Em meio ao Caos escrita por Val Rodrigues


Capítulo 9
Capitulo Nove


Notas iniciais do capítulo

Gente, vocês notaram que eu mudei a capa? O que acharam?



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Edward sentiu um arrrepio descer por sua espinha assim que seus pés pisaram na Ala de Emergencia do Hospital. O diretor ja havia avisado que a situação estava dificil, mas ele não imaginou que seria tanto. Pensou enquanto retirava o kit de proteção na administração. Macacão, mascara, touca, intens obrigatorios para acessar a Ala de internação. Ala esta, a qual ele deveria se dirigir logo apos a reunião.
— Nunca vi nada assim. Alguem falou e ele virou o rosto notando um jovem medico parado ao seu lado. _ Sou Jacob Black. Ele disse lhe oferecendo a mão e Edward a aceitou.
— Edward Cullen. Disse apertando a mão dele. _ Você é novo aqui, não é?
— Comecei ha poucas semanas. Ele falou. _ Esta é a ala mais cheia do Hospital. Explicou e Edward acenou com o olhar fixado.
— A reunião ja vai começar. Edward avisou e os dois caminharam para o Sala de reuniões do Hospital.
Muitos profissinais ja estavam ali conversando baixo em grupos aleotorios.
— Você tambem foi convocado. Laura falou se aproximando e Edward a olhou surpreso.
— Laura, você não estava de licença maternidade? Edward perguntou puxando na memória. Ela havia saido poucas semanas antes dele viajar.
— Estava. Mas parece que a coisa ficou séria por aqui. Ela falou observando ao redor. _ Laura Jenkins. Falou estendendo a mão para Jacob que a aceitou.
— Jacob Black.

O Diretor entrou e automaticamente o silencio se fez, todos atentos ao que ele iria falar.
— Bom dia. O diretor começou. Com o semblate serio, ele apoiou o peso do corpo na mesa e continuou. _ Como vocês ja perceberam passamos por algumas adaptações aqui no Hospital para conseguir prestar atendimento grande demanda de pacientes. Alem de cancelar as ferias de alguns, e interromper lincenças de outros, nós tambem vamos contar com alguns medicos que se prontificaram a trabalhar conosco ate que possamos vencer esta pandemia.
Edward piscou perplexo pela segunda vez no dia. E olha que o dia só estava começando.
Nada menos que Carlisle Cullen, junto com três medicos de idade avançada, se juntaram ao diretor. Edward podia ver o diretor os apresentando aos outros medicos, mas não estava ouvindo realmente.
Tudo o que se passava em sua cabeça era por que de tantos Hospitais, Carlisle estava justamente ali.
E foi justamente o que fez assim que a sala começou a esvaziar-se, os profissionais se preparando para assumir o plantão.
— Pai, o que está fazendo aqui?
— O que o seu diretor disse. Vim para ajudar. Carlisle falou tranquilo e aquilo só ajudou a deixar Edward ainda mais agitado por dentro.
— E tinha que ser logo aqui? De todos os hospitais da Cidade você resolveu escolher logo o que eu trabalho? Perguntou baixo olhando ao redor.
— O mundo não gira entorno de você garoto.
— Pai, estou no meu trabalho, não me chame de Garoto. Ele pediu incomodado.
Perto dele, Edward voltava a se sentir como um adolescente despreparado e nervoso, e lidar com tais sentimentos em seu ambiente de trabalho seria desastroso e um luxo que ele não podia se dar.
— Está bem Sr. Edward Cullen. Melhorou? Carlisle suspirou. _ Eu não vim aqui para brigar com você. Vim ajudar e é isso que vou fazer, você gostando ou não. 
— Dr. Cullen me siga por favor. Vou apresentar sua escala. Uma enfermeira chamou. Edward virou ao mesmo tempo que Carlisle e a enfermeira os olhou um pouco constrangida. _ Dr. Carlisle Cullen. Ela especificou e Carlisle acenou concordando, sorrindo simpaticamente.
.......................

— Mas isso não é uma coisa boa? Quantos mais profissionais melhor não? Bella perguntou e Edward suspirou contrariado. Ela não o entendia.
— É. Mas com tantos hospitais na cidade, por que justamente no que eu trabalho? Ele devolveu insatisfeito e foi a vez de Bella suspirar.
— Edward, porque isso te incomoda tanto? Já pensou nisso. Edward apertou os olhos. Conversar com Bella naquele momento não estava ajudando em nada.
— Podemos falar sobre outra coisa? Ele perguntou aborrecido.
— Certo. Na verdade eu tenho uma novidade.
—O que?
— Promete que não vai rir? Ela pediu acanhada.
— Tudo bem. O que é?
— Eu não sei quando isto vai acabar, mas pensei em aproveitar para me reciclar, digo profissionalmente. Por isso comecei a fazer um curso a distância. Eu estou ha muito tempo fora do mercado e sei que não vai ser facil, mas quero tentar retornar ao mercado de trabalho.
— Mesmo?
— É. Você não gostou da ideia?
— Eu acho que você tem que fazer o que te faz bem.
— Que bom que disse isso, por que, não é grande coisa, mas estou animada. Alem do mais, isso tem me mantido ocupada e me ajudado a não ficar paranoica com você aí. Ele sorriu.
— Não fique. Eu estou...
— Eu sei. Eu sei. Você está bem. Ela o interrompeu e ele riu. _ Você fica repetindo tanto isso que eu me pergunto se vai me contar quando não estiver. Edward sorriu a olhando com atenção. _ O que foi? Ela perguntou notando seu olhar demorado.
— Estou com saudade. Falou com a voz manhosa e ela riu.
— Eu tambem estou. Quero minha casa, minha cama, minhas coisas. Choramingou e ele riu.
— Eu sei. Tambem quero você aqui. Esta casa fica muita vazia sem vocês.
— Você pode chamar o seu pai ficar ai com você. Ela disse e Edward a olhou com o olhar questionador. _ Edward, não faz nenhum sentindo você deixar o seu pai ficar em um Hotel enquanto você fica sozinho em casa. Bella insistiu.
— Bella. Você não entende. Ele é espaçoso demais. Falou tentando encontrar palavras.
— Ainda assim é seu pai.
— Bella... Ele gemeu inconformado. 
— Está bem, se acalma. Não vou dizer mais nada.
— Eu estou calmo. Ele disse não querendo dar o braço a torcer.
Eles conversaram um pouco mais antes de desligarem. E Edward deitou-se na cama com as palavras de Bella ecoando em sua mente. Mesmo não querendo dar o braço a torcer, ela estava certa.
Com estes pensamentos, ele levantou agarrando as chaves e saiu.
— Edward. Carlisle se surpreendeu ao ver o filho ali, parado a frente dele. Não esperava uma visita dele, não depois da forma que ele reagiu no Hospital.
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— Eu trouxe lençóis limpos para o senhor. Edward avisou e Carlisle o olhou pousou a unica mala que o acompanhava ao lado da cama.
Contrariado a si mesmo, mas sabendo que era o certo a fazer ele dirigiu até o hotel em que seu pai estava hospedado e o convenceu a ficar na casa dele.
— Obrigado. Mas eu poderia ficar no hotel, sem problema.
— E deixar minha mãe e a Bella me enlouquecerem porque deixei o senhor sozinho no hotel? Não, obrigado. Edward mostrou. _ Eu trouxe toalhas tambem. E o banheiro fica no fim do corredor.
— Nisso você tem razão. Ele falou olhando a pilha de lençois sobre a cama.
— Quer comer alguma coisa antes de dormir?
— Não. Ja jantei no hospital e tomei banho no hotel antes de você chegar.
— Certo. Então é isso. Edward falou se encaminhando para a porta.
— Edward. Carlisle chamou e ele parou. _ Uma hora ou outra, você você vai ter que conversar comigo.
— Conversar o sobre o que? Tentou se fazer de desentendido, mas Carlisle não recuou.
— Se vamos ficar as próximas semanas sob o mesmo teto, precisamos conversar Edward. Uma conversa de verdade.
Edward o olhou apertando o trinco entre os dedos. Sentia as palavras quererem pular de sua boca, mas não disse nada.

Carlisle suspirou se colocando a frente dele.
— Por que você fica tão incomodado com minha presença?
— O Senhor esqueceu? Por que eu não esqueci.
— Certo. Você ficou bravo comigo. Mas que saber? Ja se passaram treze anos desde que isso aconteceu. Por acaso eu trato a sua esposa com indiferença? É claro que não. Sempre que vocês vão em casa...
— Por sua causa... Edward o interrompeu, de repente não se segurando. _ Eu tive que estudar e trabalhar como um louco para conseguir chegar onde cheguei hoje.
— E isso é ruim? Olha onde você chegou. O que você conquistou. Carlisle abriu a mão mostrando ao redor.
Edward o olhou incredulo. Ele não entendia.
— Sabia que eu quase me divorciei? Perguntou.
— Sua mãe comentou. Mas o que isso tem a ver com esta conversa? O que tem a ver comigo?
— Pai, sabe o quanto foi difícil? Eu não sei o que é uma noite completa de sono. Eu passei mais tempo estudando do que dormindo e por meses há fio eu vivi com medo, sempre ansioso. Eu temia ser despejado  como uma mulher e um filho pequeno toda vez que precisava renegociar o aluguel para comprar remédios para o Theo. Sabia que ele desenvolveu asma pelas condições precarias que a gente vivia? Edward parou de falar, não sabendo se sentia mais raiva do pai ou de si mesmo.
— Você podia muito bem ter vindo até mim. Edward, eu nunca negaria ajuda se soubesse que estavam em condições tão ruins assim.
— O senhor disse que queria ver ate onde eu poderia chegar. Ele disse.
— E dai? Carlisle devolveu alterando a voz. _ Eu teria ajudado se você não tivesse colocado o seu orgulho a frente de tudo...
— O senhor sugeriu matar meu filho. Edward gritou finalmente colocando para fora o queimava em seu peito. _ No dia em que contei sobre a gravidez, o senhor não me repreendeu pela minha irresponsabilidade, não me cobrou pelas minhas obrigações, eu estava preparado para isso, merecia ouvir as broncas. Mas, ao invés disso, eu ouvi da pessoa que esperava que me estendesse a mão, para eu me livrasse do meu filho.
— Então está é a verdadeira questão. Carlisle falou.

— Acha mesmo que Bella me perdoaria se eu sugerisse isso a ela? Acha que eu conseguiria viver com este peso na consciencia? Ele perguntou. Agora que começou parecia que não conseguia mais parar. Edward soltou uma risada triste e cheia de sarcasmo.
— Edward...
— Sabe o que é mais ironico nisso tudo? O fato de que meu pai, um medico, sugerir que eu tirasse uma vida. Como eu poderia voltar e pedir ajuda? 

Edward tomou uma longa respiração e saiu deixando Carlisle parado no quarto. Mesmo com a exaustão do plantão, foi dificil adormecer. O corpo estava cansado, mas a mente continuava em alerta.
Ele suspirou discando o numero de Bella pela segunda vez naquela noite.
— Oi. Ela atendeu com a voz rouca de sono.
— Oi.Te acordei? Ele perguntou com a voz tremula.
— Não tem problema. Aconteceu alguma coisa?
— Eu só queria ouvir a sua voz. Ele disse fechando os olhos, subitamente, com um aperto no peito.
— Você esta bem? Ela perguntou com a voz suave.
— Eu fiz o que você pediu. Meu pai esta no quarto ao lado.
— Estou orgulhosa de você amor. Ela disse com um sorriso na voz e automaticamente ele sorriu tambem.
— Eu sei que ja disse isso hoje, mas estou com saudade.
Bella suspirou. Mesmo tentando disfarçar, ela sabia, simplesmente sabia que ele não estava bem.
— Bella.
— Sim? Ela perguntou devagar, atenta a cada som. Todo o sono havia evaporado.
— Se eu te perguntar uma coisa, você me responde com sinceridade? Ele pediu e ela acenou, sorrindo ao se dar conta que ele não poderia ve-la.
— O que é?
— Por que você se apaixonou por mim?
— Por que você era lindo. A maioria das garotas daqui se apaixonaram pelo garoto da Cidade. Brincou usando o antigo apelido dele.
— Só por isso? Insistiu e ela suspirou.
— Não. Não foi só por isso. Eu me apaixonei pelo seu sorriso, ele era acolhedor e sincero, e por seus olhos. Quando você me olhava, fazia eu me sentir incrivel.
— Sabe, eu sempre pensei no que te fez confiar em mim e se mudar para outra cidade, sem conhecer nada nem ninguem. Você tinha tanta confiança em mim, mesmo eu não tendo nada solido nas mãos.
— Você tinha determinação e força de vontade, e isso conta muito. Ela disse e ele sorriu. _ Lembra quando eu te contei sobre a gravidez?
— Lembro.
— Eu estava apavorada, e muitas coisas ja tinham passado em minha mente. No momento que você me abraçou, me acalmou e começou a fazer planos me incluindo neles, nos incluindo neles, eu soube que podia confiar em você. Você insistiu para conversar com meus pais e ai eu me dei conta da pessoa maravilhosa que você era e do quão sortuda eu era por ter você em minha vida.
— Você teve medo da gente não conseguir? Ela suspirou se ajeitando confortavelmente na cama.
— Eu devo me preocupar por você esta querendo relembrar o passado ou você so esta com tanta saudade de mim que precisa reviver tudo? Ela perguntou e ouviu sua risada gostosa do outro lado, automaticamente sorrindo tambem.
— Eu disse que estava com saudade. Ele respondeu com a voz mais tranquila.
— Sabe Edward. Nós eramos muito novos na epoca, mas eu não me arrependo de nada. Por que eu amo o que construimos.
— Eu tambem. Ele falou pensativo.
— Eu acho que você precisa descansar.
— Não. Eu quero continuar ouvindo sua voz. Ela soltou uma risadinha.
— Sobre o que quer conversar agora?
— Sobre o que você quiser. Ele murmurou sonolento.
— Esta bem. Sabe o que eu ouvi hoje? Um poema sobre o amor, eu pensei em você quando li, pensei em nós. Começou com a voz calma sabendo que não demoraria muito e ele estaria dormindo. _ Vou ler para você, ja que eu gravei. Dizia assim: "O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha. Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor. O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor nunca acaba. " Ela parou de falar notando seu ressonar. _ Boa noite amor." E desligou com um sorriso no rosto se aconchegando nas cobertas e deixando o sono a tomar.


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