Você é a única exceção escrita por mjrooxy


Capítulo 2
Resposta




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Naruto acordou cedo naquela manhã ensoladara, ou melhor, mal dormiu. Não queria ver ninguém; portanto, no dia anterior dispensara Shikamaru, seu assessor, e rumou para a casa. Solitário e derrotado. Fugia de tudo e de todos, temendo ouvir relatos sobre o casamento de Hinata. Sua bela Hyuuga dos olhos perolados.

Balançou a cabeça com o pensamento, ela não era sua e jamais seria.

Suspirou e chegou em tempo recorde, só queria desabar na cama; talvez, quem sabe, nunca mais acordar. Entretanto, ele não podia se der ao luxo e entregar-se, era o Hokage. Prometera que seria o melhor de todos os tempos; e, mesmo querendo morrer por dentro. Manteria a pose e faria o seu melhor, como um robô, programado para cuidar dos seus, sem, de fato, sentir-se feliz. Naruto tinha certeza, jamais experimentaria o amor novamente, jamais esqueceria Hinata, não depois de reconhecer, finalmente, seu imenso amor por ela. Aquele sentimento estava empregnado em seu coração, como uma tatuagem.

Era certo, àquela altura do campeonato, como dois mais dois são quatro. Que Hinata tornara-se esposa de outro, mais precisamente de Kiba. Por isso, Naruto não queria ter contato com o mundo externo, ele só queria isolar-se até conseguir assimilar a notícia. Até conseguir agir com naturalidade na frente de Hinata. Ciente de que, talvez, isso nunca aconteceria. Principalmente depois do pergaminho que enviara, no qual ele rasgou seu coração e expôs seus sentimentos mais profundos, como jamais havia feito antes. Teria ela lido? Agora, no entanto, não havia mais volta. Hinata já deveria saber do seu amor, na certa riria dele. Por ter sido tão babaca por tantos anos.

Não!

Ele vetou o pensamento, sua bela e doce Hinata jamais riria assim da dor do outro, mesmo que o outro em questão, merecesse cada lágrima que derramara ao perdê-la.

Naruto, já derrotado, se jogou na cama, sem ao menos comer. Não tinha fome, não tinha sede, não tinha vontade de viver. Pelo menos por ora, ele permitiu-se mergulhar na tristeza profunda.

Contudo, no outro dia, as obrigações bateriam à porta. Mais precisamente Shikamaru. Ele ainda era Hokage, afinal.

— Você está um lixo. - Shikamaru olhou para o amigo dos pés à cabeça e suspirou.

— Eu não me importo. - Naruto interpôs, nitidamente desanimado.

— Isso é pelo casamento da Hinata. Estou certo? - insistiu Shikamaru.

— Não quero falar sobre isso. - o outro passou uma das mãos pelos fios loiros, ainda mais rebeldes devido a falta de cuidado.

— Pensei que gostaria de saber sobre a mudança de planos. - Shikamaru carregava um pergaminho nas mãos, mas Naruto se quer reparou.

— Que mudanças? - Naruto rebateu com as sobrancelhas unidas.

— Hinata não se casou.

Silêncio.

— Como não?

— Não sei os detalhes; porém, esse pergaminho deve esclarecer as coisas. - respondeu com seu habitual tom preguiçoso.

Naruto, por fim, reparou no que o amigo carregava na mão esquerda e sentiu o coração acelerar. Já estavam no escritório do Hokage; porquanto, o loiro sentou-se desajeitadamente e pegou o pergaminho que prontamente Shikamaru entregou.

Suas mãos suavam, seu coração faltava pular do peito, tamanha a ansiedade. Pois, o brasão que selava o pergaminho era do clã Hyuuga e continha as iniciais HH.

Hinata respondera seu pergaminho? Ela tinha lido realmente?

Naruto exasperou-se, temendo o conteúdo daquela carta. Ele não poderia aguentar uma negativa clara de Hinata. Preferia manter-se no escuro, na indecisão, do que saber por Hinata; que, de fato, ele já não tinha mais chances. Que ela estava apaixonada e feliz com Kiba. Isso seria demais para o seu coração. Shikamaru, vendo o desespero do Hokage e também seu amigo, logo tratou de intervir.

— Leia, não seja frouxo. - e com isso, girou os calcanhares para sair do escritório.

Deixando Naruto a sós com seus próprios demônios e questionamentos, transvestidos de um amargo arrependimento por ter sido tão cego, ao ponto de não notar Hinata.

Todavia, aquele pergaminho continha uma resposta, boa ou má. Ele queria, ao menos, sentir-se próximo de Hinata. Aquela poderia ser sua última chance. Aquele pergaminho, de certa forma, carregava um pouquinho da sua amada e ele, com esse pensamento em mente, desenrolou o papel um tanto amarelado e começou a leitura:

Meu querido Naruto, ou melhor Hokage.

Venho por meio deste, confessar que li e reli seu pergaminho. Preciso segredar que jamais imaginei ler tais linhas, foi realmente uma surpresa, uma grata surpresa.

Só gostaria de poder ouvir de sua boca tudo aquilo que li em sua carta. Porque, do contrário, ainda não conseguirei acreditar em seu amor. Não depois de tanto tempo no escuro com relação a você. Não depois de vê-lo declarar tão abertamente seu amor por Sakura. No entanto, eu devo me contradizer, alegando que, apesar de tudo, eu acredito em você. Eu acredito, Naruto, que você me ama. Por isso, não poderia me casar. Aliás, antes de saber do seu amor, eu havia decidido, terminaria tudo com Kiba e ficaria afastada por um tempo. Inclusive, peço perdão por partir sem que você saiba. Me perdoe, Hokage. Hanabi deve estar a caminho do seu escritório, caso já não tenha feito, para relatar sobre minha ausência. Eu precisava disso. Ficar na vila, depois de tudo o que aconteceu, não seria bom para mim e nem para Kiba. Que, apesar de me amar, entendeu perfeitamente meus motivos para não oficializar nosso casamento.

Você deve estar se perguntando, o porquê de eu ter fugido, mesmo sabendo do seu amor. Pois, logicamente, eu li seu pergaminho assim que chegou em minhas mãos. Eu explico:

Por mais que quisesse correr para os seus braços, ainda me resta um pouquinho de amor próprio. Portanto, me controlei para não ir até você imediatamente. Até porque, não seria sensato de minha parte, sendo que acabei de romper um noivado. Acho que, a essa altura, você já deve ter notado isso; mas, caso não notara. Eu não me casei.

Naruto, eu te amo desde criança, desde que me defendeu daqueles garotos que me ofenderam. Desde que me deu forças no exame Chunnin, quando eu lutei contra meu primo, Neji. Eu te amo desde muito antes de compreender o que verdadeiramente é amar.

No meu mundo só existe você e do meu coração, só você tem a chave. Ele é só, Naruto. Eu sou sua.

Portanto, eu digo e repito, se ainda me quiser. Venha me ter. Eu preciso disso, para acreditar que você me ama. Já sofri muito esperando o seu amor, achei que ele nunca viria. Agora, no entanto, apesar de ainda amá-lo, meu coração está muito gelado. Venha aquecê-lo.

Com amor: Hinata Hyuuga.

Naruto, ao final da carta, já não se aguentava na mesa. Tremia, chorava, soluçava. Seu coração batia desenfreado no peito, a ponto de estourar sua caixa torácica. Suas mãos mal sustentavam o pergaminho.

Hinata ainda o amava? Ela não se casara?

Onde ela estava, afinal? Hiashi e Hanabi sabiam? Eles poderiam dizer-lhe onde sua amada se encontrava?

Eram muitos questionamentos e nenhuma resposta, até que, ao limpar as lágrimas que turvaram sua visão. Naruto avistou bem no final do pergaminho:

PS: Use o modo sábio.

Naruto sorriu, com tudo aquilo, até esquecera de sua habilidade em meio à miríade de sentimentos. Claro, poderia facilmente achar Hinata em qualquer lugar que ela estivesse. Hinata realmente o conhecia como a palma da mão; pois, antecipou seu desespero e lhe apontou a direção.

Como Naruto a amava.

Frente ao conteúdo do pergaminho, ele não perdeu mais tempo e, no momento seguinte, ativou o modo sábio, logo localizando seu grande amor.

Correu em disparada, sem falar com ninguém, ignorando uma Hanabi muito taciturna que chegava naquele instante. Tanto que trombou com Shikamaru na saída e ouviu:

— Aonde vai?

Naruto, convicto respondeu:

— Atrás da minha felicidade.


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