Amor Perfeito XIV - Versão Arthur escrita por Lola


Capítulo 23
Explosão


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura ♥



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Kevin Narrando

Era domingo, estávamos todos em uma festa na piscina da vó Isa e quando eu digo todo mundo inclui os irmãozinhos desagradáveis, que muito provavelmente algum dos idiotas os chamou.

— Cadê a nossa namorada? – perguntei para Arthur perto de Diana. Ele ficou me encarando. – Pelo visto o seu humor não melhorou de ontem pra hoje.

— Kevin senta aí... – Larissa me chamou, só faltava eu na mesa. – Diana estava contando sobre a história dela com o ex namorado. Ele foi embora para outro País. – todos me olharam.

— Temos algo em comum, fomos abandonados pelos homens que amamos. – falei olhando pra ela.

— Mas você não namora? – ela franziu a testa.

— Não esse. Falo de outro. Mas de qualquer forma não namoro mais. Acabo de terminar o meu namoro.

— Como assim? – meu irmão perguntou me olhando.

— O meu pai passou por cima de mim e agora é hora de passar por cima dele. – falei dele por ver que ele estava vindo em minha direção.

— Kevin temos que conversar. – ele exigiu em um tom sério.

— Caleb ele está com os amigos em um domingo tentando se divertir. Dá um tempo. – meu irmão pediu, me deixando impressionado.

— Não sei quando perdi o controle dos meus filhos.

— Você nunca teve. – falei e ele saiu.

— Achei que estivesse com raiva de mim. – comentei olhando Arthur.

— Estou. Mas ele sempre vai ser pior que você.

— Vocês são filhos dele? – Diana perguntou curiosa.

— Não. Ele falou filhos porque ele gosta de usar palavras no plural. – respondi entediado. 

— Você chama o seu pai pelo nome? – ela parecia assustada.

— Caralho. Viva o vírus, que ele retorne a Torres e se apresente a Diana. – todo mundo me olhou.

— Isso é coisa de dizer Kevin? A cidade parou! E tu... – interrompi Otávia.

— Ontem você estava tão legal. O que tinha acontecido hein? - ela ficou completamente envergonhada. Reparei que Alice sabia e observei todos e vi que o comportamento de Rafael era suspeito. A porra da emoção atrapalhava a minha percepção. Eu tinha que enquadrar Alice e fazê-la me contar.

— O que o seu pai tem a ver com o seu namoro?

— Porra garota, tu é curiosa demais!

— Ele me mandou parar de supor as coisas então estou perguntando ue...

— Amorzinho vamos dá um tempinho? – pedi a olhando. Aproveitei um momento em que Alice foi ao banheiro sozinha e fui atrás dela.

— O que rolou com a Otávia ontem e o que o Rafael tem a ver com isso? – perguntei olhando em seus olhos. – Não adianta tentar mentir, eu sei que você sabe de tudo. – ela ficou calada. – Anda Alice.

— O quanto Rafael é importante pra você? – lembrei que ele me fez essa mesma pergunta.

— Por que você quer saber isso?

— Responde Kevin. – fiquei olhando pra ela tentando formular uma resposta.

— O quanto você acha? Na vida da Otávia é que eu não estou interessado.

— Então esquece isso. Se você souber o que sente vai acabar te movendo a prejudica-lo. – demorei menos de um segundo para entender.

— Eles não transaram né? – ela desviou o olhar.

— Kevin... Arthur não só o encheria de porrada... Ele o expulsaria daqui. Rafael não tem mais como se transferir pra faculdade de lá, não existe essa opção. Não faz isso, por favor.

— Fica tranquila. Não vou fazer. Agora eu acho que vou embora. – não consegui disfarçar o quanto fiquei abalado ao saber aquilo.

— Vai pra casa? – ela perguntou preocupada.

— Não. Vou andar por aí, acho que em Alela, ir até o Luiz, talvez o ânimo dele me anime... Ou arrumar alguém pra ficar, eu devo começar a pegar todo mundo. Não é assim que a maioria das pessoas superam as coisas?

— Não sei o que aconteceu com vocês dois... Mas pelo que eu entendi ontem ele tá cansado de ser segunda opção. Talvez agora que você esteja solteiro as coisas melhorem.

— O problema dele não era o Kemeron. É o Murilo.

— Por que você não tenta esquecê-lo Kevin? Se você tá sentindo algo por Rafael talvez... – o olhei de longe e ele correspondeu, Alice olhou também entregando que falávamos dele. – Pode ser que ele esteja dando uma de difícil, mas é bem óbvio o que ele quer.

— Ficando com a irmã do meu irmão? – a encarei. – Não foi nada legal Alice. – suspirei. – Não temos um compromisso, não é o ato. É por ser ela.

— Para de mentir. Poderia ser qualquer pessoa. Você tá com ciúme. E muito me impressiona, porque é você que sempre diz que nós é que somos sensíveis.

— Tchau. – iria sair e ela me puxou.

— Ele te faz bem. E você sabe disso. Não desperdiça essa chance.

— Como quando eu tenho em meu peito outra pessoa?

— Você tinha que ficar aqui no natal Kevin. Talvez você vê Murilo e não sente mais nada. E... Eu preciso te contar uma coisa. – vi que ela ficou com medo.

— Relaxa. Estou muito mais magoado que nervoso. Esperava que qualquer um mentisse pra mim menos você. – ela não me deixou sair de novo, parando em minha frente. Arthur percebeu o movimento e veio até nós dois, claro, a mesma história de sempre “Arthur protegendo Alice de Kevin”. Agora eu já não sei se conseguiria não ficar nervoso.

— Kevin me entende. Eu tive medo da sua reação!

— Só me deixa ir embora.

— Alice é melhor. Ele está nervoso. – olhei meu irmão. Eu tinha que ferir alguém.

— Ah, antes de ir me deixa contar uma novidade...

— KEVIN NÃO! – Alice gritou e tentou vim pra cima de mim, todo mundo veio pra perto para ver o que acontecia menos os adultos que estavam lá dentro e não ouviram nada.

— Seu amiguinho tirou a virgindade da sua irmãzinha. – sorri e sai, sabendo que talvez eu não me redimiria mais, mas eu não me importava nem um pouco.

Arthur Narrando

Olhei para Rafael e Otávia após a fala de Kevin. Alice me segurava e pedia calma. As coisas pareciam que aconteciam rápido demais.

— Kevin, Otávia, só falta o Yuri agora! – exclamei nervoso o olhando.

— Eu tô fora. – meu irmão respondeu quase tão indignado quanto eu.

— Tem tara nos meus irmãos é isso?

— Para de ser assim Arthur! Aconteceu. Fui eu que insisti. Ele não queria tá?! Eu me responsabilizo você não tem que culpa-lo por nada. – olhei minha irmã.

— Você não tinha uma pessoa melhor pra escolher não?

— Ele é o seu melhor amigo, não é possível que não o ache uma boa pessoa.

— Para amigo ele é ótimo. Mas você ainda não reparou que ele tem problemas de relacionamento? Aliás, ele sempre diz que nunca quer entrar em um! Muito me assusta você se entregar a um cara assim.

— Ah Arthur, sério. Não transforma isso em uma coisa enorme. Foi apenas a minha escolha e pronto.

— Logo você que é tão sábia Otávia. Não faz sentido. – Yuri explicou a encarando.

— Vocês estão falando como se eu tivesse cometido um crime! Em menos de duas semanas faço dezesseis anos. Era a idade que eu queria. E a pessoa era quem eu tinha uma química e atração... Foda-se o resto. Nem tudo tem que ter amor, que chatice! E se querem saber, mesmo que fosse a primeira vez, foi gostoso pra caralho. Como eu sabia que seria. Tá explicado a escolha? – ela foi pra dentro.

— Calma. – Alice falou baixinho em meu ouvido. Pelo menos essa confusão toda serviu para ela se aproximar de mim.

— Eu estou amando esse lugar. – a Diana disse e deu um sorrisinho animada.

— Vamos para o meu quarto. – pedi e Alice aceitou. Assim que nós dois entramos eu fechei a porta e me deitei com ela.

— Você sabe que não pode deixa-lo na mão né Arthur? Ele largou tudo pra vim pra cá. – ela perguntou me olhando enquanto eu me encostava em seu ombro.

— Eu sabia que teria que lidar com as confusões dele.- suspirei. – Obrigado por me acalmar hoje.

— Somos um par. Não tem que me agradecer. – ela ficou um tempo em silêncio. – Mas ainda estou muito magoada com você.

— É, Otávia brigou comigo ontem... Perguntou se eu estava louco por não te avisar que iria vim alguém aqui. Nem pensei nisso Alice.

— O que mais me chateou foi a forma que me tratou na frente dela. Como se eu nem fosse sua namorada.

— Eu sei. Agi assim porque eu estava nervoso por ela estar em meu quarto e por você ter visto. E aquilo ter parecido algo que não era.

— Invés de você agir normal e me mostrar que não havia nada e ela ver que sou sua namorada você me dá um gelo?

— Ah, eu fiquei sem reação Alice. Sabe como eu odeio quando as pessoas fazem coisas que acho errado.

— Por que a vó a mandou subir para o seu quarto?

— Segundo ela porque ela estava saindo e com pressa. Pedi a ela pra não fazer mais isso. Mas ela disse que se ela ficasse lá na sala eu não a veria e a menina poderia ficar ali um bom tempo. O que não deixa de ser verdade. Enfim... Sou eu o errado. Desculpa.

— Não faz mais isso. Promete? – nos olhamos e eu a beijei.

— Prometo. – fiz carinho em seu rosto. – Por que Kevin explodiu daquele jeito? Contou que o Murilo vai trazer o namorado? – ela fez sinal positivo. – Por que fez isso?

— Ele estava sensibilizado, pensei que... – ela olhou pra baixo.

— O Kevin nunca se sensibilizaria o bastante Alice.

— O que você acha que vai acontecer agora?

— Bom... – me virei pra cima e respirei fundo. – Nesse momento ele deve estar articulando as mil formas de infernizar nossas vidas. E nos próximos dias não vamos ter paz. Ele não ficaria tão insuportável se ele e Rafael estivem amigos, mas nem isso tá acontecendo.

— Você acha que Rafael se abriria comigo? – ela me olhou atenta.

— Bom... Comigo nesse momento eu tenho certeza.

— Posso ir lá chama-lo agora? – a olhei sem entender. – É o Kevin Arthur. A gente tem que tentar ajuda-lo enquanto é tempo.

— Vai Alice. – se eu discordasse ela ficaria chateada então cedi, não queria mais problemas por hoje. Eles chegaram e ele ficou me olhando.

— Fecha a porta. – pedi e ele fechou. – Sobre Otávia eu quero encerrar essa história. Não gostei nem um pouco, mas você não a obrigou a nada, então se ela quiser continuar transando com você por aí, que seja. Quero falar de outra coisa. – ele ficou mais sério ainda. – O que tá rolando entre você e Kevin?

— Não tá rolando. Como você mesmo disse ontem, eu me cansei.

— Eu disse para magoa-lo. Não penso isso. Vocês estavam tão próximos e se davam tão bem, não faz nenhum sentido pra mim.

— Eu me dei conta de que ele nunca vai esquecer o Murilo e no quanto isso é desgastante. Não consigo mais lidar com todo esse sofrimento dele Arthur. Chegou a um ponto que começou a me fazer mal. É muito bom estar com ele quando estamos rindo ou em outros momentos, mas... Sempre acaba no quanto ele ama o seu primo. Percebe que alguém como eu não consegue suportar isso?

— Imaginei que sua paciência iria durar pouco. E isso prova que eu estava errado, se sentisse algo por ele você insistiria. De qualquer forma precisamos que faça algo por nós.

— Não, eu não vou me aproximar dele só porque ele tá perdendo a linha.

— Por favor Rafael, mesmo amando tanto Murilo quem está trazendo o melhor de Kevin é você. - Alice pediu com carinho. 

— Você acabou de tirar a virgindade da minha única irmã eu acho que você não tá em posição de escolha.

— Tá. Mas você entende que tem que ser genuíno? Eu não posso procura-lo, vai soar falso. Ele não nem um pouco é burro.

— Hoje a noite vamos ir a pracinha. Você se aproxima dele.

— Ele não vai aparecer. – Alice falou e me olhou. – Olha o quanto ele está chateado Arthur.

— Vamos torcer para que apareça. – encerrei o assunto e deixei que ele saísse. Passei o resto do dia com Alice e quando nos encontramos a noite, com o passar do tempo estava quase achando que aconteceria o que ela falou quando o vi chegar.

— Você tem que ir pra casa agora. – ele disse me olhando.

— Usou droga? – analisei seus olhos.

— Eu to falando sério. – ele estava impaciente e olhava para os lados.

— Posso saber o motivo?

— Resumidamente o seu pai é um megalomaníaco e por isso acumula inimigos e por vingança a ele um cara mandou que capangas dessem uma lição no filho dele, só que não descreveu qual. Por você ser mais alto e bonito... Bom, dá pra ir pra casa agora?

— Como você sabe disso?

— Geralmente quando eu não me distraio eu sei de tudo. – ele estava ficando impaciente. – Se um carro ou uma moto parar do nada eu não vou ficar aqui pra ser solidário e apanhar com você.

— Vamos Arthur. É melhor. – Alice falou e como sempre eu a ouvi.

— Vem com a gente. – chamei Kevin. – E você também. – olhei Rafael.

— Ele ainda está bem... – Alice disse e me olhou enquanto íamos. – Você estava em perigo e ele te salvou.

— Será mesmo? E se essa história toda não for algo inventado por ele?

— Parece mesmo o tipo de fantasia maluca que o Kevin inventaria. – Rafael opinou.

— Vocês estão loucos, sério.

— Você que é cega quando se trata do Kevin amor, sempre foi. – a olhei com carinho. Paramos em frente de casa e entramos rápido. Eu os guiei para a biblioteca.

— Ainda não tenho muita informação, mas estou tentando ter. – ele disse assim que entrou.

— Fael e Alice vocês podiam deixar nós dois conversarmos só um minuto sozinhos.

— Lógico que não. Quero saber tudo sobre isso, é o doente do Caleb! Eu sei o quanto ele atinge a vida das pessoas.- olhei pra Rafael pedindo uma ajuda.

— Mas é o pai deles né Alice?! Depois ele vai te contar tudo, vem. Eles vão se entender melhor assim. – eles saíram e assim que a porta se fechou eu peguei Kevin com força.

— Isso tudo é teatro? Porque se for eu vou te matar.

— O que eu ia ganhar inventando isso seu idiota?

— Aquilo você sempre quis, me atormentar.

— Você precisa transar, sabe disso né? Esse seu nervosismo é falta de sexo. – ele falou daquele jeito que ele sabia que me fazia perder a sanidade. Comecei a bater nele só pelo prazer de vê-lo apanhando.

— ARTHUR PARA! – ouvir Alice gritar e Rafael tentar me tirar de cima dele. Aquela noite foi horrível não só por essa minha explosão, mas principalmente por ouvir de Alice mais tarde que ela não me reconheceu, que eu parecia outra pessoa. Senti que a afastaria se continuasse agindo daquele jeito. E invés de procurar ajuda para lidar com toda essa raiva eu apenas me afundava cada vez mais. Mas como eu posso destruir um monstro sem me tornar um? Kevin sempre insistia em me desafiar e fazer com que as coisas saíssem do limite. Não sabia mais o que fazer.

 


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Notas finais do capítulo

Até amanhã ♥



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