Chance || Seth Clearwater escrita por Katherine


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Louise Cullen.

 

 

Assim que Jacob apareceu, arrastando Seth de volta para La Push, eu pude constatar algumas coisas. A primeira delas era que eu havia o beijado e que foi muito – muito— bom. Inegavelmente eu queria mais e ao julgar pelas reações do lobo, podia afirmar que ele desejava isso tanto quanto eu. O segundo fato era que por muitas vezes eu havia imaginado como seria o meu primeiro beijo e que nenhuma delas eu podia tê-lo visualizado de uma forma tão doce e carinhosa como foi. O terceiro fato, e o que mais me deixava assustada, era que já não haviam mais formas de fugir. Eu me encontrava perdidamente apaixonada por ele. Era revoltante lembrar do pedido que ele havia me feito antes de nos beijarmos. Eu nunca o esqueceria, e essa hipótese parecia ainda mais absurda a cada segundo que passava.

Quando notei que estava parada na frente da casa, encarando a floresta, a alguns minutos... resolvi voltar para a sala, onde todos já haviam retornado para os seus afazeres. Não tinha certeza se algum deles nos ouviu, mas sabia que notaram a nossa falta. Como resposta para a minha pergunta, Emmett foi o único que me lançou um sorriso malicioso, fazendo com que eu me afundasse no sofá branco, agarrando uma almofada na frente do rosto.

— Ignore o seu irmão – Carlisle sussurrou, sentando na poltrona ao meu lado. Afastei o tecido do me rosto, deixando que o mesmo ficasse em meu colo, para que eu pudesse encarar o vampiro – Fez bons amigos em La Push?

— Sim. Todos são muito receptivos.

— Fico feliz que esteja se adaptando. Todos ficamos felizes.

— Acho que ainda não lhes agradeci por terem me recebido tão bem – desviei o olhar do médico, para encarar Renesmee e Nahuel que conversavam próximo a lareira. Mas ao notar que o mestiço também me olhava, eu voltei a encarar Carlisle, rapidamente – Obrigada por tanto.

Um sorriso genuíno brotou no rosto do vampiro, que passou a sentar do meu lado no sofá, puxando meus ombros para um abraço.

— Você é uma dos nossos, Lou. Só demoramos um pouco mais para encontrá-la – franzi o cenho com o apelido – Gostou?

Assenti, não conseguindo reprimir o sorriso.

— Eu gostei muito. Obrigada, Carlisle. Eu naturalmente já me sinto uma Cullen.

Ele afagou o meu braço e eu permaneci naquela posição, repousando minha cabeça sob seu ombro frio, enquanto pensava na reviravolta drástica em minha vida. Mesmo não querendo, ainda era difícil esquecer completamente as minhas origens. Era verdade que eu estava encantada com a ideia de ser uma Cullen, ter uma família, irmãos e uma sobrinha, ter amigos, amor e carinho... mas ainda antes de deitar eu me perguntava se não acordaria de um sonho na torre em Volterra... ou então, por quanto tempo demoraria até que Demetri Volturi me encontrasse.

— Renesmee, Louise e Nahuel, a comida está na mesa. Sei que devem estar famintos – Esme sorria docemente na entrada da sala – Por favor, venham comer.

Nessie foi a primeira a ficar de pé, comemorando com os bracinhos esticados para o céu.

— Eba!

— Você comeu a pouco tempo, filha – Bella observou – Não é possível que esteja com fome de novo.

— Síndrome de Jacob? – perguntei a pequena, ficando de pé – Acho que ele passou um pouco daquela fome toda pra você.

Renesmee riu.

— É verdade, tia Louise. Ele come muuuito!

Me aproximei de Esme, dando um beijo em seu rosto, que pareceu pega-la de surpresa.

— Obrigada – murmurei e pelo olhar que ela me lançou, soube que estaria chorando se pudesse.

A filha de Edward e Bella correu em direção a cozinha, saltitando nos próprios pés e a única coisa que eu pude fazer foi acompanha-la. Renesmee era pequena, e mesmo com pouco tamanho, ela se esticou na ponta dos pés para alcançar a banqueta da cozinha, sem ajuda de ninguém, lançando um sorriso orgulhoso pra mim.

— Muito bem – parabenizei, sentando ao seu lado – Daqui a pouco você vai estar maior do que eu.

Nahuel sentou em nossa frente, do lado oposto da mesa.

— Talvez até maior do que eu mesmo.

Ness gargalhou.

— Seria engraçado. Eu poderia lutar com o tio Emmett.

— Duvido muito que o seu pai fosse deixar.

Eu concordei com ele.

— É verdade.

O cheiro da comida atingiu minhas narinas pela primeira vez e eu quase enlouqueci ao sentir meu estomago se revirar. Talvez fortes emoções me davam fome.

Não demorou muito tempo para que Nahuel, Renesmee e eu demorássemos a lasanha de queijo maravilhosa que Esme havia preparado, e nenhum de nós teve coragem de falar nada durante a refeição, até que a tigela estivesse limpa.

— Eu senti falta da sua comida, Esme – Nahuel disse em um tom um pouco mais alto, sabendo que a matriarca da família ouviria.

— Se viesse nos ver mais vezes não sentiria, querido – ela rebateu.

Nessie riu, descendo da cadeira em um pulo.

— Depois que eu escovar os dentes nós podemos assistir algum desenho? – perguntou, olhando diretamente para Nahuel – Ou podemos jogar videogame?

— Se seus pais deixarem, eu topo!

A resposta dele pareceu animar ainda mais a garota, que correu de volta para a sala de estar.

— Eu limpo a bagunça! – Esme gritou, mas permaneceu na sala.

Rolei os olhos. Ela sempre fazia isso.

Me levantei também, sentindo o meu corpo pesado demais. Em partes por ter comido mais do que aguentava, e em partes por estar cansada de um dia tão cheio.

— Deixa eu te ajudar – Nahuel ofereceu, também ficando de pé.

— Não precisa. Pode ir jogar com a Nessie.

— Eu faço questão, Lou.

Paralisei ao ouvir o apelido. Apesar de ter gostado, Carlisle havia o proferido somente uma vez... ainda era bem novo.

— Não deveria chama-la assim? – perguntou-me.

— Deveria – balancei a cabeça em negação, afastando o desconforto – Me desculpa, Nahuel. Eu realmente estou aprendendo a lidar com gente nova. Faz pouco tempo que comecei a viver com os Cullen, e agora vem você. Eu sei que posso agir como uma maluca, mas por favor, não se engane com isso. Eu juro que sou legal!

Ele riu, me ajudando a levar as louças até a pia e as colocando dentro da lava-louças.

—  Está tudo bem, eu sei que você é legal – engoli seco – Pareceu bastante à vontade com os lobos.

Mordi o lábio inferior, buscando alguma razão logica para aquela observação.

— Eles são meus amigos.

Nahuel assentiu lentamente, com o cenho franzido.

— Posso perguntar de onde você veio?

— Melhor não – respondi rapidamente.

— Ok.

Encostei-me no mármore da cozinha, enquanto o mestiço voltava a se sentar, ainda me encarando.

— Então... posso perguntar de onde você veio?

— Claro – sorri, sem mostrar os dentes. Queria poder dizer o mesmo – Eu nasci na América do Sul. Minha mãe faleceu no momento em que eu nasci, e o meu pai... chama-se Joham, talvez você já tenha ouvido algo sobre ele.

— Não que eu me lembre.

— Ele tem outros filhos, mas nenhum de nós é tratado dessa forma. Joham se envolve com humanas para que possa criar híbridos, como Renesmee, você e eu. Foi minha tia, irmã da minha mãe, que cuidou de mim desde pequeno. Eu a transformei na primeira vez que ela me segurou nos braços. Por muito tempo repudiei a minha natureza, e no que eu havia transformado minha tia, mas desde que conheci os Cullen isso mudou.

— É. Desde que eu conheci os Cullen muita coisa mudou também – suspirei – Como se chama a sua tia?

— Huilen. Ela não quis vir dessa vez, preferiu ficar em casa. Espero que possam se conhecer um dia, ela adora Renesmee.

— E quem não adora? – perguntei retoricamente. A caçula era um encanto – Espero conhece-la.

Ele pareceu pensar por um momento, e assim que voltou a falar sua voz pareceu mais fraca.

— Você já mordeu alguém? – eu neguei, estranhando a pergunta – É algo que me intriga. Edward me contou que Renesmee já mordeu a Bella, e não a transformou. Minhas irmãs também nunca conseguiram e eu sim. Estranho, não?

— Nunca parei pra pensar na hipótese de transformar alguém – fui sincera – Achei que mesmo somente uma parte minha sendo vampira, isso fosse natural.

— Parece que não é. Talvez você consiga.

— Ou não – dei de ombros, sem me importar com aquilo realmente – Você sempre diz sobre suas irmãs e Renesmee. Não conhece outros da nossa espécie?

— Acho que somos os únicos. Na verdade, fiquei muito surpreso em saber sobre você. Achei que Renesmee fosse a única além de nós.

— Você estava errado – apontei – Fui bem escondida durante todo esse tempo.

— Quanto tempo?

— Não sei dizer. Acho que onze ou doze anos. E você?

— Cento e cinquenta e quatro.

— Uau – balbuciei, piscando algumas vezes – É o mais velho de nós?

— Não, tenho uma irmã antes. Ela foi a primeira.

— Nahuel, você parece saber tanto sobre a nossa espécie. Chega a ser cômico. A pouco tempo atrás eu achava ser a única.

Ele deu de ombros, rindo.

— Gosto de pesquisar pra tentar saber um pouco mais sobre nós. E bem, convenhamos que tive bastante tempo pra isso.

— É verdade.

Nessie apareceu na cozinha vestindo um pijama de ursinhos, com dois controles de videogame nas mãos. Nahuel sorriu para a garota, pegando um dos controles, enquanto a menina corria de volta para a sala.

— Não sei muita coisa, nossa espécie ainda é um mistério até mesmo pra mim. Mas posso te mostrar o pouco que eu sei.

Concordei com um sorriso.

— Seria ótimo.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?
XOXO.



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