Me Encontre escrita por SouumPanda


Capítulo 20
Duvidas, Incertezas




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Podia sentir o claro bater e cegar meus olhos que relutavam em abrir, John dormia profundamente que seu ronco me assustava, o celular não parava de tocar, até que alcancei e atendi e naquele momento tudo mudou. Minha cabeça doía pelos pensamentos e noite mal dormida, desci as escadas e meu pai me olhava aflito, apontando para o escritório, segui com ele até o cômodo, que assim que passei trancou a porta, ele estava aflito, pressionando os lábios e esfregando as mãos, encostei na mesa e cruzei os braços o encarando.

— Ontem sai da festa e não te vi, aconteceu algo? – Ele perguntou tentando relaxar e eu bufei recordando.

— Caleb deu as caras ontem, mas conversamos e se resolvemos. – Eu dizia como se não desse importância para o fato, como se aquilo não estivesse me incomodando como realmente estava, ele ainda parecia aflito e franzi a testa.

— Acredita em fantasma Zoey? – Sua pergunta me assustou, morria de medo dessas coisas e ele apontou a cadeira para eu sentar e assim eu fiz, ele coçava a barba mal feita, indo em direção a grande estante com porta retratos e pegando um da minha mãe, mordi o lábio vendo ele olhar para a foto. – Hoje jurava que vi sua mãe em um carro no transito, o jeito, o cabelo, era mesmo só o penteado que estava diferente, estava sorridente como essa foto, fiquei inerte quando o sinal abriu ela sumiu. -  Sua cara era de tristeza, meu pai poderia estar com saudades da minha mãe, mas nós a vimos morrer, enterramos ela. – Deve me achar louco, mas parecia Alicia nunca vi uma mulher que parecesse tanto.

— Não acho que seja capaz de existir uma pessoa como a mamãe, enterramos ela a oito anos. – Eu me levantei apoiando uma das mãos no ombro do meu pai, e ele me olhando com os olhos marejados. – Ela era feliz e deixou saudades, e agora que você seguiu com Peyton não acho que deva se martirizar pensando nela. – Beijei ternamente o rosto do meu pai. – Não fique com esse pensamento e sabote seu relacionamento que me parece estar indo bem, você não está cometendo nenhum pecado em querer ser feliz com alguém. – Sorrimos um para o outro. – Vem, me acompanhe no café.

Quando saímos em silencio do escritório John descia as escadas abrindo um sorrindo ao nos ver e vindo ao nosso encontro, cumprimentou meu pai brevemente e selou nossos lábios. Sentamos os três para tomar café, aproveitando que as crianças dormiam.  Foi o café mais silencioso que tomei, toda duvida que me rondava antes tinha mais essa com a morte da minha mãe. Que até agora eu tinha certeza que estava morta, eu ouvi os aparelhos pararem e apitarem, ela amava a família e jamais deixaria a vida com nós por qualquer outro motivo.  Estava quase no fim do café vi Katarina descer com Louise que chorava, a peguei no colo sabendo que Louise iria leite, Katarina me acompanhou para o quarto novamente de Louise. Eu amamentava com a cabeça distante e o olhar de Katarina em nós, o que me deixava desconfortável.

— Não pude notar que está distante em pensamento. – Ela disse com a voz grave me fazendo a olhar, respirar fundo sorrindo sem jeito e negando. - Tem a ver com o cara das fotos no armário da Louise?  - Eu encarei e franzi a testa, Katarina tinha um riso debochado em seu rosto e um olhar um tanto maldoso.  Ela tinha achado a caixa com fotos de Caleb, senti uma pontada no estomago só de pensar nele, mas naquele momento queria poder me encontrar com essa mulher que parecia com minha mãe.

— Nada a ver com aquele cara. – Eu disse engolindo seco e olhando brevemente Louise que brincava com os dedos enquanto mamava. – Você acredita em fantasma Katarina? – No mesmo instantes em que os braços dela que estavam soltos, ela se abraçou acariciando como se tivesse com frio.

— Não acredito, mas também prefiro não duvidar. – Ela disse sem esboçar reação, parecia que tinha medo de tal assunto, forjei um sorriso e entrei Louise para ela que já brincava de bom humor.

— Arrume ela, vamos sair. -  Ela confirmou entrando no banheiro do quarto de Louise e eu indo tomar um banho para se arrumar, tinha um almoço com Peyton e Hunter, queria conversar sobre isso com alguém mesmo não sabendo como Peyton reagiria já que tem um relacionamento com meu pai, respirei fundo frente as responsabilidades de tal assunto sem ter que brigar com meu pai depois, acho que seria ideal ele tocar no assunto com ela.  Talvez devesse levar uma foto da minha mãe, o pai de Peyton conhecia bastante gente, Hunter conhecia, talvez devesse contratar um detetive. Minha cabeça pirava em todos esses pensamentos, quando terminei de me arrumar Isaac adentrou quarto a dentro correndo e me abraçando tão forte e me olhou intrigado.

— Vai sair Zoey? – Ele me olhava terminando de limpar o borrão de rímel que fiz.

— Irei almoçar com Peyton e Hunter. Quer ir? – Perguntei o olhando e vi o sorriso mais lindo do mundo se alargar. – Vá se arrumar então, Louise também vai.

Ele saiu correndo na mesma velocidade que entrou, olhei pela porta aberta passar por Katarina que resmungava ao ver ele correndo, trazendo Louise em minha direção que assim que me viu estendeu seus braços curtos e gordinhos para que pegasse e assim fiz, pegando ela e sua bolsa, junto das minhas coisas. Isaac não demorou a descer acompanhado de Katarina que o ajudou a lavar o rosto e arrumar o cabelo, e lá fomos nós para a cidade, a primeira vez de Louise nessa cidade, meu coração se alegrava em poder sair com ela, Isaac cantarolava com ela no banco de trás, que o chamava incansavelmente de “tato”, Isaac obviamente gostava desse cargo. Quando parei o carro, descendo com toda bagagem, Peyton veio já tirando Louise do meu colo sorrindo babona.

— Olha isso que princesa. – Ela dizia fazendo Louise rir. Hunter ia atravessando a rua acenando, quando parou diante de Peyton com Louise. – Se você tem estrutura para essa beleza, eu não tenho. – Ela falava par Hunter que sorriu e me beijou cordialmente no rosto.

— Oi. – Sussurramos mutualmente um para o outro, Hunter ainda me olhava de um jeito triste, ainda tínhamos o constrangimento no olhar por termos ficado uma única vez e ele achado que poderíamos desenvolver algo. Quando sentamos, Hunter não conseguia tirar seu olhar de mim, e notou meu rosto preocupado, respirei fundo e Peyton nos olhavam. 

— Estou perdendo alguma cosia? – Ela disse intrigada distraindo Louise em seu colo.

— Isaac pegue Louise, vão na recreação brincar para eu poder conversar com Peyton e Hunter. – Isaac abriu um sorriso por poder ir brincar, pegou na mão de Louise e foram caminhando até a recreação. Quando os vi distante e brincando, encarei Peyton e Hunter e suspirei. – Peyton, primeiramente isso não era para falar, mas preciso colocar para fora. E depois meu pai vai conversar com você, mas não é porque não te ama que tocará nesse assunto, tenho convicta certeza que ele está muito feliz com você. – Eu disse fazendo Peyton arregalar os seus já grandes olhos e sorrir intrigada. – Bom, hoje ele esteve em casa, todo preocupado e cismado em que viu uma mulher parecida com minha mãe. – Agora Hunter também tinha o olhar preocupado, olhou Peyton que por fora parecia serena e compreender a situação, mas curiosa já que nunca tinha visto minha mãe. Tirei a fotografia da bolsa, colocando sobre a mesa e mostrando, quando Peyton ficou espantada. – Essa é minha mãe.

— Essa é sua mãe? – Ela questionou intrigada e com voz de espanto me vendo confirmar. – A semelhança com dela com a Sra Wilson impressiona Zoey, os traços. – Peyton comentava aumentando o pânico em sua voz e o pânico em mim. – Ela é minha vizinha, vive viajando, não temos mais idade para isso, mas podíamos ir observar ela, acho que vi ela ontem.

— Aquela sua vizinha gostosona com uma filha terrivelmente gostosa? -  Hunter perguntava vendo Peyton afirmar. – A filha dela é adotada, mas se parece com ela, bem mais que você Zoey, acho que vocês só se parecem no formato do rosto bem pouco e os olhos. – Hunter comentava olhando a foto e me olhando. – Mas o Isaac e ela é são parecidos, digo com sua mãe, não essa Sra Wilson. – Hunter completava.

— A única diferença é que a Sra Wilson é mais magra, tipo bem mais, não é? – Peyton falava olhando para Hunter esperando ele confirmar que assim fez. – Se sua mãe não estivesse morta, juraria que pudesse ser a mesma pessoa. 

— Quero conhecer essa mulher, ver ela pelo menos de longe. – Mordi o lábio e bebi um gole de suco molhando a garganta seca pelo assunto delicado, procurei o ar respirando profundamente e forjei um sorriso. – Perdoe esse assunto no nosso almoço Peyton, muito obrigada pelo suporte mesmo tendo um relacionamento com meu pai, ainda somos antes de tudo amigas e isso é gratificante, obrigada pelo seu apoio também Hunter. – Olhei par Hunter e sorrimos um para o outro levando minha mão na dele e dando uma leve apertada. – Mudando de assunto, uma tia minha vem passar uma temporada por aqui. Acho que vão gostar dela, alguns anos apenas mais velhas que eu. – Comecei a comer a salada, vendo Isaac e Louise vindo para a mesa.

— Qual o nome dela? – Hunter perguntou com voz de conquistador. – E como ela é?

— Caitlyn se parece muito comigo, fisicamente falando. – Respondi sorrindo, vendo trazer a comida de Isaac e Louise e ajudando ambos a comer. Terminamos o almoço de forma agradável, comentei sobre minha tia, o que deixou Hunter animado, ela era a irmã mais nova do meu pai, Peyton estava um tanto nervosa para conhece-la. Já que Caitlyn era pouco mais velha que ela, era hora de assumir o relacionamento com um cara quase 20 anos mais velho que ela, era hora de começar conhecer minha isolada família de Washington. Fui para casa no meio da tarde, Louise e Isaac dormiam quando chegamos e com a ajuda de Katarina coloquei eles em seus quartos, desci as escadas e vi John saindo do escritório tenso, franzi a testa o olhando, quando me viu não esboçou o sorriso que sempre dava. – Algum problema? – O questionei o fazendo me encarar.

— Terei que ir para a Inglaterra. – Nos olhávamos, arregalei os olhos com a notícia, ele me parecia abatido.  – Por quinze dias, poderia falar de vir comigo, mas Isaac está em aula e Caitlyn chegará no final de semana. – Ele se aproximou acariciando meu rosto, beijando ternamente minha testa. – Ela cuidará de vocês. – Ele disse ainda assim secamente.

— Claro. – Respondi secamente também, Katarina passou por nós entrando no escritório com o espanador, ela olhou para John de uma forma maliciosa e ele apenas abaixou a cabeça evitando contato visual. Ela conseguiu pegar o uniforme mais apertado, curto e pequeno que tínhamos, curto o suficiente para se ver sua cinta liga presa à meia-calça. Cruzei os braços encarando John. – Tem algo para me falar?

— Eu? Porque teria? – A sua voz de seca foi para assustada e eu apenas observava com atenção tudo a minha volta, via suas têmporas saltarem pelo nervosismo e ele afrouxou a gravata.  – Me olhando assim, me deixa nervoso.

— Me desculpe não foi minha intenção te deixar nervoso. – Eu disse ironicamente, sorri forçadamente. Passei por ele indo para a cozinha, mas ele me puxou pela cintura colando nossos corpos, selando nossos lábios ternamente e iniciando um beijo intenso que foi interrompido por Katarina passando por nós com o mesmo riso debochado em sua cara, John me soltou no mesmo instante, franzi a testa e o encarei. – Você está estranho John Stewart e não gosto disso.

Estávamos todos a mesa, meu dia e de John foi o mais silencioso que eu possa ter me lembrado, ele mal olhava em meus olhos, evitava contato direto, quando percebia me olhando e tentava manter um contato visual ele desviava o rosto. No jantar o silencio continuava o mesmo, Louise brincava em seu cadeirão, Isaac terminava de comer, só se ouvia os talheres quando o telefone tocando chamou nossa atenção e Angelina o trouxe para mim prontamente.

— Alô. – Eu disse quase em sussurro sem saber quem era, ouvi a respiração de outra mulher do outro lado e abri um sorriso. – Tia Caitlyn.

— Olá sobrinha querida. – Ela disse animada, me passando a energia e me dando uma pitada de bom humor. – Logo chegarei por ai, mas não consigo falar com meu querido irmão, ele sabe da minha chegada? – Ela questionou.

— Ele não vem muito aqui, mas tem um flet na cidade agora. Posso falar para te retornar ou se quiser deixar algum recado. – Falei mais animada e percebi um sorriso no outro lado da linha.

— Não precisa querida, dou um jeito de falar com ele depois então. – Ela disse gentilmente. – Então, até o final de semana Zoey. – Ela disse animada.

— Até o final de semana tia. – Deliguei o telefone, John não esboçou nenhuma reação, aquilo estava me irritando, o que me fez pegar Louise e sair da mesa, acompanhada de Isaac. Entrei no quarto de Louise, sentando na poltrona de amamentação e me colocando a alimenta-la. Ela conseguia me transmitir a paz que o John estava me tirando, via ela com os olhos pesados querendo fechar, acariciava sua mãozinha vendo ela adormecer ali no peito, quando olhei para porta, John estava parado na mesma nos olhando, suspirei profundamente o olhando e sussurrando. – Vai conversar comigo agora sobre o que te afligi?

— Posso colocar ela no berço? – Ele disse com pesar em sua voz, e eu afirmei entregando Louise adormecida, enquanto me ajeitava com a blusa e me levantava sob o olhar de John. – Vem vamos para o quarto conversar. – Ele pegou ternamente em minha mão, me levando para o quarto, quando entramos fui tirando a roupa e colocando um roupão para um banho, o vendo sentado na cama pensativo. – Sabe Zoey, eu sinto aqui no meu coração o quanto preciso de você  e de Louise, mas não consigo pensar ou parar de ter essa mania de perseguição de Caleb pode vir aqui e simplesmente ficar com tudo que estou me dedicando a ter. – Eu o escutava, engolindo seco por de novo voltarmos a esse assunto, estava fadada em falar que eu o queria, não Caleb. – Preciso ir na certeza para Inglaterra, que você me olhe nos olhos me dando a certeza que me ama, que quer estar comigo. – Ele se aproximou segurando minhas mãos contra seu peito, percebia sua respiração alterada, se encarávamos, John me fazia querer gritar, seus olhos estavam vidrados em mim, ele não piscava.  Minha voz sumiu naquele momento, meus olhos já estavam marejados de lagrimas, não conseguia falar com John, queria dizer que o amava, mas porque não conseguia? Foi escolha minha ter ele em minha vida e não Caleb, meu coração sabia da verdade, sabia a quem ele queria pertencer, mas racionalmente, eu sabia quem era necessário para minha vida. John é a melhor coisa que aconteceu comigo após Louise, ele era melhor que Caleb, era obvio isso, porque então eu não conseguia transparecer isso?

— Prefiro lhe dar o benefício da dúvida John. - Sussurrei baixo que ele pressionou os lábios aflitos, ele soltou minhas mãos voltando para a cama e sentando na mesma.

— Se prefere assim, tudo bem. Acho que preciso esfriar minha cabeça, preciso de um tempo em Londres, pensar nisso tudo. – Ele disse um tanto perdido se deitando de atravessado na cama e olhando para o teto.

— Está pensando em me deixar por isso? – Senti abrir um buraco no peito e o estomago revirar, ele se apoiou nos cotovelos e sorriu ironicamente.

— Prefiro lhe dar o benefício da dúvida querida. – Ele respirou fundo e nos fuzilamos por instantes, ele tornou a deitar na cama, entrei no banheiro para o banho, a única coisa que vinha em mente era as maneiras que poderia perder John e eu estava dando brecha para isso acontecer rápido demais.


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