Lightsabers Out escrita por Lady Liv


Capítulo 1
The Rose




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Rose Tico estava possessa.

Para que lhe servia o título de Detetive se sempre que um caso grande caía em suas mãos ele era subitamente retirado?

— Olha o drama, Rose. Por favor. – Finn gemeu do outro lado da sala, grandes olheiras em seus olhos. — Devia dar graças que tudo acabou e estamos livres.

— Você devia estar do meu lado nisso! Tem três dias que eu não durmo direito! Três.

Eu sei, eu estava aqui.

Rose suspirou, céus, que semana!

— Não acredito que o Chefe Chirpa fez isso comigo de novo. Ele já devia estar aposentado!

— Pois é.

— Phasma não viu isso acontecendo?! Isso é discriminação!

— Como ela ainda está no RH? Ela é um pesadelo.

— E ainda tem o idiota do Abrams, me cortando de tudo! Nunca me conta nada, nada!

— É, ele perdeu muitos pontos comigo por causa daquele caso de Exegol.

— Ai nem me fala, Finn! Me dá um ódio só de lembrar!

— Por favor, não lembre.

Ela resistiu a vontade de gritar, prendendo o cabelo em um rabo de cavalo e se posicionando em frente ao ventilador. Aos poucos, sentiu o sangue quente se acalmar.

— Será que vai ser sempre assim, Finn? Vir pra cá todos os dias, pegar um caso, ir atrás de pistas... e aí ser tirada dele quando as coisas começam a dar certo?

— Não acho.

— Oh?

— Vai ter vezes... em que suas pistas não vão dar em nada e eu vou ser obrigado a passar vergonha com você.

Ela sorriu, o observando.

— Você foi ao enterro?

Se havia uma coisa que Rose admirava mais do que o trabalho de bons policiais, era a força e otimismo de seu parceiro Finn Trooper. Além de suportar o péssimo humor que ela se encontrava naquela semana tão corrida, ele ainda teve que lidar com a súbita morte de Anakin Skywalker.

O grande escritor romancista criminal era alguém que Finn adorava, em palavras dele, uma lenda. Rose tinha sua própria opinião sobre o assunto, não sendo nada fã da forma shakespeariana que Skywalker lidava com os tempos modernos, mas não podia deixar de admitir que as reviravoltas de último capítulo eram realmente boas.

— Rey disse que não iria, então eu não vi razão de me enfiar lá.

— Finn...

— É besteira né? Eu mal o conhecia, coisa de fã... – a voz dele quebrou e ele limpou uma lágrima teimosa.

— Não, não é besteira. Você com certeza o conhecia bem melhor do que muita gente, tá? Ele me parecia um bom homem.

— Ele era.

Suspirando, ela anunciou: — Pega suas coisas, vou te levar pra casa.

— Mas ainda não acabou o expediente.

— Não é como se alguém fosse notar nossa falta.

Atravessando a delegacia, Finn parou na portaria para encher um copo d’água, e foi ali, encostada na parede, que Rose notou uma figura saindo da sala de seu chefe.

Ela nunca tinha o visto por ali antes, ruivo e bem vestido, de sobretudo e cachecol, apoiado em uma bengala. Era despojado demais para ser advogado e de aparência marcante demais para ser esquecido.

— E esse quem é? – Rose murmurou pra si mesma.

Como se tivesse a ouvido, o rosto dele se virou em sua direção e ela paralisou.

Houve um momento e-

— TICO! – Chirpa gritou.

— Ai meu Deus, – Finn cuspiu no próprio copo, pulando em susto. — Mas que- Eu falei pra você não ir discutir com ele!

— Tarde demais, me espera no carro tá? – ela o passou as chaves e praticamente correu em direção aos homens, algo lhe dizia que o assunto não tinha nada a ver com sua investigação anterior. — Pois não?

— Tico, esse é o Detetive Hux.

— Detetive? Tipo, Detetive particular? Ele-

— Foi você que fez a ocorrência lá na mansão Skywalker não foi?

— Ah, sim, mas-

Ótimo, – Chirpa a interrompeu aliviado. — Ela vai o ajudar na sua investigação, Detetive.

— Ajudar? Mas-

A ignorando completamente, ele rapidamente lhe deu as costas. Rose quase riu em choque, como alguém com pernas tão pequenas e tão gordo conseguia andar tanto?

— Uau, isso foi rude. – o estranho falou pela primeira vez, tirando um charuto do bolso. — Até mesmo pra mim.

— Hey, não pode fumar aqui.

— Oh?

Rose rolou os olhos.

— Em que posso te ajudar?

— Gostaria de interrogar a família Skywalker e todos os que andam pela casa, observar o terreno, ver a cena do crime-

— Ok, espera. Você trabalha pra alguma revista ou algo assim? – percebendo seu olhar confuso, ela continuou: — Não houve cena de crime, Detetive. Anakin Skywalker se suicidou. Achei que a mídia já tivesse bastante conteúdo.

— Não estou aqui pela mídia, Detetive Tico, estou aqui porque fui contratado.

— E por quem?

Ele sorriu, afastando o charuto da boca. — Não é essa a grande pergunta?

Rose franziu o cenho, o analisando, em nenhum momento ele havia tirado os olhos dela. A voz dele era carregada de uma certeza que poderia facilmente ser confundida com arrogância, o sotaque forte certamente não ajudava e os olhos verdes eram quase gélidos, mas o sorriso-

Desconcertante, de fato.

Ela desviou o contato visual, corando.

Céus, ela estava ficando louca.

— Agora, imagino que o exame toxicológico esteja para sair em um ou dois dias, certo? – Hux perguntou.

— Sim.

— Excelente, vamos precisar dele.

— Por que?

— Porque talvez haja algo lá que os peritos não tenham visto.

— Não, por que tem tanta certeza que ele não cometeu suicídio?

Ele parou, inclinando o rosto em sua direção.

— Por que tem tanta certeza que ele cometeu?

Rose piscou.

Muitos na cidade, principalmente no Departamento de Polícia, sabiam o quão problemáticos os Skywalkers eram. O soldado que virou escritor; a mãe que faleceu jovem demais; os bebês que foram separados e reunidos na adolescência; os casamentos conturbados; tudo isso foi contado muitas vezes pelos habitantes mais antigos da cidade, e também em programas de TV e revistas de fofoca. Sem falar na vida agitada dos amigos próximos da alta sociedade.

Então quando Anakin foi encontrado com a garganta cortada, segurando uma espada, era mais do claro que ele havia sucumbido ao estresse... certo?

— Eu não... – de repente, encarando aqueles olhos tão claros, Rose não tinha mais certeza. — Eu não sei.

Hux sorriu novamente.

— Me acompanhe Watson, temos um trabalho a fazer.


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Notas finais do capítulo

Não hesitem em dar sugestões, comentário, um "continua", qualquer coisa :v KSKDNKLASMLKN



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