Entre Fogo e Gelo escrita por Nc Earnshaw


Capítulo 29
Traje a rigor




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/790553/chapter/29

 

Capítulo 28

por N.C Earnshaw

 

O que você vai fazer agora que o seu pai está longe? — Wendy passou as mãos pela cintura de Paul, abraçando-o por trás e depositando um beijo cálido em seu ombro. 

Ele abriu um sorriso largo, que a garota não podia ver por causa da posição em que estavam. O quileute continuou a mexer os ovos que ele havia acabado de quebrar na frigideira e fez um som pensativo com a boca, tentando provocá-la com sua resposta demorada. 

— Estou pensando em dar uma festa — provocou o lobo, concentrado na sua tarefa. 

Ele virou as tiras de bacon rapidamente para que não queimassem e desligou o fogo que fritava os ovos. Ao seu lado, na bancada, estavam duas pilhas imensas de panquecas aguardando com muita ansiedade que fossem devoradas. 

— Fala sério — reclamou Wendy, dando um beliscão fraquinho na pele do seu abdômen. O corpo dele estremeceu. — O que você vai fazer?

— Quer saber mesmo? — Ela concordou com um resmungo, enquanto distribuía beijos nas suas costas. 

Paul desligou o fogão num movimento lento, tentando pegá-la de surpresa quando a atacasse. Afastou-se dela para despejar os ovos e o bacon em um prato com uma calma calculada e, assim que se viu livre dos utensílios de cozinha, virou-se num rompante e a ergueu pelas pernas. 

Os cachos de Wendy, bagunçados pelo movimento brusco, formavam uma auréola ao redor do seu rosto, e a gargalhada que soltou ao ser pega daquela maneira fez o coração de Paul se desmanchar em felicidade. Ele encarou o rosto do seu imprinting por alguns segundos, admirando a figura linda em seus braços e pensando no quão sortudo ele era por ter encontrado aquela mulher. Então, ansioso por mais contato, puxou o rosto sorridente para mais perto do seu. 

Wendy achou que iriam se beijar, fechou os olhos e esperou. No entanto, somente sentiu uma língua quente acariciando sua covinha direita. 

Ela sentiu seu corpo todo queimar com aquele gesto, não sabia o porquê de um ato tão simples a deixar daquela maneira, mas estava sentindo sua pele quase entrar em combustão. 

Wendy subiu uma de suas mãos até a nuca dele e agarrou um punhado dos fios curtos para aliviar a sensação estranha que estava sentindo espalhar por todo o seu ser. 

Ela tentou encontrar o nome dado para aquilo, entretanto, sua mente estava extremamente nublada e apenas com imagens de Paul a beijando. 

O lobo subiu as mãos grandes pelas pernas dela, enquanto continuava a chupar a pele macia do seu pescoço, e agarrou as nádegas da vampira com força, fazendo-a gemer seu nome baixinho. 

Wendy, impaciente com a demora, segurou o rosto dele e o beijou sofregamente, inquieta para sentir seu gosto novamente. 

A maciez dos lábios, a língua quente e o gosto de Paul, faziam-na sentir uma aflição agoniante. Dias depois, conversando com suas irmãs, ela explicou que era uma aflição boa. 

Ele a colocou sentada sobre a mesa e puxou seus cabelos para trás, procurando deixar seu pescoço livre. Paul desceu entre beijos e chupões, até chegar até o monte dos seus seios apertados pelo sutiã, encarou aquele lugar com cobiça e olhou para cima para confirmar se Wendy estava de acordo com o que ele ia fazer. 

Incerta, mas também querendo aquilo mais que tudo, assentiu.

Paul apertou um dos seios levemente e esperou uma recusa vindo dela. Quando não veio, ele apertou a carne com mais força e passou a acariciar o bico do peito em movimentos circulares com uma das mãos. A outra mão segurava uma de suas coxas com firmeza e seu corpo pressionava o dela numa fricção deliciosa.  

Wendy sentiu seus seios enrijecendo e seus lábios estavam abertos em um O perfeito, enquanto aproveitava as ondas de prazer que estava subindo por sua coluna. 

O Lahote sorriu ao ver a expressão completamente entregue no rosto da amada e resolveu descer uma das alças da peça para que tivesse mais contato. Tanto a blusa quanto o sutiã caíram para o lado, e ele enfiou um dos dedos por baixo do tecido, liberando o seio esquerdo da garota. 

Paul se afastou um pouco, deslumbrado com a imagem. Os cabelos bagunçados, os lábios vermelhos abertos, os olhos semicerrados de prazer, as pernas afastadas e um único seio de fora. Ele prometeu gravar aquilo na sua mente para sempre e continuou a fitar a mulher da sua vida com desejo. 

O lobo se aproximou novamente e segurou o seio pequeno em sua mão, cobrindo-o completamente e massageando. Ele deixou o bico de fora e abaixou a cabeça para colocá-lo na boca, sendo assistido por uma Wendy concentrada em cada movimento seu. Mas, antes mesmo que ele aproveitasse a primeira lambida, o celular da Cullen tocou. 

Com o susto levado pelo barulho repentino, Wendy empurrou Paul para longe com força e ele voou pela cozinha, batendo na parede da sala e caindo no chão com um estrondo. 

A vampira arregalou os olhos, completamente chocada com o que tinha acabado de fazer. Fitou suas próprias mãos por alguns milésimos de segundos e correu até onde Paul estava estirado. 

— Paul, você está bem? — Sua voz saiu mais aguda do que o normal e ela passou as mãos por todo o corpo dele, checando se tinha algum osso quebrado. Se tivesse usado mais força, ele teria atravessado a parede e se machucado muito mais. — Sinto muito! Fui pega totalmente de surpresa e…

A gargalhada de Paul cortou sua fala. Ela o encarou surpresa, pausando a enxurrada de desculpas que iria sair dos seus lábios. 

O garoto se sentou entre resmungos e risadas, e Wendy se perguntou se talvez ele não tivesse batido a cabeça. 

Ela segurou seu rosto de uma maneira firme e começou a examinar seus olhos, pensando na possibilidade de ele ter tido uma concussão. 

— Estou bem! — reclamou o Lahote tentando se afastar da sua análise, mas com um sorriso no rosto. Ele estava emocionado com o cuidado que ela estava o tratando, ninguém nunca tinha se preocupado com ele daquela maneira. Na infância, se acabasse se machucando em alguma brincadeira, tinha que chorar sozinho em seu quarto, pois não tinha ninguém para paparicá-lo.

Pensou em fazer drama para ganhar algum carinho, no entanto, não queria que ela se sentisse mais culpada. O semblante dela estava retorcido em dor e ele achou melhor acalmá-la antes que surtasse. O altruísmo de Wendy era sua maior qualidade, mas também o seu maior defeito. 

— Você não me machucou, linda — afirmou ele, segurando as mãos dela, nas suas. 

 — Como não? — inquiriu Wendy, indignada consigo mesma. — Eu te joguei numa parede. Se tivesse colocado só um pouco mais de força, teria te jogado através dela, e não só você se machucaria, como sua casa também ficaria destruída.

Ele deu selinhos em ambos os seus pulsos e a puxou para o seu colo. A Cullen fingiu resistir, contudo, deixou-se ser puxada e ficou sentada em uma das coxas grossas do lobo, aconchegando-se ao mesmo tempo em que pensava que não o merecia. Sentiu uma súbita vontade de chorar, assim como um aperto em seu peito. Seu coração parecia estar diminuindo cada vez mais, e o veneno acumulava em seus olhos. 

Paul, observando o rosto repleto de tristeza, tentou consolá-la.

— Ei, olha pra mim — pediu o Lahote, levantando a cabeça dela com um dedo em seu queixo. Ele fitou por algum tempo as profundezas daqueles olhos âmbar, que mais pareciam dois potes enormes de mel, sorriu carinhosamente para a garota em seus braços e deu um peteleco em sua testa. — Você não me machucou, idiota. Não me machucaria nem se quisesse. Sou um lobo muito forte, sabe? Alguém do seu tamanho no máximo me faria umas cócegas. 

— Paul, eu te fiz atravessar a cozinha e a sala de estar com apenas um empurrão!

— O que, cá entre nós, achei muito sexy — expôs o lobo, mordendo o lábio inferior e a encarando como se fosse devorá-la. Imagens do que eles poderiam fazer com aquela força sobrenatural de Wendy enchia sua boca de água e sua imaginação rolava solta. — Mas como sei que você vai continuar insistindo, eu te desculpo, ó Wendy Cullen, paixão do meu coração, ketchup do meu hambúrguer…

Ela implorou que ele parasse, mas, no fundo, estava se divertindo bastante com a súbita animação de Paul. Era notável que após a partida de Daniel Lahote, ele estava mais relaxado. 

— Posso ficar o dia todo nisso — gabou-se o quileute, apertando o traseiro dela com as mãos. — Chocolate do bolinho da Emily…

Wendy fez uma careta. 

— Essa foi péssima, Paul! 

— Molho branco da minha lasanha. — Ela riu alto e o Lahote a lançou um sorriso ladino. 

— Você é horrível tentando ser poético — avisou a vampira, acariciando seus cabelos. 

— Mas sou ótimo em muitas outras coisas. — Ele subiu uma das mãos pela perna dela sem desviar os olhos dos seus, e mordeu o seu pescoço. — Quer que eu te mostre? 

Ela ficou sem reação por alguns instantes e assentiu, com os olhos vidrados na boca dele. “Céus, como o amava”, vibrou a Cullen para si mesma. 

Paul se inclinou para beijá-la, entretanto, foram interrompidos novamente pelo toque do celular. Ele xingou baixinho quando ela se afastou para tirar o objeto do bolso traseiro — estava começando a odiar aquela porcaria que o interrompia nos melhores momentos. 

— Sinto muito — desculpou-se Wendy antes de atender. Ele revirou os olhos e colocou as mãos na cintura dela, ouvindo uma voz fina que deveria pertencer a uma de suas irmãs. 

Alice começou a tagarelar antes mesmo que a garota a cumprimentasse. Após a carta-branca que Bella deu à vidente após o pedido de casamento; com muito drama envolvido da parte da vampira, Alice estava dando nos nervos de todos. 

— Eu só quero saber de certeza se o Paul vai ao casamento com você. — Wendy arregalou os olhos para o lobo, temendo que ele estivesse prestando atenção na conversa. Tinha evitado o máximo possível que Paul soubesse que o casamento aconteceria em breve, Bella tinha pedido em particular que a informação não chegasse a nenhum membro da matilha, já que com toda certeza, Jacob veria na mente dos seus companheiros. A vampira não concordava com a humana, seria apenas adiar o inevitável, visto que o garoto Black sabia que Bella e Edward estavam noivos. No entanto, deixou que ela desse a notícia do seu jeito, pois queria evitar ao máximo se envolver naquela confusão. — Estou organizando os lugares na cerimônia, então…

— Alice, vou falar com ele, está bem? — interrompeu ao perceber o olhar inquisidor do Lahote. Ele tinha ouvido tudo, então. Mas como não teria? Estava quase montada nele durante a ligação. — Mais tarde nos falamos. 

Ela desligou o celular sem esperar uma resposta, e soube instintivamente que Alice faria um inferno em sua vida por ter desligado na cara dela sem dar a informação que procurava. 

— Sua comida deve estar gelada — tapeou Wendy, levantando-se do colo dele e torcendo para que ele não tocasse no assunto. 

Paul a encarou com uma expressão sombria, ainda sentado no chão. 

— O que sua irmã quis dizer com casamento?

— Ah! Nada. Loucura da Alice. — Ela gesticulou com a mão de uma maneira nervosa, odiando-se por estar mentindo para Paul, e seguiu para cozinha sem olhar para trás. Tocou na superfície dos alimentos e percebeu que ainda estavam mornos. Sem saber o que fazer, encostou as mãos na bancada e passou a encarar o chão limpo. Estava em uma encruzilhada, não queria trair a confiança de Bella, mas também não queria continuar mentindo para Paul. 

— Linda, não precisa mentir pra mim — afirmou a voz do lobo vinda da porta. Ele tentou ao máximo esconder a mágoa que estava sentindo. — Se não quiser me levar como acompanhante, tudo bem. 

Wendy nunca havia se mexido tão rápido em sua vida. Assim que ele acabou de falar aquela sandice, ela apareceu em sua frente. 

— Ficou maluco? — indagou a Cullen de supetão. 

Ele não a respondeu, deu a volta ao redor dela e foi em direção a sua comida. 

— Não, e você? — Paul encostou casualmente na geladeira, pegou uma panqueca com as mãos, dobrou três vezes e enfiou na boca. 

— Paul, eu adoraria que você fosse ao casamento comigo. Só não gosto de te colocar numa posição desagradável. 

Seus pensamentos se desviaram da conversa, mas ele não deixou que ela percebesse a malícia em seu semblante. 

— E qual seria essa posição? — indagou o lobo. 

Wendy estava tão nervosa tentando se explicar que não percebeu a mensagem subentendida. 

— Fiz uma promessa que isso não chegaria aos ouvidos de Jacob Black antes da hora. Então antes que eu te diga, tem que me prometer evitar pensar nisso quando estiver transformado. 

— Tá! — confirmou o quileute engolindo um pedaço de bacon, sua curiosidade aflorando, mesmo que desconfiasse do que ela ia dizer em seguida. — Prometo. 

— Bella e Edward marcaram o casamento para daqui a algumas semanas. 

Ela deixou que ele ingerisse a informação, assim como as duas panquecas que ele conseguiu enfiar na boca de uma vez. 

— Caralho. 

— Eu sei — sussurrou Wendy, aproximando-se dele. — Já sabíamos que essa história ia acabar mal para alguém. 

— Já sabíamos que essa história ia acabar mal para o idiota do Jacob… Droga! — Ele a puxou para si num abraço apertado, e enfiou o nariz em meio aos cachos bagunçados, na tentativa de acalmar seu temperamento. — E você sabe como a Swan pretende contar ao Jake sobre isso? 

— Não faço ideia, mas acredito que ela vai convidá-lo para a cerimônia. Ela me fez prometer que eu não falaria nada a você sobre isso até que Jacob soubesse. 

— Ia me convidar para um evento desse porte em cima da hora? — indagou Paul sarcasticamente. — Eu não teria vestimentas para tal ocasião. 

Wendy riu alto e o quileute sentiu seu coração acelerar de orgulho. Adorava fazer sua garota rir. 

— Belo senhor, eu não agiria com tamanha indiscrição! — Atuou a vampira, expondo sua veia dramática. — Seu traje a rigor estaria pronto para atender às suas necessidades. A dama que vos fala nunca o desgraçaria desta terrível maneira. 

Paul gargalhou e mordeu uma de suas bochechas. 

— Era assim que você falava? 

— Mais ou menos — sibilou Wendy, tentando afastar seu rosto para não ganhar mais mordidas. — Ah! E o que falei é sério, tenho mesmo um terno pronto pra você.  

O lobo percebeu que ela estava envergonhada e semicerrou os olhos. 

— E posso saber como conseguiu minhas medidas? 

— Então você vai comigo? — Ela abriu um sorriso imenso. Não queria mesmo que ele soubesse que ela conseguiu suas medidas quando ele estava dormindo, que havia mandado para Alice e o terno já estava pronto em seu closet. 

— E deixar de ver como seu traseiro fica gostoso em um vestido? Só se eu estivesse maluco! — Ele a levantou pela bunda e rodou por toda a cozinha, arrancando mais risadas gostosas da mulher que amava com todo seu coração.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!