Click! et Brille escrita por Biax, EsterNW


Capítulo 1
Festa Estranha e Gente Esquisita


Notas iniciais do capítulo

Ester:
Olá meu povo desse fandom de amor salgado! -q
Depois de todo o sucesso que foi a saga Laços, finalmente voltei a escrever com a linda da @Biax, tocando pra frente um projeto que estava no nosso plano há um bom tempo (e bota tempo nisso).
Chega de enrolação por aqui e vamos ao que interessa!
Boa leitura ;)
Bia:
Olha nós aqui de novo com uma parceria! E pensar que a ideia para a história surgiu tão de repente que não imaginávamos que ela se tornaria real. E agora finalmente vamos começar a postar :')



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Sorri para mais uma foto e mal pisquei quando a dúzia de flashes estourou na minha visão, me deixando parcialmente cega por alguns segundos. Eu já estava acostumada com tudo isso. E podia me acostumar a vestir um sorriso na cara a festa inteira, mesmo que as bochechas doessem de tanto movimento.

Apesar dos flashes a cada instante, gente estranha e chique, canapés que mal tapeavam o estômago e um DJ que tocava músicas remixadas quinhentas vezes por cima da original, não podia estar mais feliz naquela noite.

Morava há uma semana em Paris, contratada por uma das maiores agências internacionais de modelos e em um dos melhores momentos possíveis, pois a B Agence acabara de fechar uma parceria com a marca de roupas Gavieira, para a promoção da coleção outono-inverno. Caso tudo fosse um sucesso, renovaríamos para a primavera-verão também. E, em comemoração a isso, estávamos lá, em uma festa lotada de famosos, estilistas, modelos e pessoas conhecidas da mídia. Gente que eu morria de vontade de conhecer, mas que não faziam ideia de quem eu era. 

Apesar de tudo ir muito bem, sentia-me exausta e precisava encontrar Júlia para irmos embora, já passava da uma da manhã. No meio de tantas pessoas e flashes na minha cara, era quase impossível achá-la.

Senti mais um flash nos olhos e esbarrei nas costas de alguém.

— Ai, desculpa, desculpa! — pedi e a pessoa se virou em minha direção. — Eu estraguei a sua foto, desculpa.

O homem voltou-se para mim e mirou seus olhos bicolores nos meus, um verde e outro dourado. Eram uma visão incomum, ainda mais com os cabelos platinados. Uma beleza exótica naquela festa.

— Não se preocupe com isso — disse com uma voz suave e abriu um sorriso educado. — Está tudo bem com você?

Assenti, sorrindo simpática de volta.

— Ei, por que não se junta a ele para uma foto? Os dois ficam bonitos juntos — o fotógrafo interrompeu, fazendo com que nos olhássemos e assentimos ao pedido.

Posamos lado a lado e tiramos algumas fotos de acordo com o orientado. Logo, o fotógrafo decidiu que era o bastante e partiu para outra pessoa.

— Você é nova aqui, certo? Não me recordo de tê-la visto antes — o rapaz dos olhos bicolores questionou assim que pudemos conversar sozinhos. Tínhamos que elevar um pouco a voz para podermos nos ouvir com a música de fundo. Parecia que aquele lugar estava ficando ainda mais lotado, com pessoas que não paravam de chegar.

— Sim, eu fui contratada essa semana. Uma amiga minha é fotógrafa aqui e me indicou pra uma vaga de modelo — contei e ele assentiu, mostrando interesse. — Marimar Garcia. — Estendi a mão e trocamos um cumprimento.

— Lysandre Revier. É um prazer conhecê-la. — Retornei o sorriso simpático que me era oferecido e soltamos as mãos.

— Você trabalha aqui? — perguntei e Lysandre fez sinal para um garçom que passava, pegando duas taças de espumante de sua bandeja. — Obrigada — agradeci e bebi. Era meio sem gosto, como a maior parte dos canapés servidos.

— Sou cabeleireiro. Acredito que iremos nos ver bastante — respondeu e também bebeu de sua taça. 

— Bem, pelo menos já conheço quem vai ser o próximo a pôr a mão nos meus cachinhos. — Passei a mão pelo meu cabelo na altura do ombro, balançando-o um pouco. Consegui fazer com que o cabeleireiro risse.

— Finalmente te achei. — Uma segunda pessoa interrompeu a conversa, colocando a mão sobre o ombro de Lysandre. — Te procurei pela festa inteira. O Uber que chamei já está a caminho.

O moreno virou o rosto, finalmente vendo-me com seus olhos cinzentos. Nesse momento meu queixo foi ao chão, pois eu estava frente a frente do que ninguém mais e ninguém menos que Castiel Perrot. A partir daquela semana, eu trabalharia no mesmo lugar de que pessoas como Castiel! Parecia ainda mais bonito pessoalmente, com aqueles traços firmes que só ele tinha. 

— Já conheceu a Srta. Garcia, Castiel? É a nova modelo de quem tanto se falou na agência nas últimas semanas.

Sorri feito boba e ergui a mão em cumprimento para o recém chegado na conversa. Não consegui fazer outra coisa senão sorrir feito uma palhaça. Se estava passando vergonha? Provavelmente.

— Castiel Perrot — apresentou-se e trocamos um aperto de mão amigável. Seus dedos eram adornados por vários anéis prateados.

— Sim, eu sei! Eu te sigo no Instagram, no Twitter e curto sua página no Facebook também. Eu gosto muito do seu trabalho, sabe? Nem acredito que a gente vai trabalhar na mesma agência. — Despejei tudo de uma vez e depois voltei-me para Lysandre. — E não precisa me chamar de Srta. Garcia, Marimar já está bom. Não temos muito desse costume de nos chamar pelo sobrenome lá de onde venho…

Os dois me olharam como se eu tivesse dito algo extremamente absurdo e Castiel cruzou os braços, com o cenho franzido. Certo, acho que falei demais...

— Mari, até que enfim te achei, menina. — Júlia simplesmente brotou do meu lado, sorrindo de orelha a orelha e com os olhos brilhando. — Você não vai acreditar quem eu achei por aqui! Sabe aquele ator da série que eu amo? — Foi então que ela virou o rosto e viu que tínhamos mais duas pessoas envolvidas na conversa. A fotógrafa estreitou os olhos. — Ah, oi, Lysandre, Castiel — cumprimentou, no que eles responderam com acenos de cabeça, quase em sincronia. — Vejo que vocês acabaram de conhece a Mari. — Júlia colocou a mão sobre o meu ombro e terminei de beber da minha taça. — Ela não é linda? 

— Ela não estaria aqui se não fosse — Castiel deu uma resposta curta e direta e minha amiga fez uma careta. Não consegui segurar uma risada, atraindo a atenção do rapaz com seu rabo de cavalo. Talvez ele ainda estivesse um pouco desconfortável depois do meu momento fã.

— Fez uma excelente indicação, Júlia — Lysandre devolveu de forma educada e a fotógrafa sorriu, dessa vez feliz por não ter recebido uma patada.

— Com licença, Sr. Perrot, poderia tirar uma foto? — Um outro fotógrafo interrompeu e a conversa morreu quando Lysandre e Castiel viraram-se para receber os flashes na cara.

— Jú, por que você não disse que eu ia trabalhar na mesma agência que gente como o Castiel? —Quase intimei minha amiga, assim que nos afastamos um pouco. — Aliás, quem mais de gente famosa trabalha nessa agência?

— Dos que você conheça, acho que só ele mesmo — ela respondeu em português, encarando os dois em suas poses para foto alguns metros à frente. — Desculpa não ter falado antes, esqueci — se desculpou com um sorriso e eu disse que estava tudo bem, voltando-me para observar as costas de Castiel na jaqueta de couro preta que ele usava. Destoava um pouco das outras pessoas na festa e suas roupas de gala.

— Que foi que você tá encarando eles com essa cara? — questionei, vendo que Júlia observava-os como se em sua mente passassem mil e um cálculos.

— Eles não parecem bem próximos?

— Acho que nada demais… Castiel disse que chamou um Uber pra ele e pro Lysandre. — Finalmente devolvi a taça para um garçom que passava e peguei um canapé, igualmente sem graça.

O fotógrafo terminou o que fazia e, após um pouco de conversa, a dupla moveu-se, indo em direção às portas de saída. Segui-os, fazendo com que minha amiga fosse atrás de mim.

— Rola um boato na agência que os dois têm um caso — Júlia disse como se comentasse uma fofoca qualquer do TV Fama.

— Oi?! — exclamei alto, atraindo a atenção de algumas pessoas. Por sorte, Castiel e Lysandre estavam longe para nos ouvir.

— É uma conversa que rola entre as modelos… Os dois são sempre vistos juntos pra cima e pra baixo, dizem que se conhecem desde o ensino médio e sempre tiveram uma relação bem próxima…

Ela começou a enumerar enquanto saíamos do local do evento, dando de cara com a noite estrelada e a rua lotada de veículos estacionados por todos os cantos. Por ser início da madrugada, o ar estava gelado e fui obrigada a cruzar os braços, já que as alças de meu vestido vermelho não serviam pra aquecer muito.

Observei a rua de cima a baixo e, alguns metros à frente, vi Lysandre e Castiel entrarem em um carro preto. Mais perto de nós, um táxi estacionou no meio fio, deixando que uma mulher descesse. 

— Vem, Jú. Tive uma ideia. — Simplesmente puxei minha amiga pelo braço e entramos no táxi antes que esse fosse embora. O carro dos meninos começou a se mover. — Siga aquele carro preto — orientei em francês e fechei a porta com uma batida. 

O motorista olhou-me pelo retrovisor como se dissesse “sério mesmo?”, mas deu de ombros e fez o retorno, começando a seguir o carro preto mais à frente. Júlia me encarou como se eu tivesse dito algo completamente absurdo.

— A gente não tá num filme, Mari. — Ela piscou algumas vezes, meio que tentando ter certeza que aquilo era real e estávamos mesmo seguindo duas pessoas em um táxi.

— Eu sei que não... Mas você nunca quis saber mais sobre esses dois, hein? Hein? — insisti e Júlia apenas balançou a cabeça, como se desistisse de qualquer represália. Ela apoiou o cotovelo sobre o encosto do banco do passageiro à sua frente e focou-se em observar as ruas que passávamos.

Eu dividia-me em ficar encantada por passar por aquelas ruas e avenidas com luzes que nunca se apagavam, mesmo que estivesse em um carro e não pudesse ver nada muito bem, e, claro, ficar de olho no veículo que seguíamos.

— Eu conheço esse bairro... Tenho certeza que já passei por aqui antes — Jú comentou, reconhecendo aquele lugar. O motorista ocupava-se com olhar por onde íamos e observar nós duas  conversando em um idioma do qual não deveria compreender absolutamente nada.

— Achei que eles fossem pra algum bairro chique ou coisa assim...

— Castiel e Lysandre são bem reservados, acho que preferem um lugar mais discreto mesmo... — Jú respondeu minhas dúvidas, afinal, conhecia-os há um bom tempo.

O carro da frente parou e o táxi fez o mesmo, alguns metros atrás. A rua era bem iluminada pelos postes de luz, possibilitando que enxergássemos com clareza o que se passava.

— Parece que alguém resolveu entrar na minha investigação também... — brinquei e Júlia sorriu sem graça. Bem, não é como se eu tivesse dado muitas opções quando entramos no veículo, porém, ela também poderia dizer não caso quisesse, eu entenderia. — Abaixa! Abaixa! — Puxei Júlia comigo quando vi os amigos saírem do Uber. Restava torcer pra que ignorassem o táxi parado no meio fio.

— Eles estão entrando em um prédio... — A fotógrafa ergueu um pouco o tronco e imitei-a, vendo Lysandre e Castiel adentrarem um prédio, com aparência de residencial, e sumirem de nossas vistas.

— Suspeito? — questionei e minha amiga apenas balançou a cabeça, parecendo não saber o que dizer sobre a situação.

— Vão descer aqui? — o taxista interrompeu, apontando para o valor marcado no taxímetro.

Encarei Júlia e não precisei nem perguntar para onde iríamos. Entramos em um consenso silencioso.

— Avenida Ornano, por favor — pedi e o veículo voltou a estar em movimento.

A aventura daquela noite chegava ao fim, iríamos para casa.


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Notas finais do capítulo

Ester:
Lysandre estaria nesse exato momento olhando com judging face pras essas duas, tsc xD
Voltamos na próxima semana, pessoal o/
Bia:
Estou ansiosa para o desenrolar dessa trama aaaaaa
Até mais o/



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