Querido professor escrita por mjrooxy


Capítulo 21
Entrando nos eixos




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Nenhuma mulher merece ter sua intimidade exposta, se tratando de fotos, vídeos, ou o que quer que seja. Somos donas de nós mesmas e o fato de mantermos fotos sensuais em nossos próprios celulares, computadores ou qualquer lugar que seja. Até mesmo enviármos a alguém por livre e espontânea vontade, não atribui direito a terceiros de divulgá—las. Isso é uma falta grave e o responsável por tal ato deve ser punido.

E vocês, mulheres, que passaram pelo mesmo que eu. Aliás, às vezes por uma situação pior; se até sofreram como a tal revenge porn, ou, mais precisamente, pornografia de vingança. Pelo ex-namorado, marido, ou qualquer pessoa no geral. Não baixem suas cabeças ou sintam-se envergonhadas.

A culpa não é nossa, a culpa nunca é da vítima. Lembrem-se disso!

Ouvi muitas palmas e várias mulheres chorando, talvez lembrando-se de algum episódio que sofreram. Mas, era preciso conscientizar a faculdade sobre essa violação da intimidade da mulher. Eu fui convidada a falar sobre o assunto pelo próprio diretor que, depois do meu caso, passou a enxergar o tema por um ângulo maior. Aliás, muitos, acreditava eu, ampliaram a lanterna para entender que, se uma foto ou vídeo íntimo havia sido divulgado. A culpa não era da mulher por tirá-la ou permitir-se ser gravada em momentos reservados. E, sim do outro, o tal do cara, que, sem conseguir aceitar o fim do relacionamento, ou um fora recebido. Passava a achar-se no direito de fazer algo tão monstruoso e egoísta, a fim de ferir e magoar a vítima.

Enfim!

Eu não queria falar sobre isso, a ferida aberta graças aos últimos acontecimentos ainda não cicatrizara completamente. No entanto, sentia que devia falar. Eu não deveria me calar frente ao que Toneri fez comigo. Porque, tive uma foto divulgada; mas, quantas mulheres não sofreram exposição pior e se calaram? Por medo de julgamentos ou por vergonha?

Agora, cá estava eu, voltando a estudar novamente, pronta para concluir minha faculdade. Mesmo depois daquela avalanche que passou por cima de mim. Naruto, claro, havia sido recontratado e todos sabiam de nosso namoro. Era público agora. Eu não o esconderia, nem ele a mim.

Sobre meu pai, bem, eu ainda estava tentando assimilar tudo o que acontecera. Ainda nutria um remorso em meu peito, por ter desejado, mesmo que inconscientemente, a morte dele. Contudo, Naruto estava sempre fazendo-se presente nesses momentos de autocomiseração. Me acalmando e dizendo palavras de conforto. Aliás, Hanabi, que agora morava comigo em um apartamento maior, era completamente apaixonada pelo Naruto. Ela o via como uma espécie de super-herói e eu adorava isso. Hanabi era a única família que me restara e Naruto, claro, o homem da minha vida.

Obviamente, a mídia caiu matando em cima de mim, devido a morte de um dos homens mais ricos e prestigiados do Japão. Vulgo meu pai. Eles queriam saber qual atitude a herdeira primogênita tomaria, frente às indústrias Hyuuga. Porquanto, eu seguia fugindo todo o tempo, pois não queria dar declaração alguma. Ainda estava tudo muito recente e eu se quer sabia o que fazer. Entretanto, tinha certeza de que, em hipótese alguma, continuaria o legado da família. Eu venderia tudo e seguiria no jornalismo, vivendo do meu esforço e trabalho. Deixaria todo o dinheiro para que Hanabi, quando crescesse, pensasse no que fazer. Também tive a opção de divulgar o dossiê que Sasuke me entregou, ademais, isso só me geraria mais transtorno e repórteres na minha cola. Ou seja, preferi enterrar o que descobri juntamente com meu pai.

Aliás, soube que Toneri iria a julgamento em breve, pelo homicídio doloso, pela divulgação da minha foto e por algumas outras coisas, que nem fiz questão de saber. Afinal de contas, nenhuma mulher era obrigada a ficar com alguém contra sua vontade. Toneri deveria saber disso!

Agora, nem que quisesse, ou se arrependesse de seus atos, deixaria de enfrentar as consequências. Todavia, tinha noção de que, nem todas às mulheres permaneciam vivas para presenciar o julgamento de um homem obcecado. Pois, o mundo não era um mar de rosas e, com certeza, muitos homens, de fato, conseguiam acabar com a vida de tantas outras, que, como eu, não poderia corresponder seus sentimentos. Apenas por isso, egoísmo e maldade. Muitas mulheres jaziam mortas, eu era só uma exceção.

Suspirei, pensando que meu pai pagara caro por juntar-se ao Toneri, um homem que provou-se descontrolado e insano! Porém, poderia ter sido eu ou Naruto a ter esse fim. Eu deveria ter acreditado que ele era capaz de algo tão monstruoso.

— Hime, estou orgulhoso de você. - Naruto trouxe-me de volta à realidade. - Sei o quanto foi difícil tocar nesse assunto, diante de tudo o que aconteceu.

— Obrigada, meu amor. - lhe sorri timidamente. - Era necessário,

Não sabia dizer se meu pai se arrependeu verdadeiramente, ou se tudo aquilo fora apenas por estar a beira da morte. Como ele mesmo mencionou. Sentia um certo pesar na alma, ao lembrar-me de tudo o que fez e disse, ainda mais quando me recordava que meu pai ameaçou afastar Hanabi de mim e machucar Naruto. Entretanto, guardar rancor não me levaria a lugar algum.

Por falar nisso, Hamura também estava inconsolável, disse que cortara fora um dedo, do que tangia o relacionamento com o filho. Garantiu que Toneri pagaria por seus atos e ele não moveria um centavo para livrá-lo da prisão.

— Hinata. - Shion me chamou exasperada. - Sasuke precisa da sua ajuda.

— Aonde ele está? - devolvi preocupada.

— Está esperando em frente à faculdade. - explicou. - Sasuke precisa que leva Sakura lá.

Ah, agora entendi tudo!

— Tudo bem. - assenti e peguei Naruto pela mão.

Eu tinha um vago palpite do porquê Sasuke precisava que eu aparecesse com Sakura, aliás, não entendia o fato de ela não estar por perto. Para me dar os parabéns, afinal de contas, Saky era minha melhor amiga, sendo seguida por Shion, que tornara-se alguém muito especial para mim, frente aos últimos acontecimentos.

Bom, mas o que importava no momento, era o grandioso pedido de desculpas, daquele enorme cabeça oca, vulgo Sasuke, meu amigo. Eu sabia que mais hora menos hora, ele tomaria a decisão de sua vida e correria atrás do prejuízo, visto que, ninguém esperava para sempre. Assim sendo, joguei as cartas na mesa e garanti que logo minha amiga se cansaria de sua indecisão e arrumaria outro par. Dito e feito, meu veneno devia ter surtido o efeito esperado.

— Por que está com esse sorriso diabólico, hime? - Naruto inquiriu e Shion deu risada.

— Porque iremos presenciar o maior mico da história, pago pelo Sasuke Uchiha. - devolvi e ele riu.

— Vocês não prestam! - exclamou, divertido. - Se bem que, meu show no bar, quando você me deu um pé na bunda, ainda é lembrado por muitos na faculdade.

Foi a vez de Shion rir.

— Foi hilário e desesperador. - Shion retrucou ainda rindo. - Aliás, me deve eternamente por apaziguar o dono do bar, Naruto!

— Verdade, valeu por tudo, Shion. - agradeceu timidamente.

Depois disso, logo encontrei Sakura, sentada em um banquinho, afastada da multidão.

— O que foi, amiga? - questionei, vendo-a muito tristonha.

— Estou cansada de gostar do Sasuke. - despejou.

— Vocês não se resolveram? - voltei a inquirir, sentando-me ao seu lado.

Naruto e Shion só observavam em silêncio.

— Eu não sei se confio mais nele, uma hora Sasuke me quer outra não.

— Pense bem, amiga. Se realmente não o quiser mais, te apoio. Antes, vamos em um lugar comigo, rapidinho? - pedi vendo-a fazer que sim com a cabeça, em seguida levantar-se.

Seguimos, então, as coordenadas que Shion nos deu e logo encontramos Sasuke. Ele estava parado em frente à saída da faculdade, com um buquê de lindas cerejeiras, enquanto diversos alunos encontravam-se ao seu redor, como se aguardassem um espetáculo.

Vi Sakura estremecer e titubear. Mas, apesar do susto, continuou seu caminho.

— Amiga, ouça o que ele tem a dizer, daí se decida, tudo bem?

Ela assentiu, ainda um tanto absorta, e o Uchiha veio em sua direção, parecendo igualmente nervoso.

— Sakura, eu sei que fui um idiota em todo esse tempo. - iniciou receoso. - Entretanto, percebi, enquanto estávamos afastados, que não posso mais viver longe de você. - Saky continuou em transe, sem nada dizer. - Eu não mereço alguém tão gentil, amorosa, carinhosa e linda... Porém, tentarei ser merecedor do seu amor, Sakura. Mesmo que, para isso, eu passe toda a minha vida me redimindo pelas minhas idiotices... - Sasuke foi aproximando-se e ajoelhou-se de frente para ela. - Eu só quero uma chance de provar, que não te magoarei mais e muito menos te deixarei sozinha, estarei sempre e sempre ao seu lado para o que precisar. E, se me aceitar de volta, eu serei o homem mais feliz do mundo. Por favor, Sakura. Me perdoe por tudo, sei que talvez continuarei errando, porque sou falho e ainda estou aprendendo a amar... Contudo, prometo que eu não a deixarei, pois eu preciso de você ao meu lado, é como o ditado diz: Só damos valor quando perdemos. - notei algumas lágrimas nos olhos da minha amiga. - Sakura, sou péssimo para discursos longos, você sabe. Por isso encerrarei aqui, mas antes, preciso te perguntar, se ainda me amar, como eu descobri que te amo, aceita casar-se comigo?

Nesse momento a platéia começou a gritar e aplaudir, além dos que filmavam todo o discurso de Sasuke.

— Aceito. - Sakura confirmou e ele a tomou nos braços, girando-a no ar, como naqueles filmes de romance clichê.

— Tudo acaba bem, quando termina bem. - Naruto sussurrou para mim e sorriu, um sorriso travesso, que me fez desconfiar de suas intenções.

Todavia, a protagonista da vez, sem sombra de dúvidas, era Sakura. E ela merecia mais do que qualquer outra pessoa brilhar e ser feliz.


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Notas finais do capítulo

Quer saber mais sobre revenge porn e quais são seus direitos frente a isso?

https://33giga.com.br/revenge-porn-marina-ganzarolli/

Importante: Lembrando que isso é uma FANFIC, eu não sou letrada no assunto referente a revenge porn, hackers, leis que protegem pessoas que fazem o que Sasuke fez. Portanto, tenham isso em mente, tá?



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