Everything Luffy escrita por Nyuu D


Capítulo 3
Luffy e Jinbe


Notas iniciais do capítulo

Sugestão da Puca Sophie! Um grande desafio, mas foi muito divertido de escrever. Tá fofinho demais.
Divirtam-se ♥



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Jinbe fez muitas coisas em toda a sua vida. Lutou contra criaturas extraordinárias. Foi um Shichibukai. Foi preso. Escapou da prisão. Lutou contra Marinheiros. Lutou contra Piratas. Lutou contra... nossa, lutou contra muita coisa. Enfrentou mares tempestuosos, e aproveitou mares tranquilos. Comeu uma imensidão de quitutes e iguarias únicas. Conheceu tantas pessoas, que não conseguia se lembrar o nome da maioria. Fez amigos, e também inimigos.

Mas amar... ele não achou que poderia...

— Hein, Jinbe! — Gritou Luffy do convés. Ele estava acompanhado de Chopper e Usopp. Estavam pescando. — Seria muito mais fácil pescar se você atraísse os peixes para nós.

— Luffy, não vou chamar os peixes para a morte. Não é para isso que eu me comunico com eles!

— Mas Jinbe... — choramingou o Capitão, mas Jinbe não deu ouvidos.

Ele caminhou um pouco pelo convés, e seguiu na direção da cozinha.

— Você está certo, viu, Jinbe? — Nami falou quando teve a oportunidade. — Se ficar fazendo todas as vontades do Luffy, ele não vai mais te deixar em paz. Ele já é muito mimado por todos nós.

Ah, mas um pouquinho não tinha problema...

Jinbe sorriu suavemente e agradeceu a observação. Ele estava muito animado por estar de volta com o bando. A dinâmica deles era muito natural para ele. Ajudou Sanji com a janta, ajudou Chopper a carregar alguns produtos para a enfermaria, ajudou Robin a selecionar alguns livros antigos para que vendessem na cidade... aquela rotina era maravilhosa para ele. Ainda que soubesse que a próxima aventura estava logo ali, e muito em breve estariam lutando contra inimigos fabulosos, os momentos de tranquilidade eram essenciais. E insubstituíveis.

Eles sentaram para o banquete. Nunca havia uma janta simples naquele navio. Todas as refeições eram extraordinárias. Jinbe sempre se alimentou muito bem, mas Sanji tinha um talento único. E Luffy amava aquela comida, com toda razão. Jinbe também passou a amá-la bem rápido, desde o primeiro contato que teve com o bando.

Nada, porém, se comparava com o amor que ele sentia por Luffy.

Às vezes Jinbe ficava confuso sobre o que exatamente sentia pelo Capitão. Sempre foi uma admiração profunda. Não hesitou em segui-lo quando se conheceram em Impel Down. E desde o momento em que conheceu aquele jovem rapaz, sabia que era seu destino. Que iria segui-lo até os confins dos mares, caso precisasse. Que morreria por ele, se assim fosse necessário. Sabia que morreria sem arrependimentos se isso ajudasse Luffy a correr atrás do que queria.

Havia conversado com outras pessoas sobre isso. Você ama esse garoto. Sim, o amava. Mas o que era amor para alguém que havia passado por tantas coisas? Quando Jinbe, o Filho dos Mares, teve tempo para isso? Era supérfluo. Não o levaria a nada. Talvez fosse até mesmo prejudicial. Quanto mais a bordo. O amor a bordo era proibido! Jinbe era pirata há tempo suficiente para saber o que isso significava.

Mas àquela altura, era pedir o impossível. Jinbe já não conseguiria transfigurar aquele sentimento.

Ainda mais sabendo que era completamente recíproco.

Depois da janta, Jinbe foi sentar na grama do convés. Ele sempre se beneficiava de um pouco de tempo ao ar livre, sentindo o cheiro do mar. Não demorou nada para Luffy aparecer e saltar no colo de Jinbe, acomodando-se confortavelmente para uma soneca. Sim, Luffy tirava uma soneca depois do jantar, antes de dormir à noite.

Luffy se agarrou ao kimono de Jinbe e dormiu em segundos. Ele costumava dizer que era o lugar mais confortável do mundo para dormir, e Jinbe sempre ficava sem jeito quando ouvia isso.

Nami acenou para Jinbe lá de cima, que acenou de volta para mostrar que estava vendo.

— Eu não falei para não fazer todas as vontades dele? — Disse ela, com o cotovelo apoiado no guarda corpo, um sorriso no rosto. Ela não parecia estar repreendendo Jinbe, pelo contrário; estava fazendo um comentário divertido, e pelo sorriso, parecia achar tudo uma gracinha.

Jinbe fez uma expressão resignada e deu uma piscadela quando Nami voltou para a cozinha.

Jinbe aproveitou o silêncio para meditar um pouco. Os roncos de Luffy não o incomodavam na concentração. Apenas retornou da meditação quando Luffy acordou e chamou por ele.

— Estou com sono... — Luffy bocejou.

— Não me diga?

— Que horas você vai dormir?

— Daqui a pouco. Eu estava meditando.

— Entendi. Desculpe, te atrapalhei, né?

— Tudo bem. Pode ir deitar, depois eu vou.

— Não, vou ficar por aqui mesmo. — Luffy se aconchegou de novo, com a barriga para cima. Olhou para Jinbe.

Eles trocaram um sorriso.

Luffy encostou a mão no peito de Jinbe e fechou os olhos para voltar a dormir. Era uma habilidade invejável.

Jinbe ficou um pouco mais no convés, e depois de dar boa noite para Zoro, que subiu para o ninho da gávea para ficar de vigia aquela madrugada, decidiu que era hora de ir para o quarto. Movimentou-se um pouco, pegou Luffy no braço e o colocou em seus ombros. Era fácil de carregá-lo. Mesmo sonolento, Luffy deu um jeito de enrolar os braços de borracha em volta do pescoço de Jinbe, e deitar a cabeça na dele, ficando com as pernas nos ombros do homem-peixe.

Luffy acompanhou, ainda que em estado de semiconsciência, todo o ritual de Jinbe para dormir. Escovaram os dentes, trocaram de roupa, ajeitaram o estofado da cama. Aquilo já era uma rotina diária e Jinbe não se incomodava de fazê-lo quase por conta própria, já que Luffy não tinha, naquele momento, competência para ajudar de forma apropriada.

Pôs Luffy na cama.

— Prometo que amanhã vou ajudar — disse Luffy, de olhos fechados.

— Claro que vai. — Jinbe pôs a mão nos cabelos dele.

Luffy beijou o braço de Jinbe e sussurrou um boa noite...

Jinbe o beijou no alto da cabeça e foi para a própria cama.

Quando finalmente Jinbe conseguiu deitar a cabeça no travesseiro, pensou em como Luffy fazia tudo aquilo, antes. Provavelmente sozinho. Possivelmente nem arrumasse a cama antes de deitar.

É, talvez Nami tivesse razão.

Mas um pouco de mimo não podia fazer tão mal.


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Notas finais do capítulo

próximo capítulo: Luffy e Vivi



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