Be Mine escrita por EloiseFeh


Capítulo 2
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Eu não consegui me aguentar e esperar 1 semana pra postar um novo capítulo ahahha A verdade é que eu estou gostando bastante de escrever essas fic e fico cada vez mais ansiosa pra postar. Aqui vai um pouco sobre o dia da Rey.

Espero que gostem ♥



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A Escola da Nova República era diferente das outras que Rey havia frequentado. A construção era composta por três prédios de cinco andares conectados entre si por corredores de vitrines no penúltimo, dando uma bela vista da cidade. A frente arborizada contava com um estacionamento, áreas de convivência e um bicicletário, onde a garota se sentiu convidada a deixar sua bicicleta. Ela colocou a bolsa transversal em seu ombro e timidamente se pôs no caminho prédio principal.

 

A multidão de pessoas, jovens e adultos, a intimidou por um momento. Mas ela logo contornou isso. Se dependesse de Unkar, Rey passaria o resto de sua vida na oficina, enquanto estudava em escolas pobres do distrito de Jakku, sem nenhum tipo de auxílio para a jovem brilhante que era.

 

De fato, o incentivo de estudar em um lugar como aquele havia vindo de uma conversa solta entre os funcionários de Unkar. Diziam que ela era muito boa pras escolas de Jakku, que se tivesse pais, talvez estivesse estudando ali. Os comentários não eram para ajudá-la. Foram dito pela suas costas, por pessoas tão duras quanto seu gerente.

 

 E aquilo fora o suficiente para que ela fizesse sua matrícula por conta própria.

 

Tinha as melhores notas, seus trabalhos nas oficinas eram os que deixavam os clientes mais satisfeitos, era habilidosa e esperta. Nada mais justo que investir na sua educação, era uma chance de sair daquele trailer. E uma escola melhor significava mais tempo longe de Unkar e seus amigos.

 

Seus pensamentos foram interrompidos com a buzina furiosa de um carro que estacionava.

 

— Ei! Presta atenção! - um garoto alto e ruivo gritou de dentro do carro.

 

Rey não fez nada além de lançar um olhar irritado, sabia que não era sensato arranjar uma briga apenas por isso. O garoto ruivo apenas a ignorou e continuou estacionando. Uma garota de cabelos curtos e loiros, talvez até mais alta que os outros rapazes, também a ignorou. O único que manteve os olhos nela foi um rapaz de cabelos pretos e ondulados. Diferente dos outros, o olhar dele era mais indiferente do que arrogante.

 

Ela continuou seu caminho, sem olhar novamente para o trio.



O prédio era tão bonito tanto por dentro quanto por fora. Amplamente iluminados, os corredores do prédio principal se dividiam em uma forma de T. O corredor principal, por onde Rey havia entrado, era onde a maioria dos armários, salas e laboratórios se encontravam. Ao final, o corredor dava mais algumas opções de armários para a esquerda e para a direita e, no final de cada uma das direções, elevadores e escadas para que se pudessem ir para os demais andares do prédio. Diferente do corredor inicial, a bifurcação de corredores eram formada por vitrines e amplas portas que levavam para a parte de trás da escola, onde possivelmente encontraria as quadras e o refeitório.

 

Rey tirou da bolsa um papel contendo as informações que precisava, suas primeiras aulas, horários de intervalo, algumas informações sobre clubes e outras atividades e finalmente o número de seu armário. Andou perdida por um momento até encontrar, no primeiro andar, seu armário.

 

— Nova por aqui? - Uma voz perguntou.

 

Rey parou de ajeitar suas coisas no armário e afastou um pouco a porta para olhar para o lado. Um rapaz, que ela não havia notado chegar, estava parado ali. Separados apenas com um armário entre os dois, o rapaz continuava procurando algo enquanto esperava uma resposta. Ele era um pouco mais alto que ela, tinha pele negra e uma postura descontraída.

 

— Sim, eu… acabei de chegar - respondeu ela, hesitante. Não era de seu costume abrir conversa com qualquer um, mas o rapaz apenas parecia curioso.

 

— Bem-vinda, sou seu vizinho de armário pelo visto - ele tirou um livro, colocou entre as pernas e continuou a arrumar o armário. - Espero que não seja orientada por um dos monitores, eles são horríveis. Fazem isso pelas notas extras, mas passam a maior parte do tempo dizendo que você precisa ser "o melhor que conseguir". Como se você fosse algum tipo de idiota.

 

Ele visivelmente não tinha boas lembranças de seus primeiros dias.

 

— É novo aqui também? - perguntou ela, um pouco curiosa.

 

— Um pouco. Entrei faz poucos meses, diferente da maioria que é ensinado aqui desde que nasceu. - Ele, por fim, fechou o armário e estendeu a mão. - Sou Finn, afinal.

 

— Rey - respondeu ela, com um sorriso, apertando sua mão.

 

— Bem, Rey, se quiser escapar dos monitores, eu adoraria ter uma desculpa para fugir da primeira aula. - A fala foi quase como uma súplica, o que fez Rey abrir um sorriso.

 

— Tudo bem - concordou ela, acompanhada do rapaz.

 

{...}

 

Na hora do almoço, vários alunos se reuniram no refeitório. Grupos conversavam alto sobre seus feitos no fim de semana, alguns professores estavam sentados à mesa, outros preferiam ir para outro lugar. Mas o misto de personalidades e aparências era o suficiente para fazer Rey olhar para o lugar confusa, procurando um lugar para sentar. Se não fosse por Finn, ela teria ido comer no corredor.

 

O rapaz estava sentado à mesa sozinho, esperando Rey enquanto ela se aproximava. Logo depois que ela se sentou, outro rapaz chegou. Era um pouco mais velho que os dois, apenas um pouco mais baixo que Finn, porém mais alto que ela, e tinha a pele bronzeada.

 

— Finn! - disse ele, animado. Se sentou ao lado de Finn e lhe deu um abraço de lado. - Não te vi a manhã toda, por onde andou?

 

Finn apontou com a colher para Rey, que olhava para ele.

 

— Rey, este é Poe. Poe, esta é Rey - disse Finn ao terminar de mastigar.

 

— Muito prazer - Ele ofereceu a mão e ela o cumprimentou.

 

Ela era simpático e sorridente, os dois pareciam ser bons amigos.

 

— Então Finn te mostrou a escola? - perguntou ele. - Olha… fugir das aulas desse jeito é algo que eu faria...

 

— E você fez - afirmou Finn. - Várias vezes.

 

— Não ligue pro que ele diz, eu sou bem mais responsável - Poe afirmou.

 

Rey deu um sorriso.

 

— Você é do último ano? - perguntou ela.

 

— Quase. Atrasei meus estudos alguns anos e minha carga horária é confusa por causa da equipe de corrida e por causa de outros fatores. Mas boa parte das minhas aulas é com o Finn aqui - Ele sorriu, passando os braços em volta do outro garoto. - E você?

 

Ela tirou um papel da bolsa para entregar pra ele.

 

— É, vamos nos ver bastante também - confirmou Poe, com um sorriso.

 

Poe sorria muito, isso Rey notara, e Finn tinha um senso de humor que se completava com as comentários do amigo. Não demorou muito para que ela se envolve-se na conversa também, conhecendo um pouco mais dos dois.

 

— E você, Rey? Onde vive? - Finn perguntou.

 

— Ah, eu… - Ela hesitou, mas não havia motivo para mentir. - Moro de trás de uma oficina, no distrito de Jakku. Na verdade, em um trailer.

 

— Uau, deve ser… desafiador. E seus pais moram com você?

 

A pergunta a pegou de surpresa. Não esperava ter que falar disso logo no seu primeiro dia. A verdade era que ela não se lembrava de muita coisa de seus pais, provavelmente estavam mortos. Havia sido somente ela, desde pequena, se virando contra o mundo.

 

— Eu… não tenho - ela respondeu. - Quer dizer, eu tenho, sim, claro. Eu não nasci do nada. Eu apenas… não os conheço.

 

Um silêncio desconfortável tomou conta da mesa.

 

— Eu sinto muito. - Finn se desculpou. - Se eu soubesse, eu não…

 

— Tá tudo bem - Ela disse com um sorriso. - Não tinha como você saber e, aliás, faz muito tempo.

 

Finn assentiu e Poe continuou com a conversa.

 

— Bem, o que importa é que você está aqui e, nós temos muito o que lhe dizer sobre este lugar.

 

A conversa parou por um momento por uma mão agarrando a maçã que Finn havia pegado, ele nem se deu ao trabalho de erguer o olhar. Sabia justamente quem estava ali. Poe se levantou de repente para encarar a dona da mão.

 

— Não creio que vá querer isso - disse a garota. Rey a reconheceu como a loira do carro que quase a havia atropelado.

 

Os dois rapazes de antes também a acompanhavam. O ruivo deu um sorriso de canto enquanto se afastavam; o outro, de cabelos negros, continuou andando em passos lentos, ele havia apenas dado uma olhada rápida para a mesa, o olhar mais uma vez se focando em Rey, e logo depois seguiu seu caminho.

 

— Dameron… - Ela cumprimentou sem muita amistosidade, ignorando Rey. Logo depois, seguiu sua dupla de amigos.

 

Ela era um pouco mais alta que os outros dois que a acompanhavam e a postura dos três indicavam que tinha influência ali, ou pelo menos agiam como se tivessem.

 

Poe voltou a se sentar, a expressão fechada. Finn apenas olhava com raiva para a sua bandeja enquanto comia.

 

— E pelo visto, nem precisamos dizer quem que é melhor evitar - disse Poe entredentes.

 

Rey continuou olhando o trio de afastar, saindo do refeitório. Seu rosto deixando transparecer o incômodo que aqueles três lhe causavam.


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Notas finais do capítulo

No próximo capítulo, vou explorar mais o ponto de vista do Ben sobre esse dia.
Espero que tenham gostado e estejam tão animados quanto eu ♥



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