— Que fome - murmurou Perseu ao chegar em Manhattan, ele iria primeiro achar um lugar para descansar, depois iria partir em direção a San Francisco, provavelmente em um trem, não gostava de aviões

 Pensou em ir para casa, visitar sua mãe, mas se conteve, Quíron uma vez lhe disse que o cheiro de um semideus ficava muito mais forte depois que ele descobrisse que era um, não podia coloca-la em risco, iria achar um lugar para descansar, sabia exatamente onde.

Arrumou a mochila nas costas e caminhou rumo ao seu pequeno lugar.

Perseu nunca teve amigos, e quando tinha 11 anos sofria bullyng em uma das suas várias escolas, por isso ele frequentemente matava aulas, um dia, enquanto caminhava pela cidade, achou um pequeno alojamento próximo ao cais de Nova York, deveria ser um lugar abandonado a anos, era pequeno, mas não desconfortável, ele conseguira improvisar uma cama e sempre que podia iria para lá durante os anos seguintes ele ia.

Ao chegar sorriu, parecia que isso fora a anos atrás, mas a ultima vez que estivera ali foi a 2 meses.

Deitou na cama de lençóis que fez e apoiou a cabeça na mochila, comendo um pacote de salgadinhos, mas logo se levantou, não podia dormir ainda, tinha que planejar os seus próximos passos.

 " Certo, primeiro eu devo achar esses assassinos, uma dupla de mortais ou semideuses, ou será que são deuses ? mas por quê deuses matariam semideuses ? deve ser semideuses, vingança contra o acampamento, talvez... ? disseram algo sobre encontrar o pai deles, mas precisavam de sangue de semideuses para isso, será que o sumiço dos deuses tem relação ?"

Perseu balançou a cabeça frustrado, pensar sobre isso não o levaria para lugar algum, ele só tinha um sonho que nem sabia se era confiável, tinha que conseguir mais pistas. Deveria ir ao Monte Otris, onde aparentemente aconteceram as mortes, ele sorriu sem graça.

" Incrível, estou caçando assassinos e monstros ", pensou

Ainda assim, era melhor que ficar naquele lugar, o acampamento não rea lugar para ele, não era sua casa, talvez nunca será.

 ... 

O sonho dele começou em uma caverna escura.

Perseu estava nas sombras do que deveria ser uma espécie de túnel em uma mina abandonada, ouvia goteiras as fundo e via trilhos no chão, tentou ver melhor o local, mas travou ao primeiro passo.

Uma onda de náuseas o invadiu, seu corpo foi paralisado e ele sentia suas pernas fraquejarem, algo apavorante estava ao final do túnel, ele quis fugir, gritar por ajuda, mas estava paralisado.

— Por quê temos que esperar ? - disse o homem ao final do túnel, estava escuro demais para ver alguma coisa

— Parece que o acampamento mandou semideuses em uma missão para nos deter, um deles está vindo até nós

— O que importa ? esses semideuses são patéticos, dormi por centena de anos, estou enferrujado e eles não conseguem nem matar eu tédio - disse o homem e Perseu sentiu a mina tremer e um estrondo 

— Pare com isso idiota, se demolir esse lugar eu mesmo acabo com você 

— Interessante, ao menos uma luta de verdade - e soltou uma risada estridente 

— Irmão, eu prometo que terá sua batalha, Quíron não mandaria semideuses fracos para uma missão como essa, alguém entre eles deve ser poderoso o bastante para entretê-lo 

— É melhor que seja... Ah! já está amanhecendo, vamos voltar para o Monte, Atlas ainda deve estar nos esperando lá, não que ele possa sair

— De fato, é melhor nos apressarmos, não sei quanto tempo mais teremos antes dos deuses perceberem

Perseu sentiu sua respiração voltando ao normal, seu corpo parou de tremer, ele tentou seguir os dois, mas eles desapareceram completamente, ao chegar ao final do túnel ele encontrou uma espécie de fábrica, ou oficina, tinha diversas armas e...

Perseu se agachou e olhou uma camiseta laranja suja de sangue, várias espadas, arcos lanças.

" Bronze celestial "

Ouviu um som ao fundo e se virou, esquecendo que estava sonhando, e se posicionou pronto para lutar, e viu algo realmente assustador, as sombras se mexeram.

Se pudesse emitir algum som, com certeza teria gritado quando as sombras se tornaram em um garoto, ele parou na frente de Perseu e o observou.

— Os reforços do acampamento estão vindo ? não temos muito tempo - ele disse, sua voz era calma, mas parecia estar impaciente

Perseu tentou responder, mas ouviu um barulho de vidro quebrando, olhou em volta e não vira nada, o garoto o olhava confuso.

— Estarei lhe esperando, é melhor se apressar, não posso detê-los sozinho - ele disse antes de Perseu acordar

...

Perseu logo percebeu o que era o barulho de vidro, eram mulheres cobras horríveis, elas vasculhavam o alojamento, Perseu ficou extremamente feliz em escolher dormir em um lugar alto e ao fundo, ele saiu da cama e abaixou atrás de uma mesa, eram duas, tinha que pensar em algo.

— Sei que está aí semideus, sentimos o seu cheiro - disse uma delas, uma voz reptiliana e aguda

A caneta, pensou Perseu, tateou seu bolso e, exatamente como Quíron disse, ela estava ali, sempre em seu bolso como se fosse mágica, mas...

 " O que diabos eu farei com uma droga de caneta ? ", ele pensou um pouco irritado, Quíron podia ter dado mais instruções,

As mulheres cobras estavam se aproximando, o alojamento era pequeno, não podia se esconder, olhou para o banheiro, talvez pudesse passar pela janela e fugir, mas tinha que distrai-las de algum jeito.

Abriu sua mochila e pegou uma garrafa d'água, era loucura, mas seu único plano, e ele era horrível em bolar planos.

— Aí, feiosas, procurando por mim ? - ele se levantou e as mulheres sibilaram para ele - acho que isso é um sim

Ele tirou a tampa da garrafa e arremessou a água para cima delas, desejando com todas as suas forças que a água fervesse. Como se lesse o pensamento dele, a garrafinha explodiu em vapor, as mulheres cobras gritaram quando a água caiu nelas, as queimando.

Antes mesmo de admirar o que havia feito, Perseu correu para o banheiro e pulou pela janela, agradeceu mentalmente por ser tão magro e caiu para fora do alojamento, tentando não pensar nos cortes nos braços causados pelos cacos de vidros da janela.

— Agora, para onde eu vou... ?

— Volte aqui - enquanto ele pensava as mulheres apareceram, uma deu a volta e apareceu em sua frente a outra os olhava pela janela do alojamento, ele estava cercado.

— Droga Quíron, se eu morrer eu juro que volto para te assombrar - ele disse tirando a caneta do bolso, talvez tenha algum tipo de laser que saia dela ? ou será que ela mata monstros que a tocarem ?

Ele não teve tempo de pensar, a mulher cobra avançou para cima dele e ele rolou para o lado, ela bateria de cara na parede, mas era ágil, se virou para ele.

— É inútil semideus, não pode pará-los, eles trarão nossa vingança contra os deuses

— E quem exatamente são eles ? - Perseu perguntou tentando ganhar tempo para pensar

— Como se eu fosse dizer, nós, górgonas, somos fiéis e leais

— Fascinante, então... - Perseu não conseguiu pensar e partiu para cima - ... você pode morrer - ele gritou e arremessou a caneta - EXPLODA

Mas a caneta apenas bateu na cabeça da górgona e caiu no chão

— ...

— ...

— Então... a parte de explodir era... - ele começou mas a górgona avançou e ele mais uma vez rolou para o lado, mas ela conseguiu arranhar seus braços, uma dor ácida atingiu Perseu nessa hora

— Patético semideus - disse a górgona ainda no banheiro, olhando aquilo com diversão - irmã, posso mata-lo ?

— Não, ele é meu - disse a outra

Perseu gemia de dor, ele tinha que dar um jeito de sair dali, não havia água por perto, sua mochila estava caída a alguns metros dele, perto da janela, sua caneta ainda não voltaram ao seu bolso, mas mesmo que voltasse, o que faria, tiraria a tampa e furaria ela ?

" É isso ", ele pensou

Correu para onde a caneta estava e viu a górgona indo para cima dele, que se atirou no chão e pegou a caneta, era tudo ou nada

— É o fim - ela disse se jogando para cima dele, que destampou a caneta e a ergueu, fechando os olhos

Tudo que viu a seguir foi uma pilha de cinzas que cobriram seu corpo

— Irmã!!!

— O que... ? - Perseu olhava espantado para a lâmina em suas mãos, devia ter uns 90cm, e melhor, diferente das espadas do acampamento... - é perfeita

— Como ousa - a górgona pulou pela janela e ficou na frente dele

Perseu foi rápido, não a daria tempo de pensar, assim que ela caiu no chão ele avançou, ela tentara reagir mas Perseu estava ais rápido que nunca, a espada parecia fazer parte de seu braço, ele a manejava perfeitamente e partira a górguna em duas, ele se esfarelou como a irmã.

— Quíron... obrigado - ele disse olhando para a espada

Olhou o horizonte e viu o sol nascer, lembrou-se das palavras do garoto em seus sonhos

Estarei lhe esperando

Perseu pegou sua mochila, arrumou algumas coisas no acampamento, pegou todo o dinheiro que ele guardara ali desde os 11 anos em um cofre, junto com o dinheiro que o acampamento lhe dera ele conseguiria se manter.

— Tenho que chegar ao Monte Otris - murmurou para si mesmo e caminhou em direção a estação, não ficara muito longe dali

Caminhou olhando a cidade, tinha a sensação de que não a veria novamente por um tempo.

Talvez conseguisse, não, iria conseguir, derrotaria esses tais irmãos, podia fazer isso sozinho, não precisava de ninguém, era melhor assim, ele pensava até chegar na estação de trem.

— Atrasado - ouviu alguém murmurar com ma voz impaciente, eles estavam sentados no banco ao lado da bilheteria, o garoto sorria e a garota estava com os braçou cruzados, olhando para o outro lado, mas lhe dirigiu um olhar irritado com agueles olhos cinzas intensos - achei que não chegaria nunca... e você está um caco 

— O q... vocês... - Perseu tentava dizer

— Devia ter tomado um banho Perseu - disse o garoto se erguendo em suas muletas - ou você lutou ?

— Mais importante que isso... o que vocês dois estão fazendo aqui ? - disse Perseu olhando espantado para Annabeth e Grover 

— O que acha ? - disse Annabeth se levantando, ela parecia realmente irritada com ele - viemos acompanha-lo na missão Cabeça de Algas