Obi Wane-Shots escrita por Pugamegold


Capítulo 5
A dor do reencontro


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoinhas, espero que gostem desse capitulo tanto eu gostei, pq deu muito trabalho kkkkk
Além de ter sido o maior até agora, foi o mais dificil de escrever pq ele já estava pronto tem um tempinho, mas não achei bom o bastante para postar. Então criei coragem e deixei ele novo em folha. Tenho que agradecer também a Gabrielle Toledo Biggargio, autora de Tales of Star Wars que eu super recomendo. Graças aos seus maravilhosos contos, consegui reescrever esse capitulo e deixa-lo do jeito que eu imaginei... Muito obrigada viu

Então, aproveitem! Estava muito ansiosa para poder compartilhar com vocês :)

Artista da imagem: ( @yulia.draws)
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Obi Wan Acordou com o som característico que os banthas emitiam quando queriam se alimentar e se não fosse por aquela estranha sensação que estava sentido, seria mais um dia monótono em sua vida de eremita.

   Estava tão acostumado com sua rotina que às vezes parecia estar no piloto automático, mas naquela manha, algo o estava deixando inquieto e um pouco ansioso. Sentia que precisava ir ao povoado mais próximo, mesmo dizendo a si mesmo que era arriscado demais se expor num momento como esse. Soldados do império estavam por toda parte e ele não sabia o motivo. Suspeitava que estivessem atrás dele e por isso, mais do que nunca, precisava se manter afastado de multidões.

— Estou com um mau pressentimento sobre isso. – Murmurou enquanto acariciava Nara.

  A bantha, porém continuou sua refeição matinal. Ela não parecia preocupada. Assim como nenhum outro integrante do rebanho.  Aquela falta de dialogo às vezes incomodava o ruivo.

— Muito obrigado pelo apoio, minha querida.

  Passado meio dia, Obi Wan não aguentava mais. Decidiu seguir sua intuição e por um fim aquela agonia. Talvez seja por um bom motivo, pensou.  Escolheu um dos animais do rebanho e o preparou para a caminhada.

  Não demorou a chegar ao centro do povoado e como sempre, estava lotado. Fazendeiros e comerciantes discutiam a todo vapor. Um ou outro viajante vagando sem rumo, em busca de um pouco de agua, para que pudesse seguir seu caminho. Por sorte, não havia sinal de soldados ou qualquer tipo de ameaça. Sentiu-se um pouco aliviado.

  Dirigiu-se a um pequeno estabelecimento. Deixou seu bantha preso do lado de fora e entrou, sentando-se na mesma mais afastada do bar, ao lado de uma janela redonda. Ali tinha total visão de quem entrava ou saia, o que era uma ótima vantagem. Achou melhor passar um tempo no local, embora soubesse que fosse perigoso demais. 

  Alguns anos haviam se passado desde que passara a viver em Tatooine e teve que aprender a ser totalmente discreto. Acreditava que estaria seguro no planeta por um tempo, se tomasse os devidos cuidados. O que não era fácil,  pois sendo um Jedi que sempre lutou pela paz e proteção dos povos, ver tantas injustiças e crimes sendo cometidos na sua frente, sem poder intervir, o corria por dentro.

— Deseja alguma coisa senhor? – Um droid surgiu ao seu lado, fazendo o dar um pulo.

— Não, obrigado. – Ele ajeitou o capuz.

  Observou o droid se afastar e suspirou. O que estava fazendo? Devia estar vigiando Luke e não parado ali, no meio de um bar, cheio de pessoas e seres galácticos bêbados e mal educados. Passou a mão pela barba, como sempre fazia quando estava pensativo. Concluiu que devia ir embora e quando fez menção de se levantar, uma movimentação do lado de fora da pequena janela chamou sua atenção. Alguém corria desesperadamente, empurrando quem quer que estivesse em seu caminho. Parecia estar fugindo e quando Obi Wan olhou mais atentamente, percebeu, com espanto, que vários soldados corriam atrás do sujeito encapuzado.

  Para seu azar, o fugitivo entrou no bar, fazendo todos se virarem e o encararem. Obi Wan não conseguia ver seu rosto, mas sabia que se tratava de uma mulher. Mancava, provavelmente um tiro e estava bastante ofegante. Não conseguiria ir muito longe antes de desmaiar.

  O jedi hesitou. Seu instinto dizia para ajudar, mas sua razão o tentava alertar para a ameaça que se aproximava. Os soldados não costumavam deixar pontas soltas e depois de capturarem a fugitiva, iriam interrogar todos os presentes no recinto para se certificar de que não havia cúmplices e ele não conseguiria se safar dessa. Eram muitos soldados para despistar. Olhou ao redor e percebeu que se saísse naquele momento, conseguiria passar despercebido e sair pela porta dos fundos.

  Estava bem próximo a sua rota de fuga, quando de relance, viu algo brilhante preso na cintura da mulher encapuzada e gelou. Era um sabre de luz.

   Os soldados então adentraram no bar. Obi Wan só teve tempo de se jogar no chão, atrás de algumas mesas antes que começasse o tiroteio. A mulher encapuzada, embora estivesse ferida, pegou seu sabre de luz e pulou para cima do balcão circular. Com maestria e precisão, ela conseguiu se defender de todos os disparos. Kenobi observou por alguns minutos. Era um jedi com certeza, mas estava em desvantagem e logo seria neutralizada.

   Decidiu então intervir. Com a força, jogou mesas e cadeiras nos soldados. Alguns caíram desacordados, enquanto outros se viraram em sua direção e começaram a disparar. Foi o suficiente para que a fugitiva desse um salto e aterrissasse bem em frente à saída.

  Obi Wan jogou mais mesas e cadeiras e também conseguiu sair pela porta dos fundos.  Do lado de fora, curvado e com as mãos apoiadas nos joelhos tentando recuperar o folego, podia ouvir gritos e disparos sendo feitos, mas não percebeu que alguém vinha por trás dele, furtivamente.

— Quem é você? – A fugitiva perguntou, apontando o seu sabre de luz para o pescoço de Obi Wan. – Por que me ajudou?

  O Jedi engoliu em seco. Reconhecia aquela voz, mas se recusava a acreditar que era ela. Fazia tantos anos que chegou a pensar que a Padawan estivesse morta.

— Responda! – A jovem gritou, aproximando mais ainda a luz do sabre. Ele podia sentir o calor em sua nuca.

— Veja por si mesma. – Seu coração estava acelerado, mas sabia que precisava se revelar.

  Kenobi retirou o capuz e se virou, ficando cara a cara com a figura encapuzada. Ela por usa vez perdeu o folego, deixando cair seu sabre de luz no chão empoeirado. 

  Observando mais atentamente agora, ele sentiu-se um tolo por não tê-la reconhecido antes. Obviamente estava mais velha e tinha o rosto coberto, mas o capuz não conseguia disfarçar seus montrals bem evidentes.

— Obi Wan? É você mesmo?

  Sua voz saiu num sussurro e quando retirau o capuz, Kenobi viu lagrimas em seus olhos, que o observavam como se ele fosse uma miragem. Ahsoka levou alguns minutos para aceitar que estava diante de Obi Wan, depois de tantos anos acreditando que ele estava morto.

— Como...

  Os soldados estouraram a porta dos fundos, assustando-os. Obi Wan viu que eram apenas dois, mas um deles apontou a arma diretamente para Ashoka, que continuava perplexa. Sem pensar duas vezes, ele a empurrou para o lado, na  esperança de afasta-la da mira do stormtrooper e acabou sendo atingido em cheio pelo disparo, que o derrubou. A queda o fez bater a cabeça, deixando-o inconsciente.

  Ela gritou e se jogou ao lado de Obi Wan. Ao constatar que ele ainda estava vivo, apanhou seu sabre de luz e defendeu-se dos disparos seguintes. Não demorou a acertar os dois soldados restantes.

   Ofegante, ela se voltou para seu antigo mestre. Viu que o sangue começara a se espalhar na altura do ombro e ficou assustada. Rasgou um retalho de sua roupa e começou a pressionar a ferida, na tentativa de estancar o sangramento.

— Obi Wan... – Ela estava chorando. – Mestre, por favor, acorde.

    O Jedi não esboçou sinal algum de consciência e a jovem togruta debruçou sobre ele, inconsolável. Ela não queria  acreditar que o perderia assim, aquilo não era justo.  Eles conseguiram se encontrar, depois de tantos anos, algo completamente impossível na atual situação em que se encontrava a Galáxia – Dominada pelo Império – para ela perde-lo desse jeito? Ao ouvir pessoas se aproximando, se deu conta de que precisava tirar Obi Wan dali imediatamente, pois mais soldados chegariam em breve e  tudo estaria perdido, definitivamente. Decidiu então levar seu antigo mestre desacordado para sua nave,  pousada há cerca de 2 km da onde estavam. Seria uma caminhada difícil, pois além de ter torcido o tornozelo e estar sentindo uma dor absurda, teria que carregar o Jedi. Pegou o braço de Obi Wan e o puxou, de modo que ela poderia dar apoio a ele com seu corpo, torcendo para que aguentasse até chegarem à nave.

   Foi um caminho longo. Por duas vezes, Ahsoka quase deixara o ruivo desacordado escorregar, o segurando antes que se estatelasse no chão. Ele ainda estava inconsciente, o que estava deixando ela cada vez mais preocupada.

Chegaram enfim a nave e Ahsoka subiu a bordo rapidamente, para evitar os olhares curiosos. Não queria soldados em sua porta de jeito nenhum e por isso tinha que partir, mas não sabia  o que fazer com Obi Wan. E se ele estivesse fazendo algo importante e não pudesse sair do planeta? Mas o que seria tão importante num lugar como aquele? Perguntaria se pudesse, mas o Jedi parecia não querer acordar de seu sonho... Ou seria um pesadelo?

  Ela o acomodou em uma das camas e o examinou. Suas funções vitais pareciam estar em ordem e conseguiu estancar o sangramento, então não estava com hemorragia. Olhou atentamente o ferimento e constatou que, embora não fosse tão grave, necessitava de cuidados médicos.  A jovem preferiu ativar um dos droids médicos que a nave dispunha, a fim de garantir que os curativos fossem feitos de forma adequada.

  Passou a mão pela testa. Estava exausta e queria sair dali imediatamente, porém precisava esperar Obi Wan acordar para ter certeza de que ele iria concordar em ir com ela. Por que não concordaria? Por que Obi Wan estava lá afinal, justo naquele planeta... No planeta natal de Anakin?

   Pensar em Anakin pareceu causar algum efeito no velho Jedi, que se contorceu de dor quando o droid iniciou o processo de assepsia do ferimento.  Ainda inconsciente, ele murmurou com dificuldade o nome de seu antigo aprendiz e pediu perdão, deixando Ahsoka aflita. Por que Obi Wan estava pedindo perdão?

  Enquanto Ahsoka  tentava encontrar uma solução para aquele dilma  – partir ou não – Obi Wan encontrava-se perdido em sua própria consciência. Havia entrado sem querer em estado de meditação e não sabia como sair dele, deixando- assustado, pois aquilo nunca havia acontecido. Era como se a força o estivesse mantendo ali propositalmente.

   Um pensamento então lhe pareceu indicar o caminho. Ele captou um pensamento de Ahsoka, imaginando por que ele estaria ali em Tatooine, planeta natal de Anakin. Abriu os olhos, na esperança de ter conseguido sair do transe, mas se deparou com um vazio a sua frente. Não havia nada lá, apenas um som abafado que vinha de trás dele, um som como se alguém estivesse com dificuldade para respirar. Um som desagradável que o deixou agoniado e com medo de se virar. Sentia a presença de mais alguém ali, alguém com muito ódio.

— olhe para mim, mestre! Veja no que me tornei, graças a você!

  Obi Wan hesitou.  Não queria se virar, não queria ver... mas de repente, pareceu perder o controle sobre o próprio corpo e quando se deu conta, estava cara a cara com ele.

  Anakin não mudara nada, exceto pela cor dos olhos que agora estavam vermelhos e cheios de ódio e raiva.  Vestia uma armadura totalmente preta e ao seu lado no chão, um capacete tão negro quanto sua alma.

— Veja Obi Wan .... Você falhou nisso também, não foi capaz de me matar. – Ele riu e Kenobi estremeceu. – Como se sente sabendo que me deixou sozinho para morrer naquele lugar?...– Ele fechou a mão e o velho Jedi sentiu o ar escapar de seus pulmões. – Como se sente? – ele gritou ferozmente.

  Sem folego, Obi Wan apenas murmurou algumas palavras.

— Anakin... Me perdoe...

  Seu ex-aprendiz o soltou e Kenobi desabou, com a mão na garganta ferida. Ele podia sentir o ódio de Anakin, que caminhava lentamente até ele, rindo  como se fosse louco.

— Oh não, eu não irei te matar, mestre. – Ele se agachou, ficando de frente para Obi Wan que estava ajoelhado. – Existem coisas piores do que a morte, acredite. – Ele olhou por cima do ombro, em direção ao seu capacete. – Como presenciar a morte de todos aqueles que você um dia amou e saber, lá no fundo, que foi tudo culpa sua. – Ele agarrou o rosto do velho Jedi e o levantou com agressividade, para que seus olhos pudessem se encontrar. – Sua vida é cheia de falhas, Obi Wan... Falhou com seu mestre, com a mulher que amou, com todos os Jedi que contavam com você, falhou com seu Padawan... –  O olhar de Anakin para seu antigo mestre era puro desprezo. – Comigo mestre... Você falhou comigo e por isso todos morreram... E muitos ainda morrerão e tudo isso será culpa sua. O sangue desses inocentes estará em suas mãos, Obi Wan.

  A cada palavra proferida, Kenobi podia sentir uma faca sendo cravada em seu coração. Desejou que Anakin o matasse ali mesmo, sem piedade, apenas para poder se ver livre de toda aquela dor que carregava depois de quase seis anos desde que tudo acontecera.

— Você tirou tudo de mim mestre... Minha esposa, meus filhos, minha liberdade... – Ele largou o rosto de Obi Wan e lhe deu murro, fazendo o velho Jedi ir de encontro ao chão, com a boca sangrando. – E em troca, vou fazer com que se lembre, pelo resto de seus dias, de todos os erros que cometeu, de toda as pessoas que decepcionou e quando não aguentar mais, estarei te esperando, de braços abertos, pronto para lhe dar o golpe final. – Ele se ergueu. – Agora levante-se e aceite seu destino, como eu aceitei o meu!

   Obi Wan levou alguns segundos para levantar e evitou olhar para aquele que um dia fora seu irmão. Ele não queria olhar para Anakin, pois sabia o que iria presenciar quando sentiu repentinamente o cheiro de pele chamuscada: Seu rosto desfigurado pelas queimaduras e seus intensos olhos vermelhos cheios de raiva e rancor. Com um sorriso sádico no rosto, Darth Vader ativou seu sabre de luz.

— Aproxime-se, Obi Wan! – Ele gritou...

   Cambaleante, Obi Wan deu alguns passos e parou, ainda evitando encarar seu carrasco. Sem remorso algum,  Darth Vader  então atravessou o Jedi com seu sabre de luz vermelho, fazendo o ruivo gritar de dor.

— Aceite seu destino Kenobi, você nunca conseguirá me deter. Poderão se passar dez, vinte anos... Mas eu ainda serei melhor do que você – Ele desativou o sabre e puxou Obi Wan para perto de seu rosto queimado. – Você falhou comigo e eu te odeio por isso.  Você criou Darth Vader...

 Prestes a perder a consciência, o velho Jedi teve tempo apenas de passar a mão pelo rosto daquele que um dia fora seu irmão e sussurrar que ainda o amava.

 Acordou então de seu transe aos gritos, segurando o ombro ferido como se tivesse acabado de ser alvejado de novo.  Olhou assustado ao redor, esperando dar de cara com Vader, mas só o que viu foi Ahsoka correndo assustada em sua direção.

—Obi Wan, o que foi? O que aconteceu?

  Ele suspirou de alivio e deixou-se cair sobre o travesseiro,  coberto de suor.

— Por quanto tempo... Por quanto tempo estive dormindo? – Ele pôs as mãos sobre os olhos irritados com a claridade do recinto.

— Algumas horas, mestre. – Ahsoka sentiu sua temperatura. – Esta ardendo em febre, talvez seja melhor medica-lo. Não se levante, já volto. – Ela saiu em busca do droid medico.

Realmente não se sentia bem. Seu ombro lateja – suspeitava que sua eficiente técnica soresu fosse ficar prejudicada – e sua cabeça estava girando. Não lhe pareceram apenas horas, mas dias, semanas até... Sentia-se como se ainda não tivesse voltado totalmente. Aquela experiência havia sido intensa demais para ele.

Ahsoka voltou rapidamente, com uma seringa na mão. Aproximou-se e devagar, injetou o liquido na corrente sanguínea de Obi Wan. Aquilo provavelmente ajudaria com a dor física, mas a dor emocional que estava sentindo, isso nada poderia apaziguar.

— obrigado, Ahsoka. – Ele agora estava sentado e se sentia um pouco melhor. Sua cabeça parara de girar e agora ele conseguia focar o rosto da jovem. – Você cresceu bem. Faz quanto tempo? Uns cinco, seis anos que não nos vemos? Por onde andou durante esse tempo?

 A jovem balançou a cabeça negativamente. Não parecia disposta a responder as perguntas de Kenobi. Sua expressão demonstrava aflição e preocupação.

— Não temos tempo para isso, Obi Wan. – Ela segurou sua mão. - Temos que partir. Estou há muito tempo parada aqui e estão começando a desconfiar. Não tenho poder de fogo para enfrentar a guarda imperial.

— Partir?- Ele recuou surpreso. Sua cabeça ainda estava meio fora de orbita, afinal. – Não, não posso partir. Tenho que ficar aqui, tenho que cuidar de...

 Notou que a jovem togruta o encarava intensamente.  Esqueceu por um momento que era Ahsoka  que estava a sua frente e que ela poderia ser muito teimosa quando queria, por isso não conseguiria fugir do assunto tão facilmente.

— Tenho uma ultima missão a cumprir Ahsoka... Não posso partir. – Ele se endireitou na cama e sentiu outra pontada no ombro  enfaixado. – Preciso fazer uma coisa... — Viu um olhar de expectativa no rosto da jovem e completou. – Sozinho.

— O que é tão importante? E Por que aqui, mestre? – Ela se levantou, indignada. – Tem relação com ele não tem? Com Anakin! – Começou a andar em círculos. –  Você disse uma coisa enquanto estava inconsciente... Disse: Anakin me perdoe...  –Ela parou em frente a ele. – O que aconteceu para que você precisasse pedir perdão a ele, Obi Wan? Eu preciso saber... Depois que deixei vocês e segui para Mandalore, aquela... Aquela Foi a ultima vez que falei com ele...– Ela tinha o olhar distante. –  Quando soube o que aconteceu com a ordem... Com Anakin. – Ela fechou os braços em torno de si. – Eu não consigo entender... não consigo.

Com o coração pesado, Obi Wan apenas abaixou a cabeça e então notou que seus olhos estavam cheios de água.  Podia sentir a inquietação de Ahsoka a sua frente, mas estava envergonhado demais para olhar diretamente para ela.

— Eu falhei com ele... – as palavras escaparam de seu raciocínio. –  Percebi tarde demais que havia falhado com Anakin. Quando finalmente me dei conta, estávamos duelando em Mustafar e então... – Ele engoliu em seco. – Eu deveria ter matado Anakin naquele dia, mas não consegui Ahsoka, não pude... – Levantou os olhos marejados e encontrou o rosto apreensivo da jovem. – Eu o amava como um irmão... Não pude, simplesmente não pude livra-lo de seu sofrimento e o deixei a própria sorte. – Ele deu um longo suspiro. – No fim, eu falhei com todos, inclusive com você Ahsoka e... Espero que possa me perdoar um dia.

  As lagrimas então tomaram conta e ele deixou-se levar pela emoção. Soluçando, ele cobriu o rosto com as palmas das mãos. Lembrar-se daquilo fez com que uma ferida aberta em seu coração começasse a sangrar novamente, uma das varias que havia em seu coração machucado pelas perdas de uma guerra em que todos eles eram apenas peças como num jogo de xadrez. Peças que pouco a pouco iam sendo descartadas como se não valessem nada.

  Assustou-se quando sentiu Ahsoka tocar suas mãos e baixa-las lentamente. Percebeu que ela também estava emocionada.

— Eu falhei com ele também Obi Wan... O abandonei, quando ele mais precisava de apoio. – As lagrimas começaram a escorrer e sua voz ficou embargada. – Eu queria poder ter a chance de me desculpar com vocês dois também. – Seu corpo todo tremia. - Me desculpe, mestre.

 Tomados pela dor, os dois se abraçaram forte, buscando consolo um no outro. Ambos sabiam da culpa que carregavam e que isso iria com eles aonde quer que fossem, mas naquele momento, juntos talvez pudessem amenizar um pouco esse sentimento, mesmo que momentaneamente.

—Ahsoka. – Ele quebrou o silencio. – Minha missão nesse planeta e maior do que qualquer um de nos. – Ela se afastou e sentou-se ao seu lado na cama,  ainda segurando as mãos  de  Obi Wan. Ele teve a impressão de ver por um instante, a pequena Ahoska que ela fora um dia, assustada com a maldade que havia pela galáxia. – Para sua segurança, eu não posso revelar o que é, mas é importante que saiba que ainda existe esperança. Eu não posso partir com você, infelizmente. – Ele sentiu a frustração da Jovem. – Mas sei que para onde você for, fará coisas grandiosas, dignas de uma grande Jedi, como você esta destinada a ser.

 Ela levantou-se e ficou de costas para ele, absorvendo tudo o que ele dissera.

— Não sou uma Jedi há muito tempo, sabe disso. – Ela virou e fitou Obi Wan, com os olhos vermelhos por conta das lagrimas. - Os Jedi não existem mais, não sobrou nada. O império está caçando os sobreviventes e garantindo que num futuro próximo, ninguém se lembre da existência da Ordem Jedi,

  Ele esboçou um sorriso, mas falhou. Estava cansado demais para fingir que as palavras de Ahsoka não eram verdadeiras, mas ele sabia que ainda havia esperança, graças a um pequeno garotinho, o qual ficou encarregado de tomar conta até que estivesse pronto para trazer a luz de volta para a Galáxia.

   Levantou-se devagar da cama e caminhou até Ahoska. Colocou a mão em seu ombro e apertou com carinho.

— Não perca a fé, Ahsoka. Ainda há esperança. – Dessa vez ele conseguiu sorrir com sinceridade. – A começar pelo nosso encontro. Não foi uma coincidência, foi à força se comunicando conosco. Queria que nos reencontrássemos. Precisávamos recuperar a fé em nos mesmos e para isso precisávamos um do outro.

— Como sabe disso? – A jovem togruta desviou o olhar. – Como sabe que a força ainda está conosco, mesmo depois de tudo?

— Eu soube enquanto estava inconsciente. – Achou melhor não mencionar o encontro que teve com Vader a Ahsoka, não queria fragiliza-la ainda mais. – De algum modo, nosso reencontro estava destinado a acontecer... Tudo pelo que passamos nos preparou para esse dia. – Ele na verdade não fazia de ideia de como sabia disso, simplesmente quando despertou de seu coma, tinha as respostas em sua mente. – A força é poderosa Ahoska, nunca duvide disso. Cada um de nos tem uma missão a cumprir, mesmo que não tenhamos certeza do que deve ser feito.

— Então, já tomou sua decisão? – Ela cruzou os braços.

  Obi Wan tinha tomado essa decisão no exato momento em que pegou Luke e Leia nos braços. Iria fazer o que fosse preciso para protegê-los, mesmo que precisasse passar a eternidade naquele planeta desértico.

— Sim, minha querida. – Ele percebeu que lagrimas começaram a surgir em seus olhos e que ela estava pensando em Anakin. A puxou então para um novo abraço. – Ele se foi Ahoska, mas uma pessoa muito especial me disse que ainda há bondade nele, em algum lugar, então... Não perca a esperança.

Eles se afastaram e Ahsoka tentou em vão enxugar as lagrimas. Balançou a cabeça e fixou seu olhar em Obi Wan.

— Vamos nos encontrar de novo um dia, mestre?

    Ele suspeitava que não, mas aprendeu uma lição valiosa naquele dia: A força age de formas tão misteriosas que era impossível compreende-la totalmente. Concluiu então que apenas restava a eles confiar.

— Se a força assim desejar, Ashoka.


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Notas finais do capítulo

Uffaaa
Então, o que acharam? podem me dizer, fiquem a vontade...
Eu gostaria muito de pensar que os dois tiveram essa oportunidade de se encontrarem novamente e saberem que sempre poderão contar um com o outro...Afinal os dois perderam tudo o que conheciam e perderam Anakin principalmente... Eles eram incríveis juntos e é muito triste saber que nunca mais se viram... É isso kkkkl

provavelmente tem alguns erros de ortografia que irei corrigir depois, pois é muito extenso e sempre escapa uma coisa ou outra né kkk

Que a força esteja com vocês



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