The Wave Girl escrita por Miah


Capítulo 3
Serpentes cuspidoras de fogo não tem bom hálito


Notas iniciais do capítulo

Bom dia, boa tarde, boa noite ou até mesmo boa madrugada kkk
Além de desejar uma boa leitura a todos, venho aqui dizer que vai aparecer alguns "monstros" que não são específicos da mitologia grega e sim coisa da minha cabeça kkkk



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Já estava entrando nos eixos do acampamento. Treinava, almoçava tinha varias atividades bem bacanas. Mas nada de meu pai me determinar, o que estava me deixando cabisbaixa, será que eu não era tão importante assim?
Eu passava a maior parte dos dias que se passaram com Percy, eu gostava muito da presença dele. Ele era o irmão mais velho que eu nunca tive. Tínhamos uma sintonia boa.
Estávamos treinando perto do lago. Estava melhorando muito no quesito “espadas”
— Você tem potencial de uma filha de Ares – falou Percy quando nossas espadas se colidiram.
— O Deus da Guerra? Bem não sei, mas acho um pouco improvável – respondi, fazendo um giro e o acertando por trás.
— É difícil achar seu progenitor, pode ser qualquer um – falou Percy se esquivando de um dos meus golpes.
— Eu ainda acho maluquice eu ser filha de um Deus.
— Foi a mesma coisa que aconteceu comigo – enquanto ele falou, o chutei e ele caiu direto no lago. – ah, você não devia ter feito isso. Eu não vou ser leviano agora.
De repente as águas do lago, se levantaram fazendo enormes ondas. Ondas que em segundos partiram pra cima de mim. A única coisa que eu pude pensar foi Pare!. Fechei os olhos esperando ser encharcada, mas não aconteceu nada. Abri os olhos novamente, na minha frente estava uma barreira feita de água que terminou com as ondas de Percy. A reação de Percy era o meu semblante, espanto.
— Co-como fez isso? – perguntou Percy chocado.
— Eu só pensei em parar. Isso é ruim? – perguntei nervosamente.
— Não sei. A não ser que... – cada vez o choque se espalhava pelo seu rosto.
— Que o que?
— Annabeth, ANNABETH! – gritou Percy.
Annabeth veio correndo em nossa direção, toda afobada. Ela viu a reação de Percy e percebi a preocupação se espalhando pelo seu rosto.
— O que ouve Percy? – perguntou
— Ela... água... pare – Não dava pra entender o que ele falava.
— Como assim? – falou Annabeth com a mesma reação de todos.
— Ela... água... controla... minha onda... pare – Percy não conseguia formar uma frase, parecia que estava tendo um curto circuito.
— Meus Deuses, agora eu entendi – falou ela apontando pra cima.
Acima de mim havia um holograma de luz verde, girando e cintilando. Uma lança de três pontas: Um Tridente.
— Isso não é bom, por um lado, seu pai... – falou Percy abismado.
— Ela esta determinada – disse Annabeth, enquanto alguns campistas chegavam mais perto pra ver o que estava acontecendo.
— Como assim, meu pai? – olhei pra cima pra ver o holograma, mas ele já estava desaparecendo.
De repente Quíron aparece trotando junto com alguns campistas. Ele olha para o holograma, e fica surpreso então olha par mim.
— Poseidon – todos os campistas começaram a ajoelhar, como assim? - Senhor dos Terremotos. Portador das Tempestades. Pai dos Cavalos. Salve Alicia Greyes, Filha do Deus do Mar.
Como assim Deus do Mar? Então era meu pai controlando aquela tempestade? Meu pai matou minha própria mãe, como ele pode fazer isso? Então eu era filha de um assassino.
— Que? – falei abismada – meu pai é quem controla os oceanos? El-ele foi o causador da morte da minha mãe – lagrimas começaram a cair do meu rosto.
Ninguém me respondeu. Todos tentaram evitar o meu olhar. Percy me segurou pelos ombros e me levou para meu novo chalé. O chalé 3.
Fiquei sentada em uma cama, enquanto Percy se sentou em outra eu estava perplexa com tudo que tinha acontecido. Lagrimas caiam, lagrima de raiva, decepção.
— Não chora. Eu não sei qual foi o motivo de meu pai, quer dizer, nosso pai fazer isso. Não é do feitio dele. – falou Percy tentando me consolar.
— Não é do feitio dele? Acho que você esta enganado. Ele matou minha mãe, destruiu o que eu mais amava. Ele é um monstro.
— Não vou te julgar, se eu tivesse no seu lugar pensaria a mesma coisa. – falou Percy se sentado do meu lado – mais eu vou adorar ter uma irmã.
Nunca tive um irmão, mas desde que cheguei ao acampamento considerei Percy um.
— Seus olhos! – disse Percy espantado.
— O que foi? O que têm eles? – falei colocando minhas mãos neles.
— Eles estão mudando de cor instantaneamente, de verde, azul, azul escuro...
— Ahn? Sério? Minha mãe sempre dizia que meus olhos ficavam como o mar se encontrava.... mas realmente nunca dei bola pra isso.
— Eles estão mudando muito rápido, é estranho. Me lembra quando vi Afrodite e como sua aparência mudava pra se encaixar no que eu achava “belo” é mais ou menos o que acontece com seus olhos.
Levantei-me e olhei para meus olhos em um pequeno espelho que tinha no bolso. Eles realmente estavam mudando e estavam com uma expressão assustada. Estava mirando em um deus do rock que gostava de passeios em família e que não mandasse tempestades para matar a mãe de sua filha, mas não acertei logo um dos 3 grandes e justo o que fez isso mesmo, droga Alice!
— Sabe eu realmente acho isso uma doideira... – comentou Percy com as mãos na cabeça -... e olha que eu já tenho a minha carga de coisas doidas. Mas não vejo Poseidon tentando matar sua própria filha.
— Mas foi o que aconteceu, era pra ser uma viagem em família, todos nós, minha mãe, os rapazes que eram empregados já que como nosso barco era de um modelo antigo participávamos de festivais – era tão bom relembrar, todas aquelas sensações por um momento me levaram pra longe. – ...tinha crianças lá, amigos que eu fiz.... todos morreram! Todos! E sim Percy eu vejo isso como assassinato.
Realmente eu entendia a expressão dele de confusão. Porem existia provas e era difícil contra-argumentar sobre isso. Possivelmente corpos boiando no Oceano Atlântico e com esse sombrio pensamento tive uma ideia.
— Percy! Percy! PERCY! – gritei, como não havia pensado nisso nas últimas semanas que estava aqui?
— O que foi Alice?
— O naufrágio, aconteceu a pouco tempo.... não sei porque isso nem sequer passou na minha cabeça nos últimos dias. Eles podem ter sido encontrados, quem sabe, podem estar vivos!!! – a simples ideia de abraçar a minha mãe já me enchia de felicidade – como pude ser tão tola?
— Realmente não sei Alice!
— Como não? Deve ter algum jornal falando sobre, alguma matéria na internet!
— Annabeth pesquisou sobre o naufrágio assim que você chegou... – ele evitava meu olhar, algo não estava certo -... só que não achou nada, nenhuma reportagem, manchete. Nada! Ela até mesmo achou que você estava delirando naquele momento, que tivesse batido a cabeça ou algo do tipo.
Todo meu entusiasmo se desmoronou. Foi realmente rápido, um momento de felicidade e logo em seguida uma verdade cruel batendo na porta. Frágeis esperanças, totalmente despedaçadas.
Como não haveria uma manchete? Eu estava lá, eu vi absolutamente tudo que aconteceu, as ondas, o desespero e logo em seguida o mar consumindo o navio inteiro, eu me separando de minha mãe..... e a escuridão e puf, estava na beirada da água cheia de algas em mim. Como isso poderia ser fruto da minha imaginação?
— Eu realmente não entendo.... – murmurei
— Acho que é melhor você descansar, essa noticia foi um “banque” e eu vou falar com o Quíron sobre alguma informação a respeito da tragédia.
Percy saiu e eu fiquei lá deitada em uma das camas de lençóis azul. Olhava pro teto e tentava relacionar tudo que aconteceu. Ser filha de Poseidon, a morte de minha mãe, a tempestade, a falta de informações..... faltava uma coisa ali que completasse o quebra cabeça da minha vida.
Depois de um tempo que eu devo ter até adormecido resolvi sair e notei que já estava anoitecendo, alguns campistas estavam conversando, outros como no chalé de Ares, estavam em uma discussão calorosa.... apesar de toda a motivação do “você não está sozinha, somos uma família” eu me sentia sozinha como nunca. Meu mundo virou de ponta cabeça e eu já não sabia mais no que acreditar, o que me faltava era minha mãe.... a doçura, a sabedoria..... ela saberia o que fazer agora. Em todas as enrascadas, que na maior parte ela mesma entrava, pequenos roubos, confusões em festivais, brigas no convés ela sabia ser o intermediário. Sabia ser a líder, sabia qual o caminho mais estável para seguir e eu sempre a admirei.
Quando vi tinha me dirigido para onde a poucas semanas atrás estava caída, como se tivesse caído do céu ou submergido das águas.
O pôr do sol era bonito de se ver, entendia o porque de Percy gostar de ficar ali, era tranqüilizante meio que clareava os pensamento. Então eu vi, um homem sentado a uma distancia de mim, usava uma camisa florida e bermuda alem de um chapéu de pesca, seu semblante era o reflexo dá água ao qual fixava o olhar, estava com uma vara de pesca.
— Caraminholas na cabeça? – perguntou me assustando.
— Acho que sim... – disse me aproximando devagar – quem é o senhor?
— Só uma simples pessoa que gosta de pescar e contemplar a água. – ele olhou pra mim, então finalmente pude ver melhor seu rosto. Sua pele era de um bronzeado escuro, seus olhos no mais brilhante verde-mar rodeados de rugas. – gostaria de me acompanhar?
— Claro – respondi, sentando-me do seu lado.
— Então o que está lhe afligindo..? sinto que está preocupada com algo? – perguntou depois de um tempo.
— Minha vida virou de cabeça para baixo. Descobri que meu próprio “pai” foi o motivo da morte de minha mãe....
— Entendi... – disse com um suspiro – sabe Alice, a morte é algo difícil a todos, mas faz parte do ciclo. Você nasce, você cresce e você morre. Sua mãe foi uma grande mulher, embora tendo algumas transgressões – disse com uma risadinha – mas sim uma grande mulher! O que eu quero lhe dizer, é que o que está lhe incomodando, essas dúvidas são compreensivas. Talvez a tragédia fosse inevitável ou melhor ela estava no lugar errado e na hora errada. Eu realmente sinto muito por isso!
— Está me dizendo que pode haver mais coisas naquele naufrágio?
— É exatamente isso que estou falando.
— Entendi....- ao longe escutei alguém gritar meu nome - Foi muito bom conversar com o senhor, clareou muito minha mente – antes de me ir, percebi uma coisa – perai, como você sabia sobre o naufrágio e o meu nome?
Quando me virei não havia mais ninguém lá só a brisa do mar. Ele então veio, com uma forma de se desculpar.... e me mostrar que havia um outro lado da história que eu não sabia. Isso tudo me confundia mais, muito mais.
Voltei correndo para o acampamento ainda com o encontro na cabeça. Ao chegar percebo o porque da confusão e barulho que eu havia escutado ao longe.
Duas, DUAS serpentes gigantescas estavam no centro do acampamento fazendo a maior confusão, alguns campistas estavam apavorados, outros corriam de um lado para o outro, alguns atiravam flechas nas serpentes, mas sua pele era resistente para flechas e parecia até derreter suas pontas. E o pior não era isso, o pior ERA QUE ELAS GUSPIAM FOGO.
No centro estava Percy usando a água pra tentar conter o avanço das serpentes do mal, fui correndo até ele.
— Pelos Deuses Alice!! Onde se meteu, jurei que havia sido queimada – disse ele.
— O que é isso?
— Não faço ideiaa. Apareceu do nada, conseguiu ultrapassar a barreira – esquivamso de uma guspida de fogo que acertou um chalé atras de nós. – e nosso chalé foi o primeiro a ser todo queimado.
Olhei ao redor vários dos chalés já estavam em chamas e quem não estava lutando com as serpentes ou correndo como uma mosca tonta, tentava apagar o fogo.
— Eu não entendo...
— Não tem como entender mesmo – falou Annabeth correndo até nós, seu cabelo nas pontas parecia chamuscado – não tenho noção de que ser é esse. Mas acho que vocês dois podem detê-lo.
— Como? – perguntou Percy.
— Fogo e água... dãh – disse Annabeth – dois filhos de Poseidon devem conseguir.
Olhei para Percy, não fazia ideia de como vencer serpentes gigantes de fogo ou melhor, conjurar os poderes de meu pai. O olhar de Percy demonstrava confiança, segui aquela linha e busquei lá no fundo.... algo que sempre esteve em mim. Me conectei àquela sensação e com um estampido ao nosso redor, todos os encanamentos dos chalés apontavam para serpentes, e jatos fortes de água surgiam deles, aos poucos elas foram ficando mais fracas
A água meio que acabou com qualquer resquício de vida delas ao chegar mais perto dava pra sentir o vapor quente que dali emanava, uma delas estava ainda com a boca aberta e não era uma visão nada bonita.
— Espera aí, tem algo na língua desta aqui – exclamou Annabeth.
E realmente estava escrito em grego antigo, não me pergunte como eu sabia ler mais estava escrito: Morte a filha de Poseidon.


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Notas finais do capítulo

Beijinhos e até o próximo capítulo!!



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