MeliZoe e os Olimpianos escrita por Zoe


Capítulo 8
Laura me conta sua história


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/791685/chapter/8

Guardei as ervas no chalé e saímos. Ele me contou um pouco sobre os treinamentos e como era trabalhar na tenda medicando os outros campistas. Me disse que era responsável por duas crianças que chegaram poucas semanas antes. Me perguntei se eu tivesse entrado no acampamento na primeira oportunidade se ele seria meu responsável. E se isso seria uma coisa boa.
     Não conversamos sobre Dimitri.
    Ao chegar na porta do chalé 13, um chalé menor que muitos e decorado estranhamente com caveiras e alguns tecidos pretos rasgados, nos despedimos e ele disse que eu podia entrar sozinha.
    O interior do chalé não era muito parecido com o exterior. Havia apenas 3 beliches e apenas uma estava ocupada. Algumas roupas estavam jogadas no chão junto com todo tipo de arma imaginável, alguns livros e um violão.Uma das paredes estava meio pintada de prateado, como um projeto que a menina tinha desistido de acabar. Laura estava sentada na parte de trás do chalé, em uma escada.
   “Que bom que você veio. Queria me despedir. Não queria que a sua última visão de mim fosse... Bem, você já estava coberta de veneno, talvez não tenha visto nada.” Ela sorriu sem graça e fiquei surpresa de ver um lado vulneral na garota.
    Eu me lembrava bem de a ver gritando e batendo em seus amigos enquanto a seguravam. Tinha uma arma diferente na mão e os olhos se pareciam com os do satiro em meu sonho.
    Sentei de frente para ela e sorri para a encorajar.
   “Eu não sou boa em combates. Quer dizer” Ela parou de repente e mexeu nos seus cabelos negros. “Eu era muito boa em combate. Antes mesmo de vir para o acampamento eu treinava... Cheguei aqui muito cedo, tinha 7 anos. Comecei em missões aos 10... Aos 13 Silvia me levou em uma missão para capturar o cão de Prócris. Gostaria de te contar a história, mas não tenho tempo. Encontramos o cão e encontramos o dardo que Ártemis concedera à dama. Dimitri e Silvia prenderam o cão e eu peguei o dardo. Claro que eu imaginava que não deveria... Mas o fato é que peguei.”
    Ela parou um pouco e olhou para a floresta atrás do chalé. Algumas lagrimas escapavam de seus olhos.
     “O dardo nunca erra. Voltando para casa encontramos um cão infernal que não me obedecia, não se você sabe, mas cães infernais e algumas almas deveriam me obedecer, por ser filha de Hades... Enfim. Eu era uma criança e senti muita raiva. Joguei o dardo e desejei matar aquele que não me obedecia. O dardo se virou para minhas costas e matou Guilherme, o pequeno filho de Hermes que era minha responsabilidade. Era sua primeira missão e eu o ressentia por obedecer a Silvia e não a mim no combate. Dimitri matou o cão infernal.”
   Ela parou novamente para limpar o rosto e tentou sorrir entre as lagrimas. Segurou minha mão e depois soltou.
   “Não vou mais a missões e não entro mais em combates... Ártemis viu o que eu fiz e amaldiçoou para que todas minhas armas não errassem o alvo. Nunca entro em combate, mas ontem todos estavam cansados... Quase joguei o dardo em você. Mirava no monstro, mas podia acertar qualquer um. Quando você caiu achei que tinha te acertado...”
    Entendi o que tinha acontecido e me inclinei para a abraçar. Ela não retribuiu meu abraço, mas encostou sua cabeça em meu ombro.
   “Vamos, estamos atrasadas para o café e você tem grandes anúncios para dar.”
   Não sabia como reagir a situação, então fiquei calada. Esperava que isso não a ofendesse. Tenho feito isso com todos aqui. A verdade é que viver na floresta por dois anos matou qualquer talento que eu tinha antes de me socializar. Maior parte do tempo me sentia mais animal que humana.
   Andamos conversando sobre as comidas que ela tinha mais saudades de casa, Laura não era americana e eu não conseguia entender o nome de metade dos pratos que mencionava. Me perguntei se existiam outros acampamentos como esse ou se deuses só tinham relações na América .
    Sentei com ela e seus amigos no café. Não tinha apetite, mas todos continuavam me falando que eu precisava me alimentar bem para a missão, tomei chá-preto e comi um sanduíche de pasta de amendoim com geleia.    Quase não tive tempo de conversar com eles, ouvi a voz de Quiron.
   “Então, Luna, esta na hora de sair para sua missão. Nomeie seus dois companheiros e o último membro se juntara a vocês no limite do acampamento.” Sua voz era alta e autoritária, mas não tanto quanto Dionísio. Ainda não me acostumara a o ver em seu corpo de centauro.
   Me levantei com as pernas tremendo, não sabia se deveria anunciar isso para todos ou só para os convidados. Matheus sorriu para mim e fez um gesto de joinha com as mãos.
   “Decidi levar Silvia e Vanessa na missão. Preciso da benção de Atena e Afrodite comigo.” Falei alto e logo após muitos começaram a conversar baixo em suas mesas. Tinha decidido isso durante a noite. As histórias que ouvi de Matheus e Laura me confundiram um pouco, mas eu sabia que precisava da ajuda dessas deusas. E se pudéssemos resolver a briga entre as deusas seria um triunfo maior ainda.
  As duas olhavam para mim um pouco confusas, mas não aparentavam medo. Silvia abraçava Andre, que imaginei ser seu namorado. Vanessa se levantou e abraçou Felipe e Matheus. Hadassa, que sentava a minha frente, apontou para as minhas costas. Quando me virei, Dimitri me chamava.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "MeliZoe e os Olimpianos" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.