Be Mine escrita por EloiseFeh


Capítulo 6
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente! Já vou me desculpando por não ter postado capítulo nas sexta :/ Tive alguns imprevistos com o Home Office e os projetos da faculdade, mas resolvi postar hoje ao invés de esperar uma semana inteira haha
Apreciem a leitura :)



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Ao ouvir o barulho das duas pequenas mãos contra a mesa. Ben Solo ergueu os olhos. Seus cotovelos apoiados na grande mesa de mogno faziam uma sombra sobre o livro que lia e, na sua frente, uma garota de estatura pequena e com um semblante nada amigável o encarava.

 

— Olá - disse ele, olhando-a sem levantar a cabeça.

 

— Eu não gosto de você - respondeu Rey, direta.

 

Ele ajeitou a postura e olhou para os lados, vendo as várias cadeira livres à mesa, na biblioteca igualmente vazia.

 

— Tem vários outros lugares aqui. Não a obriguei a ficar na minha frente - reclamou Ben, olhando fixamente nos olhos da garota.

 

— Não gostar de você não é o que vai me fazer reprovar.

 

— Ousado você assumir que eu me importo - retrucou ele.

 

— Essa não é a segunda vez que reprova?

 

— Só porque o Luke me odeia - respondeu ele, recebendo uma sobrancelha erguida de Rey até que continuasse a admitir. - E porque eu o odeio igualmente, por isso não dou a mínima.

 

— Talvez ele tenha razão em te punir por isso…

 

Os dois ficaram em silêncio por um breve momento.

 

— Escuta, eu só quero minha nota - disse ela, puxando uma cadeira para se sentar, apelando para o bom senso do rapaz. - Quanto mais cedo você deixar de ser um otário e contribuir, mais rápido vamos terminar. Eu não quero prolongar minha convivência com você mais do que isso. Então… alguma ideia do que vamos fazer?

 

Ben suspirou, cruzando os braços por um tempo e encarando a garota, que o olhava firmemente. Era engraçado como ele não havia reparado nela antes ao ponto de perceber alguns detalhes que lhe saltavam ao olhar: Os olhos esverdeados, o nariz afilado, a boca pequena e as maçãs do rosto marcadas. Ela era bonita, admitiu para si mesmo, mas ainda era um grande incômodo. Por fim, ele cedeu.

 

— Tem uma caneta e um papel? - perguntou o rapaz, Rey lhe entregou o que foi pedido e ele começou a anotar. - Isso… É tudo o que vamos precisar fazer. Esses são os assuntos extras que ele vai pedir e uma lista de livros que você vai precisar ler…

 

— E você não? - perguntou Rey, ironicamente.

 

— Como você disse: eu reprovei duas vezes. Eu sei o que faço. Tô fazendo isso pra você não me atrasar - Ele lhe entregou a folha e se levantou, colocando a mochila no ombro. - Vamos nos ver duas vezes por semana, aqui.

 

— Você não está me fazendo um favor, sabia? - retrucou a moça, irritada com o tom de voz prepotente de Ben.

 

— Acredite, eu estou sim - respondeu Ben, entregando o livro que estava lendo para ela. - Comece por esse aqui.

 

— Rey - disse ela, não escondendo sua irritação. - Meu nome, caso um dia se importe em pedir uma opinião.

 

— Ben. Meu nome, caso um dia eu precise dela.

 

Ele se dirigiu para a porta, segurando a mochila em um dos ombros e não olhando para trás. E, sem perceber, um pequeno sorriso brotava em seus lábios.

 

{...}

 

— Olha, se eu tivesse um por cento da sua falta de sorte, eu estaria morto - disse Hux, olhando para a pista de corrida. - E ainda sim, era bem melhor do que ser você.

 

Sentados na arquibancada, os dois amigos acompanhavam o treino de Phasma. O sol já estava quase se pondo, deixando tudo em uma coloração laranja.

 

— Quero dizer, - continuou o ruivo. - você está em uma turma que o professor é o seu tio, que você odeia, e vai ter que aguentar a garota, que você também odeia, praticamente até o fim do semestre.

 

— Eu não a odeio - respondeu Ben rapidamente. - Eu só a acho…

 

Ele não completou a frase, não sabia direito o que achar da garota a esse ponto. Ela tinha um gênio forte, uma forma de defesa bem direta e eficaz. Ben pegou-se perguntando que tipo de pessoa ela deveria ser em sua antiga escola.

 

— Não tem coragem de correr comigo? - perguntou Phasma ao se aproximar, o suor correndo pela sua testa. - Vocês já foram menos preguiçosos

 

Hux estendeu uma garrafa de água para ela.

 

— E você já teve melhores tempos - retrucou Ben, dando de ombros e rindo um pouco ao ver a cara séria de Phasma. - Pode fazer muito melhor que isso.

 

— Você vai pagar por essa língua, Solo. - disse a garota, voltando para pista.

 

Hux torceu por Phasma, que completava mais uma volta na quadra. A atitude do amigo o surpreendeu. Era estranho vê-lo tão… animado. A imagem que havia criado de Hux era distante daquela que via ali, em um momento de descontração. Assim como Ben, o ruivo também tinha um padrão de comportamento a seguir. Era o esperado do filho de alguém influente, afinal. A postura, as roupas, o penteado, tudo deveria estar impecável. Ben não se importava com isso, mas Hux parecia dar real valor à imagem de seriedade que era obrigado a portar. Então, ser um adolescente mais relaxado era algo que não podia luxar. Se contentou a dar uma leve risada, não comentando nada do que pensava para o ruivo, e continuar acompanhando com os olhos o treino da amiga.

 

Se despediu deles um pouco depois, com a desculpa de estar atrasado para um compromisso. Era grato pela carona que lhe davam de manhã, mas gostava de andar até em casa no final do dia. O sol se pondo, os tons de laranja colorindo seu cabelo e suas roupas escuras, os sons da cidade aos poucos mudando conforme o dia mudava, sua respiração ficava mais leve, eram coisas que ele gostava. O distraiam.

 

Sua mãe não estava em casa, chegaria tarde novamente. O trabalho como diplomata a deixara incrivelmente ocupada; Ben ia com ela para o escritório quando ele era mais novo, um costume que se perdeu ao crescer. Ele olhava curioso por onde quer que ia, seguindo Leia de perto, quase como que se escondendo. Eram boas lembranças que tinha. Passou pela casa olhando algumas fotos, uma gesto que não fazia já há algum tempo; as fotografias eram antigas, em sua maioria. A que mais lhe incomodava era uma do pai.

 

Han Solo estava sentado em uma poltrona e Ben sentado em seu colo, sorrindo, gargalhando. Leia adorava aquela foto, havia sido tirada em algum momento quando Ben tinha 9 anos e sua inocência não permitia se zangar com a ausência do pai. Agora ele era quase como um estranho para Ben, não tinha certeza do que sentir por ele. E se sentia incrivelmente vazio por isso.

 

{...}

 

Ao ver Poe arrumando suas coisas no armário, Rey e Finn apressaram o passo para perto dele. O rapaz colocou logo seus braços em torno dos dois amigos, os guiando para fora da escola em um tom animado e uma conversa boba. Finn não pôde se conter e falou para Poe sobre Rey e seu novo parceiro de atividades. Rey revirou os olhos ao lembrar do que havia acontecido mais cedo, porém se dispôs a contar a conversa que havia tido com Ben na biblioteca.

 

— Mas que idiota! - Finn disse. - Deixou que ele te tratasse assim?

 

— Eu não sou muito fã de violência sem necessidade em espaços públicos - respondeu a moça, desprendendo a bicicleta e andando ao lado dos rapazes. - E eu também não vou me desgastar com ele, existem coisas melhores que eu posso direcionar minha energia.

 

— Pelo menos você deixou bem claro o que pensa dele. A maioria daqui não tem esse coragem… - disse Poe, pegando a bicicleta de Rey e dando algumas voltas em torno dos amigos no estacionamento, enquanto saiam do perímetro da escola.

 

— Aliás, por que as pessoas têm tanto medo dele? - perguntou Rey, genuinamente curiosa.

 

Era realmente uma pergunta válida para ela. Rey havia percebido a forma como outros se portavam perto de Ben Solo e seus dois amigos. Finn não os encarava nos olhos e até mesmo Poe achava melhor apenas esquecê-los. Ben Solo era alto e forte, ao ponto de ela ter realmente que erguer os olhos para ver seu rosto com clareza e lhe olhar nos olhos. Mas era isso. Quando o encarou na biblioteca, o seu olhar era de um garoto que estava cansado de tudo, que não se importava com ninguém e não se esforçava para se importar. Para Rey, Ben Solo poderia ser muitas coisas, menos ameaçador.

 

— Surgiram muitos rumores em torno dele - respondeu Poe, ainda sentado na bicicleta. - Brigas violentas, envolvimento com gangues, ouvi até mesmo coisas sobre tráfico, fofocas sem fundamento... E, por esse ser filho de Leia Organa e sobrinho de Luke Skywalker, isso o torna ainda mais o centro de boatos. Não me surpreende que ele odeio todo mundo.

 

Rey parou por um minuto.

 

— Ele é sobrinho do Luke? - perguntou ela, incrédula.

 

— Não sabia? - perguntou Finn.

 

Rey negou com a cabeça.

 

— Eles são tão… diferentes - ela disse por fim. - Não os imagino tendo um jantar em família.

 

O trio soltou uma risada em conjunto, imaginando o quão caótica a ideia era.

 

— Tá bom, já deu, Poe - disse Rey, interrompendo as voltas que o amigo dava com a bicicleta, sendo recebida com uma cara emburrada.

 

— Estraga prazeres… - resmungou Poe. - Devíamos aproveitar e ensinar o Finn a andar.

 

— Não sabe andar de bicicleta?! - perguntou Rey para o amigo à sua esquerda.

 

Rey deu um sorriso largo de incredulidade e seus olhos brilharam conforme se aproximava de Finn para puxá-lo para a bicicleta, enquanto este negava e era igualmente empurrado por Poe. Depois de risadas altos e alguns tombos, Rey tomou sua bicicleta de volta, se despedindo dos amigos enquanto as luzes da cidade começavam a se acender.


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Notas finais do capítulo

O que acharam dessa apresentação entre a Rey e o Ben? E sobre o momento do trio Ligth side no final? Eu confesso que eu morri de amores escrevendo esse capítulo. Pretendo focar também em outros personagens mais pra frente, apenas para dar um espaço maior para os que eu amo muito ahaha
Até a próxima, deixem seus reviews e bom resto de semana ♥



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