Um amor de contrato escrita por Andye
Notas iniciais do capítulo
Olá, pessoal!!! Como foi esse domingo com cheiro de carnaval? Espero que tudo esteja muito bem por ai!!! Por aqui, chego trazendo o capítulo da semana e hoje temos um adiantado nas coisas... Parece que Harry abriu os olhos KKKKK Aguardo vocês para comentários, dicas, sugestões e todo tipo de crítica positiva possível.
Xeru no coração!!!
Não é possível que tudo sempre dê tão errado para a Mione, Harry — Gina comentava enquanto Hermione havia ido ao banheiro lavar os olhos já inchados do choro constante — Aquele Mclaggen do diabo chegou na vida dela só pra desgraçar...
— Nem tudo deu tão errado, Gina — Harry sussurrou.
— Eu sei... A Rose é uma bênção em nossas vidas, sem dúvidas. O problema é que elas estão em risco. Poxa vida! Como o proprietário pode ser tão sem coração? Você não pode fazer nada por ela?
— Gina... A Mione sempre atrasa os pagamentos tanto do aluguel como da água e da luz. Entenda que o proprietário já foi muito paciente durante esses sete anos...
— Eu sei... O que vamos fazer? — perguntou vencida.
— Eu não sei — Harry parecia distante.
— Estou melhor? — Hermione perguntou aos dois sobre os olhos inchados.
— Um pouco melhor — Gina tentou ser positiva — Ao menos acho que dá pra aliviar antes da Rose chegar.
— Ótimo! Não quero que ela perceba que eu chorei... de novo.
— O que vai fazer? — Gina perguntou aflita.
— Eu não sei... — a outra respondeu com sinceridade, os olhos voltaram a marejar, ela controlou-se — Não posso falar nada contra o proprietário... Ele sempre foi muito paciente comigo, mas tudo chega ao limite.
— A questão agora é focar no aluguel e nas despesas da casa. Não pode atrasar os pagamentos, Mione...
— Eu sei, Gina... — Hermione respondeu com aflição — Mas a alimentação, a saúde e a educação da minha filha vêm em primeiro lugar.
— Eu sei...
— Se ao menos tivesse dado certo na entrevista para o berçário... — suspirou, abatida — Como essas pessoas querem que eu sobreviva com a minha filha se não são capazes de me dar uma oportunidade? Minha filha jamais atrapalharia em qualquer coisa, muito menos no meu trabalho. Ela sabe a importância disso pra nós duas.
— Você deveria encontrar o traste do pai.
— Não, Gina, isso eu não quero, nem mesmo em último caso. Minha filha não merece ter aquele... aquele lá como pai. O problema é que a Rose nasceu na pior família que poderia existir...
— Não é assim, Mione — Gina consolou, a amiga continuou.
— Minha mãe me rejeita e, por associação, rejeita a única neta. Só vejo o meu pai em encontros às escondidas e foi assim que ele conheceu a neta. O pai dela não presta pra nada, uma criatura que nem sei o que anda fazendo da vida, mas que, com certeza, não merece o amor da minha bonequinha.
— Nem tudo é assim, minha amiga...
— É pior. Ela teve o azar de ter uma mãe falida e sem nenhuma expectativa de futuro.
— Hermione — Gina acariciou os cabelos da amiga — Não se martirize assim. Não fique se punindo sobre tudo...
— Mas é a verdade. Às vezes eu só queria ter muito dinheiro, sabe? A certeza de que meu dinheiro nunca iria faltar. O desejo de dar tudo do bom e do melhor pra ela.
— Mas você já faz tanto, Hermione...
— Mas não é o suficiente...
— Tudo vai se acertar, sempre se acerta...
— Dessa vez estou desesperançada... O que vou fazer se precisar sair daqui? Para onde eu vou com a minha filha?
— Sua mãe...?
— Até pensei nela, mas acho difícil... Ela é complicada demais e não vai dar o braço a torcer tão fácil.
— Mas são a filha e a neta dela. As únicas — Gina contestou incrédula pela falta de boas perspectivas futuras.
— Meu pai tenta lembrar minha mãe sobre isso todos os dias, há sete anos.
— Isso é uma loucura... um absurdo sem tamanho. E você? — virou-se para o rapaz que permanecia calado durante toda a conversa — Não vai dizer nada?
— O que eu poderia dizer? — Harry defendeu-se. Na realidade, estava pensando algo completamente absurdo — Não sei o que poderíamos fazer.
— É você mesmo, Potter? — a moça continuou — Você é advogado e sua função é encontrar saídas... alternativas.
— Na verdade... — ele começou e, nervoso, pigarreou.
— O que foi? No que está pensando?
— Bem... — ele desviou o olhar da namorava e voltou-se para Hermione — O que você acha da proposta do meu cliente?
— Qual? — Hermione demorou alguns segundos para lembrar-se de tudo, mas Gina, ativa, entendeu sobre o que se tratava de imediato.
— Você perdeu o juízo, Harry James Potter? — ela falou com autoridade, assustadora — Como você tem coragem de falar um absurdo desses?
— Sobre o quê vocês estão falando?... Ah, meu Deus, Harry?
— Você só pode estar enlouquecendo, Potter... Não tem outra explicação pra essa palhaçada.
— Gina, Hermione... Eu sei que parece uma loucura, mas não deixa de ser proveitoso.
— Proveitoso pra quem, criatura? Aquele louco tem uma ideia descabida e você contribui querendo envolver nossa amiga nisso?
— Mas a Hermione tem todas as qualidades necessárias...
— Qualidades? Ah, meu Deus! É muita loucura. Isso agora é um emprego?
— Se olharmos por essa perspectiva, mais ou menos — o rapaz continuou — Meu cliente precisa de algo e paga bem para quem o fizer. É um trabalho a longo prazo, ajustável conforme as necessidades de ambas as partes e isso tudo tem um prazo... digamos que dezoito anos.
— Ah... — ela riu com ironia — Que cara legal, esse Weasley, pensando assim nas pessoas. Fazendo contrato pra que alguém procrie pra ele.
— Gina... Você está sendo muito dramática...
— Dramática, Harry? Dramática? Você fala um monte de merda diante de uma situação dessas e eu sou a dramática?
— Mamãe... — a pequena adentrou na casa. Havia acabado de chegar da escola.
— Oi, meu amor — Hermione foi a primeira a receber o abraço apertado seguido de um beijo estalado. Harry e Gina foram atingidos por todo aquele carinho em seguida.
— E como foi o dia na escola? — a mãe abriu mão daquela discussão e se voltou para a filha.
— Foi o de sempre... atividades de pintura, música... Aprendi a palavra bola... querem ver?
— Por favor...
— Claro!
— Mostre e vá guardar suas coisas em seguida. Precisa de um banho. Está cheia de nhaca...
Todos na sala sorriram. O clima de tensão havia se desfeito temporariamente, mas Gina não deixou de ameaçar Harry várias vezes com o olhar enquanto esperavam Rose escrever a palavra nova.
— Nossa... Olha que linda essa letra! — Gina comentou com animação e a menina se alegrou — Parabéns! Você é muito inteligente!
— A tia da escola falou que a minha letra está mesmo legal! — a pequena falou com entusiasmo.
— Muito bem! — Hermione lhe deu um beijo no alto da cabeça — É a minha menininha mostrando a que veio...
— Como assim, mamãe?
— Quer dizer que, conforme você aprende, mais capacidade de conquistar seus sonhos você tem.
— Ah... Como você?
— Sim... Mas espero que você se saia melhor do que eu...
— Quero ser igual a você, mamãe!
Hermione sentiu as lágrimas voltarem aos olhos e desviou para os amigos. Gina, entendendo e percebendo aquele momento, se adiantou.
— Rose, quer que a tia Gina te ensine umas palavras novas?
— Quero, sim!
— Então vamos lá desfazer a bolsa e tomar um banho! Vou te ensinar a escrever “sorvete”!
— De verdade? — a menina pareceu verdadeiramente interessada.
— Claro! E ainda aproveito pra respirar um pouco. O ar está conturbado demais.
— O que é conturbado, tia Gina? — as duas conversavam indo em direção ao banheiro.
— Hermione... — Harry começou — Me desculpa se eu te ofendi... Eu realmente não tinha essa intenção.
— Está tudo bem, Harry... Não me ofendeu. Mas — ela parou por um instante, olhou para a porta do banheiro entreaberta e voltou-se para o amigo antes de continuar — Como funciona esse contrato?
— É um contrato com qualquer outro, Mione — ele falou despretensioso, o estômago gelado pela leve indicação de interesse da amiga — A diferença é o motivo... Também é um contrato bem generoso, embora a situação seja peculiar. A mulher que aceitar essa condição será amparada pelo resto da vida.
— Como assim?
— A mãe jamais deixará de ser a mãe. Ele não pretende lutar pela guarda da criança e deixou isso bem claro. Ela será levada para uma casa próxima a dele para que ele possa acompanhar melhor a gestação. Além da casa, ela terá plano de saúde e uma bolsa vitalícia no valor de dez salários ajustáveis à inflação — Hermione arregalou os olhos — Esse valor deve ser muito bem administrado pela mulher que aceitar as condições para que a sua gestação seja a mais tranquila e sadia possível. Após o nascimento da criança, será acrescido ao montante mais cinco salários.
— Quinze salários por mês?
— Sim.
— É muito dinheiro!
— Ele é bem rico.
— Percebi. Harry, esse é o salário anual de um trabalhador em nosso país. Isso é muito dinheiro, mesmo — ela arregalou ainda mais os olhos.
— Sim... E a criança terá todos os direitos a ela reservados no que diz respeito à empresa da família e às suas filiais...
— É uma proposta e tanto...
— E se é. Ele sabia que seria complicado encontrar alguém que topasse essa loucura, então resolveu ser bem generoso com as "recompensas" — ele enfatizou a última palavra fazendo aspas com os dedos. No banheiro eles conseguiam ouvir a brincadeira que Rose desenvolvia com Gina.
— Por que pensou em mim? — Hermione perguntou curiosa.
— Porque você é a pessoa mais indicada que eu conheço para isso... bem, entenda o que estou dizendo: o senhor Weasley precisa de uma pessoa honesta, na qual ele possa confiar a educação do seu único filho e, isso, você é.
— Obrigada!
— Além do mais, eu não conheço mãe mais atenciosa e dedicada do que você... O problema é que seriam dois filhos para cuidar...
— Sim, sim... mas não estou dizendo que vou aceitar nada — ela pontuou e ele concordou — Só estou curiosa.
— Entendo perfeitamente — Harry suspirou — Parece coisa de novela...
— E se parece...
— De toda a forma, esse dinheiro seria entregue em suas mãos, para o seu conforto e, claro, isso atingiria a Rose também. Esse foi outro motivo que me fez pensar em você.
— É... A situação não está fácil.
— Hermione, eu sei que tudo é muito complicado... Você teria outro filho. É ser uma barriga de aluguel, mas com obrigações permanentes...
— Sim...
— Mas os seus problemas estariam resolvidos para sempre. Ao contrário de Rose, a criança teria um pai responsável e presente, com quem você poderia contar sempre que preciso, porque se posso garantir algo sobre ele, é a sua responsabilidade. E está posto no contrato que ele pode ser cobrado caso não demonstre a atenção e carinho necessários para o crescimento saudável do bebê.
— Isso é muito absurdo sem tamanho...
— Eu sei que é, sei que falamos de uma criança que virá a esse mundo de uma forma diferente do normal, por motivos incompreensíveis, e eu não concordo com isso. Tudo parece louco e sem sentido, mas meu cliente tem as suas razões...
— E eu não o julgo... Não sei o que faria no lugar dele...
— Nem eu... Só sei que o meu prazo vai terminar em dez dias e, se você não aceitar, ele vai procurar outro advogado da empresa que, com certeza, vai encontrar uma mulher qualquer...
— Entendo...
— E eu não gostaria que isso acontecesse, nem com ele, nem com você. Se isso precisa ser feito, não tem uma mulher mais indicada que você, Hermione.
— Harry... — ela olhou para a bolsa da filha, largada sobre a cama de casal, e ele sentiu que ela havia ficado balançada.
— Gostaria de dar uma lida no contrato? — ele resolveu arriscar.
— Sim... — ela respondeu sem muita certeza.
— Vou te mandar uma cópia por e-mail. Se a Gina sonhar com isso, sou um homem morto.
— Mas não vou assinar nada, Harry. Estou apenas curiosa com tudo isso...
— Eu entendo e não tiro a sua razão... Mas poderia me falar algo até sexta?
— Claro! Não há muito o que pensar sobre o assunto, Harry — ela foi convicta — Respondo hoje mesmo.
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Próxima semana nos encontramos...