Be Mine escrita por EloiseFeh


Capítulo 7
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Olá, como estão? Eu quase não posto esse capítulo hoje, mas aqui estamos novamente ahaha Espero que apreciem a leitura e deixem um review legal ♥



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O baque do metal solto das dobradiças do armário fizeram com que Finn olhasse para o lado sobressaltado. Rey estava com a testa encontrada no seu armário e, sem qualquer motivação, o abriu para pegar suas coisas. As olheiras fundas e o cabelo levemente despenteado deixaram o amigo preocupado.

 

— Você tá bem? - disse Finn.

 

— O que você acha? - respondeu Rey com sarcasmo.

 

— O que aconteceu?

 

— Meu aquecedor quebrou no meio da noite - começou ela, fechando seu armário e se apoiando nele com o ombro. - Fui consertar, no processo também descobri que outras coisas no meu trailer estão quebradas. De novo. 

 

Finn fez uma careta.

 

— Consertou?

 

— Quem dera! - ela soltou uma risada abafada. - Vou precisar usar o pagamento desse mês, mais algumas economias.

 

Os dois começaram a caminhar, aproveitando o resto de tempo que tinham antes da primeira aula.

 

— Precisa de dinheiro? - perguntou Finn, genuinamente preocupado. - Eu tenho algum sobrando e posso emprestar caso p…

 

— Não, não! Ai, meu Deus, Finn! Não precisa, eu me viro - respondeu Rey, o interrompendo sobressaltada. Seu rosto enrubesceu. - Não precisa me emprestar dinheiro.

 

Alguns alunos da equipe de corrida passaram por eles e Poe, misturado no grupo, logo saiu do lado de um dos seus companheiros de equipe para andar com o grupo. Havia ouvido apenas o final da conversa.

 

— Quem precisa de dinheiro? - perguntou o mais velho, colocando os braços em volta do ombro de Finn.

 

— Rey - respondeu o outro rapaz, prontamente.

 

— Meu Deus, não! Eu não preciso!

 

A garota continuou a insistir até que os amigos, com uma leve preocupação, abandonaram a ideia. Eram boas pessoas, Rey sabia disso. Mas a ideia de que eles teriam que lhe dar algo eram um desconforto enorme. Nunca havia passado pela sua cabeça que a generosidade de alguém chegasse a esse ponto; só se conheciam há algumas semanas e ambos os rapazes agiam como se a conhecessem há séculos. Era algo novo e até um pouco esquisito para ela. Mas não deixava de ser bom.

 

Quando chegaram à porta do laboratório de robótica, Poe insistiu em acompanhar Finn até sua sala. Rey deu um sorriso de canto, imaginando até que ponto a inocência de Finn iria cegá-lo para os sentimentos do outro rapaz. Ela entrou na aula rindo com a ideia. Rey tomou seu lugar em um dos quatro assentos à mesa e, atrás dela, um solitário Ben Solo permanecia concentrado.

 

Rey olhou por cima do ombro, para observar o rapaz de cabelo escuro. Ele digitava algo no computador e seu olhar se dirigia rapidamente para um circuito integrado ao seu lado. Era estranho como ele não assumia uma postura tão severa quando estava livre de seus amigos, era quase como se a tensão sempre presente em seu rosto diminuísse drasticamente.

 

Ele se aproximou um pouco mais da mesa para soldar um componente, mas pareceu se queimar. Rey soltou uma risada ao vê-lo balançar a mão, a expressão se retorcendo com a leve dor, e levar o dedo machucado à boca. Mas quando os olhos do rapaz a encontraram, em uma expressão indignada, ela rapidamente desviou o olhar. Um sorriso divertido saltou no canto da sua boca.

 

— Você é a Rey, né? - uma voz gentil chamou sua atenção, levando-a a olhar para uma garota de rosto redondo e traços asiáticos. - O Finn fala bastante de você! Meu nome é Rose.

 

Rey estendeu a mão e abriu um sorriso largo para a garota, que assumia um tom que ia de tímido a confiante dependendo da frase que emitia.

 

— Você é a monitora de robótica? Não te vemos muito por aqui… - respondeu Rey, olhando em volta e analisando a lotação da sala. - Aliás, nunca vemos muita gente aqui.

 

Nunca havia tantas pessoas na aula, o fato de não ser a opção mais atrativa para a maioria dos estudantes fazia com que só um grupo realmente interessado comparece. A ideia era que quatro pessoas ocupassem uma mesa, mas a realidade era que a turma era pequena o suficiente para amigos formarem duplas e os mais retraídos sentassem sozinhos, vez ou outra um trio se formava.

 

— Na verdade, essa é a turma com menos pessoas. Eu ajudo as turmas mais avançadas que se reúnem fora do horário de aula - disse Rose com um sorriso. - De qualquer forma, Bem-vinda.

 

Rose seguiu para a mesa atrás, onde Ben se sentava, o cumprimentando de maneira amigável. Rey virou um pouco o rosto para ouvir a conversa e, para sua surpresa, o jovem Solo respondia Rose de maneira igualmente calma e até mesmo com um sorriso de canto ao ser elogiado. Rose apontou um erro em seu projeto e o rapaz, de ouvidos atentos, concordou e agradeceu rapidamente.

 

Seu desgosto para com o rapaz ainda era evidente, mas aquela mudança de comportamento a fez erguer uma sobrancelha e sorrir de canto, de uma forma quase incrédula para com a situação. Ela deixou de lado esses pensamentos quando o professor entrou na sala, focando apenas no que tinha para fazer e esquecendo totalmente do seu entorno.

 

{...}

 

— Atrasada - disse Ben Solo, enquanto Rey ocupava o lugar à sua frente.

 

Naquele horário, no meio de semana enquanto a maioria dos alunos tinha aula, a biblioteca se encontrava quase vazia. Prateleiras e mais prateleiras rodeavam as mesas dispostas para que os alunos usassem. Particularmente, Rey preferia sentar em um dos puffs localizados em um canto mais descontraído e confortável. Mas duvidava imensamente da boa vontade de Ben Solo para isso, o rapaz era mais sério do que ela havia pensado.

 

Já tinha pouco mais de duas semanas que estavam naquele ritmo. Liam, trocavam anotações, Rey perguntava algo sobre um dos livros que ele lhe listava e ele lhe respondia com a voz monótona de sempre, sem qualquer tipo de emoção ou interação a mais.

 

— Não consegui sair mais cedo - respondeu a moça diante da fala dele.

 

— Você não veio na última vez também - provocou ele. - Poderia avisar, mandar uma mensagem, pelo menos eu não perco meu tempo.

 

— Eu não tenho celular - respondeu Rey, não tirando os olhos dos livros e cadernos, marcando e anotando.

 

— Que tipo de adolescente é você? - Ben riu.

 

Ela revirou os olhos e continuou a ler. A pilha de livros se acumulava e, apesar da vontade de Rey de ir embora, se recusava a fazer isso até que tivesse um rascunho consistente. Ben não compartilhava do mesmo pensamento. O rapaz passou apenas alguns minutos sentado, antes de olhar o celular e tomar uma decisão.

 

— Preciso ir - disse Ben, fechando um dos livro e se levantando.

 

— O quê?! Não, não! Estamos assim há 2 semanas, Solo! - respondeu a garota. - Não temos nem dez páginas!

 

— Você não apareceu essa semana e chega atrasada, eu tenho o direito de não ficar aqui por mais tempo!

 

A conversa dos dois foi interrompida por uma voz pedindo silêncio, vinda da bibliotecária. Ben se curvou sobre a mesa para escutar Rey, que havia abaixado o tom de voz para responder o argumento dele.

 

— Sabe por quê não apareci?! - respondeu ela. - Tive que trabalhar. Se eu não aparecer lá, minhas coisas vão estar na rua quando eu chegar no trailer que eu chamo de casa. Não tenho celular, pois tenho problemas financeiros muito maiores pra me preocupar. E não peço pra nenhum dos meus amigos avisá-lo, porque todo mundo te odeia e se recusa a falar com você!

 

Ela suspirou e voltou sua atenção para os livros. Ben a observou por um momento, sentindo-se culpado. Não queria admitir, assim como não queria pedir desculpas, mas voltou a se sentar. Puxou seu computador da bolsa, ligando-o em silêncio enquanto Rey continuava de cabeça abaixada. Ela não queria o encarar, mais por raiva do que por vergonha.

 

— Você fez outras anotações fora daqui - disse o rapaz, observando algumas folhas soltas preenchidas com a caligrafia da moça. - Posso ver?

 

Ela acenou com a mão e ele se sentiu livre para ler, organizando os tópicos e resumos em seu computador. Ele tinha que admitir que Rey o impressionava. Tinha devorado a lista de livros e feito anotações que ele achava imensamente interessantes, as folhas eram uma mistura de resumos, mapas mentais e suas próprias reflexões acerca do assunto. Ela não era descuidada e sabia compensar o tempo perdido melhor do que a maioria ali. Notar isso fez com que uma chama de empatia se acendesse no rapaz.

 

Rey não disse quase nada durante todo o restante de tempo que ficaram ali. O céu já começava a mudar, sua luz mudando as cores do ambiente através da janelas. Ben a olhava por cima da tela do computador, ela continuava concentrada. Lendo e anotando, passando as anotações para ele, respondendo apenas quando o rapaz lhe fazia uma pergunta. Ela fechou um livro de repente, guardou suas coisas rapidamente, pediu licença e se dispôs a sair. Sem dizer mais nada.

 

Rey continuou andando, suas pernas sabiam o caminho até o bicicletário de forma que ela quase não precisou levantar a cabeça. Não havia tantas pessoas nos arredores da escola, os que se encontravam estavam se preparando para sair assim como ela. Cada minuto naquele resto de tarde havia sido uma eternidade. A raiva que sentia fazia com que desse suspiros altos e podia sentir as palavras engasgadas na garganta.

 

Pretensioso. Isso ele era. E Rey estava cada vez mais chateada consigo mesma por ter dito o que disse. Ben Solo não era digno de receber suas explicações e mesmo assim a garota perdia energia dando-as.

 

— Rey. - A voz grave de Ben Solo soou atrás de si. Era a primeira vez que ele lhe chamava pelo nome. Na maioria das vezes era sempre "você" ou "garota".

 

— Agora não, Solo - disse ela, já se colocando em cima da bicicleta para sair.

 

— Esqueceu isso - respondeu ele, entregando-lhe um caderno. Antes que ela pudesse pegar, ele tirou a mão do alcance rapidamente e foi recebido por um olhar penetrante e raivoso. - Não foi minha intenção ofendê-la.

 

— Não ofendeu - respondeu Rey, pegando o caderno de suas mãos e colocando-o na bolsa.

 

— Eu só… - Ben começou, se pondo na frente dela no momento em que ela iniciou uma pedalada. - Eu só gostaria de começar de novo. Dessa vez em melhores termos.

 

Rey ergueu uma sobrancelha. Vindo dele, aquilo era o mais próximo de um pedido de desculpas. Ela se deteve por um instante e ergueu a mão.

 

— Oi, eu me chamo Rey - apresentou-se novamente, a direita erguida na sua frente enquanto cruzava o outro braço.

 

— Muito prazer, me chamo Ben.

 

Ao segurar a sua mão, Ben Solo não soube explicar a sensação eletrizante que percorreu pelo seu corpo. Ali, parado de frente para ela, com a luz laranja refletida em seus olhos verdes, seu coração falhou uma batida e o rapaz precisou prender a respiração por um curto momento para disfarçar o efeito que Rey lhe causara. Ele apenas voltou para si quando ela acenou com a cabeça, indicando que ele continuava no seu caminho. O rapaz murmurou uma desculpa e ficou ali, observando a garota se afastar até que dobrasse em uma esquina.


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Notas finais do capítulo

Então, gente, Ben Solo é muito emocionado e eu amo isso nele ahah O que acharam?
Eu estou com outras ideias de fanfics Reylo, mas vou deixar quieto enquanto desenvolvo essa. A partir daqui, me digam o que estão achando!
Até o próximo capítulo ♥



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