I Swear I'll Behave escrita por Coraline GD


Capítulo 7
No Control




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Eu estou totalmente perdida, para não dizer outra palavra feia. Era uma maravilha sentir a boca de Harry na minha, suas mãos passeando pelo meu corpo, seu cheiro entorpecedor e, enfim, não tinha do que reclamar. Tenho certeza que um milhão de garotas no planeta já imaginou como seria beijá-lo e garanto que pelo menos uns noventa por cento delas estão certas. Como ele mesmo me disse, eu precisava relaxar e deixar minha preocupação em stand by pelo menos um pouco.

Tudo estava indo muito bem e eu não precisava pensar em depois, em quando ele fosse embora do Colorado. Certo? Só precisava me concentrar nas mãos dele, deixando um rastro de calor por onde passavam. Aquelas mãos subindo pelas minhas coxas, pelo quadril e indo parar embaixo da minha blusa e... Opa!

— Harry, Harry! – chamei, me desvencilhando dele e pulando de cima da pia, com o coração na boca.

— O que foi? – perguntou ele, desnorteado.

— Eu... – você o quê Gen? Santo Cristo... – Eu preciso mesmo ir. E... Você também!

— Minha nossa! – disse ele, rindo e se curvando de encontro a pia. – Pensei que tinha morrido alguém!

— Des... Digo, a gente não pode continuar aqui. Vão nos achar ou pior.

Pior para mim na verdade, que podia perder o trabalho e ainda ouvir muito do meu pai. A verdade é que isso era o de menos, o que importava mesmo é que eu tinha bom senso e principalmente uma virgindade a zelar! Tá, foda-se que ele é o Harry Styles, em certo ponto, ainda não tô pronta para ficar com alguém desse jeito e depois correr o risco de nunca mais ver a pessoa. Principalmente ele sendo essa pessoa. Qual é, o cara não usou nem metade do seu charme comigo e eu já estava caidinha por ele. Uma coisa eu posso afirmar: não está sendo fácil. Queria chorar agora.

— O que foi? – perguntou ele, segurando meu queixo e me fazendo olhar para ele. – Ficou tão pensativa de repente.

— Nada.

— Nada?

— Coisas, Harry, coisas. – fui até a pia e lavei o rosto, tentando colocar as ideias no lugar.

— Alguma coisa em que eu possa ajudar? – sussurrou ele, se aproximando de mim pelas costas e dando um beijo no meu pescoço.

— Não! – respondi, me virando de uma só vez. Má ideia.

— Que tal um banho? Ajuda a relaxar... Você tá tão tensa...

— De jeito nenhum! Tome banho você! Eu... – ele tinha uma forma muito eficiente de me fazer calar a boca. Segurou minhas mãos na base de suas costas e me beijou devagar dessa vez.

— Tem certeza, Gen? – essa voz rouca e esse peito colado no meu já eram golpe baixo. Por favor!

— E-eu...

— Tem alguém aí? – gritou uma voz feminina, batendo na porta em seguida. – Hazz? Você tá aí?

Ah meu pai, era ela, de novo. Por uma fração de segundo eu fiquei feliz por ela existir.

— Responde! – sussurrei para ele, que estava achando muito engraçada aquela situação toda.

— Já vou!

— Mas que droga! – resmunguei, esfregando o rosto.

— Está triste por que fomos interrompidos Gen?

— Não! Sim! Ah...

Então ele me abraçou e beijou minha testa. Não um abraço quente e apaixonado com os últimos, mas um abraço terno e carinhoso, como quem diz: “fique tranquila, vai dar tudo certo”. E eu simplesmente me deixei levar.

— Ok. Acho que tenho que sair agora, antes de você. – ele tinha uma expressão séria e pesarosa no rosto.

— Ok. Eu... Posso te pedir uma coisa antes? – estava morta de vergonha, mas precisava tentar, senão o plano iria por água abaixo.

— Claro, o que quiser. – disse ele, me devolvendo um olhar intenso. Ai droga, o que eu ia pedir mesmo? – Gen?

— Ah... É que vou precisar de carona e de sair mais cedo se quiser ir ao show hoje. Por que quando comprei o ingresso não imaginei que estaria aqui... Nesse barco, sabe?

— Sem problemas, não se preocupe com isso.

— Mas eu...

— Já disse, relaxa que eu cuido disso.

— Hazz... Se não sair logo, não vamos comemorar mais tarde! – avisou a vaca Jenner do lado de fora. Olhei para ele e cruzei os braços, fazendo cara feia.

— Até mais Gennie. – ele disse, me dando um beijo na ponta do nariz e indo até a porta. Fez menção para que eu me escondesse e saiu apressado.

Logo corri para colar o ouvido na porta, pois precisava saber o que ela queria.

— Jesus Kendy! Você precisa me dar um descanso! Eu estava no banheiro! – reclamou ele, fingindo indignação.

— Oh, baby. Não diz isso... Eu senti saudades, estamos de férias e você me largou lá sozinha...

Você está de férias querida, eu vim a trabalho. – depois de um silêncio constrangedor, acho que ele resolveu começar a se afastar dali.

— O que é isso nas suas costas Hazz? Onde você se machucou? – cobri a boca com as mãos, me lembrando de ter passado as unhas em suas costas. Não foi tão forte assim, foi? – Parece que se arranhou...

— Acho que foi quando bati as costas no armário do banheiro. Vem, vamos subir que logo temos que ir embora.

Esperei por mais dois minutos antes de sair do banheiro. Eu tinha mais algumas horas para ser a melhor funcionária que Eddie já viu e sair dali com meu trabalho garantido pelos próximos dias. Queria que Harry me ajudasse a pedir a ele para sair mais cedo, já que logo iriam embora e eu não teria mais ninguém para servir, mas ele mal me deixou terminar a frase. Agora não sabia o que fazer ao certo. Sobre meu álibi, estava com Ches, suas filhas também iriam ao show. Ela inclusive me passou o telefone das duas para que eu entrasse em contato e nos encontrássemos por lá, pois o pai as buscaria na volta. Logo, meu pai poderia ter um ataque, mas eu tinha companhia e um adulto responsável no fim da noite.

— Hey Hannah! – era Louis, com uma cara amassada de quem dormiu quinze horas seguidas.

— Oi Tom... – senhor Eddie à vista. – Senhor Louis! É um prazer revê-lo.

— Igualmente! Viu os meninos? Acabei de chegar e... Ah, lá estão eles!

Liam e Niall acabavam de subir de volta no barco, totalmente molhados. Alguém me belisca porque...

— Gen! – Niall veio correndo em minha direção. – Você sumiu, aconteceu alguma coisa?

— Hã, nada... Só trabalho.

— Certo. Falei com o seu Eddie e acho que podemos almoçar todos juntos, o que acha?

Eu acho foda para c...

— O quê? – Harry se aproximou nessa hora, com Kendy, claro.

— Infelizmente temos que ir embora logo depois do almoço, então achei que você podia comer junto com a gente. Também chamei seus amigos do barco, mas acho que eles tem um “horário” de almoço ou algo assim.

— Além disso, Eddie vai dispensá-los mais cedo. Já que não tem mais trabalho por hoje. – falou Harry, me fazendo arregalar os olhos na direção de Eddie, que estava com uma expressão indecifrável. – Já pagamos pelo fim de semana todo de qualquer forma.

— Bom, se o chefe concorda, quem sou eu para negar?

Foi um almoço bastante agradável, mesmo tendo que olhara para a cara da Kendall. No barco havia uma mesa de seis lugares, sendo que Louis e Liam sentaram nas pontas, Harry e Kendall de um lado e eu e Niall do outro. Ao mesmo tempo que queria dar atenção a Niall, ficava preocupada com os olhares assassinos de Harry para nós, mas não tinha como ignorar Nini. Impossível! O cara era um fofo! E lindo, só para constar.

Ches os surpreendeu no final, com uma torta de cenoura e chocolate, que todos atacaram até não sobrar nem os farelos. Exceto a Kendy.

Fiquei super curiosa em saber como Liam e Cheryl tinham começado a se relacionar, mas ele apenas disse que ela era uma ótima professora, o ensinou muito sobre a carreira e que ficaram próximos sem se dar conta. Okay, vamos acreditar não é?

Já Louis estava feliz e amedrontado ao mesmo tempo. Para ele, ter um filho e ainda ser cantor era muita coisa de uma vez só, mas sua cara de bobo ao falar do filho Freddie era incrível. E eu mal podia imaginar como devia ser pai nessa idade. Não me levem a mal, mas tenho tanto jeito com crianças quanto tenho com matemática, quero dizer, os dois vivem me testando na vida e eu nunca passo com notas boas.

O show começaria às oito, mas eles precisavam chegar cedo no lugar para ensaiar uma última vez, passar o som, etc. Timidamente dei um abraço de despedida em todos, dizendo que os veria mais tarde. Mal sabendo eles que era verdade, já que ainda tinha o meet and greet da promoção. No último segundo, Niall fez questão de voltar e me dar seu telefone, para não perdermos contato. Ainda bem que Harry já estava longe, não acho que iria gostar muito disso.

Falando em telefone...

“Rachel! Mil desculpas! Tô te devendo não só um relato detalhado, mas a novela toda amiga! Só para adiantar, tenho que dizer que conheci os meninos, trabalhei igual uma escrava, fiquei e almocei com o Harry. Isso mesmo, eu, Hannah Genevieve Laurent beijei aquela boca maravilhosa! Agora... Jesus! Como eu queria que estivesse aqui! É dia do show! Nos falamos! Te amo! Beijo!”, mandei uma mensagem de voz para ela, meio gritando e meio correndo.

Quando voltei para ajudar Ches, terminamos de limpar a cozinha e fui arrumar as coisas do convés com Jon, até que exatamente uma hora depois, Eddie veio falar comigo.

— Hannah!

— Sim! Eddie! – me virei, agarrada à vassoura.

— Já pode ir.

— Mas...

— E nada de atrasos amanhã moça! Nossos convidados não devem vir, mas você está sendo paga por dia de trabalho!

Estou? Quer dizer, eles não vêm?

— Sim, certo...

— E não esqueça de levar o que o senhor Styles pediu. – resmungou ele, já me dando as costas.

Mas o que foi que ele pediu... Ah! Nada Gen, é só para despistar Eddie. Juntei minhas coisas e me despedi de todos, avisando a Ches que mandaria mensagem para as filha dela logo. Assim que desci do barco, vi um cara de terno em frente a um carro de vidros escuros.

— Senhorita Hannah?

— É... – olhei desconfiada para ele.

— O senhor Styles me pediu para acompanhá-la hoje. Até não precisar mais dos meus serviços.

Uau. O que eu podia fazer além de ficar de boca aberta? Ai cara, ir logo embora dali! A hora estava passando!

— Certo, oi. Qual seu nome mesmo?

— Scott, senhorita.

— Ok, Scott. Primeiro vamos passar em casa, é perto daqui. Depois direto para Denver... Você sabe onde vai ser o show?

— Sim, senhorita.

— Legal! – falei, abrindo um sorriso largo. – Então vamos!

Quando entrei na casa, tudo estava silencioso e organizado.

— Pai? – chamei, sem resposta. Nenhum bilhete a vista. – Paaai!

Nada. Corri para o quarto e peguei a roupa que tinha separado para o show, a maquiagem, uma bolsa pequena e meu par de tênis favoritos, um All Star vermelho de cano médio. Tomei um banho rápido, rezando para meu pai não chegar e me fazer encontrar palavras para explicar aquela correria toda e por fim me vesti. Coloquei um vestido preto de alças, dei um jeito no cabelo, peguei os documentos e o crachá do meet and greet e enfiei tudo na bolsa pequena.

Por último escrevi um bilhete para papai.

“Noite pai! Saí do trabalho mais cedo porque Eddie liberou. As filhas de Ches me chamaram para um show... E eu aceitei. Aqui embaixo está o telefone de Ches – aquela que trabalha na cozinha do barco, lembra? E pode me ligar a qualquer hora! Se cuida! Beijos. Hannie.”, e era o melhor que eu podia fazer. E sem dúvida melhor que a história original. Tipo: pai, vou no show do 1D, que tem uns garotos lindos, um dos quais eu já peguei e vai ser um pouco longe daqui. Ah e eu só saí cedo porque um deles praticamente coagiu o Eddie. Não se preocupa.

Essa história? De jeito nenhum.

Saí da casa apressada e deixei para me maquiar no carro. Aliás, a viagem ia ser longa. Fiquei muito feliz ao descobrir que dava para recarregar o telefone no carro. Então aproveitei para mandar mensagens para as filhas de Ches, Rachel e dar um “oi” ao Nini.

Fiz minha maquiagem e fiquei ouvindo as músicas dos meninos, ensaiando mentalmente para o show. Óbvio que todas me lembravam de Harry e eu, hoje e ontem, mas principalmente “No Control”, pois era assim que eu me sentia perto dele. Totalmente powerless. Passei um bom tempo suspirando e recordando detalhes dos nossos breves momentos, até finalmente meu pai ligar.

— Hannah! Que história é essa de sair de novo à noite com estranhos?

— Pai! Já falamos sobre isso...

— Não! Eu falei! Você não escutou! Acho bom você não demorar hoje!

— Acho que...

— Não tem acho! Você me ouviu? Ou vou precisar buscar você?

— Sim pai! Quer dizer, não! Quer dizer, ouvi, mas o pai das meninas vai nos buscar e aí eu volto... de manhã...

— O QUÊ? – ah essa era hora que todos esperavam, ou o show continua ou termina para sempre. – Onde você está?

— Indo para lá.

— E onde é o diabo desse show Hannah?

— Em Denver, pai.

— Você... – mau sinal. Péssimo. Quando meu pai ficava sem palavras nunca dava certo. Lembro de uma vez que quebrei uma das miniaturas de sua coleção de jogadores de baseball, por raiva dele não me levar aos jogos e menti descaradamente. Na semana seguinte eu fiquei, não só sem mesada, mas com horários e regras até para tomar banho. Foi um inferno. – Eu falo com você depois mocinha.

— Até... – e ele desligou. Merda.

Depois de bolar os planos mais mirabolantes, que incluíam fugir de casa ou tentar fazer Harry subornar o meu pai também, eu acabei dormindo no carro. Sendo acordada só quando chegamos em Denver, por Scott. Avisei a ele onde era o lugar em que encontraria os meninos, que seria no hotel em que estavam, pois o pessoal da rádio queria fazer algumas fotos e aparentemente os meninos também tinham uma coletiva antes do show. E para minha surpresa, assim que nos aproximávamos do hotel, recebi uma mensagem de texto de um número anônimo.

“Veja se não é o destino a nosso favor. Estou ansioso para te ver de novo, Gen. H.S.”, aquilo não podia ser verdade. Scott abriu a porta do carro para mim e saí, tentando enfiar o telefone na bagunça que estava aquela bolsa ridiculamente pequena.

Alguns jornalistas já se aglomeravam na porta do hotel, desviei deles e me dirigi para a entrada. Fui direto à recepção e expliquei minha situação. A moça sem pestanejar me entregou uma chave e disse para eu ir ao quarto 912. Okay, estranho, mas tudo bem. Peguei o elevador e parei lá no nono andar. Haviam dois seguranças na porta, que quase me barraram antes de eu mostrar a chave e o crachá. Assim que passei por eles, depois de mostrar minha identidade e quase derrubar todo o conteúdo da bolsa no chão do corredor, entrei no quarto.

— Bem vinda, Gen.

— Harry? – espera... o quê?

— Você demorou... – ele se aproximou e segurou minha mão, me deu um beijo no rosto e voltou a me olhar. – Mas pelo visto foi por uma boa causa.


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