My Dear Babysitter - Concluída escrita por Julie Kress


Capítulo 7
Passeio em família - Parte 1


Notas iniciais do capítulo

Mil desculpas pela demora, gente!!!

Mas aí está mais um capítulo de MDB!!!

Boa leitura!!!



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Sábado, às 07h:09min...

 

P.O.V Da Sam

 

Nem sei porque acordei cedo, talvez seja que eu tenha me acostumado, morar com os Benson acabou mudando toda a minha rotina. Os dias passaram tão rápido, seria o meu primeiro final de semana com eles. Carly já tinha me avisado que passaria o final de semana em Yakima com o Gibby, ou seja, eu não poderia ir visitá-los e também não iria atrapalhar os planos do casal, eu já tinha atrapalhado demais indo morar com eles, mesmo os meus amigos discordando disto, eu ainda me sentia um fardo.

 

Todo casal precisa de sua privacidade, não é mesmo?

 

Levantei ainda um pouco sonolenta, arrumei a cama e dobrei o meu edredom. Os lençóis eram tão finos e delicados que eu acabei deixando de lado, não usava. Eles nem serviam para me proteger do frio. O quarto era espaçoso, eu finalmente tinha um cantinho só para mim. 

 

O aparelho conectado à Babá-eletrônica ficava sobre a cômoda ao lado da cama. Hannah dormiu a noite toda e pelo visto continuava dormindo. Aproveitei para ir fazer a minha higiene matinal. Ainda tinha que preparar o café-da-manhã.

 

Após passar minha loção corporal, esperei o produto secar antes de vestir minha roupa. Carly sempre criticava as minhas roupas alegando que eu não sabia como me vestir direito. O que ela tinha contra os meus jeans surrados e minhas camisetas de bandas? 

 

Vesti uma legging preta e um short jeans para não ficar vulgar com as pernas desnudas. Seria inadequado já que eu estava numa casa com um homem e três crianças. Coloquei uma blusa cinza com mangas curtas, ela tinha a estampa do Bob Esponja.

 

Quando cheguei na cozinha, para a minha surpresa, Freddie já estava acordado e pelo visto estava tão concentrado preparando algo que nem me viu chegar. Havíamos combinado de nada de tratamentos formais, embora a minha língua ainda coçasse com vontade de chamá-lo de Sr.Benson.

 

— Bom dia! - Me aproximei curiosa para ver o que ele estava fazendo, apesar de estar sentindo cheiro de ovos temperados.

 

— Bom dia. - Se virou e deu de cara comigo, acabei parando bem pertinho dele.

 

Sorri sem graça dando um passo para trás.

 

— Que cheiro bom. - Meu estômago estava quase roncando.

 

— Ovos temperados com salame, cebolinha e tomate. Você gosta? - Apagou o fogo.

 

— Nunca provei. Eu sempre faço ovos com bacon. - Falei. - Devo acordar as crianças? - Observei ele separar duas porções em pratos de porcelanato.

 

— Não. Vamos deixar elas dormirem mais um pouco, hoje é sábado. - Me lembrou.

 

Assenti sorrindo, ele tinha me servido. A mesa estava posta com um cesto de pães e doces. Pão de mel, sonhos e Donuts. Ally só comia pão doce. E o Noah já preferia cereal com leite e sanduíches de geleia de uva, ou iogurte de garrafa. Hannah comia frutas amassadas, papinhas e iogurte para bebês, mingau ou leite no café-da-manhã.

 

Coloquei duas colheres de leite no meu café. Freddie gostava do dele sem leite e meio amargo. Eu preferia doce. Eu já sabia que ele amava salada de frutas e pão com passas. Sempre odiei passas e fiquei surpresa quando ele disse que adorava suco de uva, de caixa é claro.

 

— Não levo jeito na cozinha, minha mãe sempre cozinhou muito bem, até me colocou num curso de mães e filhos, mas realmente cozinhar nunca foi o meu forte... - Admitiu.

 

— Só faltou uma pitadinha de sal. - Comi mais uma colherada.

 

Até que os ovos temperados estavam bons.

 

— Sorte a sua, minha mãe só sabe fazer sanduíches e macarrão instantâneo de caixinha. Tive que me virar sozinha desde cedo, até hoje tenho uma marca de queimadura... - Mostrei uma manchinha pálida na parte de baixo do meu pulso direito, minha pele tinha ficado levemente marcada.

 

— Nossa! Pode acreditar, a cicatriz que eu tenho no joelho têm formato de meia lua. - Me fez rir.

 

— Você também era um pestinha? - Indaguei.

 

Eu era terrível quando criança.

 

— Não. Tirei as rodinhas da minha bicicleta sem a minha mãe saber, a queda foi feia e minha mãe quase infartou... - Relembrou fazendo careta.

 

[...]

 

P.O.V Do Freddie

 

A Sam era muito descontraída e divertida. Seu jeito de menina-mulher era algo que chamava atenção, cativava. Ela só tinha 22 anos, bem mais nova do que eu. Chegou em casa toda tímida e aos poucos foi se soltando, principalmente com as crianças. Logo se tornou a alegria da casa, como se fizesse parte da minha família. Era notável o quanto seu jeito de ser tinha encantado meus filhos, Noah e Hannah logo se apegaram a ela. Sempre sorridente e paciente com todos, até mesmo com a Ally que sempre foi uma garotinha difícil de lidar.

 

Os dias foram passando, só aumentando a minha certeza, a Sam era o que faltava em nossa vida. Uma hora ela ia acabar conquistando a minha garotinha marrenta. 

 

— Posso dormir na casa da Laura? - Perguntou Ally fazendo a carinha fofa quando queria alguma coisa.

 

— Não, lamento, filha. - Ela era pequena demais para dormir fora de casa, eu não podia deixar ela dormir na casa de estranhos, eu nem conhecia os pais de suas amiguinhas.

 

— Por quê não, pai? A Stephanie, Melinda e a Alicia também vão. - Fez voz de manha tentando me convencer.

 

Olhei para Sam, acho que ela entendeu que eu precisava de uma forcinha.

 

— Ouça o seu pai, ele tem os motivos dele para não deixá-la ir. - Ótima resposta, gostei daquilo.

 

— Não perguntei para você, perguntei para ele. Você não é minha mãe! - Levantou emburrada.

 

— Alyson! - Lhe lancei um olhar repreendedor.

 

— O senhor é muito chato! Eu nunca posso dormir na casa das minhas amigas! Seu chato! - Após dizer aquilo, ela saiu correndo me deixando constrangido, ela nem terminou de tomar café.

 

Noah me olhou acanhado, forcei um sorriso e ele desviou o olhar, voltando a comer o pão com presunto.

 

Eu realmente era um pai chato? 

 

Sam terminou de alimentar a bebê e limpou a minha pequena que tinha ficado toda lambuzada.

 

— Às vezes me sinto pai de uma adolescente... - Suspirei.

 

— Pois é, ela ainda nem tem 13 anos... Fugi de casa com essa idade após brigar com minha mãe. - Contou tirando minha filha da cadeira de alimentação e a colocou no cercadinho.

 

— Também fugi. - Tive que admitir. - Me rebelei porque minha mãe me controlava demais. - Tinha sido uma fase.

 

— Sério? Você também levou uma surra? - Perguntou surpresa.

 

— Não, voltei para a casa chorando no mesmo dia, minha mãe só me deu uma bronca e me deixou um mês de castigo. - Eu ri lembrando daquele dia.

 

— Levei uma surra de cinto, serviu como lição. - Ela contou.

 

Nós dois rimos. Quando paramos de rir, lembramos que o Noah estava presente, ele nos olhava assustado. Tadinho. 

 

— É tudo brincadeira, filhão! - Sorri para ele.

 

Minhas conversas com a babá estavam se tornando descontraídas e amigáveis. Ela falava um pouco da vida dela e eu da minha, eu me sentia tão bem conversando com ela.

 

[...]

 

P.O.V Da Sam

 

Freddie propôs um passeio, seria bom para ele e para as crianças. Ele arrumou o Noah, eu terminei de arrumar a bebê. Ally continuava chateada com o pai. Ele tinha razão, ela era novinha demais para ir dormir fora de casa. Eu entendia a preocupação dele. Se fosse a minha filha, eu também não deixaria. 

 

— Nós vamos ao parque, Han. Gosta de passear, bebê? - Cutuquei sua barriga lhe arrancando um sorriso.

 

Elas mostrou os quatro dentinhos. Era tão fofa com as aquelas bochechinhas bem redondas e rosadas, exibindo as covinhas iguais do irmão.

 

Não resisti com toda a sua fofura e beijei suas bochechas, inalando o seu cheirinho de neném. Talco, sabonete e loção infantil. Doce e suave. Eu tinha vontade de mordê-la. 

 

Meu cabelo estava preso numa trança lateral. Eu estava usando calça jeans de lavagem escura, blusa lilás sem estampa e jaqueta jeans clarinha combinando com meus sapatênis sem cadarços. Um look bem despojado, e para completar o visual, passei rímel e gloss labial de pêssego.

 

Hannah estava uma gracinha usando o vestido jeans com a calça vermelha, combinando com suas sapatilhas. Eu havia colocado uma tiara de pano de duas tiras para enfeitar seus cabelos ondulados.

 

— Sam? - Freddie me chamou batendo na porta.

 

— Já estamos indo. - Peguei sua bolsa com estampa de coelhinhos, entreguei o Sr. Orelhudo para a pequena e a peguei no colo.

 

Saí do quarto, ele estava nos aguardando no corredor junto com Noah e Ally que não parecia nenhum pouco animada para ir ao parque.

 

— Tia Sam, olha o meu topete. Pareço o papai? Ele me ajudou. Fiquei bonito? - O pequeno apontou para o penteado todo empolgado.

 

Percebi que ele estava virando um mini-tagarela. Já não era mais o menininho calado que conheci.

 

— Ficou lindão. - Sorri para ele que aumentou o sorriso.

 

Olhei para o meu patrão e caramba. Ele parecia mais jovem com a camisa de abotoar e o jeans simples, usando sapatênis. Sua barba bem aparada e o topete impecável o deixava muito charmoso.

 

Seria errado demais achá-lo atraente? Que culpa eu tinha se ele era tão bonito? Por Deus, eu não era cega... Freddie era um homem muito bonito.

 

A pele levemente bronzeada, cabelos e olhos escuros. Os lábios finos e pequenos, rosadinhos. Os olhos pequenos e repuxados, e o sorriso torto... Droga, eu não deveria estar o secando.

 

"Para com isso, sua doida, ele é o seu patrão... Secá-lo é errado!"

 

— Tudo pronto? - Perguntou.

 

— Sim, tudo sim. Vamos? - Eu estava um pouco ansiosa.

 

— Vamos! - Concordou dando um sorriso, aquele sorrisinho de lado.

 

[...]

 

P.O.V Do Freddie

 

Quando chegamos ao parquinho, Noah correu e logo se juntou com outras crianças que já estavam brincando ali. Sam e eu nos acomodamos no banco de madeira. Não tinha previsão de chuva, por isso não nos preocupamos. Era uma tarde bonita. Um parque comum, com brinquedos feito de madeira e caixa de areia. Uma grande área de lazer para um programa em família. Bancos espaçosos com canteiros de flores em cada lado. A área do playground era toda cercada, e do outro lado funcionava uma arena de Skate com rampas e obstáculos para manobras.

 

Adolescentes passeavam de patins e patinetes. A arena de Skate estava movimentada com direito à arquibancadas. Vendedores circulavam com seus carrinhos de cachorro-quente e pipoca.

 

— Vou ver os skatistas. - Ally apontou para os jovens fazendo suas manobras radicais.

 

— Dá para ver daqui, senta ali no banco. - Apontei para o banco menor que estava vazio.

 

— Eu quero ver de perto, pai! - Protestou.

 

— Melhor não, filha, fica aqui perto da gente. - Podia ser perigoso.

 

— Mas, pai, eu quero...

 

— Já disse que não, Alyson. Senta aí, ok? Não teima comigo, por favor! - Eu não queria dar bronca nela.

 

Estávamos ali para nos divertir.

 

Sam tirou a Hannah do carrinho. Mães e pais passeavam com seus bebês, até mesmo babás bem jovens.

 

Minha filha me olhou emburrada e sentou virando de costas para a gente. Não gostava de vê-la chateada comigo e me sentia péssimo com aquilo. Mas fazer o quê? Eu não podia fazer todas as vontades dela. 

 

— Por quê não a leva para ver os skatistas? Podem ver através da grade de proteção. - Sam sugeriu.

 

Como não pensei naquilo antes? Ela sempre tinha solução para tudo?

 

— Você vai ficar bem aqui sozinha com a Hannah? - Olhei para a minha pequena que tomava suco de laranja da garrafinha.

 

— Claro, bem, não vamos ficar sozinhas... - Ela tinha razão, casais, grupos de amigos e até idosos passeava no parque.

 

Ouvi risadinhas, olhei para trás e vi que tinha três garotas olhando para mim, elas se cutucaram e sem disfarçar, começaram a cochichar... Fiquei desconcertado, elas estavam falando de mim e até a Sam percebeu.

 

— Tem alguém arrasando corações... - Ela abafou uma risada.

 

— Que nada. Elas são apenas crianças, nem devem ter 15 anos... - Cocei a nuca envergonhado. - Ally? - Chamei minha filha.

 

— O que é? - Me olhou entediada. - Quer dizer, sim senhor? - Cruzou os braços.

 

— Vamos lá olhar os skatistas de perto? - Convidei.

 

— Só nós dois, pai? - Saltou do banco animada.

 

Ela não queria a Sam por perto e tinha ciúmes dos irmãos.

 

— Sim. - Respondi e estendi a mão para ela.

 

Dei uma olhada para o playground, o Noah estava jogando bola com os coleguinhas que conheceu. Fiquei feliz com aquilo. Só queria ver meus filhos se divertindo.

 

[...]

 

P.O.V Da Sam

 

Freddie levou a Ally parar ver as manobras de skate. Fiquei sentada com Hannah em meu colo. Até que ela estava quietinha e não estava querendo descer para engatinhar... Noah apareceu ofegante, com o rosto corado e suado. Estava com sede. Lhe dei a garrafinha com estampa dos Minions. 

 

— Cansou de brincar? - Perguntei.

 

— A bola era do Cody. Ele foi embora com o pai dele. Alex e Bryan estão jogando areia nas meninas, o papai falou que é feio implicar com as meninas, enterraram a boneca de uma delas... - Narrou, era um menininho muito inteligente para a idade dele.

 

Olhei para o parquinho. Vi que as crianças na caixa de areia se desentenderam e os pais foram apartar. Uma garotinha de trancinhas estava chorando no colo da mãe. Devia ser a dona da boneca que foi enterrada.

 

— Limpa o rosto. - Entreguei a toalhinha e depois lavei suas mãos com a água da garrafa de dois litros que o pai dele decidiu trazer.

 

— Cadê o papai e a Ally? - Olhou para os lados.

 

— Estão ali. - Apontei para eles que estavam vendo as manobras radicais.

 

— Bu. Bu. Buuuu... - Hannah se agitou no meu colo, balbuciando.

 

Ela se espremeu toda e logo ouvimos um barulhinho suspeito. O garotinho riu.

 

— Ela fez cocô. - Se afastou fazendo careta.

 

Olhei para a pequena, alarmada. 

 

— Nossa! E agora? - Eu precisava trocar a fralda dela. Mas onde?

 

[...]

 

— Alerta vermelho, alerta vermelho... - Falei quando eu e o Noah chegamos onde seu pai e sua irmã estavam.

 

— O que foi? - O moreno se virou para mim.

 

— A Han fez o número 2. - Avisei. - Temos que trocá-la. - Sua bolsa com fraldas, talco e pomada estava no meu ombro.

 

— E agora? - Coçou a nuca sem saber o que fazer.

 

Dei de ombros. Não fazia ideia.

 

Olhei para ele incrédula. Ele era o pai e devia saber, não é mesmo?

 

— Ah, já sei! Podemos trocá-la no carro! - Sugeriu.

 

E assim, todos nós corremos para o seu carro. Tínhamos uma missão. Trocar a fralda da caçulinha.


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Notas finais do capítulo

E aí???

Gostando da Fic???

O que acharam desse capítulo???

Será que já pode rolar momentinhos Seddie ou ainda está muito cedo???

O que vocês acham???

Até o próximo. Bjs