Tempo de Escolha escrita por Val Rodrigues


Capítulo 10
Capitulo Dez


Notas iniciais do capítulo

Desculpe. Eu ja havia postado este capitulo, mas devido ha alguns erros no decorrer do mesmo, precisei reposta-lo. Desculpa mesmo, vou ficar mais atenta na revisão para que isso nao se repita.
Um beijo e comentem... please.



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Acaso duas pessoas podem andar juntas se não estiverem de acordo?  Amós 3-3

Rafael entrou em casa fechando a porta com um pouco mais de força do que deveria e Lorena franziu o cenho estranhando a sua atitude.

— Você chegou. Disse tirando saindo da cozinha e vindo ao seu encontro.  

— Oi. Ele falou lhe dando um selinho rápido e seguindo em direção ao quarto do casal. Confusa, Lorena seguiu atrás dele.

— Esta tudo bem? Ela perguntou se aproximando.

 _ Eu não quero falar sobre isso agora. Ele respondeu se livrando dos sapatos. _ Vou tomar um banho. Disse e entrou no banheiro mais uma vez batendo a porta e ela tremeu com o susto.

Rafael se aproximou do sofá onde ela estava sentada. Em silencio, deitou-se colocando a cabeça sobre as pernas dela que o olhou, porem permaneceu quieta.

— Desculpe. Ele começou. _ Não queria ter sido rude, tive um dia ruim e acabei descontando em você. Lorena ergueu a mão fazendo um carinho de leve em seus cabelos e ele fechou os olhos aproveitando o cafuné.

— Você está bem? Parece cansado. Falou com a voz calma e ele a olhou sem resposta. _ Quer tomar alguma coisa antes do jantar? Ofereceu notando sua exaustão.

— Não. Só quero ficar assim com você um pouco. Ele respondeu voltando a fechar os olhos e se aconchegar mais em seu colo e ela continuou fazendo o cafuné. O único som na sala eram as vozes baixas da televisão, a fazendo cogitar que ele houvesse dormido ali mesmo.

— Amor... Chamou baixo. _ Dormiu?

— Lorena. Ele falou com a voz baixa. _ Se você estivesse incomodada com esta viagem me diria, não é?

— Como assim? Ele sentou-se no sofá a olhando. _ O que aconteceu hoje? Perguntou preocupada.

— Eles me entregaram o Visto na Empresa. E acabei discutindo com o Lucas quando estava vindo embora.

— Mas por que? São amigos há tanto tempo.

— Ele não concorda com o que estamos fazendo e começou a falar um monte de coisas. Ficamos nervosos e foi isso. Falou andando pela sala. 

— Você não é de se manter em confusão. O que ele disse que te fez perder a cabeça?  

— Que eu não posso reclamar se acabar perdendo você. Lorena sentiu o coração acelerar diante de suas palavras. _ Eu não sei, só que agora que se tornou oficial, me sinto ansioso em relação a isso.

— Fique tranquilo. Se for isso que te preocupa, esqueça. Ela disse se colocando a sua frente e pela primeira vez, viu os olhos dele marejarem antes dele puxa-la para um abraço.  _ Eu não vou a lugar algum. Completou com a voz embargada e Rafael a beijou com pressa.

Nem ao menos a separação ocorrera e ambos já sentiam falta um do outro. 

..............................

— Não chore. Ele pediu inutilmente. _ Vai ficar tudo bem. Garantiu com a voz falha a abraçando pelos ombros e trazendo para o seu peito. Ele odiava vê-la chorar e saber que era por sua causa o afligia ainda mais. Queria protegê-la de se magoar ou ficar triste, mas não sabia o que fazer para melhorar a situação. Eles haviam decidido juntos e agora não podiam mais voltar atrás. _ Eu ligo assim que chegar. Falou e Lorena assentiu.

Ele afastou-se minimamente, porem o suficiente para olhar em seu rosto. 

— Você vai ficar bem? Perguntou e ela acenou novamente ainda agarrada a ele. _ Preciso ir, mas não vou sair daqui sem ouvir sua voz. Rafael disse após a voz no painel anunciar o voo pela segunda vez.

— Estou bem. Ela começou baixo tentando secar o rosto. _ Anda logo ou vai perder seu voo.

— Eu já vou, se cuida. Ele pediu. _ Eu te amo.

— Também amo você. Falou o beijando uma ultima vez. Um beijo leve, rápido e saudoso.

Rafael agarrou a mala e se afastou dando-lhe as costas no momento exato em que lagrimas caiam de seus olhos. Respirando fundo, se obrigou a seguir o fluxo de pessoas sem olhar para trás ou não seria capaz de continuar ao vê-la chorando como ele sabia que ela estava.  

..........................................

As ruas se passavam como borrões enquanto Lorena encarava da janela do taxi, mas não era pela alta velocidade do carro e sim pelo fato de que ela não conseguia se livrar das lagrimas que insistiam em nublar sua visão, enquanto lembranças tomavam a sua mente.

— Esta muito frio Lorena. Você esta gelada. Falou colocando seu pesado sobretudo sobre os ombros dela. Eles haviam acabado de voltar de um jantar de despedidas que Carmem havia preparado. _ Porque esta aqui? Abaixou-se ficando na sua altura para poder olha-la de perto.

Em um momento ela estava no banho se preparando para dormir e no outro, enquanto esperava por ele, deitada na cama, sentiu as paredes se fechando ao seu redor e o coração disparado em busca de ar.

 _ Eu precisava pensar um pouco. Ela falou evitando seu olhar.  

— Sobre o que?

— Sobre tudo. Deu de ombros.

— Vamos para casa. Ele pediu levantando-se. _ Conversamos la dentro.

— A lua esta bonita hoje, não é? Falou ignorando seu pedido e ele suspirou encarando o céu ao lado dela.

— Sim. Esta sim.

— Rafael me promete que vai se cuidar. Promete que vai ficar bem. Se concentrar nos estudos. Pediu com a voz embargada.

— Eu prometo.

— Prometa que assim que tiver uma chance, você vem para casa, mesmo que seja para ficar pouco tempo.

— Esta bem. Eu prometo. Falou mais uma vez.

— Prometa... ela parou um segundo tomando coragem. _ Prometa que não vai me trair.

— Lorena. Ele virou o rosto pronto para retrucar, mas foi interrompido por ela.

— Pode prometer isso? Que aconteça o que acontecer, continuaremos juntos? Falou e mais uma lagrima caiu de seu rosto, sendo interrompida pelo polegar dele.

— Esta bem. Eu prometo, desde que você me prometa o mesmo em troca.

— Eu prometo.

Eles conseguiriam cumprir suas promessas? Se perguntou entrando na casa silenciosa e sendo abraçada pelo sentimento de solidão. Deitou-se a cama agarrada ao  travesseiro dele inalando seu cheiro.

— Aguente firme garota. Você consegue. Afirmou para si mesma sem muita convicção.

.........................

Lorena despertou confusa com o som estridente ao fundo. O corpo todo doía e a garganta arranhava. Piscou atordoada alcançando o celular. 

— Alo. Murmurou.

— Lorena, graças a Deus. Estou te ligando varias vezes.

— Eu peguei no sono sem querer. Murmurou cansada. _ Já esta em Londres? Como foi o voo?

— Já estou no quarto do Campus.

— Graças a Deus. Como foi a viagem? Perguntou sentindo-se em parte aliviada.

— Bem. Achei um pouco longa, mas foi tranquila. Eles ficaram em silencio por um momento. _ Queria que você estivesse aqui também, você ia amar. Tem muitas luzes e é muito bonita.

— Isso seria incrível. Ela concordou.  _ Já estou sentindo sua falta.

— Eu também amor. Mas vamos tentar ser fortes e torcer para este tempo passar bem rápido.

— Você tem razão. Vai passar rápido. Concordou.

— Amor, eu preciso ligar para meus pais também e avisar que cheguei bem.

— Esta bem. Te amo.

— Eu também te amo. Murmurou antes de desligar.

.................................

Quase um ano depois

 _ Olha só quem está aqui. Nos encontramos novamente. Lorena o olhou murmurando um “boa noite educado” desejando que o elevador pudesse ir mais rápido. _ Precisa de ajuda? Perguntou apontando as sacolas em suas mãos.

— Não. Obrigada Fabio. Disse tentando não prolongar a conversa. Fabio, era um rapaz a principio educado, porem intrometido, que se mudara para o prédio onde moravam, pouco depois que Rafael viajou.

 _ Uma garota sempre precisa de um homem para cuidar dela. Falou tentando mais uma vez pegar as sacolas e ela deu um passo para trás, na defensiva.

Por suas incontáveis investidas em puxar conversa, e ate mesmo convites para sair, ela acabou tendo que revelar que seu marido estava passando um tempo fora, já que ele insistia que ela não era casada, pois nunca havia visto seu marido por ali, torcendo para que isso o fizesse entender que não teria chances com ela, o que não teve o efeito esperado. Pois agora sempre que podia ele tecia algum comentário criticando Rafael.  

 _ Elas não estão pesadas. Respirou fundo, farta daquilo tudo.

— Eu custo a acreditar que seu marido a tenha deixado aqui sozinha. Isto não é coisa que um homem casado deveria fazer. Se fosse eu no lugar dele, nunca teria coragem de deixa-la para trás.

— Realmente Fábio, é preciso muita coragem e determinação para fazer algo assim. Se não confiássemos um no outro o suficiente, com certeza, ele não iria. Mas nós temos uma relação madura, saudável, sabe? Ela falou sem se importar em transparecer sua irritação. _ Com licença. Pediu quando o elevador parou em seu andar e ele continuou parado, bloqueando a sua passagem e ele moveu-se para o lado em silencio.  

Dentro de casa, Lorena guardava as compras com mais força que o necessário batendo a porta do armário e da geladeira no processo. Estava com raiva, chateada e com saudade. Tudo ao mesmo tempo. Apoiando-se na borda da pia, deixou um grito frustrado sair de sua garganta.

Já estava terminando de guardar as compras quando seu celular tocou em uma chamada voz. Sorridente, o rosto de Rafael surgiu do outro lado.

— Oi amor. Ele disse. _ Tudo bem?

— Oi. Respondeu controlando a avalanche de sentimentos que disputavam espaço em seu coração.  _ Como estão as coisas? Perguntou e ele começou a falar, empolgado de um projeto em que estava construindo na Universidade.  

—  Amor você tinha que ver isso. Vai ser incrível quando estiver pronto, eu vou te mandar umas fotos depois.

— Esta bem. Concordou tentando prestar atenção ao que ele dizia, sem sucesso.

 _ O que foi? Aconteceu alguma coisa? Perguntou notando que algo não estava bem.

 _ Bobagem. Falou não conseguindo esconder e ele a olhou com atenção do outro lado.  _ Me conta mais sobre o seu projeto. Pediu tentando tirar a atenção de si mesma.

— Já falei sobre tudo. Disse tentando decifra-la. Estava tão empolgado no inicio da ligação, mas seu animo foi sumindo ao perceber o quão distante ela estava. _ O que aconteceu? Você parece distante.

— Não é nada. Eu só estou cansada. Só isso.

— Cansada? Certo. Mas parece que tem algo mais. Alguma coisa te incomodando? Me conta. Insistiu mais uma vez.  

— Você saberia se estivesse aqui. Soltou de repente, e quis engolir as palavras no segundo em que elas saíram.

— O quê? Ele disse confuso.

 _ Esquece o que eu disse esta bem? Pediu. Mas ele não podia esquecer. 

— O que está acontecendo Lorena? Porque você está falando desse jeito? Ele perguntou sério. _ Você esta brava comigo? Falei alguma coisa que te chateou?

— Não, claro que não. 

— Então o que é? Perguntou. Seu tom de voz abrandou-se.

— Nada. Disse apertando o celular na mão.

— Lorena nós prometemos não esconder nada lembra? Perguntou e ela ficou em silencio olhando a tela do celular. _ Por favor, amor. Não quero aumentar a distância entre nós ainda mais. Se algo estiver te chateando, pode me dizer.

O que você poderia fazer? Veio a pergunta em sua mente de imediato e ela quis se chutar mentalmente por pensar desta maneira.   

— É só que eu estou sentindo muito a sua falta. Falou. _ E também...

— O que? A incentivou. _ O que houve?

— As pessoas estão comentando a nossa situação. Ela soltou sem conseguir mais segurar aquilo para si.

— Como assim? Ela respirou fundo, sabendo que agora que começou ia ter que explicar. De forma resumida explicou o ocorrido notando suas feições mudarem a medida que ela falava. Parte dela gostou de perceber que a distancia entre os dois também o afetava da mesma forma que afetava a ela. Porem, a parte mais racional, se recriminou por isso.

— Eu não devia deixar que isso me aborrecesse, é bobagem minha.

— Não quero que fique mal por causa disso. As pessoas falam o que querem e muitas vezes sem pensar. Ninguém tem que se meter nas nossas vidas.

— Eu sei. Concordou um pouco mais calma.

— Sinto muito por fazer você passar por isso. Ela o olhou.

— Não é sua culpa. De nenhum de nós.

— Eu tenho uma novidade. Falou mudando o assunto de repente, de repente queria anima-la e tirar a tristeza e chateação que percorria seu rosto.

— Serio? O que?

— Não é nada certo ainda, mas parece que eles vão liberar os intercambistas nas férias do semestre. Sei que estamos apertados financeiramente, mas eu quero ir para casa, passar um tempo com você, minha família, depois eu volto para concluir.

— Você esta de brincadeira? É claro que sim. Agora estou ansiosa para as férias agora. Ela disse sorrindo e ele sorriu do outro lado cheio de determinação para convencer seu supervisor a deixa-lo viajar, mesmo que fosse por poucas semanas. _ Acha que consegue chegar a tempo para a minha Formatura?

— Eu vou tentar. Então torça por mim. Pediu. _ Sinto muita falta de casa.

— Só de casa? Ela perguntou com a voz leve e a risada rompeu entre eles.

— Principalmente de quem está me esperando em casa.


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