Tempo de Escolha escrita por Val Rodrigues


Capítulo 16
Capitulo Dezesseis


Notas iniciais do capítulo

Ola... Boa noite.



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A esperança adiada faz o coração ficar doente, mas o sonho realizado é árvore de vida. Pv. 13-12

— Amor, acorda. Rafael tocou o rosto dela lentamente.
— Que hora são? Lorena murmurou sonolenta.
— Ainda é cedo.
— Por que ja esta acordado?
— Eu estou saindo agora, preciso ir ao meu dormitorio pegar algumas coisas e depois vou para a aula. Mas eu volto assim que puder. Volte a dormir um pouco mais. Ela fechou os olhos, se aninhando na cama e ele saiu após beijar seus cabelos.
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— Pensei que não vinha a aula hoje. Frank comentou assim que Rafael se aproximou do grupo.
— Por que ele não viria? Regina perguntou se aproximando tambem e Rafael deu um passo para trás instintivamente, ignorando seu olhar.
— Não posso faltar. Ele disse olhando diretamente para Frank.  _ Mas vou vê-la quando acabar as aulas.
— Está tudo bem? Você parece feliz. Frank observou.
— Sim. Tudo ótimo. Eu vou ser pai. Rafael revelou.
— Como é? Regina perguntou se pronunciando na conversa.
— Isto mesmo Regina. A Lorena esta gravida.
— Mas isto é impossivel Rafael. Você estava aqui este tempo todo. Tem certeza que é seu? Ela perguntou deixando as palavras venenosas escorrerem de sua boca.
— Não que eu precise explicar, mas ela engravidou quando fui passar as ferias em casa. Ele explicou com cara de poucos amigos.
— Se você diz... Falou com a mesma expressão.
— Meus parabens meu amigo. Frank falou cortando o clima pesado que se instalara ali. _ Por que não saímos todos juntos hoje? Precisamos comemorar. Leva sua esposa. Ela parece ser legal.
— Obrigado, mas eu prefiro aproveitar este tempo com ela. Vou leva-la para conhecer um pouco da cidade antes que ela volte.
— Tudo bem.
— Vejo vocês depois. E se distanciou.
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— Você chegou. Lorena falou animada. _ Como foi o dia? Perguntou abraçando seu pescoço e o beijando.
— Bem. Ja almoçou?
— Não.
— Ja passou da hora do almoço. Por que não comeu? Precisa se alimentar direito.
— Eu sei. Mas acabei dormindo bastante e tomei café agora ha pouco.
— Quer sair para almoçar em algum lugar? Eu estava pensando em te levar para conhecer um pouco da Cidade.
— Serio? Ela perguntou animada e ele acenou confirmando. _ Eu vou amar. Disse animada.
— Então vamos. Disse entrelaçando sua na dela. _ Porque hoje eu vou ser seu guia. Ela gargalhou empolgada.
— Já esta aqui ha tanto tempo assim? Brincou.
— Conheci um lugar ou outro desde que cheguei. Explicou enquanto caminhavam pelas ruas de Londres em busca de um taxi.
— E onde estamos indo? Ela perguntou dentro do taxi e ele sorriu tocando a ponta do seu nariz carinhosamente.
— Primeiro vamos almoçar, depois vamos dar um passeio pela Cidade. Lorena se acomdou no abraço dele observando o taxi passar pelas ruas movimentadas, se sentindo amada e protegida ali.
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— Eu não acredito. Vamos passear neste onibus? Perguntou empolgada olhando o onibus de dois andares na cor vermelha a sua frente.
— Sim. Vem. Estendeu a mão e ela a segurou sendo conduzida por ele. Empolgada, Lorena escolheu o segundo andar e sentou-se proximo a janela. _ Isso é tao legal. Vibrou e Rafael gargalhou a beijando em seguida.
— Você esta parecendo uma criança em seu primeiro passeio.
— É meu primeiro passeio. Deu de ombros voltando a prestar atenção nas ruas que passavam, e Rafael sorriu feliz. Ve-la tão empolgada o deixava feliz.
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A noite ja havia começado a cair quando o passeio de onibus pela cidade terminara e eles desembarcaram em outro ponto turistico da Cidade.
— Meu Deus. É tao alta. Ela falou fascinada encarando a imensa roda gigante a frente deles.
— Tem certeza que quer ir? Talvez fosse melhor deixar para uma outra oportunidade.
Ela o olhou.
— E quando eu vou ter outra oportunidade? Perguntou. _ Vamos, por favor amor. A vista daquela altura deve ser incrivel. Pediu com os olhos brilhando e ele assentiu.
— Se sentir qualquer coisa, me avise. Pediu quando os dois ja estavam acomodados e a roda gigante começou a mover-se lentamente.
Extasiada, ela agarrou-se a ele enquanto observava ao redor.
— Uau. É muito lindo aqui. Murmurou encantada e Rafael a olhou.
— É sim. Concordou.
— Por que esta me olhando assim? Sem desviar o olhar dela, Rafael tocou em seu queixo fazendo um carinho lentamente no local.
— Eu te amo, mais do que pensei que poderia amar alguem um dia. Emocionada, Lorena eliminou a curta distancia entre os dois o beijando carinhosamente.
— Eu tambem te amo. Murmurou aerea pelo beijo apaixonado e Rafael a apertou em seus braços, se permitindo relaxar e aproveitar o passeio.
— A Lua aqui tambem é linda. Lorena falou encantada. _ Foi um dia perfeito, amor. Obrigada.
— Você merece que todos os dias sejam assim.
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Sentindo o calor do sol aquecer o seu rosto, Lorena abriu os olhos notando as arvores e a grama ao seu redor.
— Mamãe. Uma voz infantil a chamou e ela girou procurando-o ao redor. _ Vem brincar com a gente, mamãe.
Ela despertou confusa, e sentou-se recostando as costas na cabeceira da cama, precisou de um momento para compreender o sonho.
Carinhosamente, tocou seu ventre.
Rafael ressonava tranquilamente ao seu lado e ela se sentiu a pessoa mais abençoada do mundo por estar ali, com ele, e muito em breve seriam três. Sorriu com este pensamento.
— A mamãe esta ansiosa para conhecer você. Murmurou baixinho.
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— Precisa mesmo ir hoje? Rafael perguntou lhe entregando a mala. Eles mais uma vez estavam no aeroporto.
— Sim. Murmurou o abraçando manhosa.
— Amor, tem certeza que tudo bem viajar sozinha? Perguntou e ela acenou concordando. _ Se cuida e cuida do nosso bebê. Falou tocando o seu ventre.
— Você tambem. E volta logo para casa. Estou cansada de ter que me despedir de você.
— Esta é a ultima vez que nos despedimos. Garantiu e ela secou uma lagrima do rosto não querendo chorar.
— Eu sei. Tchau.
— Tchau amor. Me liga assim que pousar.
— Sim, eu ligo.
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Lorena encarou a casa a sua frente e respirou fundo antes de tocar a campainha. Mais que nunca, queria que Rafael estivesse ali para aquele momento.
Suspirou. Havia voltado no dia anterior e ja sentia saudades.
Carmem abriu a porta e sorriu abraçando-a que retribuiu.
— Lorena. Entra. Pediu e ela o fez. _ Estou surpresa que veio. Esta tudo bem? Carmem perguntou.
— Sim, esta sim. Eu vim por que preciso contar algo. Disse e Carmem indicou com um gesto para que sentasse.
— Pode falar.
Lorena respirou fundo e começou a falar desde o mal estar, a descoberta da gravidez e até mesmo viagem.
— Nossa. Carmem a ouvia atentamente e muito surpresa murmurou. Lorena a olhou querendo saber o que ela realmente pensava.
— A senhora acha que foi muito repentino?
— Um filho é um presente muito especial de Deus. Carmem falou abraçando Lorena e ela sorriu recebendo o carinho da sogra. _ Eu vou ser avo. Amei a novidade.
— Obrigada Dona Carmem.
— E o Rafael? Como ele reagiu?
— Ele ficou tão surpreso quanto eu, mas acho que esta feliz.
— Claro que ele ficaria. Carmem falou. _ Mas me conta, como esta se sentindo? Muito enjoo? Cansaço? Ela perguntou colocando uma xicara de chá a sua frente e Lorena sorriu agradecendo e as duas embarcaram em uma conversa animada.
...................................

Lorena entrou em casa, se livrando dos sapatos que apertavam seus pés e jogou-se no sofá. Estava simplesmente exausta, após trabalhar com afinco pelas semanas seguintes, disposta a colocar em dia o trabalho pendente em sua ausência.
Tomou um banho tentando relaxar e as lagrimas se misturaram no chuveiro. Após se sentir um pouco mais calma, saiu vestindo um pijama e secando os cabelos com o secador.
Olhou ao redor, ouvindo o silencio e suspirou sentindo mais lagrimas se formarem.
— Você esta bem? Rafael perguntou momentos após conversarem e notar sua expressão cansada.
— Eu odeio isso. Odeio ficar sozinha. Murmurou fungando passando a manga da blusa no nariz avermelhado.
— Lorena. Ele falou preocupado.
— Eu só estou cansada Rafael. Está solidão está acabando comigo.
— Falta pouco agora amor. Mais algumas semanas. Repetiu sem saber o que fazer. 
— Você sempre diz isso. Fungou do outro lado. _ Não quero mais ter que esperar. Quero dormir abraçada com meu marido. Quero poder conversar com você direito e não por uma droga de vídeo chamada. Reclamou. _ Estou cansada deste vazio, deste silencio. Estou cansada de ficar sozinha.
— Eu sei. Entendo como se sente, mas procura se acalmar, esta bem?
— Você não entende. Chorou ainda mais.
— Lorena... Me escuta. Tem que se acalmar amor. Isso não faz bem para você, nem para nosso filho. Ela chorou abraçando o ventre, lágrimas correndo soltas.
— Desculpa. Pediu sem conter as lágrimas. _ Eu estou com saudades.
— Eu sei. Também estou. Por que não deita um pouco? Precisa descansar.
— Não. Quero continuar ouvindo sua voz. 
— Então leve o notebook para a cama. Você pode descansar e a gente continua conversando. 
— Está bem. Ela concordou ainda chorosa e fez o caminho até a cama, se acomodando nela.
Ele deu um pequeno sorriso a ela, preocupado, embora um pouco mais aliviado por vê-la sem chorar.
— Diz alguma coisa. Pediu sonolenta tocando a tela do notebook. 
— O que você quer ouvir?
— Qualquer coisa. Bocejou.
Rafael levou um momento pensando no que falar e começou a cantar baixinho enquanto a notava perder a luta contra o sono e adormecer.
......................................

Lorena despertou sentindo os olhos pesados e revirou-se na cama passando a mão no rosto, lembrando da conversa com Rafael na noite anterior.
***Bom dia amor. Desculpa por ontem, estava cansada e emotiva demais. Eu te amo.***
Digitou, relendo diversas vezes e enviou antes que desistisse.
Minutos depois, Rafael ligou e eles conversaram um pouco antes que ela tivesse que se arrumar para o trabalho e ele se preparar para as provas finais.
Lorena tomou um banho rapido e vestiu uma bata branca e calça legging, ja que sua barriga ganhara forma e proporção nas ultimas semanas, passou uma maquiagem leve e penteou os cabelos deixando solto. Certificou-se de trancar a casa e pegando a bolsa saiu.
Verificando as mensagens no celular, apertou o botão do elevador e esperou que parasse em seu andar.
— Bom dia Lorena. Ela ergueu os olhos surpresa.
— Bom dia Fabio. Murmurou de volta pouco a vontade. O ultimo encontro deles não havia de forma nenhuma sido agradavel.
Eles entraram no elevador em silencio e ela apertou as mãos, sentindo-se ansiosa e incomodada com a presença dele ali.
— Parabens. Ele disse e ela o olhou. _ Pela gravidez. Aposto que estão felizes com a novidade.
— Sim. Obrigada. Respondeu ainda pouco a vontade. Ela saiu primeiro assim que o elevador parou, e começou a andar o mais rapido que pode, apenas querendo nao estar ali.
— Lorena. Chamou se aproximando e ela parou ciente de que não poderia simplesmente ignora-lo. _ Tem um minuto?
— Na verdade eu estou indo trabalhar e ja estou atrasada. Falou. O que era verdade, constatou olhando no relogio.
­_ Vai ser bem rapido. Insistiu e ela acenou concordando. _ Eu só queria me desculpar com você. Sobre aquele dia com seu marido, você estava certa, eu não devia ter me metido. Ela o analisou por um momento, buscando a sinceridade em suas palavras. _ E tambem, se eu me excedi um pouco nas investidas, peço perdão. Eu sabia que era casada e não respeitei seu compromisso. Me desculpe. Pediu e esperou.
— Desculpas aceitas. Murmurou. _ Vamos esquecer isso.
— Obrigado. Ele falou e os dois voltaram a caminhar em direções opostas.
Impaciente, ela aguardou o farol fechar. Mais uma vez, Lorena olhou a hora se apressando. Estava muito atrasada. Pensou enquanto acelerava o passo em busca de um taxi.
O som de pneus arrastando pelo asfalto encheu seus ouvidos e ela ergueu o olhar na mesma direção. Seu corpo paralisou e um grito morreu em sua garganta ao sentir o impacto do carro contra seu corpo. Instintivamente, ela levou as mãos a barriga, pedindo a Deus que protegesse o seu bebê.
Sentiu o chão duro sob seu corpo e a cabeça girar, antes da escuridão envolvê-la.


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