Royals escrita por vanprongs


Capítulo 1
capítulo um: o começo de tudo.


Notas iniciais do capítulo

Essa fanfic veio de um devaneio meu anos atrás, decidi por agora tentar colocar no papel por ter voltado a minha cabeça e não ter saído mais.

Dedico essa capítulo ao Blackinnon do do meu coração, Natasha e Luane, saibam que essa história não sairia sem vocês sendo a melhor base de Sirius e Marlene para a minha pequena Lynx.

E dedico também a Isabela, a escritora incrível que mais me incentiva a dedicar meu tempo a escrita. Saiba que eu te amo e não existe, para mim, escritora melhor que você ?” obrigada por dar vida ao Fred diversas vezes para mim, eu amo você.

Espero que vocês tenham uma boa leitura e desculpem-me por qualquer erro de escrita, se divirtam.



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Era um dia comum em Londres. Os pássaros cantavam, os turistas tiravam suas fotos mais clichês possíveis e a economia rodava. E no interior das paredes enormemente brancas do Palácio de Buckingham, em uma das salas de recepção decoradas com o brasão da família Black, com enormes e confortáveis sofás em uma tonalidade escura de verde esmeralda, estavam os príncipes herdeiros. Brincavam de forma boba com a pequena princesa, filha de Sirius — o mais velho. E sorriam vez ou outra, há tempos a paz não tinha sido boa para eles e a mãe, mas Lynx Vel McKinnon-Black parecia ser a esperança para a nação que sempre os teve como não dignos do trono real.

Sirius pegou a filha no colo e a bebê de três anos abriu e fechou as mãozinhas gordinhas para o tio, Regulus, que lhe sorriu e beijou as palmas de suas mãos antes de dar um soquinho fraco no braço do irmão.

— Ela vai te dar trabalho quando crescer, sabe disso, certo? 

O Black mais velho soltou uma gargalhada que fez o corpo de sua pequena estrela  vibrar junto consigo, fazendo-a o encarar com seus grandes olhos cor de amêndoa. Beijou sua bochecha e suspirou, acenando com a cabeça.

— Lynx vai fazer Sirius pagar por tudo o que já fez a mãe de vocês passar. - a voz de Marlene soou pelo cômodo quando a mesma entrou, sorriu para a filha que a chamava de forma infantil — Olá amor, pronta para tomar um pouco de luz do sol enquanto mamãe lê uma história? - perguntou com os olhos esbugalhados, o que fez a bebê rir. 

A mulher sorriu e esticou os braços, viu a pequena fazer o mesmo e Sirius com um bico nos lábios.

— Você já vai me trocar por sua mãe? 

— Claro que sim! Ela me dá comida, banho e me leva para tomar sol. Tudo o que você faz, principezinho é rolar na grama comigo e deixar inúmeras folhas grudadas nos meus cachos. - a mulher disse, imitando uma voz de bebê. 

Lynx foi para o colo de McKinnon que sorriu e curvou o corpo para deixar um beijo no rosto de Sirius.

— Muitas vezes acho que você usa essa voz bonitinha para criticar o jeito que eu rolo na grama com nossa filha e sempre a entrego suja para você. 

— Eu tenho certeza. - exclamou Regulus com um sorriso.

O mais novo bater no braço do irmão e acenou o corredor que os levaria ao Salão Principal, de encontro com a mãe, tinham uma reunião com Walburga sobre o destino da coroa real, mesmo que não tivessem grande interesse nisso.

— Nos vemos mais tarde? - o Black mais velho perguntou para sua… namorada? Não existiam termos corretos para os dois ainda, e sabia que sua mãe estava extremamente irritada quanto a isso.

— Mais tarde, Six. Mande lembranças a Andromeda e Ted, veja com sua mãe se algum dia eles podem vir tomar chá conosco. 

O de cabelos negros até o ombro concordou e beijou a bochecha de Marlene, seguido por deixar um beijo no topo da cabeça da filha dos dois.

— Cuide da sua mãe, pequena estrela - sussurrou e ouviu a filha soltar uma. risadinha — Se precisar de algo lembre-se que é só soltar um gritinho à la Marlene McKinnon e Alastor irá correndo.

A morena concordou e levou a mão até o coração de Sirius por cima de seu terno escuro.

— Fique tranquilo. Agora vá, antes que sua mãe peça sua cabeça e eu tenha que criar essa menina sozinha, ela me deixaria louca. - murmurou.

Ele soltou outra gargalhada em menos de meia hora e juntou seus dedos com os dedos da mão que estava apoiada em seu peito, levou o dorso da mão de McKinnon junto com seus lábios levemente ressecados e deixou um beijo gélido nos mesmos.

— Eu amo você, McKitten. 

— Hoje e sempre, Sirius. 

Black sorriu e se foi, deixando ambas sozinhas. 

Marlene sentiu um puxar em seus cabelos e encarou a filha em seu colo.

— Danadinha. - riu baixo e virou o corpo, caminhando por um dos corredores longos, cheio de quadros enormes e esculturas bonitas. Ela nunca iria se acostumar a vida no palácio, pensava — Vamos tomar um sol, ouvir uma história legal sobre uma princesa nomeada por uma das constelações mais bonitas e ter um tempo de mãe e filha. O que você acha? 

A pequena bateu as palmas da mão e soltou alguns gritinhos em concordância. Fazendo a mãe rir. 

E lá foram elas em direção ao Jardim da Ala Norte, a morena se sentou em uma das espreguiçadeiras e puxou a filha para seu colo. Os raios solares não queimavam por completo suas peles, apenas as deixava mais aquecidas, o que era bom devido ao vento um pouco gélido daquela época do ano em Londres. McKinnon começou então a contar uma doce história, parecida com as histórias dos contos de fada, mas com uma enorme diferença — a princesa salvava a todos. E era isso que ela queria para sua pequena estrela, que Lynx soubesse o poder que tinha e como poderia ajudar as pessoas quando tivesse a chance. 

Dado o tom certo do problema, a mãe sabia que as pessoas poderiam contar com a filha e sua teimosia para lidar com qualquer coisa.

É claro que diversas vezes Marlene pensou se era o certo. Expor sua bebê dessa forma. Aceitar morar no palácio mesmo não tendo um relacionamento certo com Sirius. Aceitar participar daquilo quando seus pais eram apenas políticos britânicos, e ela mal tinha terminado seu curso de Jornalismo em Oxford. 

Mas sua filha era amada.

Até mesmo por Orion e Walburga Black. Que poucas vezes demonstravam amar algo que não fosse o poder.

E tudo o que a mulher de pele negra queria é que alguém responsável e justo tivesse acesso ao poder que aquela família tinha. Alguém como Sirius ou Regulus. Ou a pequena Lynx, que lhes dava todos os motivos para acreditarem que seria boa e doce. Genti e justa. Leal e corajosa. Tudo o que seus pais eram — e até mais, em uma só  pessoa.

McKinnon enfrentou certas dificuldades quando eles, ela e Sirius, afirmaram que estavam juntos. A nobreza ainda não aceitava tão bem o relacionamento de seus membros com a plebe, mas Black fez acontecer. O que chorou boa parte da população britânica, e até mesmo de outros países.

De acordo com alguns tabloides, ela era… 

Barulhenta demais para a realeza. Seus cabelos eram cacheados demais. Seu sotaque era forte demais. Suas unhas estavam sempre em tonalidades escuras dos esmaltes. Feminista demais. Não se mantinha quieta. E na última vez que uma foto dela com o cabelo natural, sorrindo e com um vestido vermelho e amarelo foi parar na mídia, leu as letras garrafais dizendo — nas entrelinhas, que era também negra demais.

 

— Eles não podem falar assim de você. - brandou Sirius ao encarar a manchete n’O Profeta Diário aquela manhã — Estão tendo a indecência de te chamar de negra demais para a coroa. Qual vai ser a próxima? Você sorri de menos?

— Sirius, está tudo bem.

Mas ele sabia que não estava. A mídia poderia machucar mais do que qualquer outra coisa e Black queria protegê-la. Proteger ela e a bebê que ainda dormia no berço ao lado da cama deles.

 

Soltou um suspiro com a pequena em seu colo ao se lembrar daquilo, não queria que sua estrela sofresse pressão. Mesmo sendo amada, sabia que sua Lynx sofreria por ser a perfeita junção dela e de Sirius. 

Uma força da natureza, que possivelmente ninguém poderia derrubar.

 

**

 

Os irmãos Black estavam em pé, de frente aos tronos reais. 

Brincavam ali quando pequenos com as primas. 

Andromeda, Bellatrix e Narcissa estavam ali também, seus maridos ficaram em outro cômodo. Era assunto real. Assunto que se tratava apenas da família deles, mesmo que Lucius Malfoy tivesse quase rugido ao ouvir que não poderia ficar no Salão com eles.

— Não quero tomar muito o tempo de vocês. Porém gostaríamos que vocês soubessem antes da declaração real sair por essas portas, estando amanhã assim que o sol raiar em cada banca de jornal e site de notícias sobre nós. - Orion começou a dizer, sua voz rouca. Ele pouco falava, deixava geralmente isso para sua mulher, mas como o rei às vezes precisava proclamar algumas palavras. Palavras frias e decisivas — Decidimos que Lynx estará em primeiro lugar na fila do trono quando eu e Walburga virarmos pó. Sabemos que Sirius não tem qualquer problema em dar lugar para sua pequena filha daqui há alguns anos, o que espero que realmente seja muitos. E tive um diálogo rápido com Regulus hoje.

O mais novo concordou com a cabeça e virou o rosto para sorrir para o irmão. Não era da vontade de nenhum dos dois, o trono. Mas Sirius e Marlene tinham comentado vez ou outra como o mundo seria diferente se visto pelos olhos da mais nova dos Black.

— Então bati o martelo, juntamente com nosso Primeiro Ministro, que a próxima na linha de sucessão é a princesa Lynx Vel McKinnon-Black. E que assim será. 

Sirius virou o rosto para olhar a reação das primas. Não era novidade que Bellatrix queria o trono. Poder e honra. E toda a merda que isso pudesse trazer para ela. Deu um sorriso de lado ao ver os olhos dela se tornando quase cinza, ela explodiria em qualquer momento e ele não queria estar ali. Recebeu um sorriso de Andromeda que logo o abraçou rapidamente.

— Lynx será uma governante e tanto.

Ele concordou com a cabeça, umedecendo os lábios ao se afastar. Tinha em sua visão periférica Narcissa tentando acalmar a outra irmã, lhe sussurrando coisas que ele não conseguia compreender agora.

— Lene quer que você e Ted venham nos ver, chá das quatro e toda essa pompa. - disse baixo, tentava não chamar atenção.

— Vamos marcar, sim! Estou com saudade dela e Nymphadora sente falta de brincar com sua prima favorita.

A mulher sorriu sem mostrar os dentes e deu de ombros, ao se afastar mais um pouco. Olhou para os tios e se curvou rapidamente, segurando as laterais dos vestidos.

— Se me permitem devo ir, hoje os filhos de amigos meus fazem aniversário e fomos chamados para a pequena comemoração. Fico feliz com a decisão de vocês, que o reinado seja longo. 

Foi nesse momento em que a mente de Sirius viajou para o dia que era realmente. Primeiro de Abril, o aniversário de Fred e George Weasley — filhos de Molly e Arthur. Ele acenou a mão para os pais e sair quase correndo em direção a porta. Olhou para o relógio, tentando descobrir onde Marlene estaria naquele momento e suspirou.

Seis da tarde.

Geralmente a biblioteca era o lugar. Então caminhou com passos largos e rápidos em direção a ala dos dois, pensando em quão brava ela ficaria por ele ter esquecido de enviar um presente para os gêmeos. 

 

**

 

No momento em que chegou, os guardas abriram a porta para Sirius que deu um sorriso leve e entrou. Passou os olhos pelas prateleiras e viu a filha em cima de um tapete felpudo, brincando com tinta guache. Riu baixo ao ver o rosto dela manchado em uma mistura harmônica de azul, vermelho e branco. Transformando-se em um lilás claro. 

— Pensei que a reunião demoraria mais.

Black virou o rosto e observou McKinnon com um sorriso de lado, passou a mãos no cabelos negros e negou.

— Eles queriam dizer as minhas primas que Lynx é a próxima a herdar o trono. Eu e Regulus saímos da corrida.

— Oh.

— Não é de todo ruim, você sabe. - o moreno disse, dando de ombros.

— Ela poderá escolher se quer isso ou não quando chegar a hora? 

— Você sabe que se ela tiver metade do seu temperamento, Ly escolherá mesmo se não governar não for uma opção.

A mulher deu de ombros e concordou com a cabeça. 

Caminharam juntos até o sofá. Sirius tirou o terno, dobrando-o e deixou o tecido sob o braço branco do móvel. Se sentou e puxou as pernas de Marlene por cima das suas, deixando-a deitar no estofado com um livro em mãos. Sorriu com os olhos fechados, descansando a cabeça no sofá.

— Você vai ler para mim?

— Como sempre. - a mulher riu e suspirou.

— Lene. - ele pigarreou, fazendo com que os olhos castanhos pousassem sobre si — Esqueci do aniversário dos gêmeos.

— Tudo bem. - ela disse com um sorriso.

— Tudo bem?

A negra concordou e fechou o livro, deixando a página marcada com o dedo indicador.

— Sim. Eu mandei uma lembrança pra Molly hoje cedo e um pedido de desculpas, falando que não poderíamos ir porque precisávamos resolver algumas coisas com seus pais.

Ele concordou com a cabeça. Levou a mão até o nó da grava e prendeu o dedo no meio, puxou e se desfez do mesmo. Se sentia livre.

— O que você quer que eu leia?

— O que você tem em mãos?

— O Pequeno Príncipe. - a mulher disse, mostrando a capa desenhada. Ele acenou com a cabeça e a mulher abriu novamente o livro, começando a ler de onde tinha parado, mesmo que sob protestos do príncipe. 

Ficavam daquela forma desde que Marlene se mudou para o castelo. Todo o fim de tarde juntos. Lendo, pintando, conversando ou brincando com Lynx. 

Eram felizes de certa forma como nos contos de fadas que liam para a pequena estrela e gostariam que fosse assim por tempo indeterminado — mas a vida dá inúmeras voltas e algumas vezes, a dor e o luto são presenciadas também. 

 

**

 

Sete anos e alguns meses anos depois

A família McKinnon-Black acaba de sofrer um acidente em meio a London Bridge, ainda não temos muitas informações a respeito. Sabemos, por uma testemunha, que o príncipe Sirius Black foi entubado e levado pela ambulância para o hospital mais perto. 

Em breve voltamos com mais atualizações.

O Profeta Diário.


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Notas finais do capítulo

Ei, você!


Obrigada pela leitura, espero que tenha gostado.

Me diz, o que achou desse capítulo. É realmente importante para mim.