Obi Wane-Shots escrita por Pugamegold


Capítulo 31
Mensagem


Notas iniciais do capítulo

Hello There!!! Tudo bem com vocês? Espero que sim hahahaha
Ufa, demorei mas consegui kkkkk
Trago hoje para vocês, a tal continuação heheheh

Digo isso porque, bem... A versão que eu pretendia postar era bem diferente dessa, mas ai eu fui reler e não me agradou tanto... Decidi escrever outra coisa e o que saiu, não era o que eu queria trazer a vocês kkkkk
Então, minha querida Gaby ( que eu admiro muito e super recomendo que leiam os contos maravilhosos que ela escreve sobre Star Wars ) me deu inspiração para me aventurar em mais um conto um tanto quanto Introspectivo e esse foi o resultado. Obrigada minha querida Gaby :D

Esse conto se passa em um periodo bem proximo ao da invasão de Maul em Mandalore. Li em algum lugar, não me lembro onde, que Obi Wan e Satine provavelmente não se viram antes dos trágicos eventos que levaram a morte da Duquesa, o que torna tudo ainda mais triste pois eles nem ao menos tiveram um tempo a sós antes de tudo acontecer.
É triste, é kkkkk mas a historia deles é triste então não poderia ser diferente.
Eu particularmente gostei do resultado e espero que vocês gostem também.

Boa leitura

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Satine Kryze acordou naquela manha com um aperto no peito, uma sensação desagradável de que algo ruim estava prestes a acontecer e ela não teria como impedir. O pior de tudo era que ela não fazia ideia do que podia ser, nem se de fato precisava se preocupar com alguma coisa.

Apoiou as costas na cabeceira da cama e passou as mãos pelo rosto cansado. Não tivera uma boa noite de sono, devido aos pesadelos que teve – ela não se lembrava de muita coisa, nem fazia muita questão de lembrar. Os raios solares entravam por uma fresta da enorme cortina, iluminando a Duquesa ainda encolhida sobre a cama. Se ficasse bem quietinha, ela pensou, talvez, só talvez, pudesse ficar em seus aposentos sem ser incomodada por seus subordinados. Pensariam que ela não tinha acordado ainda, ou que estava indisposta.

Satine sabia que estava sendo egoísta ao desejar um pouco de paz e sossego, afinal, o povo precisava de sua liderança. Mas naquele dia, só por um dia, ela não queria ser a Duquesa de Mandalore. Queria ser apenas, Satine.

Ela escorregou para debaixo das cobertas novamente e deitou de lado. Fechou os olhos com força e desejou que o sono retornasse. Dessa vez, torcia para ter bons sonhos. Mas a sensação incomoda não permitira que ela adormecesse novamente, não importava quanta força aplicasse para manter os olhos fechados.

Dormir estava fora de cogitação. Entretanto, poderia ficar deitada mais um pouco. Ainda era cedo, tinha tempo antes de iniciar mais um dia estressante e definitivamente, degradante.

 

Como papai lidaria com isso? Com tudo isso que esta acontecendo atualmente?

 

Seu pai certamente seria mais respeitado. O povo o escutaria. Não hesitariam em seguir sua liderança. Às vezes, quando o sentimento de vazio e solidão tomava conta de seu coração, fazendo com que seus olhos lacrimejassem e sua garganta se fechasse numa angustia paralisante, ela desejava ser como ele. Firme e autoritária. Sem medo de sujar as mãos. Sem medo de fazer o que devia ser feito.

Ela dificilmente se abalava com os empecilhos que surgiam pelo caminho, em sua jornada rumo à pacificação e a reestruturação de Mandalore. Mas isso era o que ela deixava transparecer. Por dentro, por debaixo de sua mascara de líder impecável, seu coração chorava desesperadamente, temendo os dias sombrios que pareciam aproximar-se cada vez mais de seu amado povo.

 

Eu queria ser mais forte.

 

Ser forte era uma caracteriza marcante na família Kryse. Sua irmã Bo-Katan era um exemplo perfeito disso. Apesar de estarem em lados opostos, Satine nunca deixou de ama-la e a admirava. Sentia até mesmo um pouco de inveja de sua irmã, por conta de sua força descomunal e inabalável. Se elas deixassem suas diferenças de lado e se unissem Mandalore com certeza prosperaria. Mas o medo de retornar ao que seu povo era no passado impedia que isso acontecesse. Bo-Katan certamente não iria permitir que Satine continuasse mantendo-se neutra na Guerra, não era feitio seu fugir.

 

Não quero mais sentir medo.

 

Mesmo não tendo participação alguma na guerra, Mandalore estava sofrendo com as consequências trazidas por esse trágico evento. Corrupção, mentiras, traição, contrabando... Tudo isso e muito mais pareceu surgir como uma espécie de erva daninha no planeta, cujas raízes estavam penetrando cada vez mais fundo, corrompendo todo o trabalho que Satine vinha tendo durante esses anos como Duquesa.

Isso fez com que ela começasse a nutrir em seu coração um sentimento tão ruim quanto a inveja. Medo.

As vezes, sozinha na calada da noite, acompanhada apenas de seus pensamentos e temores, ela imaginava como devia ser para os Jedi não sentir medo. Como era viver livre desse sentimento tão arrebatador e agonizante?

Gostaria de ter tido a oportunidade de perguntar a Obi Wan. Ele sempre fora sincero com ela, sempre fora gentil, atencioso e prestativo.

 

Mas ele mentiu para mim.

 

Sim. Ele havia mentido. E toda a confiança que Satine nutria pelo Mestre Jedi se desfizera como um sonho ao acordar. Portanto, como poderia acreditar nas palavras dele? Ele lhe diria a verdade, ou iria amenizar os fatos para fazê-la acreditar em algo que nem mesmo ele acreditava? Era difícil aceitar o fato de que nunca mais seria como antes. De que nunca mais poderia confiar em Obi Wan cegamente, como sempre fizera.

Tudo isso por que agora ela tinha medo de sentir aquela dor da perda novamente.

 

Por que mentiu para mim, Ben?

 

Esse pensamento a perturbava. O que levou o ruivo a mentir para ela? O que o levou a fazer aquilo com seus amigos? Com ela?

 

Por que?

 

Talvez, a resposta fosse muito simples. Ele não se importava.

 

Não. Ele se importa. Ele se importa comigo!

 

Satine puxou o travesseiro e o colocou sobre seu rosto, abafando um grito de frustração.

 

Tola!

 

Ele era um Jedi. Se importava com todos. Esse era o seu dever com a sociedade.

 

Mas e eu? Não era especial? Não havia nada que me diferenciasse dos outros?

 

Apesar de querer perguntar isso pessoalmente ao ruivo – e aproveitar para lhe dizer umas boas e doloridas verdades – Satine não tinha coragem para fazer isso, pelo menos não por enquanto, já que era tudo muito recente e ela ainda se lembrava das noites que passou em claro, tentando digerir a noticia da morte do Jedi.

Fora um período bastante conturbado em sua vida e quando soube que tudo não passara de um plano do conselho, ela sentiu-se traída, enganada.

 

Por que fez isso Ben?

 

Nos dias que se seguiram ao retorno de Obi Wan, ele tentou entrar em contato com ela, mas foi em vão. Satine recusava todas as suas chamadas, pois seu coração não estava pronto para perdoa-lo. Talvez nunca estivesse.

 

Por que?

 

Porque a verdade era que ela o amava e não aguentaria sofrer outra decepção novamente.

Sua mente divagou tanto que quando se deu conta, já passava das 11:00 da manha e seus subordinados provavelmente já a aguardavam para iniciar mais um dia. Não havia mais como adiar o inevitável.

Com um suspiro cansado, Satine afastou as cobertas e colocou os pés para fora de seu leito. Distraidamente, olhou para seu criado mudo, onde estava seu aparelho comunicador pessoal. Um objeto simples e pequeno que cabia perfeitamente na palma de sua mão, que lhe permitia comunicar-se com quem quisesse em questão de minutos.

 

Eu poderia mandar uma mensagem... Mas por que deveria? Ele é quem deveria mandar uma mensagem!

 

Mas Obi Wan havia enviado muitas mensagens e Satine não respondeu nenhuma delas. Ele estava tentando se explicar, tentando pedir desculpas... Ela era que não lhe dava uma oportunidade.

 

Não.

 

Satine estufou o peito e colocou-se para fora da cama. Estava decidia a parar de se lamentar e voltar aos seus afazeres. Ela tinha deveres a cumprir, não poderia ficar sofrendo eternamente por uma decepção. Muitas outras pessoas já haviam decepcionado ela antes, Obi Wan era apenas mais uma na lista...

Ela caminhou então até o seu Closet. Penteou os cabelos e se enfeitou com seus acessórios preferidos. Colocou seu vestido azul e se maquiou. Nada, nem ninguém derrubaria Satine Kryze... Nada.

Devidamente arrumada e pronta para começar seu dia como Duquesa de Mandalore, ela caminhou até a porta. Sentia-se revigorada. Renovada. A sensação de que algo de ruim estava próximo passara, como se fosse uma enxaqueca que vez ou outra aparecia para causar incomodo.

 

Ergua a cabeça Satine!

 

Mal conseguira dar dois passos em direção à porta e seu pequeno comunicador sobre o criado mudou começou a vibrar e a emitir curtos bipes. Com um suspiro exasperado, ela virou-se e foi em direção ao aparelho.

— Olá... — Ela disse assim que ativou o objeto na palma de sua mão e seu coração acelerou quando viu quem era que estava lhe chamando. Se ela dissesse que estava surpresa, estaria mentindo.

A imagem de Obi Wan surgiu assim que Satine pegou o aparelho em sua mão e ele sorriu ao perceber que ela olhava para ele com certa comoção, embora o ruivo suspeitasse que isso não significava uma coisa boa.

— Satine — Ele engoliu em seco. Com as mãos entrelaçadas atras das costas, continuou. — E muito bom te ver. Já faz muito tempo.

A duquesa não respondeu. Estava petrificada. Será que ele havia captado seus pensamentos? Mas como poderia de tão longe?

 

Será que ele pode sentir meu nervosismo?

 

— O que deseja, mestre Kenobi? — Ela perguntou, contendo sua emoção. — Estou ocupada no momento.

— Não vou demorar- Obi Wan endireitou a postura, encabulado. — Eu só queria lhe dizer que...

 

Dizer o que?

 

— Eu só queria lhe dizer que — Ele a fitou com ternura. — Eu sinto muito, por tudo.

Satine pode sentir dor e culpa nas palavras proferidas pelo Jedi e isso a deixou confusa.

 

Ele se sentia culpado e arrependido? Mas os Jedi não deviam sentir essas coisas...

 

— Não precisa se desculpar. Não há nada para se desculpar, na verdade — Ela sentiu um no crescente em sua garganta. —  Se for só isso, eu preciso desligar...

— Espere! — Ele se precipitou. Não tinha o costume de agir seguindo suas emoções e por isso não tinha muita segurança em si mesmo quando as deixava tomar controle sobre suas ações  — Há sim... Muitas coisas pelas quais devo me desculpar. Saiba que eu gostaria de ter lhe dito isso pessoalmente, mas não queria aborrece-la ainda mais. Considerando que tem me evitado durante as ultimas semanas, pensei que...

 

Tolo! Se tivesse vindo, eu o perdoaria... Eu o abraçaria tão forte que...

 

— Já disse, não precisa se desculpar. — Ela repetiu, embora não fosse exatamente o que ela queria ter dito. — Esta tudo bem, Mestre Kenobi. — Tentou fazer com que suas palavras soassem convincentes e frias.

— Não, eu preciso. — Pelo visto, sua atitude indiferente deu certo. Cabisbaixo, ele continuou, como uma criança arrependia por seus erros. — Nunca gostei de te ver chorar e olhe só, fui o responsável por isso... — relutante, Obi Wan ergueu os olhos e fitou Satine novamente. — Sei que não deve ser fácil, por isso esperarei o tempo que for necessário para que possa me perdoar, se assim desejar, Duquesa.

 

Eu o perdoo... Eu sempre o perdoarei, pois eu...

 

— Eu realmente preciso ir. — Satine virou o rosto para o lado. Não queria ver seu Jedi, tão respeitado e digno,  suplicar por seu perdão. Ela já o tinha perdoado muito antes, mas só havia se dado conta naquele instante, quando o viu, depois de tanto tempo sem a oportunidade de se encontrarem novamente.

— Tudo bem, não irei mais ocupar seu tempo. — as palavras seguintes de Kenobi sairam num sussurro, como se houvesse algo subtendido entre elas.  Algo que ele nunca teria coragem de dizer em voz alta — Cuide-se, Satine.

 

... Pois eu te amo.

 

Ao perceber que não havia mais nada para ser dito, Obi Wan levantou o braço e estendeu a mão. Satine captou sua intenção com aquele gesto e apesar de que não querer se deixar levar pelas suas emoções, ela correspondeu. Levou sua mão livre até o pequeno holograma e deixou que o Jedi lhe desse um beijo singelo, mas cheio de significado.

Durou apenas alguns segundos e logo Obi Wan desapareceu por completo, deixando Satine a sós em seu quarto e naquele momento, ela só queria uma coisa: Que ele estivesse ali, de verdade.

 

 Remember, my dear Obi-Wan... I’ve loved you always. I always will.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? Me contem hahahao
Não foi bem uma reconciliação, mas acho que Satine, apesar de toda a magoa e ressentimento que deve ter sentido, jamais deixaria de perdoa-lo. Ela o amava demais.



Que a força esteja sempre com vocês viu.

Obrigada pela presença. Bjs :D



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