Tales of Star Wars escrita por Gabi Biggargio


Capítulo 27
Domesticado AU (Anakin x Obi-Wan / Anakin x Padmé / Padmé x Satine)


Notas iniciais do capítulo

Como pedido nos comentários do conto 25, trago o prompt da Pugamegold. Uma continuação para aquele conto AU. Dessa vez, trago a mesma situação, mas pela visão da Satine e da Padmé alguns dias depois. Espero muito que gostem ♥

E o conto de hoje é dedicado a você, Pugamegol. Espero de verdade que goste. Está curtinho, mas tentei manter o mesmo tom do conto original, e confesso que me diverti muito escrevendo esse também. Obrigadíssima pela sugestão ♥



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— As vezes eu tenho a impressão de que vou parir um pequeno filhote de bantha – resmugou Satine, sem fôlego, ajeitando-se no sofá para achar uma posição mais confortável, enquanto Padmé lhe servia chá com apenas uma mã, uma vez que a outra habilidosamente segurava um Luke em seu colo, que havia adormecido enquanto mamava.

            Em silêncio, Padmé concordou. Quando grávida, a senadora de Naboo jamais imaginaria que daria a luz à gêmeos, uma vez que sua barriga havia crescido muito pouco. Mas, ao ver Satine caminhando após descer de sua nave, com as mãos segurando as costas e pendendo para os lados a cada passo, assemelhando-se ao andar de um pinguim devido ao imenso ventre das semanas finais de gestação, Padmé jamais acreditaria que a duquesa de Mandalore estaria carregando apenas um bebê.

            — Não sei como você aguentou gêmeos – ela concluiu.

            — Nem eu – respondeu Padmé, entregando a xícara para Satine, que murmurou um “Obrigada”. – Mas vale a pena. Acredite em mim. Não fica nem um pouco mais fácil depois que eles nascem, mas vale a pena.

            — Eu estou com tanto medo – assumiu Satine após beber o primeiro gole do chá. – Será que eu vou dar conta disso? Será que eu não vou ser um fracasso total?

            Padmé riu amigavelmente.

            — Eu tinha exatamente esses mesmos pensamentos – ela respondeu. – Mas, no fim, Dormé me disse uma coisa que fazia muito sentido. Ela disse que eu já tinha sido rainha de um planeta e precisei enfrentar uma invasão logo depois que assumi o trono. E que, depois disso, ser mãe não seria dificuldade nenhuma. E dá pra aplicar um raciocínio bem parecido, no seu caso.

            — É, talvez Dormé tenha razão – assumiu Satine. – Mas, de verdade, a idéia de enfrentar mil clones do vice-rei Gunroy me parece bem menos assustadora do que um bebê.

            Novamente, Padmé riu. Mas o desespero era visível no rosto de Satine. Cada linha do seu rosto era marcada pela falta de ar e pela insegurança e a moça entendia profundamente aquele sentimento. Sem contar que, assim como ela e Anakin, Satine não podia expor seu relacionamento: se o povo de Mandalore soubesse que o pai do bebê era um Jedi, uma revolta se instalaria da noite para o dia e Satine poderia, inclusive ser destituída em (mais) uma guerra civil.

            — Ani, você pode trazer a Leia? – chamou Padmé.

            Quase que imediatamente, Anakin surgiu no fim do corredor do terraço do apartamento de Padmé, trazendo Leia em seu colo. Em seus olhos, olheiras profundas.

            — Boa tarde, Satine – ele resmungou em um tom de voz monótono.

            Diante do estado deplorável do cavaleiro Jedi, Satine lançou-lhe um sorriso amargo e acenou com a mão enquanto ele entregava Leia para a esposa antes de se afastar com Luke para o quarto. Na ausência dele, Satine se virou imediatamente para Padmé, o queixo caído enquanto ela ria, impressionada com a subserviência de Anakin, obedecendo as ordens de Padmé sem questionar.

            — Uau! – disse a duquesa. – Você realmente domesticou ele!

            — Eu prefiro dizer que eu coloquei ele num curso intensivo de como ser pai – Padmé ironizou, enquanto posicionava Leia em seu colo. – Sabe, eu jamais faria isso, mas depois do que ele fez, alguém tinha que botar ele na linha.

            — Mas será que não foi um exagero? – perguntou Satine. – Quero dizer, se ele estava tendo tanto trabalho assim, eu não consigo culpar ele por ter tido um sono um pouco mais pesado.

            — Exagero? – Padmé apontou para a barriga de Satine. – Espere sua filha nascer e, depois, vamos conversar de novo. Você vai ver, os homens não fazem nada. Porque, se o bebê precisa mamar, somos nós que temos que levantar obrigatoriamente. Mas, na hora de trocar fraldas, eles querem que essa tarefa seja dividida. No final, eles acabam levantando pra cuidar das crianças no meio da noite apenas uma vez ou outra. O trabalho mesmo fica todo pra gente, e nem importa se no outro dia o Senado vai discutir algo importante. Exagero não é nada!

            — Ah, mas o Obi-Wan que ouse fazer isso! – urrou Satine, após beber mais um gole de chá. – Ele vai ser um homem morto!

            — Aliás, alguma notícia dele?

            Satine contraiu o rosto, evidentemente sem notícias.

            — Inclusive, eu até queria conversar com o Anakin – perguntou Satine. – Mais uma vez ele está me deixando sem notícias. Dessa vez, eu não vou tentar contato direto, mas confesso que estou bem preocupada já.

            — Talvez ele esteja com medo – sugeriu Padmé. – Afinal, você expulsou ele de casa, né?

            — E não me arrependo nem um pouco – Satine emendou. – Talvez isso faça ele aprender.

            Padmé contraiu os lábios, insegura.

            — O que foi? – perguntou Satine.

            — Agora, sou eu quem pergunta... Você não acha que exagerou um pouco? Digo, é imperdoável ele te deixar sem notícias desse jeito, mas eu vi o relatório do comandante Cody. Ele parecia ter sido bem ferido em Kessel. E, depois do tanque bacta, ele devia estar com a cabeça em outros lugares, em outros problemas.

            Satine olhou desconfiada e Padmé soube que havia se entregado. Havia falado muito pouco, mas Satine era esperta. Ela sabia ler nas entrelinhas.

            — Padmé, o Obi-Wan te pediu pra intervir em favor dele, não pediu?

            Padmé engoliu em seco.

            — Bem, ele não usou exatamente essas palavras...

            — E?

            Por Deus, ela era sensitiva à Força? Como ela sabia que havia mais coisa?

            — E, talvez, ele tenha dormindo no meu quarto de hóspedes nas últimas três noites...

            — Padmé! – Satine a repreendeu, sentindo-se traída.

            — Satine, me desculpe, mas ele me olhou com aquela cara de cachorrinho abandonado, eu não sabia o que fazer!

            — Ele te manipulou! – rebateu Satine. – Ele é uma cobra venenosa e te manipulou!

            Padmé, então, abaixou a cabeça, envergonhada.

            Já mais calma, Satine se dirigiu a ela novamente:

            — E como ele está?

            — Bem – foi a resposta. – Digo, ele não apara a barba deve ter uns quatro dias, então está com a aparência de um indigente. Mas está bem.

            — Ótimo, agora eu estou me sentindo culpada! Ele não está aqui, está?

            — Que eu saiba, não – Padmé respondeu. – Saiu cedo e foi pro Templo. Ainda não voltou.

            Satine terminou de beber o chá em um gole e, antes de se levantar, disse:

            — Tudo bem. Pode dizer pra ele ir pra casa na próxima vez que encontrar ele? Mas diga pra ele ir preparado, porque a gente vai ter uma conversa bem longa!

***

            — E então? – quis saber Anakin, retornando à sala assim que Satine foi embora.

            — Aparentemente, tudo certo – respondeu Padmé, batendo repetida e suavemente nas costas de uma Leia quase adormecida em seu colo. – Mas eu não me surpreenderia se ele chegasse amanhã no Templo sem um braço ou uma perna.

            No exato instante que Padmé chegou ao seu lado, Anakin se curvou ligeiramente e beijou seus lábios.

            — O que foi isso? – ela perguntou.

            Anakin, surpreso com a reação, apenas balbuciou, sem conseguir emitir qualquer som minimamente compreensível.

             — Não é porque as coisas estão melhores entre os dois que estão melhores entre a gente – Padmé o repreendeu, uma fúria animal em seus olhos. – Você ainda tem muito o que aprender!

            — Pelo menos me deixa voltar a dormir na cama – implorou Anakin. – O sofá está destruindo as minhas costas!

            Pensativa, Padmé permaneceu em silêncio por alguns instantes.

            — Vamos ver como você se comporta pelo resto do dia – ela anunciou sua decisão, por fim.


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Notas finais do capítulo

E ai? Me digam o que acharam!

E podem mandar prompts, se quiserem ♥

Beijinhos e até a próxima!



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