Casa dos Jogos escrita por Metal_Will


Capítulo 16
Capítulo 16 - Eliminações




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Capítulo 16 - Eliminações

    - Já sabe o que aconteceu? - perguntou Erivaldo - Então conta aí

    - Bem...posso adiantar o mais evidente. O grupo de Alípio se aliou ao grupo das meninas - disse Max, com as mãos no bolso e ainda com um sorriso.

    - É. Isso deu pra perceber - comentou nosso outro animado parceiro.

    - E também já posso ter uma ideia clara da configuração desse jogo - continuava Demian - Mas falamos disso amanhã, quando Alan estiver com a gente. Por enquanto, vamos dormir e descansar bem. Não podemos fazer nada por enquanto.

    - Mas vai deixar a gente na curiosidade? - insistia Erivaldo.

  - Relaxem. Vamos ter muito tempo para discutir isso - dizia Max, se esquivando das cobranças do parceiro.

    - Bem, meus queridos - Pitre chamou a atenção de todos - A rodada de hoje termina por aqui. Amanhã, todos os sobreviventes se encontram aqui no mesmo horário. Tenham uma boa noite

    - Bom - dizia Demian, já saindo de cena com as mãos no bolso - Se encontrem comigo amanhã no meu quarto ás dez. Chamarei Alan também

    - T-Tá - concordou Natália.

    - Será que fizemos a escolha certa? - perguntou Aline

    - Era a opção mais vantajosa para a gente. Além disso, o grupo de Demian também é nosso adversário e bem forte, aliás. Ele parece ser bem esperto - comentou Alípio.

    - De qualquer forma ele já está fora das rodadas da cidade - disse Giovani - Não precisamos mais esquentar a cabeça com ele

    - Ele está, mas não os parceiros dele. Ele ainda pode conversar com todos por fora. Assim como a Eva, que também está eliminada, mas tem todas as comparsas aqui dentro - continuou Alípio.

    - Falando da gente? - Perla chegou, de mansinho.

    Os membros do grupo de Alípio ficam em silêncio. Sim. Até Aline fica quieta.

    - Bem - Alípio é o primeiro a se pronunciar - Fizemos o que vocês queriam, não é? Demian foi eliminado.

    - Muito bem - disse Perla, com um sorriso - Esperamos contar com a ajuda de vocês até o fim do jogo.

    - Veremos.

    - Boa noite - ela terminou, com um sorriso e via embora junto com as outras duas.

    - Acho que devemos ir dormir também - disse Alípio - Amanhã conversamos mais.

    - Certo - concordou Valéria.

    Todos se recolhem. No dia seguinte, Demian me encontra no café da manhã e pede que eu vá ao quarto dele para uma reunião, ás dez horas. Sem muita demora, já podia me encontrar nos aposentos de Max, onde Natália já estava presente.

    - Oi - cumprimentei-a educadamente.

    - Oi - ela correspondeu, timidamente. Ainda não se sentia muito à vontade comigo.

    - E o Erivaldo? - perguntou Max, enquanto andava pelo quarto de um lado para o outro.

    - Já devia estar subindo...ainda estava lá embaixo da última vez que o vi - comentei.

    - Certo...vou dar uma procurada por ele. Eu já volto - Max saiu, calmamente. Estava sozinho com Natália. Ela não parecia estar muito à vontade. O silêncio é um tanto constrangedor, então, após uns dez segundos de silêncio, resolvi puxar assunto.

    - E então...o que está achando da casa? - perguntei simpaticamente.

    - Bem - ela respondeu, sem olhar nos meus olhos - É tudo muito confortável, mas...esses jogos...são muito estranhos.

    - Eu também acho...não sei como ainda estou aqui.

    - Na verdade - ela continuava, parecendo finalmente estar iniciando um diálogo - Também não sei se vou durar muito tempo.

    - Hã?

    - Nesses jogos você tem que saber lidar bem com pessoas...eu...eu não sou muito boa nisso.

    - Bem, se serve de consolo, eu sou péssimo nisso, também. Hehe - disse, meio sem-graça - Ainda bem que o Max está aqui para ajudar a gente.

    - É verdade...ele é demais! - ela comentou, agora com um sorriso mais animado no rosto. Aliás, bem animado.

    - É...né? - concordei, encabulado.

    Voltamos a ficar em silêncio. Ela parecia nervosa só comigo ali. Não deixava as mãos paradas e balançava muito as pernas. Tentei quebrar o gelo mais uma vez.

    - E...o que você faz fora daqui? - perguntei, simpaticamente.

    - Bem...ainda não trabalho...comecei a fazer cursinho, mas ainda não tenho a menor ideia do que fazer da vida - ela disse.

    - Eu entendo..é difícil mesmo escolher uma profissão.

    - Foi a minha irmã que me inscreveu nesse jogo. Nunca quis participar disso, para começo de conversa...estou me aguentando aqui, puxada pelos outros.

    - Entendo...


    - Primeiro foi a Taís, que me levou na conversa e me fez entrar naquela aliança falsa do segundo jogo...depois o Erivaldo disse que tínhamos que nos unir com alguém se quiséssemos mesmo ganhar algum dinheiro e, agora, estou aqui, com vocês.

    - Entendi - disse, sorrindo - Confie no Max. Ele com certeza vai dar um jeito de levarmos o prêmio para casa.

    - Você já conhecia ele?

    - Mais ou menos...mas...tem alguma coisa dentro de mim que diz para confiar nele - respondi, com um raro sorriso confiante.

    - É. Também sinto que ele é uma boa pessoa - ela também sorriu.

    Voltamos a ficar em silêncio. Logo, Demian voltou com Erivaldo.

    - Foi mal, gente. Fui ao banheiro e perdi a hora.

    - Que seja - disse Max, fechando a porta - Bem, essa reunião é breve. Só quero deixá-los a par do que está acontecendo.

    - Uma coisa é certa. O grupo das meninas e o grupo do tiozinho lá se aliaram - falou Erivaldo.
    
    - Exatamente. Mais do que isso...o grupo de Eva tem a vantagem do lado assassino e o de Alípio tem a vantagem do lado demônio.

    - Como você sabe? - perguntei.

    - É simples - ele disse, com as mãos no bolso e olhar sereno - Como Detetive, eu descobri que Eva pertence ao lado negro, logo, ou ela é Assassina ou ela é Demônio. Como ela morreu na primeira rodada, ela só pode ser Assassina, já que o Demônio não pode ser morto. E mais: o fato dela ter morrido, significa que o grupo de Alípio tem um Demônio.

    - Mas o grupo dela não pode ter um Demônio e ter matado alguém da própria equipe só para enganar a gente? - perguntou Erivaldo.

    - Isso não faz muito sentido. Se elas fizessem isso, significaria que tinham a vantagem do Demônio do lado delas. Tendo essa vantagem, também não teria sentido matar um Assassino de seu grupo porque daria todos os privilégios para Assassinos do outros grupos, um luxo que a aliança delas não pode ter.

    - É...é verdade - concordou Erivaldo - Mas então...

    - Se Eva morreu é porque o grupo de Alípio planejou isso antes de fazer uma aliança com elas. Na certa eles esperavam ter alguém do nosso grupo como Assassino para fazer algo, mas como era do grupo delas e elas tinham a vantagem de assassinato, não teve jeito, tiveram que se juntar a ela.

    - Putz...se eles se juntaram, então tá tudo ferrado pra gente, não é? - perguntou Erivaldo.

    - Bom, considerando tudo isso, sim, estamos em uma bela desvantagem - respondeu Demian.

    - Ai, não - lamentei.

    - Mas...eu tenho alguma coisa em mente.

    Não muito longe dali, Eva também estava reunida com suas amigas.

    - Então a gente tá garantida, né? - comentava Taís, toda animadinha.

    - Se o grupo de Alípio manter a aliança, sim - disse a magrinha, enquanto tirava algumas notas da flauta.

    - Legal. Bom saber que vamos continuar unidas! - Taís continuava animada.

    - Bem, como eu disse, nossa intenção é chegar às finais juntas. Mas, é provável que a gente não consiga. - disse Eva, tirando mais algumas notas do instrumento.

    - Ela tem razão. Não dá para garantir a vitória sempre - Perla comentou, com um ar pensativo.

    - Mas não se preocupem. Pelo menos nesse jogo estamos todas salvas. Relaxem - comentou a flautista, com um meigo sorriso.

    À noite, mais uma rodada da Cidade Adormecida tem início. Como eu suspeitava, os "mortos" e "eliminados" podiam, no máximo, permanecer próximos à entrada secreta que levava ao jardim da casa. Eva estava por ali e nos cumprimentou.

    - Max Demian! Alan! Boa noite! - ela disse, sorrindo.

    Demian não falou nada, eu menos.

    - Está uma noite linda, não acham? Dá para ver pela janela...a Lua é tão inspiradora...isso me lembra...a Sonata ao Luar de Beethoven..é uma linda música, não acham? - ela comentou, olhando pela janela, conversando com toda a calma.

    - Parece bastante calma - reparou Max

    - E porque não estaria? - ela sorriu.

  - Bem... - disse Max, com um sorriso irônico - É que eu tenho um pressentimento.

    Alguns minutos depois, Pitre anuncia, via os transmissores de som espalhados pela casa que houve um assassinato.

    - É...acho que mais alguém foi vítima dos Assassinos, não é? - disse Eva, ainda mantendo seu sorriso de triunfo. Mas, a expressão dela mudou drasticamente ao ver a pessoa que fora trazida do porão pelos criados.

    - P-Perla?! - ela exclamou, mudando totalmente sua expressão calma.

    - N-Não me pergunte... - disse Perla, sem muitas palavras.

    "Só podem ter sido eles!", pensou Eva, com uma expressão claramente tensa e séria. "Como ousaram me trair assim? Eles vão pagar por isso...ah, se vão! Mas não tem problema. Ainda tenho Taís e Yumi para interagir dentro da cidade!"
    
    Pouco tempo depois, Pitre também anuncia os perdedores por eliminação. Mas a cara do grupo das meninas não melhorou muito com esse resultado.

    - Bem, então anunciamos a todos os resultados finais. As eliminadas por votação da Cidade Adormecida são...participantes Taís Hudger e Yumi Oda!

    - O QUÊ?! - gritou Eva, injuriada - Isso....isso é um absurdo! Como você explica isso? - ela gritava, evidentemente nervosa, com um dos empregados.

    - Bem, como foi explicado por Pitre, se dois participantes tiverem um empate no maior número de votos, os dois tendem a ser eliminados

    - Como...as coisas chegaram a esse ponto - reclamou Eva.

    - Bem, não posso fazer nada. São as regras - continuou o empregado.

    - Tsc...maldição! - ela reclamava, mas não chega a fazer mais escândalo do que isso. Apesar do choque inicial, Eva parecia ser bem racional, mas, é claro, detestava quando seus planos não ocorriam como o esperado.

    - Desculpe, Eva - disse Taís, chegando da cidade junto com os outros participantes - Não temos a menor ideia do que aconteceu...

    - A resposta é óbvia! - diz a magrinha, agora sem nenhum sorriso nos lábios - Foram esses traidores.

     Ninguém do grupo de Alípio falou nada após o término da rodada.

    - Imagino como deve estar se sentindo - disse Max para ela - Mas...já que todo o seu grupo está eliminado da cidade...acho que posso contar.

    Eva olhava Max com uma expressão séria. Ela logo saberia o que aconteceu.


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