Amor Perfeito XIV - Versão Arthur escrita por Lola


Capítulo 35
Passo Enorme


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura ♥



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Kevin Narrando

Fui recebido por Diana com um desses roupões de cetim que era extremamente transparente e sexy. E ela estava nua.

— Demorou. – ela deu um sorriso diabólico. – Já tem um tempinho que seu primo saiu daqui. Pilhado. Totalmente perturbado. “Ninguém se importa comigo”. Devia ouvir as divagações filosóficas dele. O garoto é problemático.

— A única problemática aqui é você! – ela colocou o dedo indicador em seus lábios e pediu silêncio apontando para o andar de cima. – Você sabe por que estou aqui né?

— Não... Mas adoro charadas. – ela sorriu. – Quer que eu tente adivinhar?

— Você conseguiu o que queria. Sou seu Diana. – chamaram na porta. Ela atendeu e me olhou.

— Kevin nós temos que ir, é urgente. – olhei Alice com um pouco de preguiça por ela tentar mudar aquilo. Era a única solução, não tinha mais jeito.

— Alice eu não vou e é melhor não insistir. – Diana deu uma risadinha maléfica com minha resposta.

— Você não tem vergonha de colocar um irmão contra o outro pra conseguir o que quer? – elas ficaram se encarando.

— Volta pra lá Alice! – mandei.

— Teria dado certo se a pessoa que ele realmente ama não estivesse disposta a fazer de tudo para impedir. – a olhei sem entender. – Graças a sua obsessão por Kevin coisas muito boas vão acontecer. – ela ficou furiosa.

— Boneca macabra. – segurei Alice após ela ouvir o insulto.

— Vou leva-la pra casa dela. Depois a gente conversa. – avisei.

— Tudo bem. – ela chegou mais perto de mim e passou os dedos na gola da minha blusa. – Eu te amo. – respirei fundo e sai dali.

— Que merda tá acontecendo? – perguntei a Alice enquanto íamos de encontro a Arthur que esperava do lado de fora. Vi o receio deles falarem.

— Murilo foi buscar Rafael.

— Vocês deixaram? São loucos? Se ele der uma crise sozinho? – entrei em meu carro e fui correndo o máximo que eu podia, o alcançando na rodovia rapidamente. Ele parou no acostamento logo atrás de mim, sai do carro e fui até a sua janela.

— Não preciso dizer que você não vai fazer isso. – avisei bem sério.

— Kevin... Eu vou. Mesmo se você não quiser. Ele é a única pessoa que vai colocar sua cabeça no lugar e te impedir de levar esse namoro a diante.

— Por que você acha isso? – olhei em seus olhos.

— Costumava ver esse mesmo domínio com a gente... Você não percebe, mas ele já te controla. E você tem tanto sentimento por ele que não vai conseguir namorar alguém que não seja ele.

— Eu não o namoro Murilo.

— Então o peça em namoro logo. – ele sorriu. – Agora entra no seu carro e volta pra casa.

— Não. Se eu não consigo te convencer a não fazer isso você não vai sozinho, vou te seguir, qualquer mínima sensação que você tiver de desconforto Murilo, pare. Estou falando sério. Eu vou ir até você.

— Você bem que tentou não me tratar como todos. – sua risadinha me fez sorrir.

— Só preocupação. Eles não te deixariam fazer isso. Vamos, temos algumas horas pela frente.

Na metade do caminho decidimos parar pra comermos alguma coisa. Começava a anoitecer e eu esperava sinceramente que essa ideia louca de Murilo pelo menos trouxesse Rafael de volta.

— Eliot implicou em eu ir para boate porque contei que conversamos e fiz carinho em você. – o olhei completamente assustado. – Por que a surpresa? Devia saber que eu sou assim.

— Não sei o que quer dizer com “sou assim”.

— Honesto talvez. – suspirei.

— Esse nosso carinho vai render tanto assunto assim?

— Achei certo. Era justo com ele.

— E inútil. Não muda nada. Só o faz sofrer.

— Ele quis que eu não fosse para não misturar você e bebida. Acha uma combinação muito perigosa. – dei uma risada. – Mesmo tendo quase certeza que você não iria eu preferi não ir. Logo após ele foi tão doce. Não me tratou mal sabe? – nos olhamos. – Ele diz que entende apesar da raiva que ele tem de tudo isso.

— Nossa ele é tão admirável. Ele é mesmo alguém especial Murilo.

— Sim ele é. – nos olhamos. – Eu não tentaria te esquecer com qualquer pessoa. – nossos olhos se encontraram novamente.

— Houve um tempo em que tudo que eu precisava era ficar com você e agora você tá aqui e é tudo tão difícil.

— Nunca é fácil. – ele olhou as mãos. - Fico pensando se eu vou ter namoros vazios ou acabar sozinho.

— Por que não pode ser totalmente preenchido e ser feliz? – ele riu.

— Ah Kevin, para com isso. Lembra o que a gente teve. Naquele abrigo... Éramos apenas nós dois. Passamos as tardes e noites esquecendo o mundo. E quando eu acordava ao seu lado tinha certeza que tudo valia a pena. Podemos ter amores ainda, mas nada vai se comparar aquilo.

— Desejam mais alguma coisa? – voltei a mim ao ouvir a pergunta da garçonete. Era melhor irmos embora, continuarmos o caminho. Era muito fácil eu me perder em Murilo e isso não era nada bom.

Ao chegarmos parei em uma pracinha umas duas ruas antes da casa de Rafael e Murilo foi sozinho. Fiquei dentro do carro esperando, o que pra mim pareceu muito tempo, mas durou apenas uma hora.

Quando o carro dele passou vagarosamente vi que tinha dado certo. Então os segui e recebi uma mensagem, achei que era de Rafael brigando comigo ou algo do tipo, mas não era.

“Vou andar um pouco mais rápido, vai dar a hora de tomar o meu remédio.”

“Quer que eu deixe meu carro na cidade e dirija Murilo?”

“Não, eu estou bem. Só preciso prevenir. Ah, e valeu por ter me desbloqueado priminho.”

“Presta atenção na direção idiota.”— sorri e larguei o celular.

O caminho de volta pareceu bem mais rápido que o da ida e assim que nós chegamos eu esperei eles saírem e fiquei no carro. O pai de Rafael estava com eles e ao me ver e entender que os segui poderia achar estranho. Não sei qual desculpa os dois deram, mas Murilo entrou com o pai de Rafael e ele ficou aqui fora, se encostou em meu carro e então eu sai.

— Por que ele tá fazendo tudo isso? – ele perguntou sem me olhar.

— É o Murilo. Ele tem necessidade de fazer o bem. – suspirei. Ele me olhou como se me analisasse e depois voltou a olhar pra frente.

— A ideia de insistir para o meu pai vim foi sua ou dele?

— Minha. Soube pelo Arthur que você queria estar com ele.

— Ele é um cara... Com um jeitão bem ultrapassado e difícil... Mas ele faz de tudo pra me agradar. E sempre fomos apenas nós dois. Sinto a falta dele.

— Devia ter me dito. – o olhei. – Não precisava vim comigo.

— Eu quis. Foi minha escolha. – ele suspirou. – Agora estou preocupado. Isadora brigou com a gente. Luna não vai ficar calada. Meu pai estar aqui é um erro enorme Kevin. – sorri.

— Arthur já se reuniu com a família dele e disse que não temos nenhum envolvimento mais e que ele fez o convite ao seu pai por saber que ele mostraria a todos qual o tipo de criação que te deu. E pediu para que ninguém mencionasse o que aconteceu, pois foi um erro que com certeza você se arrependeria.

— E tudo isso saiu de você.

 - Bem vindo ao mundo do Kevin.

— Jamais vou me arrepender. – não conseguir conter o sorriso. – Vamos ter que manter distância?

— Talvez você mantivesse de qualquer jeito. Não é?

— Seja sincero comigo. Por que eu estou aqui?

— Diana está usando Yuri para nos afetar e eu aceitei estar com ela. Murilo acha que você pode mudar isso.

— Ele não precisava ir tão longe. Era só ele mesmo tentar mudar.

— Prontinho. – Murilo saiu da casa. – Acomodei o seu pai no melhor quarto de hóspedes. Preciso ir embora, já passou da minha hora. Eu levei chá e biscoitos pra ele e toalhas limpas. Ele disse que estava cansado e dormiria. – Rafael sorriu o agradecendo, ele iria entrar no carro do pai, mas parou e o olhou. – Desculpa. Não foi minha intenção pegar em nada que é seu. Até amanhã.

— Por que tá rindo? – perguntei o olhando.

— Isso é cômico. Você nunca vai ser meu.

— Vai lá até o seu pai, vê como ele tá e diz que vai dormir. A gente precisa conversar. Vou te esperar na área da piscina.

— Kevin...

— Não. Eu não quero desculpas e nem vou deixar pra depois. – entrei antes que ele falasse mais alguma coisa. Esperei pouco tempo e fiquei reparando no movimento que o vento fazia na água.

— Tão concentrado. – ele disse e se sentou ao meu lado. Fiquei olhando em seu rosto. – Murilo realmente quer ser chef de cozinha? A atuação dele hoje foi perfeita, fiquei imaginando as suas caras vendo... – falei por cima dele.

— Eu o amo. – suspirei. – E talvez uma parte minha sempre vá ama-lo. Talvez não. Sim, tem uma parte de mim que sempre vai amar o Murilo. É assustador dizer isso em voz alta, mas é verdade. Ele foi meu primeiro grande amor. Só que eu quero ficar com você. Eu podia lutar por ele, podia dar o meu melhor e correr atrás dele com todas as minhas forças, mas não é essa a minha vontade. – o olhei. – Entendo você ter se magoado em ver nós dois tão próximos daquele jeito, mas não tem nada entre a gente. Aquilo foi um momento de... Desabafo, eu assumi que não o esqueci. Porém eu nunca iria deixa-lo trair o namorado comigo, não faria parte disso. E quer saber? Nem se ele fosse solteiro aconteceria algo entre a gente porque eu iria ficar dividido. Quero ficar com você Rafael, vou te falar isso quantas vezes for preciso. – ele me olhou e depois ficou encarando a piscina. A falta de respostas durou muito tempo. – Acho que eu não vou conseguir te convencer disso.

— Doeu ver aquilo. Mas eu realmente fui embora por causa do meu pai. Vi que não fazia sentido ficar aqui sendo que nem estávamos ficando juntos direito. Eu era a sua última opção. Alguém que você ficava quando a noite acabava. – arredei a cadeira ficando totalmente em sua frente.

— Perdão por fazer você se sentir assim, você nunca foi a minha última opção, foi a única e sabe disso. Onde eu estive eu estava pensando em você. Você me disse que não quer aliança e declaração, mas e se eu quiser? – ele desviou o olhar. – Não precisa me responder agora. Só saiba que dessa forma as coisas vão ficar mais fáceis pra nós dois. Eu não vou ter que vim até você no fim da noite porque eu não vou sair do seu lado. – sorri. – Ser meu namorado muda tudo Rafael.

— Você disse que nunca mais namoraria.

— Disse. Não esperava ser surpreendido ao sentir algo tão forte por alguém.

— E o ama. – ele discordou gestualmente.

— Você me salvou da dor imensa de perdê-lo, talvez seja você que faça esse amor acabar.

— Talvez. Eu não estou afim de apostar tudo em um talvez Kevin. – vi que não tinha jeito. Eu não o convenceria. O que eu já devia ter imaginado. Rafael tinha opinião formada sobre tudo. – Não faço o tipo romântico. Não namoro. Não sou assim. Por que com você tudo é tão diferente?

— Não sei. – respondi olhando em seus olhos. – Desculpa fazer você ser assim.

— Eu quero. Quero ser seu namorado. – ele ficou me olhando. – O que foi?

— Estou esperando o “mas...” – ele riu.

— Não tem Kevin. Quem vem com a condição aqui é você.

— Posso estar parecendo egoísta agora, mas eu vou te fazer tão feliz que você nem vai lembrar que essa condição existe até que ela deixe de existir.

— Nunca vai deixar de existir. – suspirei ao ver o quanto agora doía nele o fato de eu ainda amar Murilo. – Vou ir dormir.

— Não gosto da forma como as coisas estão. Você quer esperar eu esquecer?

— A gente sabe que isso não vai acontecer Kevin.

— Você não sabe o valor que tem. O seu jeito, é engraçado e tão... Completo. O que eu sinto por você vai além do que você pensa. Então isso pode sim acontecer. Não só pode como vai.

— Eu tenho duas opções. Espero. Ou fico com você e aceito. Não sei o que faço.

— A dúvida já te responde. – suspirei. – Pode ir dormir.

— Eu me conheço. Eu odiei Alícia por acha-la uma vadia e vou te odiar a partir de agora por não ser correspondido. - o olhei sem entender. – Eu te amo Kevin. É por isso que é tão difícil aceitar que você ama outra pessoa. – acho que ele não gostou do meu olhar. – Não me pergunta se eu tenho certeza, por favor. Se eu não te amasse não teria sido tão doloroso ver vocês dois juntos.

— Não me odeie. Só deixa eu te amar Rafael. – fiz carinho em seu rosto. Notei que ele estava receptivo e aproveitei para beija-lo.

— Pode aparece alguém. – ele se afastou lentamente. – Como você fez isso? – ele sorriu parecendo esquecer o maior problema que tanto o incomodava.

— Como assim como eu fiz? Eu sou o melhor. – selei nossos lábios.

— Enquanto ele estiver aqui... – o cortei.

— Não vou chegar perto dele. Prometo.

— Isso não é necessário. Não era o que eu ia dizer.

— O que iria dizer?

— Para não me deixar sentir aquilo de novo. Você consegue?

— Claro. – meu celular começou a tocar. – Minha mãe. – respirei fundo rejeitando. – Aquele demônio deve ter inventado alguma coisa. É o tempo todo ele tentando coloca-la contra mim. – o olhei. – Tem certeza que quer namorar alguém com a vida tão complicada?

— Espero descomplica-la pelo menos um pouquinho. – ele nem podia imaginar o quanto tê-lo iria fazer diferença em minha vida.

Arthur Narrando

A mesa de café da manhã hoje estava cheia e alegre. O pai do Rafael foi muito bem recebido, como eu sabia que seria e minha vó não parava de elogiar a educação do filho dele. A única exceção dela era o fato dele dormir com o meu irmão, mas como ela não comentaria isso... Estava tudo ótimo.

— Otávia saiu ontem e voltou tarde. – Ravi reclamou com minha mãe. – Onde ela foi?

— Deixa de ser chato. A garota tem que se divertir também, não são só os garotos não.

— Olá a todos. – Kira chegou e se sentou. – Desculpa chegar assim, mas eu não posso mais ficar naquela casa com aqueles dois. Sinto falta quando era Kevin e Arthur que se atacavam, não chega nem perto da guerra dele e do pai. – olhei pra ela.

— Por que eles estão brigando?

— Não sei. Eles não podem nem se olhar. – meu celular apitou.

“Meu pai sabe que o Rafael é mais importante pra mim que ele pensa. Ele sabe que fomos lá e por Murilo ter ido ele concluiu que protejo Rafael disso tudo e exponho Murilo. Agora ele disse que vai sugerir que troquem Alice por ele. Não sei se estava blefando, mas eu não posso pagar pra ver Arthur.”— acabei de ler e olhei para o meu melhor amigo.

“Você tá sendo idiota. Como ele recebe uma ameaça e ele escolhe o alvo? Isso não existe.”

“Ele deu a pista. Você o conhece Arthur. Não posso deixar ele colocar meu namorado em perigo."

— QUE? – gritei sem querer.

“Vocês estão namorando?”

“Sim. Não era desse jeito que eu pretendia contar. Reúne todo mundo em meia hora.”

Fiz o que ele queria e pouco mais de quarenta minutos estávamos todos na biblioteca. Sentei perto do pessoal para esperar.

— O que aconteceu? – Murilo perguntou preocupado.

— É melhor Kevin contar.

— É o último dia do ano e vamos passar lutando contra o Caleb né? – encarei Ryan. – Só perguntei.

Kevin chegou e andou de uma ponta da biblioteca a outra. Ele estava completamente fora de si.

— E aí, o que vamos fazer hoje? – Ryan perguntou animado.

— Espera ele se acalmar. – pedi em um tom mais sério.

— Kevin... – Murilo foi até ele e ele olhou para Rafael e desviou o olhar rapidamente.

— Cuida da sua irmã. Ela precisa mais de você que eu. – e ele voltou a andar novamente.

— Se você continuar desestabilizado assim nós não vamos chegar a lugar algum. – falei o olhando.

— Garoto para. – Otávia disse e pegou em seu ombro.

— Você tem noção que tá pegando em um American Bandogge sem coleira? – ela riu.

— Você é no máximo um Fila brasileiro desnutrido. – ele colocou dois dedos na garganta a fazendo se contorcer.

— E se eu ferir gravemente sua traqueia? Eu vou ser o que? – cheguei atrás dele.

— Ela não tem culpa de Caleb existir. – ele se afastou e Otávia massageou o local o olhando com ódio.

— O que foi que você foi fez? – ela perguntou de forma irritada.

— Nada. Apenas mirei no buraco entre os ossos das clavículas na base do seu pescoço. – ele sorriu diabolicamente. – Para ser eficaz eu teria que dar um impulso e desferir o golpe para frente. Isso faria com que a faringe cedesse, interrompendo a respiração.

— De onde você veio? – ele encarou Otávia.

— Do inferno.

— Não vou ficar aqui com esse psicopata.

— Sério? Pensei que se atraísse por psicopatas. – eles ficaram se olhando.

— Diz logo o que o seu pai te fez para seguirmos em frente. Não temos o dia todo. – ela desistiu de sair e se sentou.

— Ele soube que entramos em contato com o Glygol. E o maior erro de todos foi Murilo ter ido junto.

— Por quê? – meu primo perguntou o olhando. Kevin não conseguia dizer.

— É difícil né? – perguntei lembrando que era Alice naquele lugar.

— Já entendi. De alguma forma sou eu que estou correndo perigo.

— Não. – meu irmão respondeu rapidamente. – O meu pai acha que se você estava lá é porque eu não me preocupo mais com você... Eu te exponho a isso tudo e protejo outra pessoa. – todos olharam para o Rafael. – Ele ligou para o Glygol na minha frente e disse que se ele quer afetar a mim e ao meu irmão ele tem que acertar quem é o melhor amigo de Arthur e o meu namorado. E é a mesma pessoa. – Fael foi até ele e o abraçou.

— Agora é um poodle cor de rosa. – Otávia falou e eu dei um tapa em sua cabeça. – Ai! Monstro!

— Então vocês estão namorando?

— Gente vamos focar. Agora mais que nunca temos que saber o que fazer.

— Quis te abraçar desde o instante que você entrou por aquela porta. Você precisa manter a calma para me manter seguro. – Rafael disse a ele e selou os lábios dele com carinho, depois se distanciou. Percebi que Murilo ficou bastante incomodado, mas agradeci ao esforço que ele fazia em tentar disfarçar e pelo visto não teríamos nenhum drama nem ceninha.

— Tem uma teoria. – Kevin começou a falar pensativo. – Ele quer que a gente se descuide da Alice. Ele sabe que o cara não vai ouvi-lo. Afinal vimos que ele tá com bastante demérito.

— Não vamos descuidar dela. – falei rapidamente.

— Isso é muito fácil de resolver. Alice é prioridade. Rafael é bem grandinho e fortinho sabe se virar e se for atacado por alguém vai ter mais chance de sobreviver que ela. Agora vamos voltar aos problemas que já tínhamos.

— Quem nomeou o Ryan pra presidente? Perdi a eleição?

— Somos uma equipe, ninguém aqui toma decisões sozinho fumante obsessivo.

— Não vão começar a brigar. – falei tentando não ficar nervoso. – Todos tem a mesma importância. Rafael vai querer passear com o pai dele pela cidade então eu e o Kevin vamos ficar com eles, o resto sempre fica com a Alice.

— Só tem eu e o Murilo de homem, eu posso mesmo contar com o Murilo?

— Ah qual é a sua Ryan? Vem comigo numa briga pra ver quem sai vivo.

— Eu vou estar com vocês babacas.

— Alexandre você não conta.

— Não saio de perto do meu pai. Podem ficar tranquilos. – ela falou encerrando aquele assunto.

— Murilo. – Kevin chegou perto dele e agachou olhando em seus olhos. – Você me promete que vai cuidar dela?

— Não sou bom em cumprir promessas... Né? – ele deu um sorriso contido. – Eu vou cuidar. Ela é a minha irmã e a pessoa mais importante da minha vida. Relaxa.

— Tá. – ele se levantou e andou pelo lugar. – O cinturão.

— Não vou roubar nem a pau. Não vou fazer isso com o meu pai.

— Acho que eu tenho a solução... – Sophia começou a falar e eu já esperei a pior merda. – Tem uma mulher que vende uns diamantes que parecem muito verdadeiros. Eu juro que parece. Peguei um anel da minha mãe e coloquei um que comprei dela e eu não consigo ver diferença.

— Não consegue porque é cega. É sonsa. É burra.

— Kevin eu estou falando sério. A mulher é boa. Ela é careira. Mas ela trabalha com os melhores materiais e falsifica como verdadeiro. Se tirarmos a foto do cinturão e mandarmos ela faz um igualzinho e ninguém nunca vai descobrir que não é o verdadeiro.

— Na pior das hipóteses o que pode acontecer? Morrer todo mundo junto ou vamos presos por falsificação? A cadeia daqui é confortável?

— Os únicos que poderiam ser presos são Kevin, Arthur e Rafael. Você fez dezoito Kevin? – ele olhou para Larissa e revirou os olhos.

— Essa ideia é escrota. Nunca daria certo.

— Se a gente banhar a ouro de verdade, colocar as pedras verdadeiras... Sim. Ele vale muito pelo que significa, não só pelo que ele tem.

— E o Vinícius fica sabendo que tá sendo leiloado o cinturão dele e aí?

— Ele denuncia o leilão e estamos fodidos.

— Ele não vai saber.

— Alguém pode comentar com ele.

— Ele nem tá trabalhando. Vai passar janeiro todo com Murilo.

— Ah tá. E ele tá isolado do mundo no mato, não existe internet?

— Eu vou gritar até perder a voz se vocês continuarem achando empecilho para a solução maravilhosa que eu encontrei.

— Alguém tem mais alguma ideia? – perguntei olhando um por um.

— Não damos nada e pagamos pra ver.

— É o espirito selvagem francês que veio com você?

— Pensa bem. – Murilo se levantou. – O que eles podem fazer? Já concluímos que o quase atropelamento de Alice não tem nada a ver com eles, já que nem era o mesmo carro que Kevin cismou que estava nos seguindo. E que nem estava nos seguindo.

— Temos que ser paranoicos agora. – ele deu de ombros.

— Não estou afim de ver o que eles podem fazer Murilo. – falei e respirei fundo. – Rafael é importante pra mim e Alice muito mais.

— E a bomba você vai ou não vai fazer? – olhei para Kevin.

— Lógico que vai. – ele respondeu. – Vou ir agora à casa de um chegado e ele vai me indicar a melhor pessoa que vai fabricar isso antes da virada. – ele me olhou. – Não tira os olhos dele. Mas toma cuidado para o pai dele não achar que você tá interessado...

— Depois de todo o teatro do Murilo lá em casa isso não tem chances de acontecer. – olhei Rafael após sua fala. – Você nem imagina.

— Coloquem os assuntos em dia e daqui a pouco estou de volta. – Kevin disse e chegou perto de Fael fazendo carinho no rosto dele. Depois ele mandou beijo pra ele e saiu.

— Havia me esquecido do quanto ele é carinhoso. – Murilo comentando espontaneamente e Rafael não gostou nada.

— Continue esquecendo.

— Ele já deixou bem claro que é todo seu. Não estraga seu namoro se preocupando comigo.

— Não vou. Só não gosto quando você lembra da história de vocês dois.

— Desculpa Fael, não faço mais.

— E aí conta o que o Murilo fez na sua casa. – algum dos meninos disse certamente para mudar o assunto. Rafael não entendia que Kevin estava dando um passo enorme. Sei que eu precisaria conversar com ele depois, mas agora com tudo isso eu não conseguia pensar nem em meu próprio namoro quem dirá no deles.


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Notas finais do capítulo

Esse capítulo ficou tão grande que comecei a editar nem vi a hora e sei que já são 3 da manhã! Misericórdia! Até amanhã com um capítulo menor ♥



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