Você Me Perdoa? escrita por Gaio


Capítulo 4
Aliados


Notas iniciais do capítulo

Ola, meus amigos.

Esse capitulo está um pouco diferente daqueles que escrevi anteriormente, mas ele é muito importante para os próximos acontecimentos.

Vamos ter a participação de muitos personagens daqui em diante, e eu farei varias equipes com personagens completamente aleatórios, mas sem tirar o foco do nosso casal preferido

Peço apenas que tenham um pouquinho de paciência e, por favor, não desistam da minha fic. Estou feliz por escreve-la, apesar dos bloqueios.

***IMPORTANTE***
As coisas que acontecem na segunda parte são baseadas em um acidente de bike que aconteceu comigo uma vez, ok!! Não levem nada em consideração do que escrevi!! Pelo amor de deus!!!

É isso, tenham uma boa leitura, amados!! ;)



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Por Gaio


~•••~


Anos antes –

Eram quase 2h da madrugada. Nami observava Luffy com muita atenção, estava alerta a cada movimento estranho do rapaz. Mesmo que suas pálpebras implorassem por descanso, sua mente estava perturbada demais para dormir. Seu melhor amigo quase perdera a vida, arriscando tudo numa missão suicida, e que como o esperado, fora completamente falha. Luffy foi trazido ao hospital mais próximo, que coincidentemente ficava a alguns quilômetros da vila onde nascera, e aonde ela não visitava já fazia um bom tempo.

O rapaz passou por uma cirurgia de horas, tinha sido gravemente ferido, e se não tivesse recebido atendimento o mais rápido possível...

Não! Não queria pensar em coisas ruins. Ela estava sempre de olho nos batimentos cardíacos do capitão para ter certeza que nada poderia dar errado. Luffy respirava com a ajuda de máquinas e seu corpo estava completamente enfaixado. O coração doía por vê-lo assim.

Foi realmente muita sorte tê-lo encontrado em meio a sua jornada. Nami estava aos arredores investigando a ação de um navio cargueiro que poderia estar envolvido no carregamento de drogas para Doflamingo.

Desde que aquela raça maldita de mafiosos havia tirado a vida de sua mãe, ela jurou que acabaria com todos que faziam do Leste um lugar de medo e morte. Ela devolveria a paz àquelas terras.

 

Faria isso, custe o que custar.

 

Nami estava apoiada no ferro da cama hospitalar quando ouviu a porta do quarto – onde Luffy estava internado – ser aberta.

O médico que operara Luffy havia entrado e lhe estendia um copo de café que fumegava e expelia um aroma delicioso de creme fresco.

— Obrigada. – Disse, apanhando o copo de papel e lhe lançando um sorriso de gratidão, mas o medico não expressou nenhuma reação. Ela não pode deixar de notar as tatuagens nas mãos dele. O homem se sentou na cadeira do outro lado da cama e permaneceu em silêncio, bebericando seu café. Um silêncio extremamente incômodo.

Nami sentia que seria tomada pela inquietude se não dissesse algo. Ele era um homem atraente que exalava uma forte presença e um ardor de mistério. Nami tinha a sensação que poderia olhar seu rosto por horas, ela jamais conseguiria adivinharia o que se passava em sua mente.

— Posso te fazer uma pergunta? – Perguntou a ele. O cirurgião virou minimamente a cabeça para ela, fitando-a pelo canto dos olhos. Olhos intensos, e ao mesmo tempo sôfregos. Grandes olheiras se estendiam abaixo deles, e não era para menos, ele parecia terrivelmente cansado. – Que tipo de médico escreve “morte” em seu corpo, quando sua profissão é salvar vidas?

Law sorriu de canto, fitando a tintura gasta do teto.

— Lido com a morte todos os dias, não é algo tão absurdo dentro dessa profissão.

— Então é uma metáfora.

— Faz diferença?

— Não. Só estou tentando fazer o tempo passar.

Law fitou os orbes castanhos da mulher por baixo das madeixas ruivas. Tao bem alinhadas com o rosto pueril e levemente corado por causa do frio.

— Bom... é mais ou menos isso. – Ele agora havia se virado para Nami, apoiando os braços nas laterais da cama, o sorriso petulante em seu rosto acendeu algo no peito da ruiva. – Quanto mais se conhece algo, mais chances têm de controla-la.

Nami levantou uma sobrancelha. Aquilo parecia um tanto tenebroso, ao mesmo tempo que parecia irracional demais para vir da boca de um médico.

— Eu poderia achar sua poesia muito bonita, doutor, se não passasse de palavras. Não pode controlar a morte!

— Se eu não pudesse, senhorita, seu amigo não estaria respirando agora. – Nami alargou o olhar e deu uma risada sarcástica, incrédula com tamanha prepotência, dita com tanta calma e com tanta confiança. – Eu jamais teria me tornado médico se não tivesse certeza do que sou capaz.

Nami não tinha resposta. Na verdade, cada minuto que passava a deixava mais nervosa, pois se não se livrasse do médico, todo plano que traçara para tirar Luffy do hospital antes que a policia chegasse, iria por água a baixo. Logo o companheiro de Jimbei chegaria e eles teriam que lidar com mais um contratempo.

— O que eu posso dizer? Você salvou a vida do meu amigo, então dizer “obrigada” não é o suficiente.

Law abaixou o olhar, sorrindo por cortesia, mas um pouco decepcionado com a resposta.

— É só o meu trabalho.

Mas esse nem sempre foi seu trabalho.

Law voltou seus olhos para ela novamente, surpreso e um pouco desconfiado, e agora, era ela que sorria petulantemente, pois Nami havia causado nele exatamente o que queria.

— Sou jornalista, estou acostumada a observar os detalhes. – Contou.

O cirurgião estreitou os olhos pensando que aquela conversa começava a ficar interessante, mas o tempo era muito curto.

— Eu gostaria muito de saber mais sobre seus dons, mas... – Law se ergueu e olhou seu relógio de pulso. – Temos trabalho.

Nami demorou alguns segundos para entender aquela frase, e então percebeu... que ele era quem ela estava esperando.

Aquilo a havia pego de surpresa, Nami não estava esperando por um médico, mesmo que fosse tão obvio.

Ela seguiu as instruções dele e o ajudava a trocar as máquinas hospitalares por um respirador portátil. O médico também havia preparado um pequeno kit com medicamentos e materiais que Luffy precisaria para tratar os ferimentos. Quando o caminho nos corredores ficou vazio, eles o levaram para o elevador de serviços ainda na cama, pois Law o havia colocado numa maca para facilitar o transporte.

 

Ele havia pensado em tudo!

 

— Os equipamentos no kit são para duas semanas, no máximo. As instruções das doses estão todas anotadas em cada medicamento. Diga a Jimbei que irie até ele depois para averiguar a recuperação do Chapéu de Palha.

— Mas, e o ferimentos?

— Eu já disse a ele como esteriliza-los de maneira correta.

Nami estava confusa.

— Por que está nos ajudando? – Perguntou.

Law ficou em silencio por um momento, pensando se responderia ou não, e ao mesmo tempo analisava os traços tão singelos do rosto dela.

— Eu... estou em debito com o Chapéu de Palha. Você está certa, nem sempre fui apenas médico.

O elevador abriu e Nami se assustou quando um enfermeiro estava parado na porta de saída

— Está tudo bem, ele está comigo. – Tranquilizou o médico.

Eles haviam descido até a ala de transferências, e um pouco distante, uma ambulância esperava pelo grupo, onde Nami pode reconhecer Franky por trás da máscara cirúrgica sentado no banco do motorista. Seu coração se tranquilizou na mesma hora. Estavam a salvo.

Na parte traseira da ambulância, Usopp esperava por eles e os ajudou com a maca. Antes que Nami subisse ao veículo, Law segurou sua mão e um pequeno objeto foi passado para ela. Mais uma vez naquela noite, o médico sorrira de modo que seu corpo sentia todas as intenções passadas por ele.

— Me conte depois tudo o que você conseguiu observar. – Disse antes de fechar a porta da ambulância e a mesma deixar o local.

Usopp falava algo, mas Nami estava perdida em pensamentos. O que o médico havia lhe dado era um pequeno pedacinho de papel.

“Me ligue”— estava escrito nele.

~•••~

O cheiro forte de algo queimando fez Law despertar vagorosamente, ele sentiu um gosto amargo na boca muito antes de qualquer coisa, e o zumbido alto que invadiu sua cabeça fez com que “levantar o rosto” se tornasse uma tarefa muito difícil.

O cirurgião abriu os olhos sem se mexer, mas sua visão ainda estava turva, não sabia se por causa da tontura, da fumaça do motor, ou do sangue vindo do corte na cabeça, que latejava de dor. Ele sentia o corpo pesado e estava levemente enjoado. Quando ergueu a cabeça, a gravidade parecia lhe empurrar para baixo com mais força, cada movimento do tórax lhe despontava uma dor descomunal que ele não sabia se iria aguentar.

Com muito esforço, Law encostou as costas no banco e apalpou seu corpo: ele havia levado dois tiros, mas o que mais lhe preocupou foi as costelas, onde duas ou três delas estavam fundas e esmagavam os pulmões. Se não fizesse algo, não iria mais respirar em, no máximo, cinco minutos.

Ele olhou ao redor, mesmo que a escuridão atrapalhasse penosamente, e constatou que estava sozinho. Rosinante havia saído do carro enquanto ainda estavam em fuga para enfrentar Doflamingo sozinho, o que fez Law se desconcentrar e não conseguir desviar de outro veiculo que colidiu violentamente com o dele.

Enquanto buscava pela maçaneta do automóvel – estilhaçado após capotar ladeira a baixo — procurava pelas palavras que faltavam para amaldiçoar Doflamingo a quantidade de vezes que aquele cretino merecia.

Suas pernas estavam fracas, e era quase impossível se sustentar com a cabeça rodando, sua visão tinha dificuldades em formar imagens e ele suava frio. O corpo começava a sofrer as consequências com a falta de ar, mas ele precisava reunir as forças que ainda restavam, voltar a estrada e pedir por ajuda o mais depressa possível. Se apoiando nas arvores, ele agradeceu pela subida não ser tão longa, e enquanto tentava focar sua visão na estrada, pensava o que raios Doflamingo queria lhe atacando dessa maneira, e por que logo agora.

Seus anos de servidão haviam acabado. Eles fizeram um trato. Law havia cumprido sua missão e comprado sua liberdade. Então, por que, após quase sete anos, viera lhe atormentar o juízo novamente?

Chegando no topo, Law precisou se apoiar nos joelhos para conseguir ficar de pé. Ele tentou buscar ar, mas cada puxada lhe alfinetava sem piedade, seu peito doía como se alguém estivesse pisando nele. O cirurgião andou em direção ao carro que esperava por ele – o mesmo carro que o jogou para fora da estrada. A luz do poste iluminava o homem sentado no capô. Ele olhava com escárnio para o cirurgião, e um cigarro descansava em seus lábios.

As roupas pretas eram a camuflagem perfeita para aquela noite, mas os detalhes no braço esquerdo e os cabelos ruivos não podiam esconder sua identidade. Afinal, eles já haviam trabalhado juntos por muitas vezes.

Eustass Kid.

O ruivo estava elegantemente vestido com roupas sociais. Ele tinha deixado a vida de rebelde e agora cuidava dos negócios de Doflamingo na parte Sul da cidade, mas muitos não o viam durante um bom tempo. Boatos diziam que Doflamingo tinha encomendado sua morte pelo desvio de armas estrangeiras. Law nunca acreditou nisso, por mais que fosse possível.

— Diga... a Doflamingo... que eu agradeço a visita, mas gosto de ser avisado antes. – Disse o cirurgião com dificuldades. O ruivo não se moveu e não expressou reação enquanto Law se aproximava, apenas observava o sangue que tomava quase todo o rosto do cirurgião.

— Sabe que ele prefere surpresas. .... Você parece bem.

— Já estive pior – Law finalmente haviam chegado ao carro e se apoiou com as duas mãos enquanto tentava buscar desesperadamente por ar – Mas se não for me matar agora, melhor me ajudar, se não eu morro de qualquer maneira.

O ruivo protestou.

— Você só dá trabalho. – Law explicou o que ele precisava fazer: um empurrão com força na lateral da costela, a três dedos abaixo do coração, e ela voltaria para o lugar. Era possível que ocasionasse um corte no pulmão, mas ele precisava arriscar. – Pronto? – Perguntou.

Kid começou a contar, e antes de chegar ao “dois” golpeou o cirurgião com força, arrancando dele um gemido alto e sofrido de dor. Law não suportou e caiu de joelhos, se apoiando no carro. Seu corpo ficou gelado e ele sentia que ia desmaiar, mas o cirurgião se concentrou na sua respiração. A dor diminuía, e aos poucos recuperava o controle sobre seu corpo.

Sua ideia tinha funcionado, sentir ar nos pulmões nunca tinha sido tão bom.

Law encarou o ruivo com ódio, que ria dele:

— De nada, Trafalgar!

— Quer que eu agradeça por tentar me matar?

— Foi só um susto, não seja dramático. Afinal, Joker te quer vivo. – Kid se abaixou para encarar o cirurgião nos olhos, e Law levou a afronta a altura. Law conhecia Kid antes mesmo que Doflamingo tomasse o Leste como seu império, numa missão de resgate. Uma breve aliança, que se transformou em traição, luta e rivalidade. Ainda que a relação e nem as lembranças não fossem boas, ambos se reconheciam como adversários em potencial, e sabiam de sua capacidade.

Por isso Kid estava ali.

O ruivo continuou:

— Ele quer explicações! Do porque você está se metendo nos negócios dele. E eu também estou curioso.

— Você não está aqui só pela curiosidade, não é, Eustass-ya?

Kid estendeu seu sorriso.

— Sabe, eu sempre achei essa sua família uma coisa curiosa: um marinheiro do serviço especial, um gangster que se transformou no rei do Leste... e tem você.

— O que você quer?

 O ruivo riu com a reação do cirurgião, e estendeu a mão para que ele pudesse levantar:

— Por que não fazemos com que você pare de sangrar antes de conversar? Não estou afim de enterrar um corpo hoje.

Com cuidado, Kid ajudou o cirurgião a caminhar até o banco do passageiro.

— Eustass-ya, eu não tenho nada a ver com Doflamingo já faz anos. Não sei do que está falando.

Kid suspirou.

— Law, você sabe que o Joker nunca vai te deixar em paz. – Disse o ruivo ligando a chave do carro – Então, quando eu terminar de falar, meu amigo... Vamos fazer negócios.

 Kid lançou para o cirurgião um olhar ambicioso e um sorriso cheio de malicia, e Law teve um insight, de que aquela noite se prolongaria por mais tempo do que ele imaginava.

O médico encostou a cabeça no banco, relaxando os músculos. Aquela conversa era completamente sem sentido para ele, mas estava cansado e fraco para fazer mais perguntas. Ele se sentia numa posição de completa vulnerabilidade, onde seu maior inimigo o queria, e desta vez, ele não tinha armas para detê-lo. Kid não era confiável, mas por hora, seria melhor não questionar e ficar atento.

Quando o carro partiu, ele deu uma ultima olhada em seu carro que ficara para trás.

E pensou no seu irmão.

~•••~

Nami olhava através da janela o dia se levantar. Ela estava numa região totalmente afastada do centro da cidade, e por mais que olhasse as casas, as ruas, os prédios, milhares e milhares de vezes, não conseguia identificar o lugar onde estava.

Assim que se despediu de Law no aeroporto, ela notou uma movimentação estanha. E antes mesmo que pudesse entrar na área de embarque, dois homens a abordaram e a levaram até uma van. Ela esteve sobre a mira de uma arma o tempo todo, o que impossibilitou que chamasse por ajuda.

A ruiva esfregou as mãos no rosto. Como pode pensar que poderia sair da cidade sem nenhum imprevisto, sem que nenhum inimigo descobrisse seu plano? Ela foi ingênua, completamente ingênua. E agora, estava num prédio abandonado, em um quarto que tinha apenas uma cama, uma cadeira e uma janela, num lugar longe, muito longe de Bangladesh.

Um homem lhe trouxe comida varias vezes, mas Nami não teve coragem de encostar no prato, nem se estivesse prestes a morrer de fome. Ela não podia confiar em ninguém dali.

As lembranças do almoço com seus amigos lhe vieram à cabeça. E também Law. Ela deveria ter demorado mais alguns segundo o abraçando quando se despediram.

 

Será que Nojiko estava segura?

 

E agora?” – Pensava. O que faria agora? Talvez desse para escapar pela janela, se o andar não fosse tão alto, ela pularia, mas seu corpo chegaria em pedacinho no chão. Talvez não fosse uma maneira tão ruim de morrer. Essa seria sua sentença de qualquer maneira assim que Doflamingo passasse pela porta.

O que estou fazendo?” – No que estava pensando? A haviam feito esperar por muito tempo, isso aumentava sua ansiedade e deixava que o desespero subisse a cabeça. “Se acalme” – Esse ainda não era o fim. Ela barganharia, era especialista nisso. Sim, com certeza conseguiria contornar a situação a seu favor, só precisava de um tempo para poder analisar seu inimigo de perto, e Nami é perita em mafiosos.

 Mas... e se não for Doflamingo o autor de seu sequestro? E se os agentes do governo local do qual Rayleigh mantinha contato mudaram de ideia e decidiram que, talvez, ela sabia demais?

Nami sempre soube que nunca deveriam ter se metido com o governo, e agora pensava em Robin e Rayleigh, e se eles estariam bem.

Nami escutou passos no corredor e alguém conversar com o segurança da porta. Ela se aproximou da janela quando a porta abriu.

— Bom dia, senhorita Nami. Desculpe te fazer esperar por tanto tempo.

Ele era um homem loiro, devia ter a mesma altura de Law e carregava em mãos uma pasta de papel. Tinha uma aparência agradável e lhe cumprimentava com um sorriso simpático, que ela não o retribuiu.

— Um dia inteiro para ser exato. – Rebateu irritada. Nami sentia medo, mas o sentimento que mais se apossava do seu corpo, cada segundo que passava, era a raiva.

O homem se curvou como um ato de desculpas. Mas sua educação não a faria ceder, afinal, eles a sequestraram e a ameaçaram.

— Sei disso, mas eu precisava falar com a senhorita pessoalmente. – O homem pegou a cadeira e sentou-se de frente para a cama, convidando a ruiva para sentar-se a sua frente

— Quem é você? Por acaso trabalha para Doflamingo? – Perguntou desconfiada.

Ele demorou para responder.

Aquelas roupas... Nami reconhecia aqueles trajes de algum lugar, e seu rosto também não lhe era estranho.

— Não trabalho para Doflamingo, mas o nosso assunto é exatamente sobre ele. Prometo que responderei a todas as suas perguntas. Você terá muitas após escutar o que tenho a dizer. Por favor, sente-se.

— Seus homens apontaram uma arma para mim, por que eu deveria confiar em você? – Nami queria saber até onde ele ia. Se estivesse mentindo, não conseguiria manter a paciência por muito tempo.

Mas o homem alargou seu olhar com o que ela dissera, e balançou a cabeça negativamente soltando um suspiro de decepção, como se não soubesse desse acontecimento.

— Perdoe-os, são homens que não estão acostumados a serem... delicados; estavam apenas seguindo minhas ordens. Precisávamos chegar até você o mais rápido possível.

— Por que?

O loiro lhe fitou seriamente.

Porque estava sendo seguida pelos homens de Doflamingo há semanas. – Por um segundo, Nami se esquecera de como respirar – Senhorita Nami, quero te mostrar uma coisa. – O loiro ergueu a pasta e a colocou sobre a cama.

Nami hesitou em se aproximar, mas assim fez. Ela sentia que podia acalmar as batidas do coração sabendo que não estava nas mãos de Doflamingo. Entretanto, não conhecer seus sequestradores e suas intenções a deixava um pouco aflita.

A jornalista apanhou a pasta e folheou tudo o que ela continha: notas, registros e fotos, inclusive uma foto sua.

— O que é isso? – Perguntou.

— Foi assim que consegui chegar até você. Estamos investigando a ação de transporte de cargas ilegais por um período de seis meses, e interceptamos varias transações e informações que Doflamingo mantém com o governo local. Isso é só uma amostra do que realmente tenho.

Nami encarou o homem nos olhos, as palavras que ouvira ainda estavam entaladas na garganta. Toda aquela informação caiu sobre si como um bombardeio.

Doflamingo sabia sobre ela? Como?

A ruiva balbuciava as palavras, mas saiam desconexas. Tinha perguntas, muitas delas... enquanto ouvia o homem diante de si, ela analisava seus traços e gestos. Ele não hesitava em nenhum momento. Seu corpo estava firme e sua respiração calma, os olhos serenos, e a voz sempre estável. Cheia de confiança. Nami sabia que ele era uma pessoa do qual ela não poderia subestimar.

Como ele conseguiu tanta coisa em tão pouco tempo?

Quem era ele?

— Sabemos sobre seu trabalho investigando Doflamingo.... e queremos sua ajuda.

Nami riu sarcasticamente.

— Você conseguiu em meses o que eu levei anos. Não precisa de mim.

— Pelo contrario. Temos documentos e registros, mas nada que comprove o envolvimento do governo. Doflamingo é extremamente cuidadoso. Sem essas provas não podemos derruba-lo do trono.

Nami lançou a ele um olhar audacioso. Ela analisou minuciosamente os detalhes. Aquela cicatriz... se não estava enganada....

Nami fechou a pasta e cruzou os braços.

— Por que eu te ajudaria? Essa investigação terminou. Rayleigh já deve ter encaminhado o relatório final para o serviço secreto.

— Senhorita Nami, a cede do seu jornal sofreu um atentado na noite de ontem. Vocês foram traídos! — Nami levantou bruscamente por instinto, pois sua cabeça pensou automaticamente em Robin, mas o homem lhe tranquilizou – Felizmente, ninguém saiu ferido, mas muitos documentos foram perdidos no incêndio. Inclusive... ..... o relatório de toda sua investigação.

Nami demorou alguns segundos para processar o que acabara de ouvir. E enquanto cada palavra era absorvida, seus olhos iam de encontro com o chão, escondidos atrás da frustração.

Não... não é possível... não pode ser.... ”

— Ontem foi uma noite de muitos acontecimentos – continuou ele, retirando uma foto do final da pasta e entregando a ruiva – Nosso aliado desapareceu ontem, acreditamos que possa ter sido vitima de uma emboscada. Ele é nosso maior álibi no momento, se perdemos ele, perdemos tudo.

— Mas... esse... – Nami mal conseguia segurar a foto nas mãos, seu corpo parecia que entraria em choque.

A foto era de um carro, completamente destruído.

O carro de Law.

— Nosso aliado... é Donquixote Rosinante, que desapareceu junto com seu irmão... Trafalgar Law.

Seus lábios e mãos tremiam enquanto a frase se repetia na sua cabeça.

Ela tomou todos o cuidado e precauções possíveis, e ainda sim, nada foi o suficiente. Aos poucos, Nami não conseguia mais controlar sua respiração e um sentimento de ódio começou a se apossar do seu corpo.

Finalmente estava preparada para se sacrificar por sua causa. Acreditava que havia conseguido, que finalmente iria vingar a morte de Bellemere e acabar com o sofrimento daquelas terras. Acreditava que poderia viver em paz.

Seu árduo trabalho de anos de dedicação... todas as vezes que se colocou em perigo, arriscando a própria vida e a vida de sua família... todo investimento de tempo e dinheiro, as mentiras, as mágoas... seu propósito...

Queimado!

Perdido... para sempre.

Ela levou as mãos ao rosto, sentindo o suor na testa, e inevitavelmente... começou a rir.

Ria da própria ignorancia de acreditar que, um dia, poderia realizar o seu maior sonho. Da própria inocência por achar que estava sendo mais esperta que seu inimigo. Ria porque se sentia uma tola.

O homem permaneceu em silencio, apenas observando as reações da ruiva.

Quem é você? 

Nami deu seu ultimato de maneira funesta, seu sangue fervia por baixo da pele e sua paciência já tinha se esgotado. Se tudo aquilo que acabara de ouvir era realmente verdade, ela precisava sabem com quem estava se metendo.

Você sabe tudo sobre mim... se quer minha ajuda, me de respostas.

O homem a observou, e então se ergueu da cadeira, olhando-a de maneira confiante.

Meu nome é Sabo. Sou o 2º Comandante do Exercito Revolucionário, e estamos aqui para acabar com Doflamingo e seu império!!

Ele entendeu a mão para Nami e alargou o sorriso.

O que me diz senhorita Nami...? Podemos ser aliados...?

 


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Notas finais do capítulo

Kid vai contar tudo para o Law. E agora? como o cirurgião vai reagir quando souber do envolvimento de Nami?
Sabo está nessa batalha, e vai revelar varias coisas para a ruiva. Será que ela vai aceitar trabalhar com os Revolucionarios?
E Corazon? O que será que Doflamingo vai fazer com ele?

No proximo capitulo irei unir nosso casal que precisam ter uma conversa bem séria. hehehe.. adoro escrever brigas.

Até mais, amigos!!



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