Artemis escrita por Camélia Bardon


Capítulo 15
013. Uma alma amiga


Notas iniciais do capítulo

Boa noite, gente bonita! Eu logo ia dormindo sem postar o capítulo, meu Deus, minha cabeça anda um caco. Como pode?
Hoje adianto que temos: personagem novo, revelações (não tão) óbvias, tramoias e comida gostosa. Espero que vocês gostem, não vou me prolongar muito ♥



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Eu esperei por um longo tempo. Pouco a pouco, meu coração contraía-se de agonia. Quando já estava pronta para me levantar e partir, assustei-me com a luz, bem no meio da minha testa. Perdoe-me, eu quase podia escutar. A nuvem me nublou por mais tempo do que o esperado. Ufa!

— Tudo bem — sussurrei, fechando os olhos para me aproveitar do calor que esquentava minha testa. — Eu sabia que você viria. Confio em você.

───── ⋆⋅13⋅⋆ ─────

Quando Fanny enfim aparece em Florença, eu e Elio estamos em seu apartamento – que, de fato, tem a decoração diferente do nosso apesar de encaixar-se aos mesmos moldes de construção. Era de se esperar, afinal quantos escritores já haviam passado pelas mãos benevolentes da Orpheus? Quantos deveriam ter mais poder aquisitivo e provavelmente tiraram do próprio bolso as televisões, cortinas decoradas, adesivos para geladeira e frigideiras antiaderentes? Eu não sabia, porém agradecia mentalmente a cada pequena facilidade que esses homens e mulheres fizeram por pessoas de renda mixuruca como eu e Elio.

Não preparamos nada para recebê-la. Pelo contrário: só estou aqui porque Nora está tirando um belo cochilo da tarde, e eu vim devolver A amiga genial e em troca receber História do novo sobrenome, que é o segundo volume da série, em troca. Eu me questiono se Elio os trouxe de casa ou está os comprando aqui, porém eu e você sabemos que não se questiona presentes, então mantenho o pensamento para eu mesma. Então, quando Fanny chega, estamos munidos de um batalhão de nhoque com molho carbonara, uma jarra de limonada e uma bagagem de conversas unilaterais sobre Nápoles dos anos 60.

Annabella nos liga para anunciar a visitante, e Elio já começa a mudar a postura desde então. Tenho vontade de segurar sua mão e apertá-la com delicadeza para que ele veja que estou bem aqui ao seu lado, porém quando vou tomar partido em minha decisão ele engole em seco e vai se encostar a pia, nervoso que só. Então, respeito seu silêncio e finjo estar muito concentrada no cardápio de uma pizzaria que encontrei largado na cantoneira.

Daí se inicia as batidas na porta, leves como bicadinhas de pássaro na janela. Sorrio sozinha pela lembrança agora familiar, e tomamos uma lufada de ar antes de atendê-la. Quando ele o faz, quase fico boquiaberta. Fanny é simplesmente estonteante. A única diferença mais óbvia entre ela e Elio é que Fanny é menor e tem os olhos mais esverdeados do que o castanho marcante do irmão, mas está tudo ali: as sobrancelhas grossas, nariz romano e uma boca tão bem desenhada que imagino que deva ser um inferno de se passar batom. Ao ver o irmão, Fanny abre um sorriso radiante e o abraça tão apertado que igualmente me pergunto como ela pode fazer isso sendo tão magricela.

— Lino, você está lindo — Fanny fala em italiano, e me parabenizo por ter entendido um pouco o contexto. — Quanta falta eu senti de você!

— Oi, Fanny — Elio sorri um tanto sem-graça. Será pelo apelido que Fanny explicitou sem querer em frente de mim? — Eu... Eu também senti. É...

Daí, Fanny lança um olhar por cima do ombro do irmão – o que foi muito custoso em vista de seu tamanho... Modesto? – e encontra-me ali admirando a cena. É difícil não ficar vermelha. Até parece que eu estou de entrona aqui. Trocando o idioma para um inglês com um sotaque adorável – diferente do de Annabella, entretanto –, Fanny dirige-se a mim:

— Ah, meu Deus. Não sabia que tínhamos visitas! Perdoe-me, querida, eu aqui falando e não te cumprimentei. Vai nos apresentar, Lino? Ou vou ter que arrancar dela? Não se preocupe, meu bem, juro que sou inofensiva.

— É-é claro, claro! Onde estão meus modos? — Elio suspira, sorrindo para mim um pouco mais calmo. — Diana, essa é minha irmã, Estefania. Já que investiu no meu apelido constrangedor, acho que podemos trabalhar com nomes de raiz, não?

Fanny, melhor dizendo, Estefania, resmunga adoravelmente. Apesar de ser pelo menos vinte anos mais velha do que ele, conserva uma personalidade de menina. É inevitável: eu já a amo. Como já diria Anne Shirley, é um dos casos de almas amigas que se identificam logo que se conhecem. Ao menos da minha parte eu posso afirmar.

— Lá vem. Tudo bem, tudo bem, eu mereço — Fanny ergue as mãos em defensiva. — Mas fique sabendo que eu tenho nome de princesa.

— E eu tenho nome de deus romano! Creio que eu tenha alguma vantagem. Não é, Di?

— Diana também é nome de deusa... E de princesa! Mas duvido que esteja em posição de se considerar uma irmã perdida nossa... Então deveria levar em conta sua posição com ela e não comigo, meu bem.

Fanny ergue uma sobrancelha para mim, e consigo enxergar o brilho maldoso em seus olhos. Se eu já estava vermelha, agora competia com o sol no final de tarde. Apesar de não ter aberto a boca até o momento – outra de minhas piadinhas infames. Queiram perdoar-me –, eu apenas dou de ombros sutilmente. Com classe, Nora diria. Elio intercala o olhar entre nós duas, curioso com o embate silencioso. E eu...

Ah, eu confesso que estou amando. Que mal há em fazer novas amizades, afinal?

— Eu gostei de você, Diana — Fanny sorri, estendendo uma mão para que eu a apertasse. Eu o faço com firmeza renovada. — Não há por que ficarmos tímidas, nós dois falamos mais que a boca, mas pode falar também, viu?

Elio pigarreia.

— Diana é muda, Fanny. Não vai ouvir nada dela.

— Ah, meu Deus — sua expressão divertida apaga-se na hora. — E eu aqui fazendo piada. Não me odeie, por favor. Eu sou fluente em linguagens de sinais.

Sorrio mais do que contente, fazendo um gesto amplo e universal de “está tudo bem”. Fanny respira mais aliviada, arrancando uma gargalhada do irmão. É claro que logo em seguida ele leva um peteleco e reclama disso, mas é divertido de assistir enquanto dura.

— Há algo para comer, se não for incômodo? Estou faminta.

Tentamos nhoque à carbonara. E tem limonada, é claro. O refrigerante estava caro para comprar.

— Se foi você quem fez, eu não quero não — Fanny gargalha, esperando Elio servi-la. E ele o faz com o maior cuidado, me arrancando um sorriso que logo me apresso em esconder. Apesar de já não estar sob o olhar atento de Fanny, me policio para não explicitar meus pensamentos. As paredes têm ouvidos, sabe? — Está com uma cara maravilhosa. Obrigada, meu bem.

— Fizemos juntos, se estiver ruim não vou carregar essa culpa sozinho.

Ergo as mãos em minha defesa, o que o faz rir sem escrúpulos. Daí, nós três nos acomodamos no sofá – e Fanny ajeita o copo na mesinha de centro para não derrubar nada. Após umas três garfadas generosas, com direito a elogios em forma de grunhidos, ela começa o assunto:

— Quando me contou que tinha ganhado o concurso, eu fiquei tão feliz... Mas ao mesmo tempo, veio uma vozinha na minha cabeça dizendo “o que mais esperava do seu irmão, Fanny?”. E daí, veio uma segunda vozinha, falando “quanto tempo até o pai e a mãe usarem a oportunidade para perguntarem de você ao invés de parabenizarem o seu irmão, Fanny?”.

— Se te consola, foi cerca de um minuto. Que maravilha, querido! — Elio faz uma péssima imitação de voz feminina. — Você vai poder visitar a Fanny! Mande-nos notícias assim que fizer, sim? Ai, uma viagem com tudo pago, que sorte...!

Fanny revira os olhos, ao passo que eu suspiro em apoio. Estou ao seu lado para o que der e vier, portanto ver que mais alguém concorda com o absurdo da paternidade interesseira é de encher os olhos.

— Mas você veio mesmo assim — Fanny emenda com carinho. — E ligou para mim mesmo assim para que eu viesse... Então, qual é o plano, meu bem?

Elio engole em seco, ajeitando-se no sofá.

— Como assim, “qual é o plano”?

— Eu tinha a sua idade quando você nasceu, não venha tentar me passar a perna, mocinho — Fanny sorri, estendendo uma mão para segurar a dele assim que termina de comer. — Está pretendendo fazer algo aqui, não está? Algo particularmente revolucionário após publicar seu livro?

Fanny já tem a faca e o queijo na mão, então Elio repete o que me contou em nossa sessão de filmes por falta de opção. Já Fanny escuta com calma e paciência, assentindo vez ou outra para demonstrar que estava prestando atenção. Quando ele termina, percebo que ele está olhando para a irmã de rabo de olho, aguardando seu veredito.

— Está bem... O que precisa que eu faça? Precisa de dinheiro? Moradia provisória? Facilitações com passaporte...?

— Não, não... Eu só... Preciso de apoio — ele sorri brevemente, apertando levemente a mão que ainda está segurando. — Eu me viro com o dinheiro. Quero fazer isso de um jeito honesto, do começo, sem facilitações. Só se... Se eu não conseguir publicar meu livro, serei obrigado a aceitar ajuda.

Sinto-me uma intrusa naquela conversa, portanto mantenho meus olhos fixos na janela – com os passarinhos cantando, o sol iluminando a Università... Encerramos a hora de brincadeiras, e talvez eu não tenha o direito de opinar mais do que já fiz no outro dia.

— Pode contar comigo. Obrigada por me envolver nisso. Eu... Faço meu jogo de cintura com o pai e a mãe se eles perguntarem algo.

— Obrigado — Elio suspira, relaxando os ombros. — Bem, agora que já resolvemos isso, por que não assistimos a algum filme?

É minha deixa para me levantar e realizar um gesto com a mão, um tanto tímida.

Eu preciso ir... Desculpem.

— Ah, tudo bem — Elio parece... Chateado? — Fica para outro dia, então.

Obrigada. Até mais, Fanny — sorrio tanto para ela quanto para o irmão, aliviada por saber que não atrapalhava a reunião de família, mas também entendendo que havia certas coisas que eram melhores não ditas do que não ouvidas. — Volte outro dia, marcaremos algo para fazermos juntos, com tempo.

Fanny ergue uma mão ao peito, como se tivesse sido tocada profundamente pelo que eu disse. Ri para dentro, colocando minha bolsa sob os ombros. Elio me acompanha até a porta, com uma mão apoiada na alça da bolsa. Tenho vontade de me derreter toda e estremecer sob seu toque, porém me controlo. Quando estamos fora do alcance do olhar de Fanny, ele se escora no batente da porta, sorri de lado e me indaga em tom baixo:

— O que acha de passearmos semana que vem?  Nós... Poderíamos pegar um trem até Veneza, já fui lá quando era menor... Seria bom, já que a Nora e o Reid estão tirando o seu tempo para se conhecer... Não que eu queira usar isso de muleta para te conhecer! Longe de eu fazer isso... Quer dizer...

Ergo meu olhar para ele, mordendo o lábio inferior para não rir tão abertamente de sua tentativa de consertar sentenças. Parecia que ele era o autor de ficção, e não eu. Se bem que era bem mais fácil ser objetiva quando não era eu a fazer convites.

—... E você está me olhando com aquela cara de advertência sutil, então vou calar a boca agora. O que me diz?

Sim — desta vez não gesticulo, apenas formo a palavra em meus lábios. É suficiente para que ele entenda, então dou um passo atrás para sinalizar que estou indo mesmo. — Até mais. Vou ler o livro mais tarde.

— Certo. Até mais então, Lady Di.

Reviro os olhos de brincadeira, com um sorriso enorme estampado no rosto. Então, giro nos calcanhares para atravessar a longa distância entre a minha porta e a dele. Com meu livro em mãos, e após uma tarde maravilhosa, finalmente sinto vontade de me organizar nas ideias. Com todo cuidado para não acordar Nora de seu cochilo, me esgueiro silenciosamente pelo apartamento até alcançar meus post-its. Antes de começar a escrever, era bom eu ter uma base do rumo que queria que a história tivesse. Sendo assim, distribuo os post-its pelo painel da parede e começo a preenchê-los conforme as ideias vêm.

São três colunas: início, meio e fim. Depois, abaixo de cada tópico, vêm os complementos de enredo: personagens secundários, subtramas, motivações, arcos que se abrem e precisam encontrar um fim até a última página da história... É claro que há coisas que não podem ser antecipadas e que ficam bem melhores improvisadas em meio ao enredo, mas também há certas coisas que precisam ser antecipadas, senão ficam esquecidas e formam grandes furos no enredo.

Quando termino, já se passaram duas horas. Nora acorda de seu cochilo com os cabelos loiros em pé, bocejando duas vezes antes que tenha a chance de se situar. Quando ela se situa para ao meu lado no sofá, mais sonolenta do que outra coisa, ainda assim está sorridente. Deito-me sob seu ombro, recebendo um carinho adequado nos cachinhos de volta.

— Agora sim eu vi valor — com mais um bocejo, ela sorri. — E dessa vez os rascunhos não vão fugir. Muito bem, Diana.

Assinto com a cabeça, um tanto pensativa com seu comentário. Era bem verdade que o dia a que ela se refere havia sido um divisor de águas na minha carreira... Se é que o que eu tinha agora poderia ser chamado de carreira. Nunca me esqueci da tensão que foi.

 

Era o verão em que completei 17 anos. Eu já me arriscava mais como “escritora”, apesar de jamais atribuir esse nome ao que fazia. Para mim, escritores eram profissionais. Eu apenas me aventurava com alguma coisinha aqui e ali, e nada mais. Aparentemente... Minha mãe pensava do mesmo jeito que eu.

Desde o ensino médio, atribuí como costume ter um painel de anotações além da agenda, justamente para não me esquecer de nada que precisava ser feito e para fazer as tarefas em ordem de urgência e importância. De tarefas escolares adaptei a mesma rotina para a escrita, deixando junto aos post-its coloridos outros brancos... Menor importância, mas ainda assim merecendo estarem ali como todos os outros. Anotei ali o rascunho para Um Milhão de Estrelas e outros projetos que provavelmente nasceram e morreram na mesma semana. Por quê? Bem, aí que entramos nos âmbitos da minha mãe.

Como eu já passava o dia inteiro fora da escola, dizia ela, ela se considerava na obrigação de faxinar meu quarto enquanto eu não o fazia. Era bem verdade que eu não faxinava o quarto, mas também não o largava feito chiqueiro para lhe dar trabalho. Todos os domingos eu pelo menos varria tudo e deixava meu lixo no lixo, o que era suficiente para que ela não reclamasse. Até que um dia ela resolveu que precisava limpar meu painel também.

Cheguei animada da escola após uma passadinha terapêutica na Terra das Rosas Selvagens para conversar com Nora e o sr. Fox. O objetivo do dia era finalmente colocar Um Milhão de Estrelas no papel: eu havia comprado tinta nova para a máquina de escrever – apesar de ser um mimo desnecessário era algo que me distraía do cotidiano – e minha autoestima estava elevada ao máximo. Porém, ao chegar a casa, reparei que nenhum dos meus post-its brancos estava no lugar. Entrei em pânico.

Quando alcancei minha mãe, no andar de baixo, ela repousava tranquila no sofá, com a televisão ligada em algum programa de culinária. Fiquei inconformada em como ela pode cometer tamanha atrocidade e ficar com a consciência tão limpa daquele jeito. Agitei as mãos em frente de seu rosto, tentando atrair sua atenção.

Sim, Diana? ela ergueu o olhar para mim com preguiça.

— Minhas anotações. No quadro. Onde estão?

Ah, aquelas brancas? Eu joguei fora. Não eram da escola. Além disso, estavam todas feias. Você pode fazer outras depois.

Não, eu não podia. Tudo aquilo tinha sido fruto de um surto de criatividade que não iria se repetir. Eu poderia tentar reproduzir algo semelhante, mas jamais seria o mesmo. Apenas respirei fundo e tentei organizar meus pensamentos.

Está na frente da televisão, querida. Por favor.

Assenti com a cabeça, aceitando a derrota. Àquela altura do campeonato, o lixo já havia sido recolhido.

Jamais voltei a pregar post-its brancos no painel. Pelo menos, não até ter meu apartamento em Vegas. Lá, ao menos, eu tinha a certeza que Nora não iria jogar minhas anotações fora sem permissão prévia.

 

— Vai começar a escrever agora, meu bem? — Nora me traz de volta para a realidade. Olho para ela e assinto com a cabeça, ajeitando a postura. — Ok. E... Como foi o seu dia?

Maravilhoso — sorrio com o coração palpitando. — Antes de contar como foi o dia... Tenho uma confissão a fazer.

— Estou ouvindo, minha linda. Digo, estou vendo.

Respiro fundo e sinto minhas mãos se tremelicando todas. Se ela foi sincera comigo com relação aos próprios sentimentos, não me custa nada fazer o mesmo com ela. Que coisa engraçada é se sentir com 15 anos de novo...

Existe uma grande chance de eu... Gostar do Elio. Daquele jeito. O que eu faço?

Nora abre um sorriso tranquilo. Quando penso que ela vai me dar um conselho extenso, ela apenas comenta:

— Pois então agarre essa chance, minha amiga. Seja feliz... Você merece.

Rio junto a ela, me deitando em seu colo. Nora parte para fazer um carinho nos meus cachinhos bagunçados, me arrancando um sorriso em homenagem aos velhos tempos.

Estou começando a sentir a magia de Florença correndo pelas minhas veias. Talvez eu devesse parar de fingir que ela não existe, afinal de contas...

Eu ainda devo aquela dose de autoestima para T. Kyrell.


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Notas finais do capítulo

enfim, o surto ♥ ai, como eu tô doida pra esse encontro!!
Até o próximo, xuxus!
Ah! Como o próximo é o conto "Um Milhão de Estrelas", pretendo trazer ele e o próximo capítulo em maio. Fiquem atentos!



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