Um amor de contrato escrita por Andye


Capítulo 5
Esperanças? Não tenho


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoal!!! Como foi esse domingo com cheiro de carnaval? Espero que tudo esteja muito bem por ai!!! Por aqui, chego trazendo o capítulo da semana e hoje temos um adiantado nas coisas... Parece que Harry abriu os olhos KKKKK Aguardo vocês para comentários, dicas, sugestões e todo tipo de crítica positiva possível.
Xeru no coração!!!



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Não é possível que tudo sempre dê tão errado para a Mione, Harry — Gina comentava enquanto Hermione havia ido ao banheiro lavar os olhos já inchados do choro constante — Aquele Mclaggen do diabo chegou na vida dela só pra desgraçar...

— Nem tudo deu tão errado, Gina — Harry sussurrou.

— Eu sei... A Rose é uma bênção em nossas vidas, sem dúvidas. O problema é que elas estão em risco. Poxa vida! Como o proprietário pode ser tão sem coração? Você não pode fazer nada por ela?

— Gina... A Mione sempre atrasa os pagamentos tanto do aluguel como da água e da luz. Entenda que o proprietário já foi muito paciente durante esses sete anos...

— Eu sei... O que vamos fazer? — perguntou vencida.

— Eu não sei — Harry parecia distante.

— Estou melhor? — Hermione perguntou aos dois sobre os olhos inchados.

— Um pouco melhor — Gina tentou ser positiva — Ao menos acho que dá pra aliviar antes da Rose chegar.

— Ótimo! Não quero que ela perceba que eu chorei... de novo.

— O que vai fazer? — Gina perguntou aflita.

— Eu não sei... — a outra respondeu com sinceridade, os olhos voltaram a marejar, ela controlou-se — Não posso falar nada contra o proprietário... Ele sempre foi muito paciente comigo, mas tudo chega ao limite.

— A questão agora é focar no aluguel e nas despesas da casa. Não pode atrasar os pagamentos, Mione...

— Eu sei, Gina... — Hermione respondeu com aflição — Mas a alimentação, a saúde e a educação da minha filha vêm em primeiro lugar.

— Eu sei...

— Se ao menos tivesse dado certo na entrevista para o berçário... — suspirou, abatida — Como essas pessoas querem que eu sobreviva com a minha filha se não são capazes de me dar uma oportunidade? Minha filha jamais atrapalharia em qualquer coisa, muito menos no meu trabalho. Ela sabe a importância disso pra nós duas.

— Você deveria encontrar o traste do pai.

— Não, Gina, isso eu não quero, nem mesmo em último caso. Minha filha não merece ter aquele... aquele lá como pai. O problema é que a Rose nasceu na pior família que poderia existir...

— Não é assim, Mione — Gina consolou, a amiga continuou.

— Minha mãe me rejeita e, por associação, rejeita a única neta. Só vejo o meu pai em encontros às escondidas e foi assim que ele conheceu a neta. O pai dela não presta pra nada, uma criatura que nem sei o que anda fazendo da vida, mas que, com certeza, não merece o amor da minha bonequinha.

— Nem tudo é assim, minha amiga...

— É pior. Ela teve o azar de ter uma mãe falida e sem nenhuma expectativa de futuro.

— Hermione — Gina acariciou os cabelos da amiga — Não se martirize assim. Não fique se punindo sobre tudo...

— Mas é a verdade. Às vezes eu só queria ter muito dinheiro, sabe? A certeza de que meu dinheiro nunca iria faltar. O desejo de dar tudo do bom e do melhor pra ela.

— Mas você já faz tanto, Hermione...

— Mas não é o suficiente...

— Tudo vai se acertar, sempre se acerta...

— Dessa vez estou desesperançada... O que vou fazer se precisar sair daqui? Para onde eu vou com a minha filha?

— Sua mãe...?

— Até pensei nela, mas acho difícil... Ela é complicada demais e não vai dar o braço a torcer tão fácil.

— Mas são a filha e a neta dela. As únicas — Gina contestou incrédula pela falta de boas perspectivas futuras.

— Meu pai tenta lembrar minha mãe sobre isso todos os dias, há sete anos.

— Isso é uma loucura... um absurdo sem tamanho. E você? — virou-se para o rapaz que permanecia calado durante toda a conversa — Não vai dizer nada?

— O que eu poderia dizer? — Harry defendeu-se. Na realidade, estava pensando algo completamente absurdo — Não sei o que poderíamos fazer.

— É você mesmo, Potter? — a moça continuou — Você é advogado e sua função é encontrar saídas... alternativas.

— Na verdade... — ele começou e, nervoso, pigarreou.

— O que foi? No que está pensando?

— Bem... — ele desviou o olhar da namorava e voltou-se para Hermione — O que você acha da proposta do meu cliente?

— Qual? — Hermione demorou alguns segundos para lembrar-se de tudo, mas Gina, ativa, entendeu sobre o que se tratava de imediato. 

— Você perdeu o juízo, Harry James Potter? — ela falou com autoridade, assustadora — Como você tem coragem de falar um absurdo desses?

— Sobre o quê vocês estão falando?... Ah, meu Deus, Harry?

— Você só pode estar enlouquecendo, Potter... Não tem outra explicação pra essa palhaçada.

— Gina, Hermione... Eu sei que parece uma loucura, mas não deixa de ser proveitoso.

— Proveitoso pra quem, criatura? Aquele louco tem uma ideia descabida e você contribui querendo envolver nossa amiga nisso?

— Mas a Hermione tem todas as qualidades necessárias...

— Qualidades? Ah, meu Deus! É muita loucura. Isso agora é um emprego?

— Se olharmos por essa perspectiva, mais ou menos — o rapaz continuou — Meu cliente precisa de algo e paga bem para quem o fizer. É um trabalho a longo prazo, ajustável conforme as necessidades de ambas as partes e isso tudo tem um prazo... digamos que dezoito anos.

— Ah... — ela riu com ironia — Que cara legal, esse Weasley, pensando assim nas pessoas. Fazendo contrato pra que alguém procrie pra ele.

— Gina... Você está sendo muito dramática...

— Dramática, Harry? Dramática? Você fala um monte de merda diante de uma situação dessas e eu sou a dramática?

— Mamãe... — a pequena adentrou na casa. Havia acabado de chegar da escola.

— Oi, meu amor — Hermione foi a primeira a receber o abraço apertado seguido de um beijo estalado. Harry e Gina foram atingidos por todo aquele carinho em seguida.

— E como foi o dia na escola?  — a mãe abriu mão daquela discussão e se voltou para a filha.

— Foi o de sempre... atividades de pintura, música... Aprendi a palavra bola... querem ver?

— Por favor...

— Claro!

— Mostre e vá guardar suas coisas em seguida. Precisa de um banho. Está cheia de nhaca...

Todos na sala sorriram. O clima de tensão havia se desfeito temporariamente, mas Gina não deixou de ameaçar Harry várias vezes com o olhar enquanto esperavam Rose escrever a palavra nova.

— Nossa... Olha que linda essa letra! — Gina comentou com animação e a menina se alegrou — Parabéns! Você é muito inteligente!

— A tia da escola falou que a minha letra está mesmo legal! — a pequena falou com entusiasmo.

— Muito bem! — Hermione lhe deu um beijo no alto da cabeça — É a minha menininha mostrando a que veio...

— Como assim, mamãe?

— Quer dizer que, conforme você aprende, mais capacidade de conquistar seus sonhos você tem.

— Ah... Como você?

— Sim... Mas espero que você se saia melhor do que eu...

— Quero ser igual a você, mamãe!

Hermione sentiu as lágrimas voltarem aos olhos e desviou para os amigos. Gina, entendendo e percebendo aquele momento, se adiantou.

— Rose, quer que a tia Gina te ensine umas palavras novas?

— Quero, sim!

— Então vamos lá desfazer a bolsa e tomar um banho! Vou te ensinar a escrever “sorvete”!

— De verdade? — a menina pareceu verdadeiramente interessada.

— Claro! E ainda aproveito pra respirar um pouco. O ar está conturbado demais.

— O que é conturbado, tia Gina? — as duas conversavam indo em direção ao banheiro.

— Hermione... — Harry começou — Me desculpa se eu te ofendi... Eu realmente não tinha essa intenção.

— Está tudo bem, Harry... Não me ofendeu. Mas — ela parou por um instante, olhou para a porta do banheiro entreaberta e voltou-se para o amigo antes de continuar — Como funciona esse contrato?

— É um contrato com qualquer outro, Mione — ele falou despretensioso, o estômago gelado pela leve indicação de interesse da amiga — A diferença é o motivo... Também é um contrato bem generoso, embora a situação seja peculiar. A mulher que aceitar essa condição será amparada pelo resto da vida.

— Como assim?

— A mãe jamais deixará de ser a mãe. Ele não pretende lutar pela guarda da criança e deixou isso bem claro. Ela será levada para uma casa próxima a dele para que ele possa acompanhar melhor a gestação. Além da casa, ela terá plano de saúde e uma bolsa vitalícia no valor de dez salários ajustáveis à inflação — Hermione arregalou os olhos — Esse valor deve ser muito bem administrado pela mulher que aceitar as condições para que a sua gestação seja a mais tranquila e sadia possível. Após o nascimento da criança, será acrescido ao montante mais cinco salários.

— Quinze salários por mês?

— Sim.

— É muito dinheiro!

— Ele é bem rico.

— Percebi. Harry, esse é o salário anual de um trabalhador em nosso país. Isso é muito dinheiro, mesmo — ela arregalou ainda mais os olhos.

— Sim... E a criança terá todos os direitos a ela reservados no que diz respeito à empresa da família e às suas filiais...

— É uma proposta e tanto...

— E se é. Ele sabia que seria complicado encontrar alguém que topasse essa loucura, então resolveu ser bem generoso com as "recompensas" — ele enfatizou a última palavra fazendo aspas com os dedos. No banheiro eles conseguiam ouvir a brincadeira que Rose desenvolvia com Gina.

— Por que pensou em mim? — Hermione perguntou curiosa.

— Porque você é a pessoa mais indicada que eu conheço para isso... bem, entenda o que estou dizendo: o senhor Weasley precisa de uma pessoa honesta, na qual ele possa confiar a educação do seu único filho e, isso, você é.

— Obrigada!

— Além do mais, eu não conheço mãe mais atenciosa e dedicada do que você... O problema é que seriam dois filhos para cuidar...

— Sim, sim... mas não estou dizendo que vou aceitar nada — ela pontuou e ele concordou — Só estou curiosa.

— Entendo perfeitamente — Harry suspirou — Parece coisa de novela...

— E se parece...

— De toda a forma, esse dinheiro seria entregue em suas mãos, para o seu conforto e, claro, isso atingiria a Rose também. Esse foi outro motivo que me fez pensar em você.

— É... A situação não está fácil.

— Hermione, eu sei que tudo é muito complicado... Você teria outro filho. É ser uma barriga de aluguel, mas com obrigações permanentes...

— Sim...

— Mas os seus problemas estariam resolvidos para sempre. Ao contrário de Rose, a criança teria um pai responsável e presente, com quem você poderia contar sempre que preciso, porque se posso garantir algo sobre ele, é a sua responsabilidade. E está posto no contrato que ele pode ser cobrado caso não demonstre a atenção e carinho necessários para o crescimento saudável do bebê.

— Isso é muito absurdo sem tamanho...

— Eu sei que é, sei que falamos de uma criança que virá a esse mundo de uma forma diferente do normal, por motivos incompreensíveis, e eu não concordo com isso. Tudo parece louco e sem sentido, mas meu cliente tem as suas razões...

— E eu não o julgo... Não sei o que faria no lugar dele...

— Nem eu... Só sei que o meu prazo vai terminar em dez dias e, se você não aceitar, ele vai procurar outro advogado da empresa que, com certeza, vai encontrar uma mulher qualquer...

— Entendo...

— E eu não gostaria que isso acontecesse, nem com ele, nem com você. Se isso precisa ser feito, não tem uma mulher mais indicada que você, Hermione.

— Harry... — ela olhou para a bolsa da filha, largada sobre a cama de casal, e ele sentiu que ela havia ficado balançada.

— Gostaria de dar uma lida no contrato? — ele resolveu arriscar.

— Sim... — ela respondeu sem muita certeza.

— Vou te mandar uma cópia por e-mail. Se a Gina sonhar com isso, sou um homem morto.

— Mas não vou assinar nada, Harry. Estou apenas curiosa com tudo isso...

— Eu entendo e não tiro a sua razão... Mas poderia me falar algo até sexta?

— Claro! Não há muito o que pensar sobre o assunto, Harry — ela foi convicta —  Respondo hoje mesmo.


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Notas finais do capítulo

Próxima semana nos encontramos...



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