Corações Perdidos escrita por Choi


Capítulo 22
Capítulo 22


Notas iniciais do capítulo

Oii! Só quero dizer que amei os comentários, obrigada por serem sempre tão gentis comigo ♥
Boa leitura!



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Mandei uma mensagem para Carlisle dizendo que passaria a noite no apartamento de Edward. Ele me mostrou o quarto de hospedes e me emprestou uma roupa dele, que claro, ficou muito folgada e esquisita, mas eu não podia reclamar. Além do mais, o cheiro de Edward estava ali, naquela roupa, e em mim, o que de certa forma, me inebriava.

— Tenha bons sonos – Ele disse, parado no batente da porta. Sorriu torto, estava prestes a sair de vez, mas voltou e olhou para mim, me torturando – Obrigado por hoje.

— Me agradeça com um ótimo café da manhã amanhã – Brinquei, tentando não transparecer que eu estava surtando por dentro com minha nova descoberta.

Ele apenas riu, leve de um jeito que eu nunca havia visto, e saiu do quarto, me deixando sozinha.

Me joguei na cama, confusa e perdida, tudo ao mesmo tempo. Como minha vida havia virado aquilo? Claro, havia sido minha escolha. Mas em que momento especificamente eu virei uma garotinha apaixonada?

Sempre me orgulhei de ter um coração fechado para meus sentimentos, porque se sentisse muito, eu mergulharia em uma solidão e culpa sem mim. Mas hoje, não eram eles que estavam em meu coração, apenas Edward e seus olhos verdes – que não saiam da minha cabeça.

Dormir naquela noite foi muito difícil, meus pensamentos continuavam seguindo para Edward que estava alguns metros de distância, em outro quarto. Estávamos tão próximos, e ao mesmo tempo tão longe.

Porra, eu sou muito egoísta, esta é a minha conclusão do dia. Eu devia estar feliz por simplesmente estarmos em boas páginas, mas continuava pensando nas possibilidades.

Pela manhã, o sol apareceu como se tirasse sarro da minha cara. Não dormi nada, e me sentia exausta, mas havia um dia inteiro de aulas pela frente.

Me levantei sem nenhuma vontade, e fiz minha higiene com uma escova lacrada no banheiro daquele quarto. Claro que Edward teria extras. Era tão obvio que eu revirei os olhos.

Não ter dormido e ter a cabeça tão bagunçada me deixava de mau humor, e eu sabia que o dia seria péssimo. Batidas soaram na porta e eu a abri, dando de cara com um Edward bagunçado.

Ele havia claramente acabado de acordar, os cabelos estavam uma bagunça – mais que o comum –, e sua cara completamente amassada. Usava uma camiseta cinza que parecia muito confortável, short da mesma cor, e pantufas... ele estava fofo, e foi impossível não rir.

— Bom dia – Ele disse com sua voz rouca, mas senti o hálito fresco e soube que ele tinha acabado de escovar os dentes.

— Bom dia – Respondi, esquecendo por um momento que foi pensando nele que não dormi.

— Eu trouxe roupas, não vai servir muito bem, mas acho que é melhor do que usar a de ontem – Ele deu de ombros, estendendo roupas muito bem dobradas para mim.

Sorri, Edward sempre seria um cavalheiro, independente das circunstâncias.

— Você não tá sabendo? É moda usar roupas masculinas e três números maiores – Sorri, envolta de sua atmosfera calma – Obrigada.

Nos encaramos por alguns segundos, sem saber o que fazer ou o que dizer. Ele bagunçou ainda mais os cabelos, deu um sorriso torto e sumiu no corredor, indo para seu próprio quarto, provavelmente.

Suspirei e fechei a porta.

Me sentei na cama e coloquei as roupas na minha frente, não havia um único vinco nelas, e o cheiro de Edward me atingiu em cheio. Edward era muito cheiroso, e suas roupas sempre estavam com cheiro de amaciantes, como se todas fossem recém lavadas.

Segurei a camisa e a levei até meu rosto, e aspirei, sentindo como se fosse o próprio Edward ali.

Depois de algum tempo, percebi a idiotice que estava fazendo e me repreendi, jogando a camisa longe, olhando para ela como se ela fosse um bicho esquisito. Bem, a esquisita sou eu! Essa memória definitivamente seria uma que me faria ter vergonha pelo resto da minha vida.

Tomei um banho rápido e tive que vestir a mesma calcinha. Para muitas mulheres isso poderia ser nojento, mas eu já havia feito coisas muito piores. Era incrível como eu sentia que minha antiga vida fosse uma vida passada, que eu não vivi realmente. Mas estar com Edward, por exemplo, me lembrava dela e me atingia em cheio.

Culpa, repulsa, nojo... eram apenas alguns dos sentimentos que me dominavam sobre mim mesma.

Vesti a mesma calça de ontem, e vesti a camisa azul marinho de Edward, colocando metade dela por dentro da calça, dobrando as mangas até meu cotovelo. Meus cabelos estavam uma bagunça, e agradeci a mim mesma por sempre carregar um elástico no meu pulso.

Calcei meus tênis e saí do quarto. Ouvi barulhos na cozinha e segui para lá. Edward ouvia uma música de jazz e cantarolava junto com o cantor enquanto fazia algo no fogão. A mesa estava posta com pães, bolo, café, suco, ovos e bacon, tudo fresco o que me dizia que Edward mesmo havia preparado. Quis revirar os olhos, claro que ele sabe cozinhar.

Felizmente, ele não canta bem. Deus tem seus preferidos, mas o homem ser bonito, alto, cozinhar bem e ainda cantar bem seria demais para minha sanidade – e minha falta de dotes.

Edward não havia me notado ali, e continuou sua cantoria desafinada. Quando ele subiu dois tons a mais em uma parte, foi impossível não rir. Ele se virou assustado, e me viu, rindo em seguida.

— Nem todos cantam bem – Ele disse, colocando os ovos mexidos que fazia em um prato.

— Seria injusto com os meros mortais – Respondi, me sentando no banco do balcão.

Edward também se sentou, ao meu lado. Um silêncio desconfortável se instalou enquanto comíamos. Eu pude provar que a culinária de Edward era ótima.

— Bella – Ele me chamou depois de alguns minutos.

Engoli difícil o pedaço de bolo de laranja, e o olhei. Edward me encarava fixamente e parecia se martirizar por algo.

— Me desculpe por ontem, sinto que me aproveitei de você – Ele disse, suspirando.

— Você não fez nada – Lembrei com pesar.

— Porque você me impediu. Bella, você não é nem maior de idade ainda.

Claro, tinha isso também. Edward tem vinte e quatro anos, me lembro de Carlisle ter me dito, enquanto eu, como o próprio Edward havia dito, não tenho nem dezoito anos. Nunca pensei que idade fosse um empecilho entre Edward e eu, haviam coisas muito maiores, como meu passado.

— Posso ser menor de idade, mas eu sei tomar minhas próprias decisões, Edward – Eu disse – Você sabe da minha história – uma parte dela, me corrigi mentalmente – Nunca tive nenhum “adulto” me guiando, e não quero que você tome esse lugar, nem me ache inferior por isso.

— É isso que você acha que eu penso? – Ele me olhou incrédulo – Que te considero inferior?

— Eu não sei o que você pensa, Edward – Fui sincera.

— Nunca te achei inferior, Isabella – Me arrepiei ao ouvir meu nome, fazia tempo que alguém me chamou por ele, acabei me acostumando com o apelido que Carlisle me deu – Na verdade, quando você me contou sua história, te admirei muito por tudo que passou. Nunca se ache inferior, porque você não é.

— Obrigada – Sorri, sem saber o que dizer – Não se culpe por ontem, nem por sua irmã, Edward. Eu não quero isso, e nem sua irmã gostaria. Deixe Bree descansar em paz sabendo que você não tem mais essa sombra em você.

Ele assentiu, e desviou o olhar, voltando a comer seus ovos. A visão que eu tinha dele neste momento era algo belo demais, como se Edward fosse uma pintura em algum museu. Seu nariz perfeitamente esculpido, os lábios cheios e vermelhos, os dedos longos e pálidos que despedaçavam um pedaço de pão que ele não comeria.

— Edward – O chamei, e ele voltou a me olhar – Eu gosto de você.

Ele ficou surpreso, mas não mais que eu. Não havia pensado em dizer aquilo, não estava em meus planos, não era o momento e eu sabia muito bem disso. Mas sempre fui desbocada, e vê-lo ali, tão próximo de mim, minha mente deu pane e minha boca resolveu funcionar.

Meu coração estava tão acelerado que eu quase podia ouvi-lo fora do peito, o pânico começando a tomar conta de mim.

Isabella Marie Swan, o que você fez?

— Eu vou... para a escola.

Levantei correndo, deixando um Edward petrificado para trás, e peguei minhas coisas no quarto, indo até o elevador, rezando para ele não vir atrás de mim.

Entrei na caixa de aço e apertei o botão do térreo inúmeras vezes, como se isso fosse fazê-lo ir mais rápido.

Quando as portas começaram a se fechar, ouvi meu nome ser chamado e Edward aparecer, mas já era tarde, e logo sua imagem sumiu, e eu comecei a descer, chocada demais para reagir de alguma forma.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado do capítulo. Talvez algumas pessoas estejam achando o andamento da história (e do romance) lento, mas tudo tem um motivo. Agora entramos em uma nova fase e tem muita coisa para acontecer, se preparem.
E espero que continuem acompanhando até o final.
Vejo vocês nos comentários! Beijoooos



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