Casa dos Jogos escrita por Metal_Will


Capítulo 28
Capítulo 28 - Criados


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente! Desculpe a demora (essa semana estava mais envolvido com o término da primeira temporada da minha outra fic)

Agora minhas histórias tem capa! Haha! Achei que esse desenho envolvendo máscaras e jogos ficaria legal. Os naipes de baralho representam o jogo e as máscaras lembram o ambiente..todo envolto em mistério e intrigas (não sou muito bom com imagens, mas até que ficou bonitinho)

Boa leitura



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Capítulo 28 - Criados

  Resumo dos útlimos acontecimentos: estamos no Jogo das Dez Virgens. Eu, Alan da Silva, como um dos azarados que não possui uma das Rosas da Vitória, item necessário para entrar na Porta da Vitória, condição necessária para vencer o jogo, preciso comprar uma dessas rosas de um dos criados da casa. O problema é que não encontrávamos os criados em lugar nenhum. Nossa ideia foi procurar no terceiro andar, local que não tínhamos acesso até então. Parece que agora a porta para esse andar estava liberada, mas parece que chegamos atrasados.

— Tsc. Não tem jeito...vamos subir - disse Max, correndo na minha frente.

— Tudo bem - comentei, também correndo ao lado dele, embora nem eu e nem Max fossemos muito bons nisso - Mesmo que seja um grupo só, não é possível que todas as quatro rosas tenham acabado, não é?

— Você é bem otimista - ele disse sem olhar nos meus olhos. Mais tarde, eu entenderia que Max foi delicado em me chamar de otimista. Meu comentário foi ingênuo mesmo...vocês entenderão logo.

"Deu certo", pensou Yumi, que estava escondida em seu quarto olhando o movimento. Num momento como esse? Sim...a explicação segue abaixo.

* Flashback da Yumi *

— Tenho um palpite - comentou Eva, enquanto corria junto com a parceira - Lembra que no segundo andar, no fim do corredor dos quartos, tem duas portas das quais não tínhamos acesso?

— Sim - respondeu a japinha - Você acha que elas tem alguma coisa a ver com esse jogo?

— Tenho quase certeza que sim. Pense comigo...os criados dessa casa sempre estão por aí, espalhados, mas agora eles sumiram. Não acho que se esconderiam em nossos quartos, mesmo que tenham cópias das chaves. Imagino que estejam todos reunidos em um lugar só...provavelmente nesse outro andar.

— Será?

— Essa casa é muito grande. Quando cheguei aqui e vi de fora, imaginei que tivesse uns quatro andares. É provável que tenha ainda mais cômodos ocultos. Isso aqui é quase um castelo.

— Mas...temos duas portas, uma em cada extremo do corredor, pode ser qualquer uma?

— Não. Também um palpite em relação a isso. Na parte de cima de cada porta, tem um pequeno enfeite de anjinho, não sei se você reparou.

— S-Sim. Agora que você falou...estou lembrada.

— Em uma delas o anjinho é prateado e na outra é dourado. O que costuma ser mais valioso?

— O dourado?

— Isso mesmo. Ouro é superior à prata. Mas é provável que coloquem o contrário só para enganar a gente...tudo bem, eu tenho uma ideia.

— Qual?

As duas chegam ao segundo andar e param. Giovani e Aline passam correndo, atrapalhados, no meio delas. Ninguém fala nada e continuam procurando nos quartos.

— Heh! Como eu imaginava...todos continuam procurando nos quartos.

— Qual a sua ideia, Eva? - perguntou Yumi.

— Vá para o outro lado que tem o anjinho prateado. Se você subir e ver que não tem nada demais do outro lado da porta, saia imediatamente, mas deixe a porta aberta.

— Deixar aberta?

— Sim. Os outros grupos vão achar que a porta é verdadeira, como se tivéssemos esquecido ela aberta na correria. Não se preocupe, todos ainda estão vendo nos quartos. Você falou que é uma boa corredora, não falou?

— Sim. Eu treino corrido aos fins de semana.

— Ótimo. Esse é o nosso trunfo. Farei o mesmo se a minha porta não tiver nada. Caso as duas levem ao mesmo lugar, nos encontramos lá em cima.

— E os outros grupos?

— Todos estão vendo os quartos. Mesmo o grupo de Max Demian. Estamos em vantagem.

— C-Certo.

* Fim do flashback *

E foi isso. Nós havíamos entrado na porta do anjinho prateado, com uma escada relativamente alta, que nos levou a uma simples parede com um relevo de anjinho. Nada demais.

— Não tem nada aqui - falei.

— Tsc. Pegamos a porta errada. Tem outra porta do outro lado.

— A pessoa que entrou aqui deve ter se deparado com isso também.

— Sim. Só que...já estamos muito atrasados.

— Tanto assim? Nem sabemos se os criados realmente estão lá em cima!

— Só podem estar lá. Se a outra porta realmente é a certa..

Ele parecia estar tenso. Enquanto isso, Yumi correu e se encontrou com Eva no andar de cima. Sim. A porta com o anjinho dourado era a certa.

— Encontrei. Eles estão aqui - disse Eva, de modo confiante.

De fato, os catorze criados estavam lá. Era uma sala grande, com um tapete, um quadro da santa ceia na parede e pouca iluminação. Era um cenário bastante luxuoso, assim como o restante da casa. Os catorze mascarados estavam sentados em cadeiras, todos de frente para quem chegasse. Sete homens e sete mulheres. Todos aparentemente tranquilos e sentados de pernas cruzadas. Um deles cumprimentou Eva.

— Senhorita Eva...parece ter sido a primeira a chegar aqui, não é?

— Pois é - ela concordou - Mas...vocês não se esconderam tão bem assim.

— Uuhuhuhuhu. Escondidos? Estamos apenas reunidos num único lugar. Nunca tivemos a intenção de nos esconder. Criados também podem se reunir não acham? - ele ironizou.

— É muito cinismo - ela respondeu - Mas chega de conversa....quem de vocês é o vendedor de rosas?

— Algum de nós - o porta-voz respondeu.

— Isso nós sabemos - Eva bronqueou - Queremos saber quem é!

— Ora, senhorita Eva - ele continuava - A senhorita não sabe mesmo?

Pelo visto era inútil perguntar diretamente. Ela teria que adivinhar. Adivinhar? Não era exatamente o forte naquela casa. Sempre tinha alguma coisa nas entrelinhas.

— Vamos ter que chutar o criado? - perguntou Yumi.

— É claro que não - respondeu a magrinha, olhando atentamente para a fileira de empregados na sua frente - Você lembra do primeiro jogo?

— Qual? Aquele dos chapeus?

— Sim.

— Lembrar eu lembro...mas naquela ocasião a gente tinha pelo menos uma pista. Agora não temos nada.

— Será que não?

— Hmm...não sei como podemos descobrir quem é o certo...a não ser perguntar um por um.

— Perguntar um por um - repetiu o criado porta-voz, sem disfarçar o riso - Pode ser uma boa ideia...se vocês tiverem tempo para tanto e confiar mesmo na gente...uhuhuuh

— Tsc. Ele tem razão...não temos tempo e não sabemos se todos falam a verdade ou não - lembrou Yumi.

— Deve ter uma pista...em algum lugar dessa sala...

— Hmmm...não imagino o que possa ser - disse Yumi, intrigada.

Eva observava mais uma vez os mascarados a sua frente, estala os dedos e sorri.

— Já sei.

Nisso, Giovani e Aline continuavam a procurar, até serem chamados pro Valéria.

— Vi Max Demian e Alan correndo para o outro lado...e vocês? Acharam alguma coisa?

— Íamos ver nessa porta aqui - disse Giovani, apontando para a porta de anjinho prateado que deixamos aberta - Parece que liberaram a passagem para o andar de cima

— Sério? E o que estão esperando? Vejam logo o que tem lá em cima! - falou Alípio.

Mas quando os três chegam lá, dão de cara com a mesma parede.

— Merda! - reclamou Giovani - Deve ser a do outro lado.

— Você disse que Max e Alan indo para o outro lado - comentou Aline - Aquela deve ser a certa.

— Vamos logo para lá! - bronqueou Valéria.

No andar de baixo, Natália e Perla continuavam procurando. Natália tentava evitar ao máximo olhar para Perla, mas a bela negra de olhos verdes não parecia querer levar ao lado pessoal.

— Acho que não tem nada aqui embaixo mesmo - ela comentou.

— É...acho que não - disse Natália timidamente, sentando-se no sofá.

— É...talvez eles tenham encontrado alguma coisa lá em cima - disse Perla - Aqui embaixo não tem nada mesmo.

— É - disse Natália, olhando para o horizonte.

— Ei, não precisa ficar nervosa - disse Perla - Estamos em equipes diferentes, mas isso não quer dizer que precisamos ser inimigas. Não precisa levar para o lado pessoal

Natália ficou ainda mais tensa.

— Não, não, imagina - ela falou - É que...eu sou assim mesmo. Nunca fui de falar muito.

— É. Eu vejo. Nem com o Max?

— Hã? - Natália ficou muito vermelha.

— Sabe...ele parece ser bem interessante.

— C-Claro que ele é uma ótima pessoa, mas...eu não sei muito sobre ele - Natália respondeu, totalmente envergonhada.

— Calma, não precisa ficar tão vermelha - disse Perla, sorrindo.

— Eu estou vermelha? Impressão sua.

— Que bonitinha...hihi - comentou Perla - Você não se sente estranha numa equipe só de homens?

— P-Por que me sentiria?

— Não sei...eu, pelo menos, não confiaria neles.

— Como assim? - disse Natália, incomodada - Tenho um contrato com eles.

— Eu sei. O contrato que todos fizemos, né? Se não fosse por isso, até te chamava para fazer parte da nossa equipe.

— Por favor, pare! Gosto da equipe em que estou! Podemos mudar de assunto?

— Desculpe...não quis te deixar incomodada...

— E você? - perguntou Natália, sem olhar nos olhos dela - Não se sente incomodada de estar na equipe da Eva? Ela não parece ser a pessoa mais confiável do mundo e...

— Não poderia estar numa equipe melhor - disse Perla, com convicção.

— Hã? - estranhou Natália.

— Eva é o tipo de pessoa que realmente tem chances de vencer essa casa...porque ela sabe como as pessoas pensam...e entende bem a natureza humana.

— Hã? - Natália continuou sem entender.

— Ela é psicóloga. Se alguém sabe como prever o comportamento das pessoas, é ela. E nesses jogos...manipulação é a palavra.

—Manipulação?

— Sim. Pessoas sempre agem de acordo com algum interesse, algum objetivo. Eva compreende bem isso e usa isso a nosso favor. Ela tem tudo para vencer.

— Desculpe - disse Natália, ainda um pouco temerosa - Mas eu acho ela meio fria...parece que ela só vê as pessoas como objetos. Sei lá. Talvez por ser psicóloga, ela tenha banalizado demais os sentimentos das pessoas.

— Sentimentos? Haha! Você é mesmo uma gracinha, sabia?

 Natália faz uma cara de estranhamento novamente.


— Você precisa crescer, neném. Nessa vida, ninguém é bonzinho com ninguém. Você tem uma quedinha pelo Max Demian...mas...será que ele seria bonzinho com você se não fosse o contrato?

— Eu não tenho queda por ninguém - disse Natália, vermelha.

— Heh...Tá, tá bom, mas lembre-se sempre do que eu falei. Essa Casa dos Jogos pode ser uma coisa boa para te deixar mais esperta para a vida.

Natália não fala mais nada. Ela não simpatizava com o jeito de Eva e Perla pensarem. Tudo ali dentro era um jogo e mesmo Max tinha que usar as pessoas como objetos se quisesse vencer. Mas...era muito estranho. Natália começa a refletir mais sobre o que os organizadores daquela casa queriam. Enquanto isso, Max e eu finalmente chegamos ao final das escadas. Mas Yumi nos recepciona.

— Que pena...chegaram atrasados - disse a japonesinha, sorrindo.

— O quê? Mas já? - lamentei.

— Talvez se tivessem chegado um segundo atrás - disse Eva, virando para trás ao terminar de falar - Mas...eu acabei de comprar as rosas.

— Droga! Chegamos tarde! - disse Max, tenso.

— Até que foi rápido descobrir quem é o verdadeiro vendedor - disse a psicóloga - Todos estavam sentados, de pernas cruzadas, mas...todos estavam com a perna direita por cima, menos um. Ele estava com a perna esquerda por cima.

— Heh! Típico dessa casa - comentou Max.

— Mas tudo bem, sabemos quem é o vendedor! - exclamei, afoito - Ele deve ter pelo menos mais uma rosa, não é? - perguntei, inocentemente, esperançoso.

— Infelizmente não - respondeu o criado vendedor que havia acabado de transferir as rosas para Eva.

— O que? - estranhei.

— Senhorita Eva comprou todas as quatro rosas à venda por vinte créditos

— Todas?! - repeti, já suando frio.

Olhei para Eva, que sorri maquiavelicamente para mim. Sim. Agora realmente estávamos nas mãos dela...


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