Lightsabers Out escrita por Lady Liv


Capítulo 4
The Boy




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Foi durante a pausa que eles fizeram que Chefe Chirpa ligou, os chamando pelo rádio da viatura. Finn relutantemente entrou no carro, e qualquer um que prestasse atenção poderia notar a dor em seus olhos, mesma dor compartilhada por sua parceira de trabalho.

Era absolutamente vergonhoso que uma cidade como Coruscant tinha Chirpa como um dos chefes de distrito, ele parecia realmente acreditar que ainda estava em Endor, a cidade com a taxa mais baixa de violência do país. E tecnologia.

— Ele não tem o número de vocês? – Hux estranhou, sentado no capô do veículo.

— Ah, ele tem sim. Mas acho que ele só sabe usar telefones com disco.

— O passatempo preferido dele é fingir ajudar enquanto atrapalha as investigações da Rose. – dentro do carro, Finn disse. — Ah, oi, não Chefe, não falei nada não...

— Sabe Tico, você é boa demais pra essa cidade.

— E você é pesado demais pra se sentar aí, sai.

Ele a ignorou, continuando a observa-la.

— Não estou brincando, – Rose falou, o puxando pelo braço. — Isso é um péssimo exemplo! Se alguém te ver nessa posição, pode se achar no direito de fazer o mesmo e-

— Quanto estresse. – o Detetive murmurou, tirando as mãos dela de seu braço e as segurando nas suas. — Eu sei exatamente do que você precisa.

Rose arregalou os olhos, bastante ciente do calor se aconchegando em suas mãos e em seu rosto.

— Chá.

— Oi?

— É um ótimo calmante. Ah que saudades da Inglaterra.

— Você não é inglês.

Hux sorriu, mordendo os lábios. Caramba, ele precisava parar de fazer aquilo.

O contato visual foi quebrado com o súbito ronco de um motor. Um Bentley de cor preta e traços vermelhos adentrava o terreno Skywalker, aproximando-se em alta velocidade. De longe, BB-8 correu através dos jardins, latindo furiosamente.

— E lá se vão nossas esperanças de ir embora mais cedo.

— Quem é?

— Quem você acha? – Rose perguntou, vendo o exato momento que o reconhecimento preencheu os olhos claros do Detetive.

E era de se imaginar que depois de tudo que Hux havia ouvido da família aquela manhã, fazer a ligação entre a arrogância em pessoa e a figura que saia do carro (isto é, vestindo preto da cabeça aos pés e com a capacidade de irritar o cachorro mais dócil do mundo) fossem o mesmo homem.

De óculos escuros, Kylo Ren fingiu não os ver e entrou direto na casa.

— Que simpático, hein.

— Acho ele não está de bom humor.

— E quando ele está? – Finn se levantou, fechando a porta da viatura. — Não acredito que vou ter que lidar com esse monstro hoje.

— Relaxa, o que o Chefe queria?

— Só lembrar a você, – ele apontou para Hux. — que só tem dois dias para solucionar isso tudo.

— Que ótimo.

— Isso é pouco. – Rose comentou frustrada.

— Mas é justo. – Hux aceitou, fazendo-a lhe olhar com as sobrancelhas erguidas. — Vamos lá, Tico. Tenha fé.

Finn se colocou entre os dois. — Alguém quer Tylenol?

— Já está com dor de cabeça?

— Não... só me preparando.

— CRETINO! — dentro da mansão, a voz de Mara Jade reverberou pelo corredor, fazendo os três pararem. — Eu vou contar tudo pro seu tio, seu moleque!

— Acho que o achamos. – Hux ironizou.

— Mara, você está exagerando.

— Cala a boca você também, sua vaca! Está gostando disso não está?!

— Eu

— CALA A BOCA!

No instante seguinte, Mara praticamente correu para fora da sala de estar, o rosto tão vermelho como seus cabelos. Rose resistiu firme à vontade de se esconder atrás de Hux quando ela passou por eles, gritando:

— Saiam da minha frente!

Os três se entreolharam, chocados.

— Isso foi desacato, não foi? – Finn sussurrou para Rose, que balançou a cabeça.

— Sinta-se à vontade pra dizer isso a ela.

A próxima a sair da sala foi Holdo, dando mais sentido ao que eles ouviram. Do outro lado do corredor, Poe se aproximava com Zorii agarrada em seu braço.

— Meu Deus, – ao seu lado, Finn falou. — Olha o jeito que ela tá grudada nele.

— Não é bom sinal.

— Eu sei, né? Parece uma sanguessuga.

— Não, – Rose negou, esclarecendo: — Não é bom sinal Poe, Zorii e Ren no mesmo lugar.

— Ah, é. Isso também.

— Eu acho interessante.

— Por que eu não me surpreendo? – Rose olhou para o ruivo, que lhe deu uma piscadela.

Próximos, Zorii comentou com eles, olhando para o relógio de ouro em seu pulso: — Apenas dois minutos e ele já estressou até a Holdo. É um novo recorde.

— Poe.

— E aí, Rose.

Ela cruzou os braços, pedindo: — Vê se não faz besteira, cara.

— Relaxa, boneca.

Rose se encostou na entrada, esperando a bomba estourar.

Mais à dentro, Kylo Ren estava sentado no sofá, inclinado para frente com os cotovelos apoiados nos joelhos, uma expressão confusa no rosto enquanto murmurava uma conversa com Maz Kanata. Por um breve momento, ele não os notou e Rose franziu o cenho, algo em seu instinto se revirando alarmante. Tinha alguma coisa diferente nele.

E então, tão rápido como veio, se foi.

— Ora, ora, o filho bom à casa torna! – Poe declarou, debochadamente. — Ou não, no seu caso.

Ren o ignorou, jogando-se pra trás e afundando no sofá.

— Maz, eu quero meu chá preto com leite e açúcar.

— Maz, não faz isso.

A senhora passou por eles, resmungando e indo direto para a cozinha. Poe suspirou, colocando as mãos na cintura.

— Tem sorte dela ser uma boa pessoa, sabia? Pobrezinha nunca percebeu quem você realmente é.

Ren nem ao menos o olhou.

— E parece que ser famoso te deixou ainda mais babaca. – Poe crispou os lábios, irritando-se ao continuar sendo ignorado. — Fala pra mim, não se cansa? De manipular as pessoas pra fazerem tudo por você? Hein? Seu parasita!

Abaixando o celular, Kylo Ren finalmente ergueu os olhos.

— Cuidado, Dameron. Pode estar descrevendo outra pessoa.

Poe pareceu se engasgar com o ar, rindo chocado, mas toda atenção de Rose estava em seus punhos fechados.

— Que foi, Zorii? – Ren continuou, encarando a mulher de volta com intensidade. — Querendo mudar seu alvo tão tarde?

— Eu não tenho alvo nenhum.

— É, só o de pôr as mãos numa certa fortuna.

Zorii cruzou os braços, sorrindo falsamente.

— Engraçado você dizer isso, Kylo. Faltou ao enterro, mas fez questão de chegar um dia antes da leitura do testamento... por que?

— Soube que vai ter uma festa aqui hoje-

— Seu insensível!

— -e ao contrário de você, algumas pessoas fazem parte dessa família.

— Como se você desse o mínimo pra gente. – Poe disse e Ren arfou, como se estivesse ofendido.

— Como ousa? Eu já ia perguntar sobre os seus dentes, eles se recuperaram?

Poe grunhiu, dando um passo à frente e erguendo o braço para-

— Não, Poe! Não vale a pena! – Zorii o parou, sussurrando palavras doces em seu ouvido.

Ren nem ao menos se mexeu, os observando entediado.

Uma risada baixa e abafada tomou a atenção de Rose e ela olhou pra trás, confusa. Finn compartilhava de sua expressão.

— O que? – Hux pôs as mãos sobre os lábios. — Ele é bom no que faz.

— Ah sim, vocês dois vão ser grandes amigos.

— POE NÃO! – Zorii gritou subitamente, chamando a atenção deles.

— Escuta aqui, se você falar assim dela mais uma vez-

Ren suspirou, levantando-se do sofá e tentando sair da sala.

— Ah não, nem pense em fugir de novo, seu-!  – Poe o impediu, empurrando-o no peito, e apesar de seu rosto não expressar nenhuma reação, os olhos de Ren pareceram quase queimar.

— Não toca em mim.

— Por que? O que vai fazer dessa vez?

— Deixa ele, Poe!

— Não, não! Eu ‘tô com ele entalado na garganta e eu vou-

Rose cortou a briga, pigarreando alto.

Os três a encararam, surpresos, como se tivessem se esquecido que ela estava ali. Rose sorriu educadamente, afastando o casaco em um movimento sútil ao pôr a mão na cintura, mostrando seu taser.

— Vão demorar muito? Precisamos ter uma palavra com o sr. Ren.

— Rose-

— Agora, sr. Dameron. Por favor. Obrigada.

Ele não pareceu querer colaborar, mas Zorii praticamente o arrastou para fora.

Respirando fundo, Rose entrou.

— Ren.

— Tico.

— Ren. – Finn disse, mas ele o ignorou, fazendo Finn rolar os olhos.

— Só queremos fazer umas perguntas.

— Mais perguntas, Tico? Eu não quero conversar com ninguém agora, estou chateado e faminto, graças a vocês eu tive que sair às pressas de casa pra esse fim de mundo.

— Sentimos muito por isso.

— Sentem, é?

— Na verdade não. – Finn disse, estufando o peito e cruzando os braços. — E esse fim de mundo é um lugar lindo. Turismo que o diga.

Rose fitou Finn em repreensão, que apenas esboçou uma careta em retribuição.

— Nós temos um novo Detetive no caso, – ao ouvi-la, Ren lhe deu atenção, franzindo o cenho com a figura atrás de Rose. — vai ser rápido, eu te garanto.

— Eu espero que sim.

E se afastando, os deixou, sumindo em direção a cozinha.

Hux encarou Rose com curiosidade.

— Por que o Ren ouve você?

— Porque até mesmo dentro do cérebro do mal dele há um pouco de juízo. – Finn respondeu.

— E porque eu o acertei com minha arma de choque uma vez. – Rose continuou, e o ruivo ergueu as sobrancelhas. — Completamente sem querer!

— Não sei se acredito.

Rose desviou o olhar, mordendo os lábios.

Hux cutucou Finn e apontou com sua bengala para o corredor.

— Fica de olho de nele.

Finn soltou a respiração em uma risada. — Sempre.

Sozinhos, dessa vez foi ela quem o encarou com curiosidade.

— Achei que gostasse dele?

— Por favor, eu gosto de mim. – o Detetive passou a mão pelo cabelo, se apoiando em sua bengala e olhando em volta do cômodo. Rose ficou em silêncio, esperando pela resposta que sabia que viria. — Mas ele está procurando alguma coisa.

— Procurando?

— Primeiro eu achei que fosse nostalgia, sabe, pela maneira que ele olhou pro jardim quando saiu do carro, e então para a casa, contemplando cada janela... – Hux gesticulou, pensativo.

Houve um longo momento.

— E?!

— E o que?

— Só isso?!

— Ora, não olhe assim pra mim. Eu não sou telepata.

Rose fechou os olhos, frustrando-se.

— Não, você só é um péssimo Sherlock.

— E você não ajuda em nada Watson, duas cabeças pensam melhor que uma sabia? O que ele poderia estar procurando?

— Sei lá, vai ver que é o testamento. – ela zombou, fazendo-o se calar.

Ela balançou a cabeça, erguendo as mãos. Claramente estava perdendo tempo aqui.

— Bom, eu vou procurar a Rey. – Rose avisou. — Por sua culpa, o depoimento dela ficou em aberto.

— De nada.

Rose rolou os olhos e o deu as costas.

— Vê se não se perde!

— Quantos anos acha que eu tenho?

No fim, foi a própria Rey quem a encontrou, e Rose não podia estar mais grata.

Ela preferia morrer antes de admitir para Hux que havia se perdido como uma criança em um supermercado.

De volta ao estúdio onde eles haviam interrogado a família, Rose fechou a porta e guiou Rey até a cadeira no centro, em frente aos sabres de luz. Podia perceber o quanto a enfermeira estava desconfortável e por isso fez questão de sorrir amigavelmente o tempo todo.

— Não se preocupa, tá? São só perguntas adicionais.

— Tudo bem.

— Sabe srta. Niima, eu creio que de todos, o seu depoimento é o mais importante. – Hux começou, fazendo Rey erguer as sobrancelhas. — Oh sim, pois o seu papel naquela noite é exatamente no centro. A última pessoa a conversar com Anakin Skywalker.

Rey engoliu em seco, abaixando a cabeça.

— Sabemos que deve ser um pouco doloroso falar disso, – Rose interveio, suavemente. — Então só precisa nos contar isso  mais essa vez, tá?

— Com o máximo de detalhes possível.

— Com calma, – Rose corrigiu. — e sem pressa.

— E com o máximo de detalhes possível. – Hux insistiu novamente. — Você levou o Anakin para o quarto e foi embora meia hora depois... o que aconteceu naquela meia hora?

— Não aconteceu muita coisa...

— Talvez, mas mesmo assim, por favor, faça um esforço. – Hux bateu a bengala contra o chão, fazendo Rey encarar o objeto por um momento.

Caramba, por que ele precisava ser sempre tão... Rose interrompeu seu próprio pensamento, rolando os olhos frustrada em não encontrar nenhuma palavra para definir o ruivo.

— Levei ele lá pra cima, pra dar os remédios dele, – Rey contava devagar. — nós dois jogamos a partida diária de GO e uma hora ele fez o tabuleiro cair.

— Ele fez?

— De brincadeira, ele tinha... um senso de humor bem irritante. – Rey deu de ombros. — Holdo subiu pra ver se estava tudo bem e Anakin a mandou ir dormir. Era meia noite quando o deixei no estúdio e me despedi do pessoal.

— E foi embora.

— Sim.

Vendo Hux pensativo, Rose continuou com as perguntas padrão:

— Que medicamento deu pro Anakin?

— Eu dava 100 gramas via venosa de Toradol, é um anti-inflamatório forte, – ela disse e Rose conferiu no bloco de notas, assentindo. — e pra ajuda-lo a dormir, 3 miligramas de morfina.

— E a família sabia disso?

— Sim.

— Notou algo estranho no comportamento dele?

— Não.

— Nem na noite da festa? – Hux as interrompeu.

Rey balançou a cabeça novamente.

— Tem certeza? – ele insistiu.

— Não, ele só estava ansioso pra... falar... com todos eles.

Hux riu, gesticulando: — É. Claro. Não precisa esconder nada, srta. Niima, tive o prazer de conhecer essa família.

— Hux.

— Certo, certo... Então, ele discutiu com o sobrinho dele naquela noite, no escritório...

— Hum.

— Você o conhece não? Kylo Ren?

Rey apenas assentiu.

— Eles discutiam muito?

— Eles... se entendiam... eventualmente.

— Interessante... – Hux murmurou e se voltou para Rose: — me lembre de perguntar isso a ele daqui a pouco.

Rose rolou os olhos. — Como se eu precisasse.

— Espera, ele está aqui?

— Não ouviu a gritaria da sra. Skywalker?

— Não, não ouvi...

A voz dela diminuiu e Rey fitou o nada, esfregando as mãos contra os próprios jeans, um gesto que fez Hux e Rose trocarem um olhar, quase sem querer, surpreendendo a investigadora.

— Você está bem, Rey?

— O que?

— Suas mãos estão suando.

As sobrancelhas da enfermeira quase se encontraram de tanto que ela flexionava os músculos da testa, e ela fitou as próprias mãos, assentindo após um instante.

— Sim, sim, estão.

— Está nervosa?

— Eu... – ela pensou, e Rose quase pôde prever a mentira se formando e- e sendo posta de lado quando Rey suspirou, revelando: — Sim, eu estou nervosa.

— Oh, por favor, nos conte. – Hux se aproximou. — Não teria algo a ver com Kylo, teria?

— Como?!

— Eu notei que ele não é muito querido pela família, e estava pensando, já que a Maz gosta tanto dele-

— Eu não sei o que está tentando dizer. – Rey o interrompeu.

— Srta. Niima, a maioria das pessoas aqui parece ter uma opinião bastante... – Hux virou para Rose, gesticulando como se pedisse ajuda.

— Forte?

— Isso, uma opinião forte sobre Kylo Ren.

Rey assentiu, confusa.

— E?

— E para resolver esse caso, sinto que a sua opinião seja a mais importante.

Assentindo novamente, Rey crispou os lábios, o rosto tomando um tom vermelho quando ela franziu o nariz levemente. Uma expressão que Rose conhecia bem.

Aaah não, ela pensou inconscientemente se encolhendo.

E então Rey explodiu:

— Acha que isso é um jogo, Detetive?! Quer que eu dê minha opinião sincera em cada uma dessas pessoas?! Expor seus segredos?! Por acaso acha que sou sua resposta de ouro por causa da minha condição?!

— Rey, não é bem ass-

— Sim, acho.

— COMO É QUE É?!

— Hux! – Rose arregalou os olhos, horrorizada. O homem apenas bateu contra a bengala no chão.

— Espera, permita-me explicar-

— EU NÃO VOU OUVIR MAIS NADA! ISSO É UM ABSURDO!

— Rey, espera um segundo, tá? Tenho certeza que não foi isso que ele quis dizer!

— Exatamente, e-

— EU NÃO SOU UM BRINQUEDINHO QUE LIGA E DESLIGA, SEU- SEU-!

Meu Deus, Rey furiosa, Rey furiosa, Rey furiosa, a mente de Rose era uma rede de energia em colapso, ela podia sentir o coração acelerado em seus próprios ouvidos.

Hux quase tropeçou quando foi arrastado para o canto da sala.

— Seu idiota, vai me fazer ter um treco!

— Ela nem me deixou terminar!

— E nem vai com você agindo assim! Qual é o seu problema?

— Meu problema?!

Rose trincou os dentes, passando as mãos pelos cabelos agoniada.

— A partir de agora, eu faço as perguntas!

Céus, esse era definitivamente o dia mais estressante da sua vida. E ainda nem estavam na hora do almoço.

Se voltando para Rey, que agora nem de longe parecia a garota calma e desconfortável de minutos atrás, Rose hesitou um sorriso.

— Desculpa, ele é novo.

Rey apenas cruzou os braços, encarando Hux como se pudesse paralisar seu coração com o pensamento.

— É que você estava nervosa e-

— E era por causa do Ren. – mais uma vez, Hux se intrometeu. Rose resistiu a vontade de gritar, mantendo sua atenção na sua amiga.

— Ok, olha, não estou dizendo isso só como Detetive, mas também como sua amiga, e se há mesmo alguma coisa acontecendo, quero que saiba que pode me-

Mas a Rey a interrompeu.

— Quer saber o que está acontecendo, Rose? Eu vou te contar! Um amigo querido meu morreu, isso é o que está acontecendo! Eu não consigo dormir! Eu não consigo comer! E-e-eu choro o tempo todo! Estou sendo interrogada pelo o que, a quarta vez?! Eu já vomitei o que tinha na barriga e vocês continuam me olhando como se eu... eu... – ela tremeu, a indignação se transformando em pânico.

— Ai meu Deus, calma, respira, tá? Respira!

— É claro que eu estou nervosa! – ela continuou, os olhos esverdeados se enchendo de lágrimas que logo desceram por seu rosto. — Eu estou uma pilha de nervos!

— Eu sei, eu- – Rose se agachou ao seu lado, sentida e sem palavras. — Me desculpa, me desculpa! Me desculpa...

Rey fechou a boca, controlando o choro através da respiração. Rose massageou suas costas, culpada e decepcionada consigo mesma. Céus, Rey provavelmente era sua única amiga. Como pode deixar a situação chegar naquele estado? Era claro que ela estava sofrendo.

Um lenço surgiu no meio das duas e Hux murmurou:

— Minhas sinceras desculpas, srta. Niima.

Rey arrancou o lenço dele como se quisesse arrancar sua mão junto.

— Eu só quero saber uma coisa. – Hux continuou, fazendo Rose o olhar feio. — Só uma coisa! Eu prometo, depois você pode ir embora.

— O que é? – Rey resmungou, chateada.

— Você sabe o que eles discutiram naquela noite... não sabe?

Rey tirou um momento para terminar de limpar o rosto, respirando fundo e-

um estrondo e a porta foi aberta.

Rose pulou assustada, e quase sem acreditar.

Era Kylo Ren.

Ele atravessou a sala à passos longos e em questão segundos, já estava entre os dois Detetives, mas não era neles que a atenção dele estava.

Era em Rey.

E ele não esboçou nenhuma reação com o estado dela, usando a frieza usual em uma única palavra:

— Saia.

Houve um momento.

Os olhos de Rey inflamaram de raiva e ela se levantou.

— Estúpido, – ela cuspiu, furiosa. — o que pensa que está fazendo?!

— No momento? Te mandando sair dessa sala, agora.

Rose e Hux se entreolharam chocados. Eles eram invisíveis por um acaso? O que raios estava acontecendo? Finn não deveria estar de olho nele?

— Aaaah é? E quantas vezes tenho que dizer que eu não trabalho pra você?!

— Não trabalha mais pra ninguém, o que ainda tá fazendo aqui?

— Com licença! – Rose exclamou, se pondo entre eles. — Estamos no meio de um interrogatório, não pode ir entrando assim!

E de repente, os ombros dele relaxaram, a arrogância substituindo a frieza quando ele sorriu:

— Não? Estranho, achei que essa fosse a minha casa.

— Não brinque comigo, Ren! Há pouco não estava disposto a conversa e agora-

— Agora eu estou, – ele admitiu, como uma criança birrenta e Rose riu incrédula. — me lembrei que tenho uma vídeo conferência com a banda mais tarde e eu não quero perder o início da festa.

— Homenagem. – Rey corrigiu atraindo seu olhar novamente.

— Ainda está aqui?

Rose paralisou, arregalando os olhos.

Crispando os lábios, Rey ergueu a cabeça com orgulho.

— Rose, se já respondi suas perguntas...

— Não, Rey-

— Finalmente. – Ren murmurou.

— -nós ainda-

— Tchau.

— Rey!

Não me deixe aqui!, Rose resistiu a vontade de gritar, observando a amiga quase correr pra fora da sala (em direção a liberdade, ela pensou), deixando-a para trás com os dois maiores egos do mundo.

Era um pesadelo.

— Tico, você me prometeu que seria rápido. – Kylo Ren rejeitou a cadeira indo na direção contrária, para o sofá, e colocando os pés sobre a mesa. — O que estamos esperando?


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Notas finais do capítulo

Esse capítulo me deu tanto trabalho, vocês não tem ideia KMSKDMAKJ
Apenas gostaria de agradecer a todos que estão lendo (fantasmas, vocês também!) ♥
Continuem seguros, pessoal! Lavem as mãos sempre que puderem! Beijos e até o próximo!



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