Amor Perfeito XIV escrita por Lola


Capítulo 30
Medidas de Segurança


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura ♥



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Murilo Narrando

Assim que Kevin chegou meu coração disparou ainda mais. Fiquei olhando pra ele e vi que ele não iria dizer nada.

— Como você tá? – perguntei tentando conter meu nervosismo.

— Extremamente feliz e empolgado em enfim estar encarando o cara que me magoou, arruinou os progressos de salvação da minha alma, destruiu a minha vida e acabou com todas as chances de eu ser feliz com alguém. – fiquei olhando espantado. – É para sermos sinceros e abertos, não?!

— A sua intensidade faz tanta falta. – sorri e depois fiquei sério. – A última parte me deixou um pouco confuso. Como eu acabei com todas as chances de você ser feliz com alguém se tá seguindo em frente com Rafael? – ele pensou um pouco e começou a responder.

— Se eu disser vou acabar sendo romântico com você e isso não é aceitável tendo em vista que você namora e eu estou com alguém.

— Por que você não pode mais ser feliz com alguém Kevin?

— Por que superar não é o que eu faço de melhor.

— Talvez eu também não. – suspirei. – Perdi o controle hoje... Tudo o que mantive escondido dentro de mim rapidamente veio à tona. Simplesmente não consigo resistir a você Kevin.

— Deveria. Por que nós dois é algo que não vai mais rolar independente de superarmos ou não e você sabe disso Murilo.

— Não diz que você esqueceu.

— Repense no que eu acabei de dizer. Não se trata de te amar ainda ou não.

— Kevin...

— Murilo quando você perde uma pessoa ela fica com a gente para lembrar sempre como é fácil se machucar. E isso é destruidor.

— Eu sei bem como é isso, acredite.

— Ah, minhas ações causaram um impacto negativo em você? Nem imagino como se sinta.

— Vai conversar com sarcasmo? Não gosto dessa sua versão.

— Minha melhor versão foi só com você. – sorri com a sua fala. – Agora é apenas essa que tá disponível.

— O que eu sinto por você... Nunca senti algo parecido antes e acho que nunca vou sentir de novo. Sei que não podemos voltar atrás, não dá pra consertar...  Só não faz aquilo enquanto eu estiver aqui, não mexe com a minha mente, por favor.

— Eu? Digo isso a você. Assim que eu te vi todas as minhas memórias também bateram muito forte em mim Murilo. Aquela noite... Eu jamais chorei daquele jeito. - ele olhou de uma forma diferente. - Eu nunca devia ter deixado você ir embora. No fundo eu sabia que acabaria.

— Essas memórias... Elas estão no fundo da sua mente onde não precisa encara-las. Mas parece que alguma parte de você quer muito isso. – ficamos um bom tempo nos olhando.

— Não quero só encara-las. Quero revive-las. E é isso que fode tudo, porque agora você tem alguém a quem deve fidelidade e eu tenho alguém que quero estar ao lado. Vamos encerrar essa conversa Murilo.

— É, vamos. É melhor né? É... – comecei a estalar os dedos e ficar nervoso. Ele segurou minhas mãos.

— Você nunca corta o cabelo tanto assim, foi um pedido do seu namorado? – ele perguntou parecendo apenas querer me distrair.

— Não. Na verdade eu... Estava começando a arrancar o cabelo quando eu sentia que iria dar alguma crise e antes que isso acontecesse com tanta frequência e eu começasse a ter quedas capilares eu preferi cortar.

— Poxa... Sinto muito Murilo.

— Não é culpa sua Kevin.

— Talvez seja. – ele respirou fundo. – Viu o jeito que você ficou ao ver o meu pai? A melhor coisa que você faz é se afastar daqui e viver sua vida. Espero mesmo que as coisas melhorem pra você e que consiga manter o controle.

— Então é uma despedida?

— Não sei quanto tempo você vai ficar por aqui, mas acho que é.

— Murilo. – olhei para o lado e vi Eliot.

— Vou indo. – Kevin saiu sem nem olhar pra ele.

— Era melhor ter sido sincero comigo e dito que precisava conversar com ele do que mandar sua irmã me distrair. – abaixei o rosto. – Planejei ficar uma semana aqui com você, mas não vai dar Murilo. Talvez eu tente voltar o mais rápido possível.

— Não vai nem me perguntar quais foram as conclusões da conversa? – ele ficou calado enquanto nos olhávamos. – Apenas encerramos nossa história Eliot. Algumas coisas precisavam ser ditas. – ele deu uma risadinha.

— Conheço isso Murilo. A chama que nunca se apaga.

— Eliot eu não estou mentindo.

— Então me diz que olha pra mim como olha pra ele.

— Eliot... Você tá me pressionando e sabe disso.

— É mesmo? – ele quase gritou. – Olha a forma como eu agi a noite toda. Desconfiado, irritado, atacando uma pessoa que eu nem conheço. Esse não sou eu, olha o que você tá fazendo comigo.

— Desculpa. – me aproximei dele lentamente e o abracei.

— Eu te amo demais Murilo. Mas não posso fazer isso sozinho.  – comecei um choro sofrido.

— Todo mundo te amou. Você é fofo, simpático, sabe dar atenção às pessoas na medida certa, aliás, tudo você sabe fazer na medida certa. Sofro só de imaginar que posso perder isso tudo.

— Sei que você me vê como porto seguro, mas não pode me usar como uma muleta. Sou seu namorado e não seu apoio.

— Tenho sido péssimo esses dias. – enxuguei algumas lágrimas. – Vou te recompensar. Se você deixar. – ele se aproximou e acabou de secar o meu rosto com o polegar, depois me deu um beijo demorado.

— Você pode pedir ao seu pai para nos levar pra sua casa? Acho que já está tarde.

— Claro. – entrelaçamos nossas mãos e nos encaminhamos para dentro. Deixei muito claro que queria dar valor a ele e iria agir como tal. Tudo que eu esperava agora era que eu não me descontrolasse tanto ao ver Kevin.

Alice Narrando

A noite do natal acabou e apesar de estar ansiosa para me acertar completamente com Arthur eu me sentia feliz. Acordei e Murilo estava tomando café. Sem o Eliot.

— Cadê o Eli? – perguntei me sentando e beijando o rosto dele.

— Já o chama por apelido? – ele me olhou e sorriu.

— Ah, ele é muito apelidável.

— Ele tá dormindo ainda. Ficamos conversando até tarde ontem.

— E a conversa com Kevin? – meu olhar ficou sério.

— Ah... – ele começou a ficar pensativo. – Ás vezes é bem mais complicado do que se espera. Mas o que importa é que agora ele sabe o que significa pra mim e o que eu sinto.

— Isso alivia e te ajuda a seguir em frente?

— Eu acho que sim. – Eliot apareceu e beijou o topo da cabeça do meu irmão.

— Bom dia amor, bom dia cunhadinha. – sorri para ele.

— Vou preparar um café quentinho pra você. – Murilo disse e se levantou. Eliot pareceu surpreso.

— Pra quem até agora era servido pela sogra.

— O que tenho eu? – minha mãe apareceu voltando do jardim. – Ficar um mês longe dessa casa foi tempo demais. Alice eu não falei para você lembrar o seu pai que tinha que cortar a plantação da frente?

— Nossa mãe você falou tanta coisa!  - reclamei fazendo os meninos rirem. – Qual a programa de hoje? Vamos pra casa da vovó?

— Sim.  Estejam prontos antes do almoço.

— Na parte da tarde eu vou aproveitar que estaremos lá embaixo e vou levar o Eliot pra conhecer o centro da cidade, quero que ele conheça a praça do amor e veja a escultura dos tataravôs e quero contar a história deles.

— Nossa de onde surgiu esse romantismo? – perguntei olhando meu irmão.

— Sempre fui romântico meu amor.

— Obrigado. – ouvi Eliot agradecê-lo baixinho.

— Você não precisa me agradecer por ser um bom namorado. – ele disse e sorriu.

— Vou ir tomar um banho, vocês dois estão melosos demais hoje. – subi e quando deu a hora fui com eles para casa da vó. Cheguei Arthur estava batendo papo com Alícia e Fabiana.

— Já podia ouvir Kevin me provocar com essa cena. – falei me sentando. – E falando nele, ele vai vim? Quero conversar com ele.

— Meu filho? – Kira veio da copa e me olhou. – Ele disse que iria a um lugar e depois voltaria pra capital. Com ele não adianta fazer drama, ele não quis ficar comigo. Ele não leva em consideração que eu viajo a trabalho o ano todo. – minha mãe a olhou.

— Deixa os meninos conversarem. Você tá reclamando demais. – ela a guiou de volta para a copa.

— Isso que seria sua sogra. – falei sem pensar olhando para o meu irmão e depois olhei Eliot. – Desculpa! – escondi o rosto.

— Amor melhor a gente subir né? – Arthur pegou minha mão.

— É, temos que conversar. – sai rapidamente antes que eu ficasse com mais vergonha ainda.

— Acho que eu sou honesta demais. – falei me sentando em sua cama.

— E eu de menos né? – fiquei olhando pra ele. – Alice... Eu te amo e te respeito muito. O que aconteceu foi inevitável e incontrolável. Eu jamais iria querer sentir atração por outra pessoa que não fosse você. – fiquei olhando em seus olhos.

— Acredito em você. Mas sabe o quanto isso dói?

— Eu sei. – ele respirou fundo e segurou as minhas mãos. – O motivo de tudo ter acontecido...

— Você precisa transar e ela é linda. – suspirei.

— Ela não é linda. Você é linda. Ela só é atraente. E simpática. Não estou a diminuindo, mas é você que eu quero.

— Quanto tempo você acha que vai conseguir se segurar até a sua próxima crise?

— Então... Eu estava mal pelo excesso de trabalho e estudos, meu nível de dopamina e serotonina baixo por estarem bloqueados os sistemas de recompensa... Teria que recorrer a um mecanismo natural como o sexo para tenta desbloquear essa circunstância, mas como não o fiz aconteceu toda aquela situação. E que não vai acontecer de novo.

— Nossa... Interessante. – sorri. – Você pretende fazer o que já que está garantindo que não vai acontecer de novo?

— Descansar mais e invés de focar no nosso namoro acho que o correto é me distrair um pouco. Quanto mais fico com você acho que mais tenso eu fico.

— Ah é... É fácil perceber. – o olhei. – Eu te amo sabia?

— Não você não ama. – ele riu.

— Eu te amo sim idiota. Já te falei que não importa o que qualquer especialista diga.

— Juro que se por acaso alguma coisa estiver errada eu vou conversar com você tá?

— É o que espero. Por que se não fosse Kevin não estaríamos juntos e eu não gosto de deixar nosso namoro na mão daquele bipolar. – ele deu uma risada.

— Não use doenças mentais para se referir ao revoltado do Kevin. É errado.

— Como acha que ele vai ficar depois de ter visto Murilo?

— Ele parecia bem ontem. – o celular dele vibrou. Ele me olhou após ler a mensagem. – Bem ao ponto de ir atrás do Rafael depois disso... Ele quer o endereço dele.

— Você tem?

— Não. Mas vou ter que dar um jeito de conseguir sem ele desconfiar. Vou dizer que vou mandar um presente que não pode esperar até o fim de janeiro. – fiquei esperando enquanto ele mandava as mensagens. – Pronto. – ele falou após algum tempo. Ele selou nossos lábios.

— Ele é bem louco né? No caminho que se preocupa em saber o endereço?

— É o Kevin Alice. Não dá pra esperar coerência nas atitudes dele. – ele deu uma risadinha. – Vamos lá pra baixo? – concordei.

A tarde os meninos e as meninas chegaram e ficamos jogando cartas na sala. Estava comemorando uma vitória quando Kevin entrou com Rafael.

— Vou colocar minhas coisas lá em cima. – o loiro avisou e subiu.

— Não sei, mas essa sua cara sempre vem antes de algo ruim. – Arthur falou olhando o irmão.

— Combinei de encontrar com Kemeron, ele conseguiu informações novas que podem nos ajudar a nos proteger, mas ele disse que é muita coisa e não dá para passar por telefone.

— Tá e por que você não foi pra lá da casa do Rafael?

— Qual é Arthur, o que você acha não é real, eu não sou um super homem. Eu tenho medo. – ele respirou fundo. – E isso tem a ver com nós dois.

— Você tá ligado que ninguém aqui além de mim sabe do que vocês estão falando né? – perguntei e Kevin ficou ainda mais nervoso.

— Mas eu só tenho uma dúvida. – Sophia disse enquanto Rafael descia as escadas. – Você e Fael estão namorando?

— Nem se ele me pedisse jogando rosas de um helicóptero. – o loiro respondeu e riu, depois ele cumprimentou Fabiana e Alícia. Fiquei observando e ele não pareceu nada mexido com a presença da morena.

— Eu não iria tão longe por você. – Kevin o respondeu.

— Olha que você foi quase seiscentos quilômetros hein? – eles se olharam e sorriram de forma paqueradora. Meu irmão estava incomodado, mas soube disfarçar bem. Isso era bom.

— Arthur? – Kevin o pressionou.

— Vamos nós três? – ele olhou pra ele e Rafael.

— É melhor ele não ir pode acontecer alguma coisa.

— Só nós dois? Nem a pau, eu não te aguento por horas sozinho.

— Então Alice vai, se você vai colocar a pessoa que eu gosto em perigo, coloque a sua também.

— Amo o espirito de justiça do Kevin. – Ryan comentou rindo.

— Eu quero ir. – falei e bati palminhas.

— Querida tá com o clima errado. – Lari avisou.

— Vamos todo mundo. – Yuri sugeriu. – Nem sei o que é, mas parece aventura e eu quero.

— Não é uma excursão. – Kevin começou a ficar nervoso.

— Se a minha irmã vai pra não sei onde em uma caçada perigosa de informações eu vou junto. – Murilo afirmou sem a mínima chance de mudar de ideia.

No fim de tudo fomos eu, Murilo, Arthur e Kevin. Rafael acabou ficando porque minha vó insistiu para ele provar todas as comidas e sobremesas que sobraram do natal e como não tinha nada a ver Eliot ir, ele acabou ficando também. Estaríamos de volta rápido, já que Kemeron estava na capital invés da cidade dele.

— Pena que não vai Eliot. – Kevin disse praticamente o provocando. Murilo o olhou de cara fechada.

— Qualquer coisa liga. – ele e Murilo se despediram com um selinho, Kevin virou o rosto. Entramos no carro e não demorou nem dois minutos para aquele idiota voltar a falar.

— Como que tá aí atrás? – ele me olhou.

— Deixa ela. – Arthur mandou enquanto dirigia.

— Isso de fingir me odiar tá começando a ficar chato.

— Eu acho que não é fingimento você destruiu o nosso namoro.

— Que já tá refeito.  – ele me olhou e sorriu debochadamente.

— Mas você não sabia que isso aconteceria. – retruquei.

— Lógico que eu sabia!

— Mentira.

— Alice diz pra mim que vocês não disseram tudo que precisavam depois que eu provoquei tudo isso? – fiquei em silêncio após lembrar minha conversa com Arthur mais cedo. – Nem precisa responder.

O resto das quase cinco horas que passou ele ficou calado. Passou rápido já que o trânsito estava bom, afinal quem tinha que viajar já havia viajado.

— Arthur aquele carro está nos seguindo desde a entrada. – Kevin avisou olhando o retrovisor.

— Anota a placa. – ele o olhou. – O que foi?

— Somos mesmo irmãos?

— Coloca o endereço onde Kemeron está nos esperando no gps Kevin.

— Prontinho. – ele colocou e o olhou. Duas ruas depois nós chegamos e reparei que o carro parou um pouco atrás. Quando estávamos atravessando a rua veio um carro do nada.

— Eram eles. – Kevin disse depois de praticamente se jogar em cima de mim. - Os filhos da puta vão morrer. – ele falou após massagear o ombro que havia batido no poste.

— Você tá bem? – Arthur veio ver como eu estava e Murilo também.

— Eles têm uma forma sútil de mandar recado. – meu irmão comentou preocupado.

— Isso não foi um recado. Foi uma tentativa de homicídio.

— Mas por que eu Kevin? Vocês dois que são filhos do Caleb.

— Porque você é sonsa, suas pernas são mais curtas e você ficou pra trás. É uma somatória de pequenas coisas. – olhei indignada para o Kevin. – Um pouquinho de sinceridade faz bem Alice.

— Você é um poço de sinceridade e que chega a fazer mal. E eu não me lembro de ter te desculpado.

— Eu acabei de salvar sua vida!

— Quer dizer que eu não tentei? – Arthur ficou bravo com ele.

— Olha eu sou distraído demais e quando vi... – Murilo se justificou.

— Seria impossível vocês competirem com os meus reflexos.

— Realmente ele tem os reflexos de um gato. – olhei meu irmão e vi que ele carregava um olhar de admiração por Kevin.

— Se continuar me olhando desse jeito vou ser obrigado a contar para o seu namorado. – Kevin ameaçou do jeito Kevin de ser.

— Se fizer inferno entre os dois eu nunca mais falo com você! – falei nervosa.

— Por que acha que tem algum poder sobre mim Alice? Por que me joguei na frente de um carro para salvar sua vida? Você tá se achando muito, não tá não?

— Tem razão. Esqueci que estava falando de uma mente psicótica que controla o que sente e manipula pessoas. Tá bom vai lá e faz o que quiser.

— Agora é você quem está tentando me manipular.

— Se manipular é dizer a verdade Kevin. – o olhei com raiva.

— Vamos ficar de papinho aqui ou ir encontrar com seu ex? – Arthur questionou e entramos onde eles haviam combinado.

— Será que ele vai demorar? Já anoiteceu eu odeio dirigir de madrugada e agora com esses loucos a solta, eles podem nos seguir e...

— Arthur! Cala a boca. – olhei furiosa para o Kevin.

— Por que a gente trouxe ele?

— Na verdade foi ele quem nos trouxe.

— Quem dirigiu foi você.

— O carro é meu.

— Por que você disse que o seu corria mais que o meu. – eles começaram a discutir sobre carros e Kemeron chegou.

— Desculpa o atraso. – ele se sentou. – Não sabia que viria com tanta gente. Esse é o... – ele apontou para o meu irmão.

— Sim. E não, não estamos juntos. Dá pra ir direto ao assunto?

— Você poderia se lembrar que ele está nos fazendo um favor? – meu namorado o questionou.

— Tudo bem. Eu já estou mais que acostumado com esse jeito dele. Então, com muita bisbilhotagem eu consegui descobri algumas coisas com os capangas do meu pai. – ele tirou umas fotos de uma pasta que ele carregava. – Esses são os homens que querem matar seu pai.

— Que século você vive? Por que não tirou no celular?

— Acha que fiquei atrás deles? Contratei um detetive Kevin. – eles ficaram se olhando por um tempo

— Por que tá me ajudando tanto?

— Você pode morrer. Já entendeu isso? Não né?

— Tá. Diz o que mais você sabe. – ele pegou as fotos. – Nunca vi esses caras.

— Esse detetive conseguiu contato com alguém próximo a um deles e então com algumas informações ele conseguiu hackear uns aparelhos e descobriu que a ideia é fazer mal a quem é importante para os filhos de Caleb, porque eles ainda querem ter os filhos como uma garantia futura.

— Para o Caleb vai ser apenas um susto?

— Sim. Mas para um de vocês com certeza uma perda grande.

— E quem é importante pra gente?

— Imagino que comigo seja a Otávia. – Arthur falou rapidamente.

— Ou Yuri. – falei.

— Você. – Kemeron disse me olhando.

— Por isso tentaram atropela-la! – Kevin concluiu. – E eu?

— Te dou duas chances de adivinhar.

— Ah Kemeron, qual é? Tá achando que isso é brincadeira?

— Agora você resolveu levar a sério? – eles se olharam. – Vejo que ao contrário do que eles pensam há sim alguém com quem você se importe.

— Eles pensam que não tem ninguém?

— Bom... Nós terminamos já faz um bom tempo e nem temos contato. Você não tem namorado e nem filhos. Sua reputação de... Estranho continua para os outros.

— Estranho seria solitário?

— Não, seria estranho mesmo, quase igual ao seu pai.

— Mas Kemeron... Meu pai acabou com meu namoro. O motivo do término do nosso namoro está ligado a isso. E tudo leva a mesma pessoa. Eles não sabem nada disso?

— Você acha que seu pai sai contando por aí que você ama seu primo que ele odeia? Acorda Kevin.

— Fala baixo. – ele quase rangeu os dentes.

— A preocupação te deixa neurótico. Não há quase ninguém aqui.

— Como vamos proteger Alice? – Arthur perguntou olhando o irmão. Aquilo não podia ser real.

— Preciso de um ar. – me levantei.

— Eu vou com ela. – Kevin rapidamente se preparou para me seguir. – Vocês três discutam maneiras eficazes de proteção.

Parei na porta do restaurante e fiquei em silêncio. Ele me olhou e eu virei o rosto com raiva e rapidez.

— Você não pode me odiar pra sempre. – não respondi. – Tem o direito de me odiar Alice, mas eu não quero perder você e agora precisamos fazer isso junto. Seria bem melhor se fôssemos amigos.

— Por que não disse ao meu irmão ontem tudo o que realmente pensa? Que o ama e que quer ficar com ele? Ele te ama Kevin!

— Ele tá bem melhor com o tal Eliot. É tão visível isso Alice. Eu só trouxe tormenta pra vida do Murilo. Deixa eu tentar redimir isso com você.

— Tem que ser com ele e não comigo.

— Olha só o que você tá prestes a passar por namorar o filho de um... – seus olhos se encheram de água. – Ele podia tá junto nessa agora.

— Mas ele não está! Você trouxe o Rafael pra se sentir seguro, pra não achar que a qualquer momento você pode ir atrás do Murilo e pedir pra ele ficar com você. Não sei o que disse pra ele para acalma-lo Kevin, mas sei que vocês dois se amam e eu acho ridículo negarem isso.

— Agorinha mesmo você me ameaçou se eu fizesse inferno entre ele e o namorado Alice! Você tem algum problema?

— Não. – suspirei. – É que quando você é legal comigo eu quero te ajudar.

— Não preciso de ajuda. – dei uma risada.

— E nem eu preciso das suas falsas desculpas. Você não sabia que eu e Arthur nos acertaríamos.

— A chance era grande. – o encarei com bastante raiva.

— Vamos entrar. – voltamos pra dentro e os meninos falaram algumas medidas de segurança que eu devia tomar a partir de agora. Tirando a parte que eu seria praticamente uma prisioneira estava tudo bem.


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Notas finais do capítulo

* não voltei sábado e nem postei domingo pq fiquei presa em uma série de suspense desgraçada fdp q me fez perder dois dias da minha vida pra NADA pq até agora não sei NADA e eu desisti. Se nem homem me enrola, série vai enrolar? jamais.
Aiinnn Alice correndo perigo me deixa tão triste :( o bom que sabemos que o Kevin não vai sair de perto dela. Acho que a lua de mel do Eliot acabou... kkk acho.
Até amanhã ♥



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