Be Mine escrita por EloiseFeh


Capítulo 14
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

E aí minha gente, como estão? Primeiramente gostaria de agradecer pelos comentários novos que fizeram o meu dia e minhas últimas semanas, me motivando a continuar ♥
Adoro vocês e sem enrolação, vamos lá!



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Ben não sabia exatamente o porquê de estar ali, apenas sabia que era o único lugar em que podia estar sem se odiar por completo. A presença e companhia da garota que procurava pareciam ser as únicas coisas capazes de proporcionar esse efeito.

 

Quando Rey abriu a porta, levemente desarrumada e irritada, o rapaz conteve um sorriso. Ele olhou para cima, a diferença de altura sendo compensada pelos andares na entrada do trailer. Ela se encontrava confusa, os olhos grandes e verdes arregalaram-se em surpresa e sua expressão amenizou ao processar a presença do rapaz.

 

— Eu… posso falar com você? - Foi a primeira coisa que havia vindo em sua mente, apesar de nem ele entender bem o que estava fazendo ali ou o que gostaria de falar.

 

Ainda calada, Rey pôs a cabeça para fora do veículo. Olhou para sua esquerda, onde o portão de ferro da oficina permanecia trancado. Olhou para a direita, observando a motocicleta do rapaz estacionada a alguns metros da saída do beco. Aquele havia sido seu único objetivo ao aparecer ali, raciocinou ela.

 

Com um gesto, a garota indicou que ele poderia entrar. Ben a seguiu para dentro do trailer.

 

Se fosse apenas alguns centímetros mais alto, Ben teria que se curvar para caber ali. Porém, com sua cabeça quase encostando no teto, o gesto já era quase inconsciente, de modo que ficou de cabeça baixa e encurvado até se sentir convidado a sentar no pequeno sofá no canto. Um pouco pequeno demais para o seu tamanho.

 

Estranhamente, apesar de nada ali parecer ser feito para ele, o jovem Solo sentia-se mais confortável ali do que em qualquer outro lugar.

 

— Desculpa pela minha mãe no outro dia - disse ele, enquanto a garota procurava algo na cozinha. - Ela gosta de jantar comigo quando dá e consegue ser bem persuasiva.

 

Rey concordou, dando um leve sorriso.

 

— Eu posso te oferecer alguma coisa? Eu vou ter leite e… água - perguntou Rey, seu olhar não muito surpreso ao ver a geladeira quase vazia. Ela tirou a caixa de leite da geladeira e cheirou o conteúdo, seu rosto se contorceu em uma careta. - Okay, só água.

 

O rapaz negou com a cabeça.

 

— Não, eu tô bem - completou ele.

 

— Está? - questionou ela, sentando-se ao seu lado no sofá.

 

Ben se viu perdidos naqueles olhos novamente, não sabia o que pensar ou o que dizer. Ele abaixou o olhar, Rey não soube discernir que sentimento aqueles olhos transmitiam. Culpa, medo ou solidão. Talvez todos os três.

 

— Eu… - começou o rapaz. - Sou uma pessoa ruim?

 

A pergunta atingiu-a de surpresa, fazendo com que consertasse sua postura para encarar melhor o rapaz. Mais uma vez aquele olhar. O de um garoto ansioso, solitário e assustado. Os instintos de Rey se dividiram entre uma opinião sem filtro e a vontade imensa de abraçar e nunca mais soltá-lo. Ela não entendia os motivos da pergunta, mas deixou a mente e coração abertos para compreender os sentimentos do rapaz.

 

— Por que isso tão de repente? - perguntou Rey, não tirando os olhos de Ben.

 

O rapaz apenas balançou a cabeça e voltou a encarar o próprio umbigo.

 

— Não é o tipo de coisa que posso perguntar para qualquer outra pessoa - respondeu ele.

 

— Sua mãe?

 

— Ela é mãe, sempre boa demais.

 

— Seu tio? - Rey tentou mais uma vez, a resposta veio na forma de uma risada sem graça.

 

— Você ainda não me respondeu - disse ele. Sua próxima reação foi a de esfregar o rosto com força e murmurar, como se Rey não estivesse ali:  - Meu Deus, eu vou ficar preso nisso pra sempre...

 

Rey não soube em que ele estava pensando ao dizer isso, e ele não iria lhe contar. O tempo que havia passado sozinha, as pessoas que havia conhecido ao longo dos anos, aquelas eram pessoas ruins. Ali, Rey apenas conseguia ver um rapaz angustiado, procurando alguém que o escutasse.

 

E quantas vezes ela também já não se sentirá assim? Sua mente voltou alguns anos no tempo, uma garota sozinha e assustada nas ruas. Passando fome, frio, trabalhando avulsamente em troca de alguns centavos. Seus amigos não entendiam aquilo e Ben Solo também não poderia entender, mas Rey perguntou-se o quanto apreciaria ter alguém para lhe ouvir e dizer que ela valia alguma coisa.

 

— Isso é idiota, eu sei - continuou ele, balançando a cabeça. - Eu não sei por que tomei a liberdade de vir aqui, na verdade, eu…

 

— Ben - interrompeu a garota.

 

Suas mãos seguraram as de Ben, quase que por instinto, agarrando-as com firmeza. O rapaz respondeu ao gesto com surpresa, segurando delicadamente as mãos que pareciam infantis em comparação com as suas. O contraste entre os dois nunca havia sido tão notório, mas ainda sim era acolhedor. Para ambos.

 

E, para Rey, aquilo bastou para que o nome de Ben Solo soasse de uma maneira totalmente nova aos seus ouvidos. Da mesma forma súbita, o som do seu nome saindo pelos lábios da garota pela primeira vez fez com que o coração de Ben dançasse em seu peito..

 

— Você é uma boa pessoa - continuou Rey. - Talvez tenha feito algumas escolhas ruins. Mas ainda sim, uma boa pessoa.

 

Ben balançou a cabeça, ainda em negação, apenas para sentir novamente um aperto em sua mão. Ele voltou a encarar os olhos da garota. Da garota que vivia sozinha em um trailer pequeno em uma vizinhança perigosa, da garota que exibia um sorriso gigantesco quando pensava que o rapaz não a estava observando. Ele viu o olhar de uma garota sozinha, em uma realidade tão distante da sua, tentar compreender como ele se sentia. Uma garota tão solitária e quebrada quanto ele.

 

Seu polegar acariciou o dorso da mão dela de forma inconsciente e aos poucos ele relaxou, sentindo um turbilhão de emoções que nunca sequer imaginou que poderia sentir um dia. A energia que agora emanava entre os dois os deixou confusos e surpresos, mas acima de tudo animados. Talvez até desesperados.

 

Mas tão rápido quanto havia surgido, a sensação passou quando a garota se afastou, subitamente se dando conta da proximidade de ambos. Ben teve de controlar a vontade de segurá-la por mais tempo. Rey imediatamente se arrependeu do impulso, se dando conta de que também queria que o rapaz ficasse ali por mais tempo.

 

— De qualquer forma… - Pigarreou Rey, o rubor de ambos apenas piorando a situação, deixando os dois ainda mais vermelhos. Ela levantou-se do pequeno sofá - Já tá bem tarde.

 

Ben assentiu, ficou de pé e foi em direção à porta, o espaço pequeno fez com que seu corpos ficassem terrivelmente próximos, Rey desviou o olhar e deixou que o rapaz fizesse seu caminho até a saída.

 

— Você realmente quis dizer o que disse? - perguntou o rapaz, virando-se de repente, não deixando espaço para ela se afastar.

 

— Ben - novamente o nome soando agradavelmente doce. - Eu cresci de um jeito e em um lugar onde absolutamente todas as pessoas poderiam me fazer algum mal. Conheci muitas pessoas ruins na vida e você definitivamente não é uma delas.

 

— Deve ter sido difícil… - respondeu Ben. - crescer assim.

 

Rey desviou o olhar novamente e apenas assentiu, comprimindo os lábios.

 

— Não é o tipo de coisa que… eu costumo falar por aí - disse Rey, o olhar de repente distante e triste, como ele estava apenas alguns minutos atrás. - Ainda dói. Muito.

 

— Eu sei - afirmou o rapaz, levando sua mão à dela apenas para apertá-la gentilmente por um segundo antes de se afastar. Um gesto simples. A maneira Ben Solo de dizer que ele estaria ali. - E obrigado.

 

Rey encostou-se na porta, olhando enquanto o rapaz se ia. Observou-o subir na moto, as cores escuras de sua roupa quase que se camuflando no veículo, ele colocou o capacete enquanto seus olhos ainda continuavam fixos na garota. Com um aceno, ele se despediu. Rey deteve-se por um momento antes de entrar, processando a visita do rapaz, balançou a cabeça tentando tirar dali os desejos e pensamentos que se afloraram ali, a vontade imensa que teve de se jogar nos braços do rapaz e se afundar.

 

{...}

 

Quando Rose sugeriu uma ida ao shopping depois das aulas, o primeiro pensamento de Rey foi de pânico. Implorou a Finn e Poe que pudessem inventar alguma desculpa, mas não tinha escapatória.

 

A ideia em si não era ruim. A companhia de Rose a lembrava de como nunca teve amizade com outras garotas antes e ela se sentia animada com a ideia de poder dedicar um dia apenas para experimentar roupas, jogar conversa fora e até mesmo aflorar seu lado mais vaidoso. Mas o maior problema também era o mais óbvio.

 

— Rose - disse a garota, enquanto ambas caminhavam ainda no estacionamento do centro de compras. - Eu agradeço muito por ter me chamado, mesmo. De verdade.

 

— Não foi nada! - respondeu Rose, animada. - Minha irmã gosta quando as pessoas se vestem bem nas festas que ela organiza, então vamos achar algo incrível pra você.

 

— Mas… - continuou Rey, parando de caminhar e fazendo com que Rose se virasse. - Eu não sei se você notou, mas eu não me visto de uma forma “incrível”. 50% das minhas roupas foram compradas em um brechó, o resto veio de centro de doações.

 

Rey apontou para si mesma e Rose cruzou os braços, olhando a amiga de cima a baixo. Rey não era tão descuidada com aparência quanto achava, apesar dos tênis e jeans surrados que usava.

 

— Eu tenho que ter cuidado com absolutamente todos os meus gastos - prosseguiu Rey, um pouco embaraçada. - Você ficar feliz de te ajudar a escolher uma roupa, mas eu não posso pagar.

 

— Quando é seu aniversário? - perguntou Rose, mas sem deixar a outra moça responder. - Não importa, vamos comprar alguma coisa e você pode considerar um presente adiantado ou atrasado.

 

— Rose, não! Você não vai fazer isso!

 

— Olha, não é nada demais, sério! Eu quero e você merece.

 

— Não…

 

— Merece! - Insistiu Rose, ficando bem de frente para Rey e olhando um pouco para cima pra poder encarar os olhos da amiga. - Você é a melhor aluna de todas as turmas que eu monitoro, é uma boa amiga e eu adoro ter mais alguém pra conversar além dos meninos.

 

— Rose, não precisa fazer isso.

 

— Rey, eu não sei se você já ganhou algum presente antes, mas geralmente não se discute tanto - continuou Rose, puxando Rey pelo braço insistentemente. - Vamos comprar algo novo hoje. Uma coisa barata o suficiente pra você não se sentir culpada, mas ainda sim, novo. Pode ser? Pode ganhar uma única coisa sem se sentir mal?

 

Rey soltou um suspiro longo, revirando levemente os olhos, mas concordando. Rose deu um sorriso largo, dando espaço para a outra garota se soltar mais.

 

Sendo levada pela humor e descontração da amiga, Rey quase não notou as horas passando. Em cada loja que entravam, Rose obrigava a outra garota a experimentar uma gama de roupas diferentes, dos mais variados estilos. O cheiro e textura de qualidade nos tecidos fazia com que a garota se sentisse um pouco errada por estar ali, mas cada pensamento ruim era compensado pela ideia de dedicar um pouco mais de cuidado a si mesma. Por mais que não fosse seu costume.

 

— Onde a garota tá? - Rey ouviu a voz de Zorii Bliss do lado de fora do provador.

 

Instantaneamente, sua cabeça se projetou para fora da cabine, cobrindo o corpo com a cortina.

 

— Você chamou a Zorii? - perguntou, um olhar pasmo e indignado. Zorii a encarou por debaixo do boné.

 

— Que foi? - perguntou Rose. - Ela se veste bem.

 

— Isso eu não nego - respondeu Zorii com um sorriso presunçoso no rosto.

 

— Eu não preciso de platéia pra isso! - Rey revirou os olhos, voltando a colocar seu corpo inteiro para dentro do provador. - Rose, a gente já não escolheu uma roupa? Por que eu continuo fazendo isso?

 

— Por que dessa vez eu tô aqui - disse Zorii, sua voz se aproximando enquanto ela voltava com outra peça de roupa em mãos, entregando-a para a garota ao colocar somente um braço dentro da cabine.. - Anda veste isso, deixa eu ver.

 

Rey tomou a roupa e suas mão tatearam o tecido macio.

 

— Não, nem pensar - disse Rey ao perceber a forma da peça. - Eu não vou vestir isso.

 

— Rey… - começou Rose.

 

— Garota, eu te adoro, até, mas se você não vestir isso, eu entro aí e visto você à força - interrompeu Zorii, bem persuasiva.

 

As duas ouviram o suspiro alto por parte de Rey e não houve mais protestos. Zorii sentou-se no mesmo banco estofado ao lado de Rose, dando-se por satisfeita. Alguns minutos se passaram antes de Rey sair do provador, um tanto envergonhada e controlando-se para não sorrir de orelha a orelha com o vestido que usava.

 

— Nossa… - disse Rose.

 

— Não ri - pediu a garota.

 

— Acredite, essa é a última das minhas reações - respondeu Zorii, arrancando um sorriso da amiga.

 

Rey voltou-se novamente para o espelho. Observando a si mesma de uma forma que raramente, talvez nunca, havia se visto antes.

 

O tecido macio e frio do vestido faziam com que ela se sentisse leve ao usá-lo. Era tão simples. Branco, casual, alguns detalhes floridos em azul na barra, o decote não muito fundo, as costas se fechavam por um zíper, auxiliado por um botão logo acima. Mas ainda sim deixavam uma boa parte descoberta. O encaixe perfeito que aquela peça ofereceu ao seu corpo a fez se admirar por alguns segundos, tentando enquadrar e compreender as emoções que sentia naquele momento.

 

Crescendo em uma oficina, rodeada por homens de todas as idades, Rey sentia-se intimidada em cada passo que dava. Por mais que respondesse, se defendesse e fosse agressiva a qualquer tipo de intimidação, sua vaidade ia sendo minada a cada olhar malicioso e a cada palavra maldosa.

 

Perdera a conta de quantas vezes trancou-se no trailer, com medo. De quantas vezes escolheu comprar roupas largas, apenas para não chamar atenção conforme crescia. De quantas vezes havia acreditado que era descartável, apenas útil por causa de suas habilidades com os motores. Se ver daquela maneira a fez refletir ainda mais que o esperado. Talvez, se tivessem lhe dado a oportunidade, ela pudesse ser uma jovem mais "frívola", como costumava ouvir.

 

A sua própria visão a agradava, a pele levemente bronzeada e as sardas sendo ressaltadas pelo tom do vestido. Gostaria de poder usar aquilo pra sempre. Sabia o quanto era inteligente, o quão grande eram seus talentos. Mas, pela primeira vez, se viu como bonita. E aquilo a fez sorrir, orgulhosa de si.

 

— Olha só pra ela, não para de sorrir - disse Rose, fazendo a amiga gargalhar.

 

— Não, eu não… - Rey não terminou a frase, ainda rodando sobre seu eixo para admirar o caimento da roupa.

 

— Você tá incrível - concordou Zorii. - De nada.

 

As garotas riram em conjunto.

 

— Você quer ficar com ele? - perguntou Rose.

 

Rey instintivamente levou a mão à etiqueta, verificando o preço. O valor quase a fez saltar, era um pouco acima do que qualquer uma ali poderia gastar no momento. Um pouco acima do que Rey poderia gastar em um mês inteiro.

 

— Não, tá tudo bem - respondeu a garota, seu tom de vez fez as outras duas se olharem.

 

— Tem certeza? - insistiu Rose.

 

— Tenho. Só me ajuda a tirar, por favor - continuou Rey, virando-se para que algumas delas a ajudasse. - Ele nem ficou tão bem assim em mim, de qualquer jeito.

 

— Tá brincando? - Zorii ergueu uma sobrancelha. - Ficou perfeito! Eu tenho certeza que…

 

— Não! - disse Rey, firmemente, fazendo com as outras duas se calassem. - Só… tira, por favor.

 

Zorii obedeceu, desabotoando a roupa e abrindo o zíper da peça. Rey mal esperou ela terminar e já havia entrado na cabine novamente, o seu silêncio se contrastando com a empolgação de antes.

 

Era algo que ela não podia se dar o luxo de ter. Talvez um dia, ela pensou enquanto despia a peça. Dessa vez não olhou-se no espelho. Não via muita coisa ali, na verdade. Tudo o que havia pensado antes pareceu se apagar, não por causa da roupa em si. Ela sabia que havia muito mais coisas que aquilo. Coisas que as duas garotas ali não enxergavam.

 

Por fim, permitiu-se sorrir ao sair do provador, como também pelo resto do dia. Não deixou as duas amigas tocarem no assunto novamente. Queria esquecer um pouco sua própria vida, saber mais das delas, ouvindo atentamente cada exclamação, descoberta e suposição que saía da boca das duas garotas ali.

 

Sua mente e coração guardaram aquele dia simples como algo a se lembrar. Lembrar-se de como havia sido bom esquecer, mesmo que por apenas uma tarde, das circunstâncias que a limitavam. 


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Notas finais do capítulo

Eu gostei tanto, mas tanto de escrever esse capítulo! Espero que tenha ficado bom ahaha Digam aí o que acharam dessa aproximação maior entre os dois e também to amando explorar um pouco mais a Rey (Ben Solo não o único com o direito de ser surtado ahah)

Enfim, é isso. Até o próximo capitulo e que eu possa ver vocês lá também! ♥



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