Me Encontre escrita por SouumPanda


Capítulo 16
( FASE TRÊS ) Retornamos Cambridge




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Eu nunca tive tanto medo em minha vida, não que a descoberta de Caleb pudesse afetar meu relacionamento com Louise ou com John, mas essa perseguição e obsessão dele de certa forma assustava. Casar com John para mascarar a gravidez foi totalmente imprudente, mas foi meu maior acerto. A segurança que ele passava, o cuidado e zelo pela nossa família. Saindo do hospital com Louise nos braços, sentia um medo percorrer pelo meu corpo de que agora ela estava exposta e não saberia por quanto tempo eu a esconderia de Caleb, ele sendo ex agente da CIA, vai se ligar que a gravidez não durou o tempo necessário, vai se ligar que Louise não tem o tempo que deveria ter, pois se fosse de John, eu estaria no quinto mês de gestação e não com ela dormindo tranquila nos meus braços, sem saber a preocupação que nos ronda. John me olhava aflito, mesmo sorrindo podia entender seu receio, em voltar, em expor Louise. Via o amor dele por ela, o carinho, a satisfação e tirar isso dele seria crueldade, ele estava vulnerável pensando no que poderia perder no processo em voltar para Cambridge, mas ele não perderia, não se dependesse de mim.

Entramos no quarto, já estava tudo tão arrumado e limpo, sentia meu corpo doer pelo cansaço, assim como meu estomago doía de fome. Meu pai, John me escoltavam como se eu precisasse de uma babá, sentei na cama vendo John com Louise nos braços, logo Victoria a governanta da família de John entrou no quarto sorrindo vendo John com Louise no colo.

— Quer comer algo senhora? – Ela disse me olhando e afofando o travesseiro para eu deitar.

— Uma canja seria ótimo. – Eu disse cordialmente me deitando nas almofadas e respirando fundo. – Pai, posso falar com John a sós? – Meu pai me olhou com sorriso bobo e apenas afirmou saindo do quarto e me deixando a sós com John, que colocou Louise no moisés ao meu lado e sentou nos meus pés. – Me parece preocupado. – Eu disse prendendo a atenção dele em mim.

— E não é para estar? É meio patético me senti inseguro com te que regressar a Cambridge e ter Caleb por lá. Não quero imaginar uma vida com vocês e depois ver ele ficar com tudo. – John falava com pesar na voz e olhou Louise brevemente.

— Não é patético, fico pensando que ele pode tomar ela de mim mesmo isso sendo impossível. – Eu disse baixo me levantando e o abraçando de lado. – Mas você foi minha escolha John, você nos aceitou e assumiu que Louise era sim sua para toda sua família. Somos uma família agora. – Eu disse beijando o rosto dele cordialmente e vendo um riso frouxo brotar em seu rosto.

— Eu me apaixonei por você de novo Zoey, eu te amo e amo aquela coisa pequena enrolada em panos. – Ele disse segurando meu rosto e selando nossos lábios. – E vou proteger vocês, enquanto eu viver e enquanto vocês quiserem.

— Isso inclui o para sempre então. – Eu sorri encostando nossas testas e iniciando um beijo terno, até que o choro estridente preencheu o vazio do quarto e paramos o beijo sorrindo. – E agora está na hora de eu alimentar esse ser enrolado nos panos. – John pegou Louise e trouxe até mim para que eu a alimentasse ela, vi seu olhar apaixonado, abobado em nós, nos perdemos em ver aquele ser delicado e indefeso ali totalmente dependente de nós. Quando Louise adormeceu no peito John a pegou, ficando com ela para eu comer a Canja que Victória havia trazido. Não demorou para John colocar Louise novamente em seu moisés e ir tomar um banho enquanto eu comida. Nunca tinha sido fã de canja, mas aquela parecia um manjar feito pelos deuses pela fome que estava, quando John saiu do banho o prato estava vazio, ele me olhou abobado e eu arqueei a sobrancelha. – O que foi? Estava com fome. – Eu disse em bom humor e vendo de toalha ali batendo os dedos no cabelo molhado, e logo veio em minha direção sorrindo.

— Gosto quando come sabia? – Ele disse se inclinando e selando nossos lábios e se afastando com riso no rosto. – Beijo de canja, uma verdadeira delicia. – Ele se afastou rindo e levei a mão na boca em bom humor, o vi se trocar, o admirando ali na minha frente, John era tão lindo, tanto dentro e um corpo maravilhoso por fora, eu tinha sorte, como tinha. Acho que perto de um homem desse não sei se aguentaria o tempo suficiente que precisava ficar sem relações sexuais, dei risada do meu pensamento. O vi voltando em minha direção com um samba-canção e sem camisa e mordi o lábio vendo que o mesmo se curvou para um beijo. – Eu vou te proteger, proteger nossa família, prometi isso no nosso casamento e ter vocês comigo tem sido os melhores meses da minha vida.

— Eu amo você. – Sussurrei o que o fez sorrir, acho que nunca tinha dito em voz alta, acho que nunca tinha deixado claro, mas era a verdade em meu coração. – E Louise merece um pai como você, porque você é o pai dela e sempre vai ser. – Sussurrei vendo o rosto de John próximo, o beijei ternamente mordendo seu lábio inferior e nos afastando puxando o ar que tinha ficado intenso e pesado. – Preciso que nos dê mais um tempo aqui.

— Mas e a gente? – Ele questionou preocupado.

— Tem tantas formas de comunicação, você pode vir sempre para cá. Tem facetime que podemos se falar a qualquer hora do dia. – Eu disse o vendo deitar ao meu lado e contemplar o teto, logo se virando e se sustentando com a mão, enquanto seu braço estava apoiado sobre o travesseiro.

— Acha que será melhor assim? Se trata mais aceitação pela mudança? – Ele questionou e eu apenas concordei. – Então tudo bem, vamos dar um jeito. – Ele disse com um sorriso triste e respirando fundo. – Logico que preferiria vocês comigo, assim ficaria mais fácil as coisas, mas se sente melhor e confortável em esperar para voltar, não tem problemas. Vou ansiar por vocês comigo. – Ele disse compreendendo, sentia o meu medo, pois ele também estava com medo, acho que foi até melhor para ver que não queria retornar e me cruzar com Caleb, seria o melhor para nós dois ele ir primeiro e eu depois de alguns meses.

— Obrigada por entender, assim que a obsessão de Caleb passar, iremos ao seu encontro. Mas acho que é melhor esses meses dela aqui, por ela acho que devemos fazer esses sacrifícios. – Eu disse sentindo um beijo terno na minha testa e vendo John concordar.

John conseguiu adiar a viagem por algumas semanas, para passar pelo menos o primeiro mês de Louise com a gente, eu nunca tinha entendido o que era a felicidade plena até sentir isso, desde o nascimento de Louise, eu podia rir atoa, eu podia sentir meu corpo mais leve, minha alma mais colorida. John nos contemplava com amor absoluto e ter ele com nós nesse mês foi fundamental, ele cuidou de nós, amparou, deixou meus dias mais felizes, eu amava esse homem, a forma que sorria, o cheiro, o cabelo bagunçado, seu corpo, sua alma, seu coração. O jeito que amava nossa filha e a protegia de tudo. Ter Louise em nossas vidas foi a soma para tudo que queríamos, ela era meu coração fora do corpo, meu motivo de vida, meu amor e desde o nascimento sabia que tinha ficado meio possessiva com ela, paranoica com perseguição, mas quem poderia me culpar por isso? O tempo tem sido nosso pior inimigo, Isaac me ajudava sempre com Louise, mas eu não queria isso, queria que ele brincasse e fosse a criança que tem que ser, saber que John partiria me deixava triste, ele brincava com Isaac no tapete e Louise estava em cima do ninho ao seu lado. Ela já tinha mudado tanto, engordado, tinha as bochechas coradas como as minhas, mas era inegável que parecia Caleb, meu coração se comprimia de angustia na incerteza que tudo nos esperava. Quando a companhia tocou, John se levantou abraçando Isaac apertado, pegando Louise vindo em minha direção.

— Volto logo para ver minhas princesas. – Ele disse me entregando Louise e selando nossos lábios, eu sorri, mas queria chorar, e acho que ele percebeu não evitei, meus olhos marejados, John me amparou em um abraço terno beijou o topo da cabeça de Louise e segurou meu rosto. – Por favor, não chore, porque se ficar assim sou capaz de desistir e ficar com vocês. – Ele disse selando nossos lábios.

— Eu sei que precisa ir. – Eu disse segurando o choro. –  E que logo iremos te encontrar, que foi ideia minha ficar aqui. – Eu disse o vendo sorrir sabendo que estava achando fofo vendo como sentiria a falta dele. – Não esquece que te amo? – Eu disse olhando ele abrir um sorriso largo que mostrava seus perfeitos dentes brancos.

— Se você não esquecer que eu te amo, ficaremos bem. – Ele disse me beijando ternamente e logo se afastando. – Se cuidem e precisando de mim, pego o primeiro voou para casa. – Ele disse pegando sua bagagem de mão e se afastando, e eu chorei me sentindo patética, como se nunca mais fosse vê-lo, não consegui acompanha-lo até a porta, quando ele fechou a mesma, a babá de Louise a pegou e me despenquei a chorar culposamente por essa breve separação.

Após alguns copos de água, respirei fundo, Louise dormia no carrinho Isaac brincava ainda no chão da sala, mordi o lábio puxando meu celular para mim. Não sabia se deveria fazer isso, rolei meu dedo pelos contas e coloquei para chamar, cada toque em chamada meu coração parecia que iria saltar da boca, quando atendeu e escutei a respiração engoli seco.

— Alô? – A voz rouca, sonolenta e desconfiada que atendeu me fez tremer.

— Peyton? - Minha voz era baixa e tímida.

— Zoey? É você mesmo? – Podia perceber a surpresa e um certo apavoro em sua voz. – Quanto tempo, quando volta para nos ver?

— Em breve muito em breve. E vou precisar de você. – Eu disse secamente, um silencio absoluto tomou conta do telefonema, olhei Louise no carrinho sentindo um aperto no peito.

— Pode contar comigo Zoey, sabe disso. – Ela disse tranquilamente e me peguei sorrindo, uma certa paz tomou conta de mim, sabia que teria alguém comigo quando voltasse, bastava ter paciência que tudo se ajeitaria para nós, com tempo tudo se ajeitaria. Ainda na linha ouvindo Peyton contar sobre a pessoa que ela estava saindo, sobre tudo que aconteceu, me peguei viajando olhando Louise pensando o que aconteceria quando encontrasse Caleb depois de tanto tempo, o que aconteceria comigo quando o visse? Sentiria algo por ele ainda? Será que esse buraco de amargura e ódio sumiria se o visse novamente?

Desliguei o telefone e fui andar com Louise pelo jardim da casa, me sentei no pequeno banco que ali continha deixando o sol aquecer nossas peles, respirei fundo fechando os olhos e jogando o pescoço para trás. Quando Louise chorou a peguei e vi uma borboleta nos rodando o que me fez rir, uns dizem que é sorte, me peguei vendo a borboleta se distanciar e a vendo como um ser livre, como queria se sentir e como seria, após voltar e enfrentar Caleb, conseguiria ter essa sensação de me libertar de tudo de ruim que nos prende.

Tinha se passado quase um ano quando resolvi que era hora de voltar, John estava visivelmente cansado de ir e vir sempre de um continente para outro, Louise dormia assim como Isaac, eu via as nuvens e o pôr do sol, não via a hora de ver John e estar com ele, desde a sua última visita parecia que fazia séculos que não o via e como sentia falta dele, da voz, do sorriso, do corpo, do sexo. Meu coração disparava só de pensar nisso, assim como também se afligia sem saber o que nos espera, como seria rever meus amigos, se ainda posso considera-los assim. Louise com seus 11 meses me fazia sentir borboletas no estomago de como estava parecia com Caleb, claro que quem sabia também reconhecia isso, mas para quem não sabia falava que era minha cara, e graças a Deus, mas a personalidade de toda convivência era de John, as manias, como gesticulava o que era engraçado. Quando consegui adormecer ouvi a comissária do jato vir até mim e avisar que estávamos chegando, meio atordoada, olhei para fora, estava de noite. Meu peito se apertou e senti o jato tremer no pouso, Louise acordada grudou em mim, admirada com as luzes, quando descemos lá estava ele, com seu sorriso lindo, com seus olhos radiante nos esperando, Louise correu em minha frente pulando em John e gritando papai, ele emotivo já estava com olhos marejados a enchendo de beijo quando me aproximei nos olhamos ternamente.

— Deixa eu um pouco de beijo para mim. – Eu disse animada recebendo um beijo terno e sendo separados por Louise que queria toda atenção para ela, que me fez revirar os olhos e rir.

— Está linda amor. – Ele disse me olhando e eu me sentia assim, mais madura, mais segura de si, apaixonada e amando minha família ainda mais. Isaac cumprimentou John rapidamente vidrado em seu videogame. Ajeitei meu rabo de cavalo alto e ajeitei meu casaco empurrando nosso carrinho com as bagagens até o carro e fomos para nossa casa, e eu estava feliz, plena e segura. Olhando John mostrar as luzes para Louise me fez ver como era mesmo abençoada independente do que viesse acontecer agora, eu estava tranquila sabendo que tinha ele em minha vida.


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