da porta, essa se fechou, deixando-a sozinha em meio à escuridão e ao silêncio daquele lugar.

            Mas, em qual das caixas estaria? Havia centenas delas e um objeto tão pequeno quanto um datapad poderia estar em qualquer uma delas. Não teria tempo hábil para abrir uma por uma e localizá-lo. Seria identificada pelos sensores imperiais antes mesmo de realizar um décimo de toda essa tarefa. E, se assim o fosse, nem mesmo sua armadura e seus blasters a iriam salvar. Principalmente depois que o Império a identificasse. A notícia de sua captura seria informada ao alto escalão do Império juntamente com a notícia de sua morte. Depois do que havia feito, os stormtroopers não lhe daria chance alguma.

            Com o passo leve, ela se adiantou silenciosamente até as caixas, ainda pensando em como cumpriria a sua tarefa.

            Antes que pudesse chegar a uma conclusão, gritos chegaram aos seus ouvidos, vindo do lado de fora do galpão. Havia tiros também, e pareciam ser disparados por uma arma muito maior do que apenas um blaster. A mandaloriana apenas conseguiu entender o que estava acontecendo quando o teto do galpão explodiu e ela precisou se jogar para o lado, esquivando-se dos destroços.

            Mas que mer...

            Seria descoberta! Em segundos, dezenas de stormtroopers estariam ali e ela não teria nenhuma chance.

            Com o coração batendo velozmente em seu peito, a jovem olhou para cima. Descendo do céu noturno de Lothal para o interior do galpão, havia uma grande nave hexagonal. Pelo vidro do cockpit, a mandaloriana viu que a nave era pilotada por uma Twi’lek de pele verde. Aparentemente, não era a única interessada naquele datapad.

            Por alguns segundos, os olhares da Twi’lek e da mandaloriana se cruzaram e, imediatamente, a capitã da nave disse alguma coisa em seu comunicador de pulso. A jovem não havia notado até aquele momento, mas a escotilha da nave estava aberta e, segurando-se em um suporte de metal na lateral, havia uma imensa criatura. Roxa, peluda e assustadora. Um Lasat.

            Havia algo de magnífico e de assustador naquela criatura. Por muito anos, a jovem mandaloriana acreditou que os Lasat haviam sido extintos. Mas seu estado de esturpor desapareceu quase que completamente quando ele apontou o blaster em suas mãos na direção dela, pronto para atirar.

            Mas não houve tempo para isso.

            A porta pela qual a jovem havia entrado, apenas alguns instantes antes, deslizou e se abriu, permitindo que uma horda de stormtrooper adentrasse o hangar. Em poucos instantes, o local se tornou um inferno, com tiros sendo disparados para todos os lados. O Lasat se esqueceu da presença da mandaloriana, voltando-se contra os soldados imperiais e atirando certeiramente contra ele. Ao mesmo tempo, a grande nave hexagonal manobrou no interior do hangar, de forma que o cockpit se voltou para a porta.

            Disparos saíram da nave, causando explosões gigantescas que fizeram um grupo de stormtroopers ser jogado para o ar, dispersando os sobreviventes.

            Vendo que a nave se voltava contra os stormtroopers, a mandaloriana resolveu considerá-los, por hora, aliados: com dois blasters em suas mãos, ela pulou para detrás de uma das caixas, usando-a como barricada para poder atirar contra seus adversários.

            Com a nave já mais baixa, o Lasat, em toda a sua opulência, pulou de seu interior ao solo, seguido de uma nova figura. Um humano, mas que mostrava uma destreza de movimentos muito maior do que a maioria de sua espécie. Pelo menos, ela não conhecia nenhum outro humano que pudesse pular daquela altura e ainda cair tão graciosamente no chão. Não sem o auxílio de uma armadura como a dela, pelo menos.

            Mas, em instantes, a jovem teve a sua explicação.

            O homem levou as mãos ao cinto, de onde retirou um objeto cilíndrico e metálico. No instante seguinte, ele segurava um sabre de luz, ostentando uma longa lâmina de plasma azul e chamando a atenção dos stortroopers para si.

            — Matem o Jedi! – gritou um dos stormtroopers, apontando seu blaster para ele, mas sendo atingido no rosto por um tiro do Lasat antes que pudesse disparar.

            Imediatamente, o Lasat levou o punho para próximo de sua boca.

            — Estamos tentando, Hera! – ele disse, em resposta a uma mensagem que a mandaloriana não conseguira ouvir. – Mas está um pouquinho difícil aqui em baixo! Já localizou, Kanan?

            — K29! – o Jedi gritou em resposta, após alguns segundos em silêncio atrás de uma das caixas,q eu também usava como barricada. – Está na caixa K29!

            Aquela nave só podia estar ali por um motivo. Por que mais arriscariam invadir um local tão bem protegido se não fosse para roubar um datapad contendo a localização das principais fábricas de armamento do Império? Mas ela também precisava daquilo e não deixaria que o Lasat, a Twi’lek e o Jedi tirassem dela.

            Ativando sua jetpack, a mandaloriana sobrevoou o campo de batalha, lançando um pequeno míssel de um de seus braceletes ao solo, mas causando uma explosão gigantesca que apenas alimentou o fogo e a fuma. Ao pousar em cima da nave, ela teve uma visão ampla do local, que passava a ser consumido pelas chamas, transformando o hangar em um verdadeiro inferno. Dali, ela podia ver as numerações das caixas.

            Apesar da pressa e do nervosismo, do alto, ela conseguiu localizar seu alvo com rapidez. A Twi’lek no cockpit viu quando a mandaloriana retornou ao chão, em direção ao seu alvo, e a jovem pode ouvir quando ela gritou com a boca próxima ao seu comunicador.

            — Zeb! A mandaloriana localizou a encomenda!

            — Não localizou não – a jovem ouviu o Lasat dizer, em meio as chamas.

            Mas antes que ela pudesse chegar à caixa, a moça foi atingida na lateral da cabeça por uma coronhada da ar ama do Lasat, que surgiu em um ponto fora de seu campo de visão. Incapaz de se sustentar, ela caiu e bateu a cabeça novamente ao se chocar com o chão.

O mundo escureceu imediatamente.

***

            — A nave é minha, eu descido quem vem a bordo ou não! – em algum lugar não muito longe, era possível ouvir a voz da Twi’lek. Ela parecia exaltada.

            — Hera, por favor! – disse o Jedi. – Nós nem conhecemos ela! E se ela for uma assassina, uma caçadora de recompensas perigosa? Mandalorianos raramente agem sozinho e, se ela estava sozinha, é porque com certeza não é muito bem vinda no meio do seu próprio povo. Não consigo pensar em bons motivos para isso. Eu voto em deixar ela no primeiro porto que encontrarmos.

            — Kanan, eu entendo seu ponto, mas a Hera tem razão – disse o Lasat. – Ela estava atirando contra os stormtroopers também. Pode não ser necessariamente uma amiga, mas ela já é inimiga do nosso inimigo. Então, ela é, no mínimo uma aliada.

            — Obrigada, Zeb – a tal Hera parecia satisfeita em ter sido apoiada. – Minha decisão está tomada. Nós vamos esperar ela acordar. Se ela quiser, nós a deixaremos no porto mais próximo. Mas eu não podia deixar ela lá para ser capturada e executada pelos stormtroopers. Agora, eu vou ver se ela está bem.

            A mandaloriana, então, ouviu passos se aproximando. Ainda zonza, ela abriu os olhos e se viu em uma ampla sala de metal, muito mal-iluminada.

            Precisava sair dali o mais rápido possível. Encontrar o datapad roubado e sair dali o quanto antes!

            Assim que fez seu primeiro movimento, ela foi impedida. Estava algemada à lateral da cama. Apenas nesse momento, a jovem percebeu que estava sem sua armadura, vestindo apenas o traje preto de tecido que ia por baixo.

            Desesperada para se ver livre, ela se sentou na cama, mas não havia como se soltar.

            — Dormiu bem?

            Assustada, ela olhou na direção da voz. Parada sob o arco da porta, estava a Twi’lek de pele verde.

            — Quem é você? – perguntou a mandaloriana, em tom agressivo. – Onde estou?

            — Meu nome é Hera Syndulla – foi a resposta. Hera parecia amigável e havia um sorriso simpático em seu rosto. – E você está à borda do Ghost, a minha nave. Estamos indo em direção a Alderaan entregar isso – ela mostrou o datapad em sua mão – ao senador Bail Organa. E você? Quem é? E por que queria esse datapad?

            Ela não respondeu.

            — Me tire daqui.

            — Infelizmente, eu não posso fazer isso até que confie em você – Hera parecia realmente chateada em dizer aquilo. – E, infelizmente, eu só posso confiar em você se te conhecer. Vai me dizer quem é?

            A jovem mandaloriana permaneceu em silêncio, avaliando suas opções. Não havia muito, na verdade.

            — Meu nome é Sabine – disse por fim.

            — Do clã Wren, não é? – perguntou Hera, o que fez a moça contrair o rosto em curiosidade. Não sabia que era tão conhecida assim. – Já ouvi falar de você. O que você fez na Academia de cadetes imperiais foi... épico... e inspirador. Pra ser sincera, eu achei que estava morta. Não ouvimos mais nada sobre você depois disso. Kanan tinha certeza de que o Império havia te encontrado e te executado.

            — Bem, eu quase morri algumas vezes nos últimos meses...

            — Como hoje, enquanto tentava conseguir isso? – Hera agitou o datapad em sua mão. – Por que você queria roubar isso?

            Sabine não respondeu.

            — Por favor, me ajude a te ajudar – disse Hera. – Nós já discutimos o seu futuro no cockpit e, no brainstorm, já sugeriram te abandonar no primeiro porto que vimos. E, geralmente, são luas semi-abandonadas e decadentes, com uma péssima infra-estrutura. Pessoalmente, eu não quero fazer isso, mas se você não colaborar, eu não vou ter outra opção. Você quer que eu tenha outra opção:

            A jovem mandaloriana pensou por alguns segundos. Talvez, confiar em Hera a sua única opção.

            — Jabba vai me pagar por isso – ela contou. – Muito bem, por sinal. E eu preciso do dinheiro.

            — Então, você é uma caçadora de recompensas?

            Envergonhada, Sabine fez que sim com a cabeça.

            — Ei, não precisa se envergonhar por isso – Hera se adiantou. – Nós também somos. Não exatamente caçadores de recompensa, mas fazemos um trabalho bem parecido.

            — O que vocês fazem?

            Um sorriso malicioso surgiu no canto dos lábios de Hera.

            — Nós nos rebelamos – ela disse.

            Mas a resposta não fora muito esclarecedora. Na verdade, vaga demais.

            — Espere aqui – disse a Twi’lek sem dar mais nenhuma informação e como se Sabine tivesse alguma opção. – Preciso discutir algo com a tripulação.

            E, mais uma vez, Sabine se viu sozinha quando Hera deixou a cabine e retornou ao cockpit.

            — Ela é Sabine Wren! – Sabine ouviu Hera dizer aos membros da tripulação.

            — O quê?! – o Lasat parecia impressionado.

            Ótimo. Estavam distraídos. Agitando o braço, Sabine puxou a algema, crente de que conseguiria romper a haste de metal à qual estava fixa para poder dar o fora dali. Mas a fixação era muito forte e, agitando a algema, a única coisa que ela conseguia era produzir barulho. Claramente, chamaria a atenção de seus captores que, em instantes, estariam de volta.

            No escuro, ela localizou as peças de sua armadura em um canto próximo. Se conseguisse alcançar ao menos um bracelete, teria acesso a dispositivos que romperiam o metal. Sentindo fortes dores de cabeça no local onde o Lasat havia a atingido, Sabine esticou o pé em direção à sua armadura e quase gritou de alegria ao perceber que conseguia tocá-la com a ponta do dedo.

            Com um pouco de dificuldade, ela trouxe o bracelete até si e conseguiu se soltar. Em instantes, estava vestida com sua armadura novamente, mas ainda precisava sair da nave em segurança. O que seria uma tarefa de imensa dificuldade: seus blasters tinha sumido e ela precisaria render os três membros da tripulação. Inclusive o Jedi.

            Mas ela era uma mandaloriana. Seria uma luta justa.

            Infelizmente, roubar o datapad das mãos de Hera era uma opção inviável com um Jedi a bordo. O plano, então começava a se formar claramente na mente de Sabine: sair com vida da nave e roubar o datapad do próprio senador Organa.

            No corredor central, ela avançou em direção à imensa porta de metal ao fundo. Estava na metade do caminho quando essa se abriu, revelando os três membros da tripulação, que abandonavam o cockpit e iam em direção a cabine onde ela era feita prisioneira.

            Imediatamente, assim que se viram, blasters, braceletes e sabre de luz foram apontados uns para os outros. A única que não segurava uma arma era Hera, que mantinha os braços erguidos e se colocando entre os hostis, como se tivesse a intenção de negociar.

            E ela tinha.

            — Eu disse que devíamos ter deixado ela em Lothal – murmurou o Jedi.

            — Cala a boca, Kanan! – pediu Hera furiosa e, então, voltou-se para a mandaloriana, já mais calma. – Sabine... Eu sei que está assustada... Mas não precisa ter medo de nós...

            — Como não? – ela perguntou. – Como vou saber que não vão me entregar?

            — Mas nós te salvamos dos stormtroopers! – gritou o Lasat.

            — Não para o Império, sua bola de pelos! – Sabine rebateu, assustada. – Para os hutt! Por ter falhado na missão dele! Eu só quero ir embora. Me deixem em qualquer lugar e ninguém irá se ferir!

            — Sabine, eu sei que não tem motivos para confiar em nós – continuou Hera, com um tom de voz muito mais calmo do que a situação pedia, mas mantendo as mãos ao alto enquanto caminhava em passos lentos até a moça. – Mas você é boa. Muito boa. Você tem talento e, se me permite dizer, está desperdiçando ele quando poderia estar fazendo algo muito mais nobre.

            Sabine não sabia o que dizer. Apenas sentia uma gota de suor frio escorrer pelas suas têmporas, abaixo do capacete. Seu braço estendido tremia, e Hera, a poucos centímetros dela, podia ver o nervosismo da jovem, mesmo debaixo do colorido capacete mandaloriano que ela usava, pintado artisticamente em cores vibrantes sobre um tom rosa metálico.

            — Sabine – disse Hera, por fim. Novamente, um sorriso malicioso nos cantos de seus lábios. – O Ghost tem uma vaga aberta na tripulação. Estamos contratando. O que acha?


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Espero que tenham gostado ♥

O próximo conto será bem diferente, porque vai ser o primeiro conto relacionado à trilogia original. Como eu mencionei nas Notas da História, lá na página do índice, a minha trilogia favorita é DE LONGE as prequels (fãs raiz de star wars, podem me crucificar), então acho mais do que natural eu concentrar a maioria dos contos nesse período. Mas esse próximo é um conto eu imaginei tem um certo tempo e estou azul de vontade de tirar ele da minha cabeça e colocar no papel. Vai ser um conto curto (BEM curto, se for da forma como eu estou planejando), mas eu espero que, quando chegar a horas, vocês gostem tanto quanto eu gosto da idéia haha Mal posso esperar!

Beijinhos e até a próximo!

OBS: Estou sempre aberta para prompts, via comentários ou via DM. Caso tenha alguma história específica que queiram ler em uma one-shot e nunca encontraram, estou aqui para satisfazer os desejos de vocês hahaha Podem pedir! Sei como é o coração de fã quando a gente quer ler algo EXTREMAMENTE ESPECÍFICO mas nunca encontra hahahaha Essa é a chance de vocês haha



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