Ponto de Vista escrita por Mrs Ridgeway


Capítulo 4
03. Berço de estrelas


Notas iniciais do capítulo

Olá, meus amores ♥️

Eu ainda não terminei de responder alguns comentários dos capítulos anteriores, mas prometo que o farei em breve. Desde já eu agradeço o amorzinho de vocês.
Esse capítulo é muito especial. A gente começa a entender um pouco mais sobre a história da Rose e porque ela anda um pouco problemática.

Espero que gostem. Agora vamos ao que interessa!



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Nós somos feitos de poeira de estrelas. (Carl Sagan, 1980).

Nebulosas são regiões de formações estelares. Nelas, gás, poeira e outros materiais amontoam-se para formar o que virão a ser estrelas, planetas e outros sistemas.

Esses berços são pilares da criação.

Quem é a sua nebulosa?

 

 

 

Sexta-feira, 12h00.

 

 

 — Muito grave?! – Dominique perguntou. Estava parada no corredor do pavilhão, próxima a sala de aula.

— Detenção. – Rose respondeu. – No fim do dia.

Dominique fez uma careta condescendente.

— Triste?

— Não. Apenas cansada.

— Você dormiu durante a aula inteira.

— Por mim não teria acordado tão cedo. – a prima suspirou.

Rose lembrou-se de tudo o que viveu no sonho. Lembrou-se da festa do James... da sua conversa com Albus...

Do seu momento com o Scorpius...

Acorda, louca.

Esquece isso agora, pensou a ruiva. Não era prudente alimentar sonhos estranhos.

Contudo, ainda falando dos seus devaneios, existia uma coisa que poderia sim ser feita.

— Domi, você pode me esperar uns minutinhos? – perguntou a ruiva.

— Você não vai almoçar?

— Vou. Eu só preciso fazer uma ligação antes. Já volto.

Rose andou até o fim do corredor. Ela parou em frente a grande janela  que dava vista para os jardins do colégio. Procurou rapidamente um número na agenda do celular e o selecionou para ligar. Enquanto esperava, a garota admirou alguns estudantes que brincavam de frisbee na grama lá fora.

A ligação caiu na caixa postal. Ela tentou novamente, sem sucesso. Arriscou uma terceira vez.

Nada.

Resolveu deixar um recado.

— Oi, Jay. Sou eu, Rose... 

“Eu sei que já tem um tempo que não nos falamos. Sei também que isso é totalmente minha culpa. Também não tenho sido muito boa em responder as suas mensagens. As de ninguém, na verdade...

Eu pretendia me despedir de você na festa, mas, como você bem sabe, não tive tempo. Andei pensando esses dias... Queria que você soubesse que eu estou muito feliz pela sua conquista. Espero que esteja tudo bem na universidade.”

 

 

 — Enfim, estou com saudades. Não precisa ligar de volta, se não quiser, mas prometo responder as suas mensagens de hoje em diante. – a ruiva disse com um sorriso. – É isto. Mais uma vez, parabéns. Até breve, eu espero.

Ela desligou a ligação. Distraída, Rose seguiu de volta pelo corredor, de cabeça baixa. Ainda pensava no recado que acabara de mandar.

Será que fora o suficiente?

Não teria como saber até que James a respondesse. Também não seria legal deixar outro recado. Não queria assustar o primo depois de se manter tanto tempo fora de contato.

Rose não viu quando uma turma atrasada para o almoço saiu da última sala.  A multidão se debandou pela passagem. Três garotos apressados atravessam a frente da ruiva. O celular de Rose foi direto no chão.

A adolescente abaixou-se para catar as peças do aparelho que estavam espalhadas pelo corredor, enquanto proferia mil xingamentos e maldições mentalmente. Ela percebeu que conseguira ajuda somente segundos depois de se arrastar pelo piso.

Parado defronte a garota, Scorpius Malfoy segurava o telefone celular desmantelado entre os dedos compridos.

Que dia atípico.

— Você tirou a manhã para atirar fora os seus pertences, Weasley?

— Talvez. – ela respondeu irritada. – Mas isso não é da sua conta.

Malfoy ergueu as sobrancelhas embranquecidas.

— Devo jogar o seu celular no chão outra vez, então? – a desafiou.

— Não! – Rose respondeu rapidamente. – Me desculpe. – pediu. – Só fiquei nervosa por ter sido empurrada por aqueles imbecis que estavam na sua aula.

Scorpius ofereceu a mão livre para Rose. A ruiva se sentiu duvidosa a aceitar.

É mais fácil obter o que se deseja com um sorriso do que à ponta da espada. — ele disse.

Rose, de fato, sorriu antes de segurar firmemente na mão do garoto para levantar.

Shakespeare?! – indagou de maneira jocosa. – A essa hora, Malfoy?

— Sempre funciona. – ele deu de ombros, em uma naturalidade completamente fingida. A ruiva rolou os olhos, apesar de continuar a achar graça da colocação bem feita da frase.

Sem pedir autorização, Scorpius tomou as outras peças do celular da mão da garota e as encaixou nos lugares corretos. Quando o aparelho voltou a ligar normalmente, o loiro o devolveu a dona.

— Pronto.

— Obrigada. – ela agradeceu.

— Não há de quê. – Scorpius sorriu. – Outra vez.

Rose reparou novamente no sorriso que também morava no olhar de Malfoy. Era idêntico ao do sonho. Como isso podia estar tão vivo em sua mente assim?

Não sabia.

Mas talvez soubesse.

Aquele dia estava se saindo bem confuso para o gosto da ruiva. E, por falar em observar loiros bonitos no corredor, Rose reparou em um detalhe que não tinha visto mais cedo.

— Você tem um corte. – sua língua fora mais rápida do que o pensamento.

— Ah, isso? – Scorpius passou o indicador levemente pela têmpora. – Fui atingido pelo Thomas no treino. Nada grave.

— Hum...

Naquele momento o rugby pareceu se tornar o esporte mais interessante do mundo. Rose se repreendeu por desejar perguntar mais sobre a rotina de Scorpius. Ela sentiu que precisava urgentemente mudar de assunto.

Principalmente porque o garoto aparentava estar bem confortável na sua presença.

— Você viu o Albus? – foi a primeira coisa que viera a mente da garota.

— Ahn..., a essa hora eu creio que ele deve estar na cantina.

Óbvio.

— É claro. Foi uma pergunta estúpida.

 – Você quer que...

— Não! – ela o interrompeu com uma exclamação. – Não diga a ele que eu perguntei.

Agora Rose sentia que precisava sair dali.

— Diga ao Al que eu morri. – falou. – Isso, morri!

— Mas...

—  Mas nada. Obrigada pelo celular, Malfoy. Nos vemos na educação física.

A ruiva saiu em disparada pelo corredor. Scorpius permaneceu confuso, estático, a encarar o que sobrara do vulto daqueles longos cachos avermelhados. Ele se perguntava que raios havia acontecido ou se dissera algo de errado a garota. Alguns instantes depois chegou a conclusão de que não encontraria uma resposta coerente para aquelas perguntas.

Ela era Rose Weasley, afinal.

Scorpius conhecia as histórias.

E também se lembrava de alguns detalhes...

Foi por essas lembranças coletadas em tempos remotos que Malfoy não pode deixar de sorrir antes de seguir em direção a cantina.

 

 

...

 

 

Sexta-feira, 12h17.

 

 

— Um para você. – falou a garota ruiva. – Um para mim.

Dominique aceitou o combo do almoço que lhe foi oferecido. Rose sentou-se no gramado, ao lado da prima.

— Você não colocou...

— Não, Domi. – Rose a interrompeu já sabendo o que a loira perguntaria. – Não coloquei nenhuma grama de proteína animal no seu almoço.

— Obrigada. – Dominique agradeceu sem jeito. – Você é a única que me leva a sério.

— Eu acho legal a sua iniciativa.

A ruiva deu uma mordida generosa no seu próprio sanduíche.

— Você está estranha hoje. – Dominique observava a prima com cuidado.

— Tem sido um dia... diferente...

Põe diferente nisso.

— Aconteceu alguma coisa?

— Mais ou menos.

— Eu vi que o Malfoy parou para falar com você no corredor... – Domi comentou, esperta.

— Não foi nada demais. – a frase de Rose saiu rápida. – Uns idiotas que estavam na sala dele derrubaram o meu celular. Ele só me ajudou com isso. – ela enfiou o resto do sanduíche goela abaixo.

— Seus pertences andam caindo demais aos pés dele, não acha?

Rose engasgou-se com o último pedaço do almoço que ainda estava na garganta. Dominique a ajudou a beber um pouco de suco depressa.

— O que você está insinuando?! – a ruiva questionou após o excesso de tosse. – É o Malfoy!

— Exatamente. – Domi dava batidinhas nas costas de Rose. – É o Malfoy. O cara mais gato desse colégio!

— Isso não vem ao caso.

— Se esse caso não viesse até a mim, eu não teria nenhum problema de ir até ele.

— Dominique!

A loira riu. – Ok, ok. Eu não falo mais nada.

— Obrigada.

— Mas eu acho que você deveria pensar na possibilidade...

Rose a fitou a prima como se estivesse a ponto de fuzilar a garota. Domi riu outra vez e deu a primeira abocanhada no seu almoço.

Com as vias aéreas desobstruídas, a ruiva encostou-se no tronco da árvore que as sombreava.

— Sabe, Dominique... – Rose bocejou. – Mudei de ideia. – sua voz estava levemente embargada. – Eu acho que esse lance de ser vegetariana não está te fazendo tão bem assim.

— Sei...

— Você deveria procurar um médico.

— É claro, Rosie. – a loira prendeu o riso. – Amanhã farei isso.

— Muito bem. – Rose fechou os olhos. – Muito bem...

Ela adormeceu segundos depois. Dominique assistiu a cena achando graça.

— O que você anda aprontando nessa cabecinha, Rosie?

Somente a ruiva poderia responder.

 

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.

 

 

Sonho lúcido, episódio II

 

 

 Rose abriu os olhos. As pálpebras piscaram e suas irises eram apenas dois finos anéis azuis.

— Para que serve isso aqui? – uma voz masculina indagou, curiosa.

Ela estava no sonho outra vez.

Rose levantou-se do sofá rapidamente.

— Eu estou de volta. – disse enquanto fitava ao seu redor. – Como isso é possível?

— Não faço a mínima ideia. – Scorpius respondeu. Estava vestido no mesmo moletom esverdeado que Rose escolhera no último sonho.

Contudo, havia um detalhe diferente.

Um corte. Na têmpora.

A ruiva o encarou com cuidado.

— O machucado...

— Foi você que o colocou aí. – disse Malfoy.

— Eu não deveria ter me importado com isso... – ela comentou baixinho.

— Se eu estou aqui é porque você se importa há um bom tempo, não acha? – o loiro rebateu.

— Sim. – Rose concordou. – Essa é a questão. – ela andava de um lado a outro. – Há quanto tempo eu me importo?

Scorpius balançou os ombros, ainda a mexer em algumas caixinhas que estavam espalhadas por cima da cômoda.

— Isso só você pode responder.

Rose semicerrou os olhos.

— Ué? – a garota cruzou os braços. – Você não é o sabe tudo que mora na minha mente?

— E eu tenho cara de Hercule Poirot, por acaso?

— Inútil. – a garota mostrou a língua para o acompanhante.

 – Foi você que criou o seu mistério. – ele se defendeu.

Rose fez uma careta desgostosa. Malfoy sorriu.

— Bom... – o garoto se afastou do móvel. – Preparada?

A ruiva pareceu subitamente interessada.

— Vamos a algum lugar?

— Yeps.

— Para onde?

— Para o passado.

— Já fomos para o passado da outra vez. – Rose resmungou.

— Jura, Sherlock? – Malfoy segurou a mão da ruiva. – Weasley, você costumava ser mais ágil.

— Vai a merda, Malfoy.

— Essa é a ruiva que eu conheço!

— Ah, cala a boca.

A discussão continuou enquanto os dois foram em direção a saída do quarto. Scorpius gargalhava quando Rose o empurrou através da porta.

 

 

...

 

 

Fim de tarde. O tempo começava a esfriar. Era um clima característico do outono. A garota esfregou uma mão na outra, arrependida por não ter trocado sua blusa sem mangas por um casaco antes de atravessar a porta do quarto.

Ao perceber o desconforto da ruiva, Scorpius a abraçou. Rose sorriu em agradecimento. Os dois saíram da viela e seguiram pela calçada. Enquanto andavam juntos, ambos observavam o local ao redor. Alguns elementos estavam modificados, entretanto, o ambiente em si não era em nada estranho.

Casas coloridas de concreto, estrada larga. Jardins simples, mas, em sua maioria, arrumados. Rose percebeu que eles estavam na rua onde moravam.

Malfoy apontou para mais a diante. A ruiva franziu a testa.

— Aqueles ali somos...

— Nós. – Scorpius completou.

De fato, tinham viajado para o passado.

Alguns metros a frente, um grupo de crianças brincavam na calçada oposta. Nenhuma delas deveria ter mais de nove anos.

Malfoy deu alguns passos a diante. Rose o segurou.

— Eles não conseguem nos ver. – o loiro a tranquilizou.

Ali, a dupla seria meros expectadores. A garota relaxou. Os dois chegaram um pouco mais perto. O suficiente para escutar a conversa do grupo.

— Precisamos de mais um. – disse uma garota com traços asiáticos.

— Por que não convidamos o novato? – a Rose mirim questionou.

— Mamãe não quer que eu brinque com ele. – um menino de cabelos escuros reclamou. – Ela disse que não devemos chegar perto da casa dos Malfoys.

— Papai disse o mesmo. – a outra garota concordou.

Algumas outras crianças balançaram a cabeça concordantes. Rose fitou o garoto loiro, solitário, sentado em uma pedra mais distante. Scorpius olhava para baixo, como se desejasse se esconder.

Ela não poderia deixá-lo sozinho.

— Então brinquem vocês! – a mini Rose bradou. – Porque eu não quero mais.

A ruiva seguiu na direção de Malfoy.

— Mas, Rosie... O pai dele! – o garoto moreno gritou.

— Foda-se!

A Rose mirim riu baixinho por ter usado pela primeira vez a expressão que aprendera com o primo Teddy. Ela sentou-se na beira da calçada, ao lado de Scorpius.

— Oi. – disse.

— Oi. – o garoto respondeu.

A Rose mirim estendeu a mão.

— Eu me chamo Rose.

— Não precisa ficar aqui por pena de mim.

A menininha não abaixou a mão que o cumprimentava. – Não tenho pena de você.

Ele franziu a testa.

— Não?!

— Não. Só acho que você deve ser menos idiota que todos eles. – ela disse.

Os adolescentes riram. O mini Malfoy também.

— Scorpius. – ele apertou a mão da ruiva mirim.

— Como a constelação.

— É, isso.

As crianças sorriram juntas novamente. A mini Rose olhou para o chão. Em frente aos pés do Scorpius mirim havia um desenho de um personagem famoso de quadrinhos feito de giz.

— Foi você que fez? – ela indagou.

— Hum, sim. – o loirinho respondeu seu jeito.

— É bonito.

— Obrigado.

Ele a ofereceu um giz. – Quer tentar?

— Acho que não vai ficar tão bom quanto o seu.

— Eu te ajudo.

As duas crianças começaram a desenhar juntas.

 

 

...

 

 

— Você nunca mais parou de desenhar. – disse o Malfoy adolescente.

Ele e Rose ainda assistiam as suas versões mirins riscarem o asfalto, animados.

— Você continua melhor do que eu nisso. – respondeu a ruiva. – Eu vejo os desenhos nas aulas de ciências. Comparado aos seus trabalhos, o resto da turma só faz rabiscos.

Scorpius riu.

— Por que nos afastamos?

— Depois daquele episódio você se distanciou de todos nós. – o loiro respondeu.

O episódio.

Rose tentava se esquecer dele a todo momento. Pensou em dizer algo a Malfoy, porém faltou-lhe palavras para formar uma frase concreta.

— Você não precisa se esquecer dele, Rose. – disse o garoto. – Você só precisa se perdoar.

— Eu... eu não consigo. Eu... – os olhos da garota se encheram de lágrimas. Ela ajeitou-se subitamente. – Mamãe...

Na casa amarela, há uns três metros a diante na mesma calçada, Hermione Granger-Weasley atravessava o pequeno portão de madeira enterrado na cerca viva. A mulher exibia uma enorme barriga em estado avançado de gravidez.

A lágrima teimosa de Rose caiu.

Mas a mulher não poderia ver.

Hermione se esticou.

— Rose! – fez sinal para a filha mirim que desenhava. – Está na hora do jantar. O seu pai já está chegando!

— Já vou, mamãe! – a mini Rose respondeu e se virou para Scorpius. – Nos vemos depois?

— Sim. – ele confirmou com um sorriso.

— Tá bom. Tchau, Scorpius.

— Até amanhã, Rose.

A mini ruiva levantou-se rapidamente. O Scorpius e a Rose adolescentes foram atrás dela. A menina parou na porta de casa. Hermione afagou os seus cabelos avermelhados com carinho.

Um carro preto despontou no início da rua. As duas – ou os quatro. – esperaram o veículo se aproximar. Ron Weasley estacionou o sedan na vaga em frente a casa. Assim que o homem desceu do automóvel, a mini Rose correu e atirou-se em seus braços.

— Papai! – ela o abraçou.

— Olá, meu amor. – o ruivo carregava a filha como se ela não pesasse nada.

— Hoje eu desenhei um boneco na calçada. – a Rose criança falou baixinho ao seu ouvido. – Não deixe a mamãe saber.

— Não deixarei. – o pai respondeu sorridente, no mesmo tom.

Ronald a colocou no chão outra vez. Ele pegou um embrulho comprido no porta-malas do carro e, depois de tranca-lo, seguiu na direção da mulher com uma Rose de olhos compridos em seu encalço.

— O que é isso, papai?

— Você vai saber em breve.

Os dois atravessaram o portão.

— Boa noite, Mione. – o ruivo beijou a esposa docemente nos lábios. – Como vai o nosso garoto? – ele passou a mão pela barriga de Hermione.

— Animado, eu diria.

— Ótimo.

A beijou mais uma vez. Mione sorriu.

— Vamos, eu preciso de ajuda para pôr a mesa. – ela disse.

— Será que o jantar não poderia esperar uns minutinhos?

— Ron, eu estou com fome...

— Vai ser rápido, eu prometo.

A morena suspirou.

— 15 minutos. – avisou.

— Nada mais do que isso. – ele a beijou novamente. – Vem, Rosie.

A ruiva mirim seguiu o pai por dentro de casa. Os adolescentes expectadores também foram atrás.

— Aonde vamos, papai? – a pequena perguntou.

— Ao seu quarto.

— E o que vamos fazer?

— Montar uma coisa legal.

— Que coisa legal, papai?

Ronald riu. Rose era uma cópia falante em miniatura de Hermione. Eles subiram as escadas rapidamente até o sótão.  Ron abriu a porta do cômodo e a menina adentrou animada. Assim que o ruivo fez o mesmo, a dupla também se enfiou no quarto.

Os adolescentes permaneceram perto da porta, apenas a observar.

— Onde está a coisa legal, pai? – a pequena Rose questionou com excitação.

— Está aqui.

Ron colocou o pacote em cima da cama. Ele abriu o embrulho depressa. Peças de um equipamento se espalharam pelo lençol. A Rose mirim se aproximou, curiosa, enquanto o pai montava fração por fração do dispositivo.

No canto do quarto, a ruiva adolescente sorriu.

— Meu primeiro telescópio. – ela disse com ternura. – Papai trabalhou o dobro naquele mês para poder compra-lo. Foi o melhor presente que eu já recebi na minha vida.

Próximo a janela, Ronald apoiou o instrumento completo em cima da escrivaninha que ficava de frente a janela. Então, ele abaixou-se de joelhos.

Agora estava frente a frente com a filha pequena.

— Lembra quando você me disse que queria poder ver melhor as estrelas?

A garotinha afirmou com a cabeça. Ela passou a mão pelo tripé do equipamento. Seus dedos subiram até às lentes e ficaram lá por um tempo.

— Isso é um telescópio? – os olhos da mini ruiva brilhavam.

— Sim...

— Como os dos filmes?

— Não é bem como os dos filmes... – Ron parecia estar se desculpando. – Na verdade não é novo, mas...

A pequena Rose o abraçou. Forte. O mais apertado que pôde.

— É perfeito, papai. – ela sussurrou. – Eu amei. Obrigada.

Ron sorriu. Dali onde estava, a Rose adolescente reparou em algo que quando criança não tinha visto. O pai derramava uma lágrima de felicidade.

No seu canto, a Rose adolescente desatou a chorar novamente.

 

 


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Notas finais do capítulo

Olha, a Rose e o Scorpius eram migus de infância. Que fofos! Ahahaha.

O Ron todo fofo e a Mione linda como sempre. A minha família ♥

Me contem tudo o que vocês acharam no comentário. Fico muito feliz em lê-los!

Bjks e até o próximo!