Querido professor escrita por mjrooxy


Capítulo 14
Reviravolta




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Era segunda-feira e eu teria quatro aulas com o meu professor preferido. O mundo gira, não é? Pela primeira vez, eu não estava bufando por ter várias aulas seguidas com Naruto. Pelo contrário, estava ansiosa para sentir suas mãos grandes me apertando antes do intervalo.

Nossa, como eu era hipócrita!

Afirmava e reafirmava que queria Kakashi, que jamais pegaria o galego, que ele não fazia meu coração disparar etc etc etc.

Iludida.

Eu era uma iludida, já que, sem dúvidas, Naruto era a coisa mais gostosa que eu havia provado em vida.

É meus amigos e minhas amigas. Eu, Hinata Hyuuga, estava rendida pelos carinhos, carícias, beijos e... Podemos parar por aí, pois ainda não avançamos o sinal.

Não que eu não quisesse, sabe? Bem, na verdade, eu era virgem, nunca fiquei com ninguém tão intimamente. Eu era muito, mas muito exigente e qualquer deslize já me fazia sair fora. O que me rendeu vinte e um anos de virgindade. Não que me importasse, eu queria mudar essa condição com alguém especial, que me fizesse sentir segura e pronta para o próximo passo. E, precisava confessar, Naruto fazia com que eu me sentisse assim.

Rápido? Talvez sim, talvez não. Porém, no momento, eu só estava conjecturando, não era como se fosse para a cama do professor hoje mesmo. Se bem que, sempre que nos beijávamos e ouvia-o sussurrar em meu ouvido, a vontade aumentava consideravelmente.

Como tudo mudou? Vejamos, eu fiquei confusa sobre Kakashi, não consegui dizer com firmeza que sairia com ele. Depois veio Sakura me contando que Naruto estava triste por minha causa. Então eu pensava estar sentindo pena dele, não sentimentos amorosos. Fiz comida e levei para o hospital, visando o bem-estar de Naruto e seu retorno às aulas.

Daí veio o furacão que me acertou e fez com que, finalmente minha ficha caísse.

Naquele quarto de hospital, com Naruto me olhando carinhosamente nos olhos. Eu precisei reconhecer, estava começando a sentir algo por ele, não sabia o que era ainda. Atração? Era fácil, visto que Naruto não era nenhum pouco de se jogar fora. Ternura? Podia ser, já que eu cuidei dele a noite e me sentia muito mais ligada ao loiro, aliás, como nunca havia me sentido antes.

Podia ser qualquer coisa: pena, compaixão, solidariedade, empatia. E eu ainda não sabia quais destes sentimentos permeavam e regiam minhas ações naquele instante. Até ouvir sua voz rouca pedindo para eu me aproximar e, quando o fiz, já era.

Meu coração deu um salto no peito, eu senti uma coisa tão forte, que simplesmente não vi mais nada. Só conseguia sentir sua mão quentinha em meu pescoço, após, me lembro que só queria beijá-lo. Foi o que eu fiz. Simples, não?

Eu ainda estava confusa sobre tudo, sobre estar fazendo a coisa certa, ou estar apenas sendo levada pelo calor do momento. Ainda tinha receio de magoá-lo e tudo o mais. No entanto, durante os dias que passei cuidando de Naruto junto da Sakura, tive certeza. Eu não queria mais sair com o Kakashi, na real, a cada minuto, me sentia mais e mais próxima de Naruto. E isso era incrivelmente bom. De um jeito completamente assustador, na realidade.

Pensem comigo, eu não queria Naruto, eu queria outro homem. Contudo, parecia que uma força motriz me empurrava para ele, a fim de fazer-nos ficar juntos a todo custo. Afinal de contas, quando nessa terra, eu iria dormir na casa de um estranho do nada? Jamais!

Ah, fora o carro roubado, me impossibilitando de ir embora, depois tudo o que se sucedeu. É para se ponderar, não é? Será que estava inventando histórias para justificar minha paixão repentina por ele? Podia ser.

A essa altura do campeonato já não fazia diferença.

Também digo de antemão, que não nós vimos apenas na faculdade. É que estávamos tão conectados, que uma segunda por semana não me parecia suficiente. Portanto, assim que Naruto saiu do hospital, nós almoçamos juntos na casa dele. Tomamos café quase todos os dias antes de eu ir para meu estágio e nos vimos no final de semana também. E, claro, eu estava fiscalizando suas refeições com frequência, visto que ele só comia lámen!

Aliás, agora, quando eu cozinhava algo, sempre tirava a porção de Naruto, fora a Sakura que era uma glutona e praticamente me persuadia a fazer coisas gostosas para ela comer. Ou seja, precisava cozinhar quantidades exorbitantes de comida. Visto que os dois comiam por uns dez. Eu também não ficava atrás, verdade.

Conclusão de tudo? Eu estava com Naruto! Não como namorados ainda, pois nenhum dos dois tocou nesse assunto por enquanto. Estávamos deixando rolar e, olha, como era gostoso...

Já Kakashi, bem, eu não o procurei, na real, joguei o cartão fora. É que não achava certo fazer algo assim com Naruto, mesmo que não tenhamos assumido nada sério ainda. Mesmo que eu não tenha certeza se ele está somente comigo, não conseguiria fazer algo desse tipo. Para ser sincera, não sentia mais àquela atração sobrenatural pelo Kakashi, aquela paixão arrebatadora veio e passou. Assim que Naruto entrou, de fato, em minha vida. Parecia que tudo tinha mudado totalmente, meus sentimentos afloraram de tal forma, que eu nem conseguia me orientar direito.

Será que o galego me lançara algum feitiço? Era possível, só assim para explicar essa paixão louca e desenfreada por aquele homem de uma hora para a outra!

Bom, não é correto ser tão egoísta assim; porquanto, falarei de outras pessoas que me surpreenderam nesses últimos dias. Shion era uma delas. Essa garota simplesmente provou-se uma cúmplice inigualável das nossas, digamos, traquinagens na sala! Ela ficava na porta vigiando e ninguém ousava chegar perto, na verdade, Shion conseguia ser bastante persuasiva quando queria. Por isso mesmo, nós acabamos nos aproximando nesse tempo todo, ficávamos juntas na hora do intervalo e isso estava sendo muito legal. Eu nunca a vi dessa forma, sabe, como uma amiga. Entretanto, descobrir esse lado dela estava sendo uma grata surpresa.

Outra que me surpreendeu para melhor, era Sakura. Ela realmente estava irredutível, não respondia às mensagens de Sasuke e não me dava mais perdido. Aliás, Sakura meio que segurava vela para mim e Naruto. Visto que, se alguém quisesse entrar na sala, seria estranho encontrar somente nós dois. Por isso a rosinha ficava de vela, para despistar, só que ela nem ligava. Talvez fosse por isso que eu almejava tanto um tempo completamente a sós com o galego.

Afinal, não era nada confortador saber que sua melhor amiga estava bisoiando seus pegas com o gato.

Porém, como minha agenda era corrida e eu nem sempre conseguia conciliar estudo, trabalho e tudo o mais. Quase nunca podíamos ter um tempo de qualidade juntos, que não fosse na faculdade. A reposta para isso? Ficávamos juntos escondidos na entrada, durante e na saída da faculdade. Assim sendo, estava decidida a levar Naruto para meu modesto apertamento no próximo final de semana. Porque, no anterior, eu estava tão atarefada, com toda essa história de TCC, que não tivemos muito tempo para namorar. Ademais, jantamos juntos à noite rapidamente eu rumei para casa, pretendendo deixar meu trabalho em ponto de bala.

Já que, era até exitante ter esse lance proibido. Mas eu queria ter algo mais convencional no sábado. Tipo jantar, vinho e filme, sabe? Nada de se pegar em lugares escuros, temendo que alguém nos visse. Eu queria romance e aquietar meu coração nos braços dele, o que não ocorria durante a semana. Estávamos sempre ligados no 220, morrendo de medo de alguém nos flagrar juntos e isso custar o emprego de Naruto.

Eu não queria ser a responsável por ele ser despedido, isso no melhor dos casos. Visto que, se vazasse algo assim, acho que perder o emprego seria o menor dos problemas. Quem sabe se Naruto arrumaria outro posteriormente. Aliás, não sabia porque ele largou a carreira de jornalista para se dedicar somente às aulas. Em contrapartida, algo me dizia que tinha a ver com sua família, da mesma forma que ele não gostava de dormir nos outros quartos da casa. Enfim, esperava que um dia Naruto se sentisse à vontade para abordar esse assunto comigo.

Enquanto isso, no lustre do castelo...

— Seu trabalho está ficando completo, Hinata. - ele afirmou austero, fingindo  uma indiferença que já não existia entre nós. - Continue assim.

— Obrigada, professor. - era difícil chamá-lo dessa forma, depois de sentir aquela boca na minha e aquelas mãos me apertando.

Suspirei.

Segui para a minha mesa, sentindo o rubor em minhas bochechas, eu não era muito boa em disfarçar, tanto que sentia os olhares de Kiba e Shino em mim. Na certa notaram minha mudança de comportamento para com o loiro. No entanto, Shion jurava de pé junto que não precisávamos nos preocupar. Porque ninguém diria nada, mesmo porque, seria apenas especulação. Afinal, qual o problema em uma aluna deixar de odiar o professor e vice e versa? Nenhuma, certo? Certo.

O restante da aula transcorreu normalmente, eu batia papo com Shion e Sakura, que me contavam sobre seus respectivos rolos. Sakura, claro, estava decidida a não mais correr atrás de Sasuke. Já Shion teria um encontro com um cara mais velho, que trabalhava no escritório de seu pai. Pelo que parecia, a loira gostava de viver perigosamente. 

Enfim.

Voltando ao agora, mais uma vez, eu sentia as mãos de um certo loiro me apertando. Por enquanto apenas na cintura, mas eu queria sentir esse aperto em outros lugares, podemos assim dizer.

— Meu Deus, o que você fez comigo, Hina? - falou baixinho rende ao meu ouvido. - Quanto mais eu te tenho, mais te quero. Nem acredito que me corresponde de verdade, não é um sonho mesmo?

— Não é, Naruto. Pode confiar. - sussurrei de volta, enroscando meus dedos em seus cabelos, que agora estavam sutilmente maiores.

Tanto que conseguia puxá-los um pouquinho, coisa que não era possível antes.

Ele devolveu me apertando ainda mais contra a parede e eu sentia meu estômago dar um giro 360 graus.

— Você tem noção do efeito que tem sobre mim? - ouvi sua voz rouca e estremeci dos pés a cabeça.

— Me diga. - Rebati desafiadora.

— Você me deixa louco desde que a vi pela primeira vez.

— Você também.

Nós dois rimos.

— Não era desse jeito que eu queria te enlouquecer... - devolveu, parando de rir aos poucos.

— Agora você está me enlouquecendo de outra forma, Naruto. - afirmei com a voz baixíssima.

— Queria ter um tempinho a sós com você. - ele suspirou e se afastou um pouco de mim.

Era sempre assim, quando as coisas esquentavam, Naruto me largava. Também, com Sakura na sala, Shion na porta e mais sei lá quantos alunos no campus, ficava difícil se entregar.

— Que tal nesse sábado? - eu lhe dei um selinho nos lábios, também recuperando minha compostura.

— Não vai estar ocupada?

— Não, eu quero ficar com você. - falei olhando-o sugestivamente nos olhos.

Naruto respirou fundo, antes de dizer:

— Não respondo por mim estando sozinho com você, Hina.

— É isso que eu quero.

— Assim você me mata! - ele passou as mãos pelos cabelos e seus lábios se curvaram em um sorriso sacana.

Achei graça e provoquei:

— Tem o coração fraco, Naruto?

— Depois de tudo o que passei com você naquele hospital, acho que meu coração é forte.

Ouvimos Shion bater na porta, o intervalo estava acabando.

Suspirei consternada e fui para perto da Sakura, quem via pensava que estávamos conversando normalmente na sala. Enquanto Naruto corrigia TCCs de outros alunos.

Ele me lançou um olhar pidão antes de voltar para a mesa e sorriu. Um sorriso travesso. Eu bem imaginava o que devia estar se passando naquela cabeça loira.

A partir daí, as duas aulas voaram e logo me vi atrás da faculdade, esperando pelo meu galego. Ali era deserto, ninguém costumava perder tempo naquele local, pois os barzinhos ficavam na outra saída da faculdade. Ou seja, era frequente eu esperar por ele, para darmos uns beijinhos antes de irmos embora. Hoje, no entanto, eu avistei uma outra pessoa se aproximando de mim.

Pior, ela parecia um tanto embriagada e transtornada. Estremeci vendo seu olhar furioso em minha direção, só esperava não ter problemas. Visto que Naruto estava chegando e eu preferia que ele não nos visse conversando sozinhos.

— Hinata, você não me ligou! - Kakashi ralhou, quebrando uma garrafa long neck no chão.

— Desculpe, não pude. - algo em seus olhos me assustavam profundamente.

Me retrai.

— Desculpe uma figa, eu quero você e quero agora.

— Nem tudo o que queremos podemos ter. - rebati, sentindo minha coragem se esvair ao sentir seu hálito rente ao meu rosto.

Ele mal conseguia manter-se de pé, tamanho o teor de álcool em seu sangue.

— Veremos. - dito isso, Kakashi avançou para cima de mim e me prensou com força e brutalidade na parede.


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