I Swear I'll Behave escrita por Coraline GD


Capítulo 19
Steal My Girl


Notas iniciais do capítulo

***Dom na foto***



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/791482/chapter/19

Na manhã seguinte, Harry estava ranzinza e de mau humor, não importava o que eu dissesse. Resolvi dar um basta naquela situação e o fiz enxergar que não tinha o que temer, ou melhor, motivo para se estressar e me estressar.

— Hazza. Até quando vai ficar emburrado? – perguntei, traçando os contornos do seu rosto com a ponta do dedo.

— Não estou. – estávamos no "quarto dele", e ele estava encarando o teto fixamente há uns dez minutos.

— É... Nota-se!

— Então.

— Você sabe que isso tudo é besteira, né?

— Do que você está falando, exatamente?

— De você ficar aí, todo... Enfezadinho só porque meu pai falou bem do neto da vizinha...

— Não tem nada a ver.

— Não mesmo? – ele finalmente olhou para mim.

— Talvez. Mas, é uma situação esquisita a minha, Gen.

— Como assim, esquisita?

— Veja, você me conhece: como o Harry da banda e como o Harry, que não é da banda agora. Certo?

— Sim...

— E seu pai, só acha que eu sou o cara que é primo da sua amiga e que deve ficar longe de você.

— Como assim longe de mim? – Opa, opa, opa!

— Não é essa a questão.

— Claro que é!

— Não, Gen. A questão é que... Eu deveria ser algo mais, entende?

— Você quer... Ser algo mais?

Ele olhou para mim por mais um segundo, acho que pesando as palavras da sua resposta e desviou o olhar de novo.

— Só acho que do jeito que estamos no momento, mentindo para ele, não chegamos nem um pouco perto dele achar qualquer coisa boa de mim.

— Desculpe. 

— Não...

— Bom, isso, você tem que admitir que é culpa minha.

— Uma maluquice sua, isso sim. – ele se virou na cama e me puxou para os seus braços. – E eu amo você por isso.

Eu meio que estava sorrindo em um segundo e no outro arregalei os olhos. O que foi que ele disse?

— Então, já sabe o que vai vestir mais tarde? – ele desviou do assunto! Não acredito!

— O quê? – eu também podia me fazer de surda.

— Você, o que vai vestir?

— Ah, roupas.

— Engraçadinha.

— Igualmente.

Ele me beijou de novo e eu imediatamente esqueci toda e qualquer objeção que tinha a fazer no momento. Logo eu teria que partir para as tarefas pré-festa que meu pai me designou, e, obviamente, não consegui tirar aquela frase da cabeça: "por isso que eu amo você". Era como se o chão tivesse sumido debaixo doa meus pés e eu flutuasse levemente por aí. Eu estava quase surtando. Não tinha sensação melhor. Talvez sim, se ele dissesse de novo.

Aos sábados meu pai não abria a loja. Portanto, hoje não precisaria arrumar qualquer motivo para não ir trabalhar, mas ele tinha saído cedo e voltado só na hora do almoço, que eu precisei preparar, claro. Chegou com uma novidade não muito agradável para o meu gosto.

— Hannie! Já de pé? – tão engraçado ele.

— Pois é, fiquei sem sono. – respondi, mostrando a ele a vassoura e o balde, que estava usando para limpar o banheiro. Não por livre e espontânea vontade, mas sim porque ainda fazia parte do meu castigo infinito de férias.

— Querida, a casa não se limpa sozinha. E, alguém não trabalhou fora essa semana quase inteira.

— Pai! Eu estava doente! – quase isso, pelo menos. – Obrigada por me lembrar.

— Ah, mais um lembrete: sairemos as sete em ponto.

— Preciso mesmo ir? – resmunguei.

— Que tipo de pergunta é essa? – o tipo de pergunta que se faz quando tá pouco se fodendo pra estar perto de gente chata. – Você sempre adorou ir às festas da Margot.

Adorava, no passado. – até eu perceber que o neto dela era um babaca. E ele me dar um fora, claro.

— Em todo caso, sim, você precisa ir.

— Que seja.

Peguei meus utensílios de limpeza e fui terminar de fazer as coisas. Harry apareceu para me ajudar, mesmo não tendo muita experiência com a vassoura, vê-lo tentar tornou tudo mais rápido e divertido. Fora que podia roubar alguns beijos no caminho.
Depois que acabamos e fomos almoçar, meu pai o chamou e disse que poderia ir à festa. E disse uma coisinha a mais.

— Fiquei sabendo que seus tios logo estarão de volta filho.

Meu coração simplesmente parou de bater. Estava sentada no sofá da sala, trocando mensagens no celular com Harry, enquanto fingíamos ver televisão. Em primeiro lugar:  que animação era essa do meu pai? Em segundo: puta que pariu!

— Ah... É. – Harry ficou mais sem jeito do que eu, pela primeira vez na vida.

— Não está feliz? Enfim vai poder ficar com a sua família.

— Pai!

— O quê? O que eu disse?

— Desse jeito parece que estamos expulsando o Harry daqui! Credo!

— Mas eu...

— Vamos Harry, desculpas pelo meu pai. Ele não costuma ser assim.

Peguei na mão dele e o puxei rapidamente para fora da sala, interrompendo aquela conversa absurda.

Perto das 18h00m, meu pai fez questão de ficar passeando pelo corredor. Só para ver se eu já tinha começado a me arrumar. Às 18h20m veio ao meu quarto, pedir opinião sobre qual camisa usar. Apontei a primeira que estava no meu campo de visão e continuei a ler meu livro. Quando ele saiu, não muito satisfeito. Mandei uma mensagem para Harry.

Gen: sdds

Hazz: me 2. Pronta?

Gen: =[

Hazz: q cara é essa? Vamos estar juntos. Rlx

Gen: juntos de uma multidão!

Hazz: não exagera, multidão é no show. E vc bem lembra q mesmo lá, se estivermos juntos, é como se só existisse eu e vc no mundo

Gen: own... ♥ ♥ ♥ De qq modo, não suporto aquela gente. E no show eu não conheço o povo. Na festa sim! :x

Hazz: coloca uma roupa bem bonita. Faz de conta q vai se arrumar p mim...

Gen: hmmm

Hazz: a propósito, isso me deu uma ideia...

Gen: q ideia??????? Oo

Hazz: vc vai saber mais tarde, quando estiver pronta >=}

Gen: Mdssss o q vc vai aprontar?!

Hazz: espere e verá! Agora anda pq ta atrasada! :*

Merda! 18h32m. Eu precisava me apressar. Peguei minha toalha corri para o banheiro. Em menos de dez minutos já tinha tomado banho e estava escovando os dentes. O que era um recorde se comparado aos dias normais. Não lavei o cabelo, porque estava fora de cogitação ter tempo para secá-lo, menos ainda sair com ele molhado. Não estava com a menor vontade de usar salto, então deixei o sapato para escolher por último e fui até o armário procurar um vestido relíquia que eu havia usado umas duas vezes na vida.

Era um modelo azul escuro, colado ao corpo e com um decote generoso, porém comportado. Foi da minha mãe e meu pai havia me dado quando completei quinze anos, cabia perfeitamente em mim, mas, eu ia precisar de um salto. Catei um sapato nude – entre minha coleção de sapatos altos, que compreendia três pares apenas – e coloquei para ver como ficava. Acho que ia servir.

Passei uma maquiagem básica, a única que eu gostava e sabia fazer praticamente, que não envolvia muito delineador e sombra preta. Ou seja, batom vermelho, delineador e rímel.  E por fim achei o resultado satisfatório ao me olhar no espelho. Creio que Harry vai gostar. Falando nele, mal posso esperar para ver o que ele ia usar. 

Peguei o celular, 19h04m. Meu pai provavelmente estava me dando seus cinco minutos de tolerância antes de me chamar. Fui para o corredor, constatando que ele já tinha descido e corri – o mais rápido que aqueles saltos me permitiam – para a escada. 

— Hann...

— Tô aqui! Tô aqui! – gritei, diminuindo o ritmo ao começar a descer.

— Graças a Deus. – ouvi meu pai murmurar. Ele era um cara durão, mas enquanto pudesse evitar conflitos ele evitava. E eu adorava isso nele. Mesmo eu sendo totalmente o oposto. Procurei por Harry e o encontrei, esperando por mim ao pé da escada.

Demorei alguns segundos para registrar sua aparência gloriosa. Na verdade, eu queria parar ali mesmo, no meio da escada e tirar uma foto dele para mim.
Ele usava uma camisa de botão branca com listras discretas, uma calça escura justa, seus sapatos claros e um chapéu preto. Meu cérebro não parava de perguntar: por que mesmo que a gente tem que sair de casa?

— Você está linda.

— Tive um incentivo. – falei, abrindo um sorriso para ele.

— Tudo bem, está todo mundo bem arrumado. Vamos logo. Sem mais atrasos. – é, pai, valeu por cortar o clima. 

— Que embrulho é esse pai?

— Um presente, oras.

— E você escolheu? Sozinho? – o que foi que eu perdi? Além da noção do tempo quando eu tô com Harry? Sempre sou eu quem escolhe o que levar. E agora essa. Espero que meu pai não esteja dando mole para aquela velha fofoqueira, ou ele vai se ver comigo! Ah vai!

— É só uma coisa da loja, que eu achei que ela pudesse gostar. Vamos logo. – disse ele, nos empurrando para fora de casa.

Antes de chegar à casa de Margot – que ficava umas quatro casas adiante -, dei a Harry um par de óculos sem grau para usar. Não queria de jeito nenhum que ele fosse a atração da festa. Nem que pra isso tivesse que transformá-lo em um abajur. Ele arqueou uma sobrancelha pra mim, mas colocou os óculos sem fazer perguntas.
Tocamos a campainha e um minuto depois fomos recebidos pela adorável – e insuportável – neta de Margot. Rebecca.

###The evil twins###

 

— Senhor Laurent! Que bom que veio! – irritante! Rebecca era daquele tipo de garota que estava sempre parecendo feliz, para quem não a conhecia de verdade, claro. 

— Como vai Becca? Desculpe o atraso! – nessas horas queria que o meu pai não fosse tão simpático com todo mundo.

— Chegaram bem na hora! Vamos, entrem... Oi, Hannah... – queria poder esfregar aquela  cara de desprezo fingida dela na parede, só isso. – E... Você... Eu não conheço.

— Esse é um primo de Rachel, que está hospedado em nossa casa. – ai pai...

— Rachel... – era óbvio que ela ia fingir não se lembrar quem é Rachel, aquela metida.

— É, da Rachel. Vamos entrar logo? – peguei na mão de Harry e fugi dali o mais rápido possível. Meu pai estava entre amigos e vizinhos, logo não precisaria de mim tão cedo. 

— É impressão minha, ou você não gosta da Becca?

— Qual é Harry? – respira Hannah. – Acho que já deu pra notar. Vamos só ficar na nossa e escapar assim que der, ok?

— Acho uma ótima ideia. – estava puta da vida com ele, com essa droga de festa e tudo o mais, mas não consegui me manter séria por muito tempo. Não com ele sendo fofo assim comigo.

— Tudo bem... Opa, petiscos! – finalmente uma bandeja a vista. Pensei que morreria de fome antes de sair daqui. Bom, ao menos esse era o meu plano, mesmo que meu pai fosse chiar muito mais tarde.

— Eu já disse que você está linda hoje? – falou ele, enquanto eu engolia um tira-gosto de camarão. Eu AMO camarão. Muito.

— Acho que não senhor Styles, não me lembro, mas sempre é bom ouvir...

— Você está, incrivelmente linda hoje Hannah Laurent.

— Posso dizer o mesmo de você.

— Assim fico envergonhado.

Ri alto e o puxei para mais perto. Estávamos de pé junto à porta que dava para a piscina na casa de Margot. Pouca gente circulava por ali e eu estava me saindo muito bem na tarefa de manter Harry só pra mim. Mas, como dizem: tudo que é bom dura pouco. Meu pai fez questão de me achar e insistiu em me arrastar para ver umas pessoas que, segundo ele, me viram quando eu era apenas um bebê e das quais eu nunca tinha ouvido falar.
Fiquei indecisa entre: me separar de Harry ou ter que explicar para todo mundo quem ele era. Juro que tive que segurar uma lágrima, quando resolvi por me afastar dele, mesmo que por pouco tempo.

— Você não sai daqui! Pelo amor de Deus! Sério! – adverti ele.

— Aonde mais eu iria sem você baby? – ele estava achando graça da situação, mas se eu voltasse e não o encontrasse, não sei o que seria do meu pobre coração.

— Acho bom. Não demoro.

Saí batendo o pé, com meu pai me arrastando e totalmente sem saco para socializar com estranhos, mas... Não tive muita opção.

Dez minutos de: "nossa, como você cresceu", "mas está tão linda", "e os namorados", "mas está tão magrinha", depois, foram o bastante para meu pai enfim me liberar. Aquela festa mal tinha começado e eu já dava tudo pra ir embora. Estava inquieta e com um mau pressentimento, coisa que raramente acontecia. Avistei Margot do outro lado da sala – espaçosa e decorada com o tema da festa: morangos – e avisei papai que iria cumprimentá-la. Para mim, quanto mais rápido eu deixasse que me vissem, poderia dizer ao meu pai que cumpri minhas obrigações e sair dali.

— Dona Margot. Boa noite. – chamei a atenção dela, que conversava com um casal mais jovem.

— Queriiida! Você está tão bonita. – disse ela, apertando minha bochecha. Ouch.

— A senhora também. E a sua casa, está linda. Meus parabéns, aliás, pelo aniversário. – é, essa sou eu, simpática e que ainda não aprendeu a dar parabéns de forma educada e formal.

— Muito obrigada, querida! – ela me apertou num abraço tão forte, que senti todas as minhas costelas estalarem de uma vez só.

— Não tem de quê. – respondi, sem ar.

— E onde está Mark? Ainda não o vi hoje. – se dependesse de mim, não veria nunca.

— Hã... Meu pai estava por aqui, mas não sei...

— Oh, já o vi! Vou até lá. Divirta-se Hannie. Mais tarde nos falamos. As crianças estão lá pela piscina, vá falar com eles!

— Tá bom. – crianças. Hum. Malditas sejam... Espera. Ela disse "piscina"? Ah, puta merda!

Corri até o lugar em que estava com Harry minutos atrás, e como eu suspeitava, ele não estava lá. Pensei que ia desmaiar, quando virei de repente e dei de cara em um peitoral musculoso e braços fortes me ampararam.

— Desc... Ah, é você. – tudo que eu precisava: Dom.

— Também tô feliz em te ver Hannah.

— Não posso dizer o mesmo. – puxei meus braços do aperto dele e ia me virando para procurar Harry, quando Dom entrou na minha frente.

— Hey! Calma! Aonde vai com essa pressa? – disse ele, me puxando pela mão em sua direção.
— Dom! Me larga, tá bom?

— Hannah. Me escuta, só um minuto. Por favor? – ah Deus, não era nem pra eu olhar pra cara dele, quanto mais escutar.

— Fala, o que você quer? – disse, já sabendo que iria me arrepender disso.

— Olha, essa festa tá um saco... 

— Nisso eu preciso concordar com você.

— Então, que tal se a gente fosse curtir outro lugar?

— O quê? – você é maluco? Era o que na verdade eu queria dizer.

— Hannah... Vamos? – ele estava sendo doce e tocou uma mecha do meu cabelo. Como se eu fosse cair nessa. Um ano atrás, talvez, mas hoje só se ele soubesse fazer lavagem cerebral.
— Fala sério, Dom. Tenho mais o que fazer...

As cenas a seguir foram dignas de um filme, pelo menos na minha cabeça, e um filme de terror para piorar. Dei as costas a Dom, decidida a sair dali e quando olho para o outro lado da piscina, vejo Harry, conversando com a vaca da Rebecca. Cheio de sorrisos. E ele segurando a mão dela! Mas que p... Mal tive tempo de concluir minha indignação mental, antes que Dom me agarrasse e beijasse, na frente de todo mundo. 

Não, não, não... Dizia minha mente, mas ele era mais forte que eu e ainda me pegou de surpresa. Primeiro tentei empurrá-lo, e, não conseguindo, ia apelar para medidas mais drásticas, mas no mesmo segundo que pensei em agir, senti como se ele fosse arrancado de mim. Vi quando Harry o agarrou pelo casaco e acertou um soco em cheio no seu maxilar, fazendo-o cair no chão.

— Eu te avisei para ficar longe dela! – gritou ele.

— Você não sabe a merda que fez cara... – gritou Dom de volta, com a mão no queixo provavelmente dolorido.

— É mesmo? – zombou Harry.

— Pode apostar. – Dom pulou para cima dele e tentou acertar um soco em sua barriga, quando Harry desviou e eu fiquei sem ação assistindo aquela cena. Queria poder gritar por Harry, mas ao mesmo tempo queria que eles parassem com aquilo. Tentei me aproximar e não consegui sequer encostar.

Os dois começaram a brigar, de verdade, e o inevitável aconteceu. Acabaram caindo de roupa e tudo na piscina de Margot, chamando a atenção de todos na festa.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "I Swear I'll Behave" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.