Finalmente, depois de muito descer, Aang e Zuko fizeram a última curva e o longo percurso chegou ao fim. Os dobradores já tinham se acostumado tanto com as escadas nunca acabando, que quase deram de cara com a grande porta que se encontrava para além do último degrau.

— Ufa! – exclamaram os dois.

Eles examinaram a porta à luz do fogo.

— E agora? – perguntou o Avatar. – A gente bate?

— Ou isso ou abrimos – sugeriu o Senhor do Fogo. – Isto é, se não estiver trancada.

Aang fez menção de bater na porta, mas desistiu; colocou a mão na maçaneta, mas hesitou de novo. Tinha medo do que encontraria atrás da porta – ou do que não encontraria.

Zuko colocou a mão no ombro dele e lhe deu um sorriso e um aceno de cabeça de encorajamento. Então o Avatar girou a maçaneta. A porta estava destrancada. Ele abriu uma fresta e espiou para dentro.

Depois de alguns segundos, ele fechou a porta. E quando voltou-se para o dobrador de fogo, havia lágrimas em seus olhos; mas dessa vez, eram de felicidade.

— São… são eles – sussurrou ele, mal conseguindo falar.

— Os Nômades! – exclamou Zuko, animado.

Não foi uma pergunta, porque a reação do dobrador de ar já dizia tudo; e o sorriso gigante que ele deu confirmou.

Do outro lado da porta, havia muitos Nômades do Ar. Adultos e crianças, carecas e com tatuagens azuis de setas, usando roupas com as cores características do povo. Eles ocupavam um espaço enorme, iluminado artificialmente.

Aang abraçou Zuko, rindo e chorando.

— Eu sabia que você os encontraria – disse Zuko.

— Você quer dizer nós – corrigiu Aang.

Os dois se olharam, sorrindo; depois se beijaram profundamente.

— Entre, vá conhecê-los! – falou Zuko. – Eu vou esperar aqui na escada.

Aang o encarou com uma expressão confusa.

— É provável que eles estejam se escondendo desde o começo da guerra – explicou Zuko. – Várias gerações, durante mais de 100 anos, sem contato com o mundo, sem notícias de nada. Sem notícias de que a guerra acabou. Eles devem achar que a Nação do Fogo ainda está... causando destruição. Se eles me virem, vão ficar assustados.

— Mas... – Aang tentou protestar.

— Acredite quando eu digo, é melhor eu ficar aqui agora – continuou Zuko. – Você entra e fala com eles. Depois que você explicar tudo sobre o fim da guerra, eu posso entrar.

Aang assentiu, dirigindo-se à maçaneta e abrindo a porta, enquanto o Senhor do Fogo se escondia atrás.

O Avatar deu um passo para dentro.