Depois de voarem por algum tempo, finalmente o grupo deixou a capital do Reino da Terra para trás, que era uma cidade gigante.

— Caramba, Zuko, lembrei de uma coisa – disse Aang. – E a Nação do Fogo? Você já estava em Ba Sing Se, e agora veio comigo nessa viagem, que pode levar dias. As coisas vão ficar bem sem você lá?

— Ah, não se preocupe, Aang – respondeu Zuko. – Eu deixei Mai e Ty Lee no comando enquanto eu estiver fora. Acho que elas aguentam mais alguns dias. As duas são ótimas governantes.

— Então tudo bem – disse Aang. – Só não quero te causar problemas.

— Mais do que já causou quando tinha 112 anos? – brincou Zuko. Os dois riram.

Enquanto Momo e Klusa brincavam e Appa voava acima do Reino da Terra, Zuko se pegava olhando para Aang (e desviando o olhar sempre que o outro parecia notar). Ele não sabia quando aqueles sentimentos começaram; talvez há um ano, talvez menos. Quando se dera conta, estava olhando para o amigo de um jeito diferente, e querendo mais do que amizade. Já tentara contar diversas vezes, mas nas poucas oportunidades que tinha de ficar sozinho com Aang, não conseguia falar nada. Agora ele tinha em mente que o momento seria nessa viagem. Entretanto, tinha muitas dúvidas.

O principal motivo pelo qual Zuko não conseguia se declarar era porque achava que ele não era bom o suficiente. Apesar de fazer brincadeiras sobre Aang lhe ter causado problemas, ele sabia que havia sido um problema muito maior na vida do Avatar do que o contrário. Sim, é verdade que aquelas coisas aconteceram anos atrás e ele tinha se arrependido e se redimido; mas mesmo assim, Zuko ainda se ressentia por tudo de ruim que fizera, o que o levava a pensar que Aang merecia alguém melhor.