Assim que os garotos deram os primeiros passos para baixo, as duas metades da região da parede atrás deles voltaram a se mexer com o barulho áspero e se juntaram novamente, fechando a passagem. Uma escuridão quase total tomou conta do lugar, a única fonte de luz sendo um raio de sol muito, muito fino que entrava por um minúsculo orifício perto do teto.

Por sorte, Aang e Zuko conseguiam dobrar o elemento que ilumina. Quando o escuro dominou, os dois imediatamente produziram fogo com a mão que não estava segurando a do outro, e recomeçaram a descer a escada espiralada.

Enquanto seguiam o percurso, eles enxergavam, na luz alaranjada das chamas, vários objetos perdidos aqui e ali. Havia algumas moedas espalhadas em dois degraus, e depois alguns papéis mais embaixo, com desenhos; havia mais frutas e também pedras; havia um colar e anéis; e outras poucas coisas pequenas.

Em certo momento, Zuko fez Aang parar e o puxou para um beijo, calmo e rápido.

— Só pra não perder o costume – disse ele.

O Avatar sorriu.

— Nunca vou perder esse costume, acredite.

Eles continuaram andando. E a escada parecia não ter fim.

— Quanto você acha que falta? – perguntou Aang.

— Espero que pouco – respondeu Zuko. – Só fico imaginando como vai ser pra subir tudo isso de novo…

— Nem quero pensar nisso – disse Aang. – A gente deveria ter trazido Appa. Acho que ele caberia aqui.

Depois de alguns degraus, eles trocaram de lado, dando as mãos que antes estavam fazendo o fogo e fazendo fogo com as mãos que antes estavam dadas.

Não queriam se soltar enquanto não chegassem ao último degrau.