My Dear Babysitter - Concluída escrita por Julie Kress


Capítulo 5
Uma Tarde No Shopping


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo de MDB, pessoal!!!

Nesse aqui teremos algumas coisas sobre a mãe das crianças. E no próximo, a explicação onde tudo vai fazer sentido...

Caramba! Vocês são mesmo curiosos!!! #Adoro

Aproveitem Seddie com as crianças no shopping!!!

Boa leitura!!!



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P.O.V Da Sam

 

Chegamos ao shopping, Noah correu todo afoito e quase sumiu de vista. Gritei o chamando, ele me obedeceu e voltou para perto de nós, segurou a minha mão e ficou quietinho. Ally ia na frente parecendo uma mocinha, carregando uma bolsinha azul ideal para idade dela. Hannah estava em meu colo, uma das mãozinhas segura num dos meus cachos. Seus olhinhos curiosos olharam ao nosso redor, ela logo se agitou fitando os cartazes coloridos e as placas das lojas.

 

Seu pai parecia relaxado, descontraído. Tinha as mãos enfiadas no jeans casual.

 

A bebê tocou a ponta do meu nariz e eu sorri imitando o seu gesto. Toquei no seu nariz delicado, ela sorriu mostrando os três dentinhos. Percebi que seu pai nos observava, ele tinha um sorrisinho torto que além de fofo era charmoso.

 

— Vamos logo, quero escolher meu Laptop! - Ally nos apressou afobada.

 

— Quero brinquedos, papai! - Noah disse empolgado.

 

— Onde vamos primeiro? - Perguntei para ele. Sr. Benson me olhou confuso, de repente parecia perdido.

 

— Você decide. - Coçou a nuca sem jeito.

 

Os meninos me olharam curiosos, ambos ansiosos.

 

— Que tal primeiro na loja de eletrônicos? Depois vamos na loja de brinquedos e por último na loja de roupa infantil. - Sugeri.

 

— Okay, então. Vamos nessa! - Concordou.

 

Rumamos para a loja de eletrônicos, a mini-rebelde puxou o pai para mostrar o Laptop que tanto queria. Seu irmão permaneceu ao meu lado, mesmo curioso, o garotinho não arredou os pés dali, se conteve sendo obediente. Suas mãozinhas macias apertavam a minha de leve.

 

O chamei para ver as capinhas para celulares, sua irmã já tinha escolhido um Laptop vermelho com as teclas roxinhas e um vídeo game portátil, e também escolheu uma capa personalizada para o Laptop combinando com ele.

 

Fui ver as capinhas com o Noah, assim que Hannah colocou os olhos numa fofinha com um coelhinho rosa-cintilante, se agitou em meu colo e tentou alcançar a capinha na prateleira. Não deixei ela pegar e a pequena abriu um tremendo berreiro.

 

Rapidamente procurei seu coelhinho amarelo na bolsa, ela se calou o agarrando e me fitou com os olhinhos castanhos que brilhavam por conta das lágrimas. Enxuguei seu rosto com a toalhinha macia.

 

— O que ela tem? - Seu pai brotou atrás de mim, me assustando.

 

— Meu Deus! - Arfei virando para ele.

 

— Me desculpa, não queria te assustar, ouvi ela chorando e...

 

— Não foi nada, já está tudo bem. - O tranquilizei.

 

— A Sam estava olhando para as capinhas e a Hannah queria a do coelhinho! - O pequeno apontou para a prateleira repleta de capas.

 

— Você estava escolhendo uma? - Sr. Benson perguntou.

 

— Só estava dando uma olhada... - Sorri sem jeito.

 

— Me dá ela aqui, pode ir lá escolher uma, eu pago! - Tirou a bebê do meu colo, ela se incomodou e esticou os bracinhos para mim não querendo ficar no colo dele, olhei para ela que tremia os lábios, sem saber o que fazer.

 

— Não precisa pagar. - Recusei, tinha 20 dólares na carteira e poderia comprar uma baratinha mesmo.

 

Ele ia falar alguma coisa, mas fomos interrompidos por Ally. Olhei para Hannah que acabou se entretendo com o bichinho de pelúcia, o Sr. Orelhudo.

 

— O homem está te chamando, pai! - Ela avisou segurando duas sacolas pretas.

 

Ele nem desviou o olhar de mim, vi ela ficar amuada na hora.

 

— Pode ir lá, eu...

 

— PAI, O HOMEM ESTÁ TE CHAMANDO! - Gritou impaciente puxando a camisa dele.

 

— Solte a minha roupa e pare de gritar, Alyson! - A repreendeu.

 

— É melhor você ir lá. - Falei.

 

Ele apenas assentiu e seguiu a filha, indo falar com um dos funcionários da loja. Parou diante da bancada de atendimento, sacou a carteira do bolso com a mão livre, a outra segurava a bebê mantendo-a equilibrada no colo.

 

— Você não vai escolher uma capinha, tia? - O garotinho me chamou.

 

— Vou sim, me ajuda? - Sorri para ele.

 

— Ajudo sim! - Respondeu empolgado.

 

[...]

 

 

P.O.V Do Freddie

 

Nós saímos da loja de eletrônicos, minha filha estava contente e fiquei feliz também. Ver meus filhos alegres era a melhor coisa que um pai podia presenciar, o sorriso gigante e o brilho no olhar inocente. Noah carregava a sacolinha levando a capinha da Sam, escolheram juntos e a babá nem me deixou pagar. Estava tudo bem, não me chateei, também reparei que ela estava empolgada assim como as crianças e olhava para as vitrines das lojas toda cheia de curiosidade.

 

Os olhos claros brilhavam e ela tinha aquele sorriso lindo, grande e contagiante, que me fazia sorrir também automaticamente, e pois mais que eu quisesse desviar o olhar, simplesmente não conseguia por muito tempo. Era simplesmente linda e chamava atenção por onde passávamos.

 

Entramos numa das lojas de brinquedos, vimos o meu garotinho saltitar e correr feliz da vida. Até a Ally que sempre vivia amuada se encontrava mais solta, comunicativa comigo, percebi que ela não se dava bem com nenhuma babá. E com Sam não era diferente, minha menina a ignorava e a tratava a babá de forma desconfiada, evitando se aproximar.

 

O seu comportamento me preocupava, de certa forma eu entendia. Eu não era um pai muito presente e ela não tinha a mãe para cuidar dela, dar carinho e o amor que ela merecia, uma presença materna. Nenhum deles tinha e aquilo me doía, doía demais... Portanto foi preciso, tinha sido para o bem de todos.

 

Amei minha esposa. Amei muito, mesmo com seus defeitos e suas falhas constantes. O divórcio foi devastador, doloroso, principalmente para o Noah, que sofreu muito. Ainda bem que Hannah era um bebê de poucos meses, sequer lembrava da mãe. E jamais lembraria, e Alyson também sofreu, e talvez ainda sofra, a minha menina jamais foi a mesma após ter presenciado aquela noite...

 

A noite em que minha amada esposa perdeu a cabeça e surtou. Foi a coisa mais terrível que já vi em toda a minha vida. Éramos tão felizes, nunca deixei faltar nada em casa, muito menos para ela. 

 

Por quê ela tinha que se envolver com bebidas? Por quê não conversou comigo? Poderíamos ter encontrado uma solução, daríamos um jeito. Ela poderia se tratar, se livrar do maldito vício.

 

Por quê não era feliz se tinha tudo? Ela arruinou com a nossa família, quase cometeu um crime terrível...

 

— Papai? - Meu filho me chamou, tratei de espantar aqueles pensamentos dolorosos e fui dar atenção para o meu filho.

 

— O que foi, filho? - Me abaixei da altura dele.

 

Sam tinha se afastado com Hannah no colo, minha bebê olhava para as prateleiras repletas de brinquedos, cheia de vontade de mexer e estendendo as mãozinhas para pegá-los.

 

— Quero um robô desse tamanho! - Mostrou o tamanho mostrando as mãos abertas.

 

— Bem grandão? - Sorri e ele assentiu. - Pode escolher o brinquedo que quiser, filhão! - Falei para ele que aumentou o sorriso e correu radiante à procura do robô que tanto queria.

 

— Posso ter a nova coleção da Monster High, pai? - Pediu Ally me lançou um olhar tão fofo e pidão que não pude resistir.

 

— Claro, amor. - Respondi, ela me entregou as duas sacolas e correu assim como o irmão.

 

— Uma mocinha também quer um brinquedo! - Sam se aproximou trazendo a minha bebê que estava agarrada com o coelhinho amarelo surrado e babado.

 

— Pode escolher para ela. - Dei permissão. - A felicidade dos meus filhos não tem preço para mim. - Acariciei a cabeça de Hannah.

 

Ela abriu um sorriso meio banguela para mim que me deixou derretido. Balbuciou algo e escondeu o rostinho na curva do pescoço da babá.

 

Eu havia me tornado meio que um estranho para a minha caçulinha. Como pude deixar aquilo acontecer?

 

Talvez eu mesmo tenha me afastado deles, me afundando no trabalho, tentando esquecer o que a mãe deles tinha feito... E toda vez que eu fitava o rostinho inocente e angelical de Hannah, aquelas lembranças horríveis me assombravam.

 

[...]

 

P.O.V Da Sam

 

Deixamos a loja de brinquedos, o meu patrão carregava quatro sacolas em cada mão. Ally carregava três e o Noah ia levando duas, e eu nenhuma já que estava ocupada com a bebê no colo. Durante estamos na loja, sentei para dar água e mamadeira para ela, o pequeno tomou água na garrafinha dele e a mini-rebelde tomou num copo descartável. Benson e eu também nos refrescamos tomando água do bebedouro. Eles insistiram para ir ao Playgraund que tinha ali no shopping, o moreno mais velho deixou e deu algumas recomendações para os filhos.

 

As crianças correram para ir brincar, deixando as sacolas com a gente. Eram treze ao total. Peguei duas mesmo contra o Sr. Benson que insistia em carregar todas sozinho, ainda era estranho chamá-lo por Freddie. O ignorei e fui na frente indicando a loja de confecção infantil.

 

Uma moça simpática veio nos atender assim que entramos.

 

— Boa tarde, sejam bem-vindos, fiquem à vontade! - Ela nos recepcionou.

 

— Boa tarde. Obrigado! - Ele agradeceu.

 

— Desejam guardar as sacolas no porta-volumes? - Perguntou com gentileza.

 

Olhei para o Sr. Benson que apenas assentiu e a acompanhou. Quando retornaram, a atendente olhou para a Hannah e sorriu.

 

— Que bebê linda vocês tem! O que querem para essa boneca? - Tocou nas bochechas da bebê que virou o rostinho e agarrou meu pescoço. - Muito fofa. - Fez bico toda melosa.

 

— Roupinhas e calçados. - Falei já que o moreno não respondeu nada.

 

— Então venham por aqui, papai e mamãe, me acompanhem! - Nos chamou.

 

Olhei para o Sr. Benson que ficou tão desconcertado quanto eu. Nenhum de nós a corrigiu informando que eu era a babá, a seguimos em silêncio.

 

— Quantos meses essa gracinha tem? - Perguntou nos conduzindo.

 

— 9 meses. - Foi ele quem respondeu. 

 

— Escolham à vontade, estamos na seção para o tamanho dela. Temos vestidos, bodies, conjuntinhos, pijamas e qualquer coisa me chamem, está bem? - Sorriu antes de ir atender o outro casal que chegava com uma criancinha.

 

— Me dê ela, você escolhe. Não entendo sobre esse tipo de coisa! - Ah, mas é claro que não entendia. Homens.

 

Olhei para um monte de opções à nossa frente. Variadas cores, estampas e tecidos. Comecei pelos conjuntinhos após pegar uma cesta. Blusinhas e shorts, blusinhas e calça. Fui enchendo a cestinha com pijamas, bodies e etc...

 

Quando chegou a vez dos calçados, tivemos que sentá-la em meu colo. Bree, a atendente, ia colocando os sapatinhos em Hannah para ver se ficavam bons. O moreno apenas observava tudo, dando alguns palpites de vez em quando.

 

A pequena acabou se aborrecendo, caiu no choro agoniada. Ele passou as compras no cartão e saimos da loja com mais seis sacolas cheias, levando uma boneca com trancinhas, como brinde. Tinha o cabelo loiro e grandes olhos azuis, o vestido era lilás e os sapatinhos amarelos.

 

— Se parece com você. - Ele sorriu apontando para a boneca nas mãos da bebê que olhava com a maior atenção para as trancinhas loiras.

 

O Sr. Orelhudo tinha ganhado uma concorrente. Pobre coelhinho.

 

— Bi bi bi bi. - Hannah apertou a bonequinha e fez biquinho. - Bi bi bi bi... - Aquele palavreado de bebê era uma gracinha.

 

— Parece que a boneca já ganhou um nome. - Eu ri. - Bibi. O que acha da Bibi, Freddie? - Olhei para ele.

 

— Acho ela muito linda! - Respondeu me encarando, minhas bochechas arderam. 

 

Ele não tinha comparado ela comigo? Então, era um elogio...

 

[...]

 

P.O.V Do Freddie

 

— ALLY! NOAH! - Chamei os meninos que estavam pulando na cama elástica.

 

Noah obedeceu, mas minha filha mais velha nem me deu ouvidos.

 

— Nós já vamos, papai? - Ele correu todo vermelho e suado parando na minha frente ofegante.

 

— Só depois de comermos. - Respondi. - Quer lanchar no Mc Donald's? - Perguntei.

 

— Quero! - Saltitou.

 

— ALYSON, SAIA JÁ DAÍ E ME OBEDEÇA! - Gritei autoritário.

 

Ela parou de pular, saltou para fora da cama elástica e veio andando à passos lentos, o rosto vermelho, as bochechas infladas e com aquele seu costumeiro olhar de aborrecimento.

 

— Mas por quê, papai? Eu quero continuar brincando! - Insistiu.

 

— Já brincaram muito, agora vamos lanchar e depois vamos para a casa! - Falei.

 

— Ah, não papai, me deixa...

 

— Eu já disse que 'não'! Vamos, Sam e eu estamos cansados e com fome, o seu irmão também! - Após me ouvir, ela embicou ainda mais contrariada.

 

Eu tinha que ter muita paciência. Lidar com ela não era fácil.

 

— Vem aqui, Ally, deixa eu arrumar o seu cabelo. - Sam chamou, a Hannah estava dentro do bebê-conforto quase cochilando.

 

Minha filha que estava toda descabelada olhou para a babá e balançou a cabeça, se recusando.

 

— Vá lá com a Sam, ela só quer te arrumar. - Falei.

 

— Não papai, então vamos logo embora! - Bateu o pé e ignorou a Sam.

 

— Alyson, me obedeça! - A encarei firme.

 

Ela sustentou meu olhar e depois acabou obedecendo, e foi toda amuada para perto da babá que a esperava com uma escova de cabelo e uma presilha vermelha. Sam penteou e prendeu o cabelo da minha filha que não estava nada satisfeita.

 

Por quê a minha garotinha tinha que ser tão arredia? Custava ela se aproximar da Sam que estava se esforçando para se dar bem com ela?

 

Depois daquilo fomos lanchar, as crianças pediram lanches com brindes e Sundaes. Sam pediu um hambúrguer duplo com bacon e Cheddar, fritas e refrigerante. Pedi o mesmo para acompanhá-la, gostei de ver o quanto ela tinha de apetite. Hannah já estava dormindo profundamente, pedimos McFlurry com cobertura. Paguei a conta e fomos para a casa todos satisfeitos.

 

[...]

 

P.O.V Da Sam

 

Assim que chegamos em casa, bem, por incrível que pudesse parecer, eu já me sentia à vontade na casa deles. Já se passava das 18h. As crianças estavam precisando de um banho, o Sr. Benson mandou Ally tomar banho, deixou as sacolas na sala e foi dar banho no Noah, ele não sabia se lavar direito e precisava de ajuda. Levei a bebê para o quartinho dela, tirei sua roupa e a fralda que troquei lá no shopping, ainda bem que na loja para bebês tinha um cantinho que servia de trocador.

 

Assim como o seu pai, eu também estava cansada. A banhei, coloquei um pijama com estampa de bolinhas coloridas. O Sr. Benson tinha comprado alguns calçados para o filho. Sorri para Hannah que tinha os olhos atentos em mim, a ergui e rocei o nariz em sua bochecha rosada, ela tinha aquele delicioso cheiro de talco, colônia para bebês e sabonete de lavanda.

 

— Depois vou preparar um caldo para você. Gosta de frango? - Cutuquei sua barriga lhe arrancando um sorriso, não podia mastigar, mas um caldinho de frango ela já tomava.

 

A coloquei no berço, deixando-a sentada e rodeada de pelúcia.

 

Fui para o meu quarto, tomei banho, me hidratei e coloquei algo confortável, já havia anoitecido. Fiz um coque no cabelo, passei pelos quartos dos meninos e eles não estavam lá. Ouvi vozes e depois gritos, vinham da sala.

 

— O que está acontecendo aqui? - O pai deles chegou logo atrás de mim.

 

As sacolas se encontravam abertas, as embalagens rasgadas e os brinquedos espalhados pelo carpete.

 

— Pai, diz para o Noah que os jogos de tabuleiro são meus! - Ally falou e puxou uma caixinha que o irmão segurava.

 

— SÃO MEUS TAMBÉM! - O garotinho gritou e ficou com o rosto vermelho.

 

— O PAPAI COMPROU PARA MIM! - O grito dela era estridente.

 

— Parem de brigar, são para os dois. Dividam! Comprei para brincarem juntos! - Sr. Benson disse tentando encerrar a discussão deles.

 

— Então, eu não quero mais! - Ela abriu a caixinha e jogou as pecinhas de um dos jogos no chão, vi dois dadinhos brancos rolarem e pecinhas se espalharem.

 

Noah começou a chorar e sentou no chão, empurrando uma das caixas que tombou no carpete.

 

— Ajunte isso agora! - Mandou a filha que olhou para ele com os olhos marejados, segurando choro.

 

— Não! O senhor só gosta dele e da Hannah! NUNCA GOSTOU DE MIM! - Gritou e se pôs a chorar.

 

Ele a olhou chocado, vi a pose de pai autoritário e sério se desmanchar. Fui pegar o Noah que ainda esperneava no chão, o choro agudo e sentido. Desviei dos brinquedos espalhados e o peguei.

 

— Quêm disse isso, filha? Por quê acha que só gosto dos seus irmãos? - Se aproximou dela que recuou, começando a soluçar.

 

— Nem a mamãe gostava de mim, ela não gostava de ninguém, ela sempre gritava com a gente e sacudia a Hannah quando ela chorava... - Disse triste e saiu correndo.

 

O Sr. Benson continuou parado no mesmo lugar, o olhar vago, a expressão indecifrável... Até fiquei assustada com o que ela tinha acabado de dizer.

 

Que tipo de mãe era aquela que era agressiva com os filhos? Até mesmo com uma bebê tão frágil e inocente?

 

— Freddie? - O chamei hesitante.

 

— Prepare o jantar para as crianças, por favor. - Pediu. - Vou arrumar essas coisas. - Ele tinha ficado abatido.

 

— Ah, certo. - Assenti. - Está com fome? - Perguntei para o Noah que sacudiu a cabeça de forma afirmativa. 

 

Desci ele o sentando no sofá e fui pegar a bebê que tinha ficado no berço. Eu costumava deixá-la no cercadinho enquanto preparava as refeições, assim ela ficava perto de mim e não chorava.

 

[...]

 

P.O.V Do Freddie

 

Ouvir aquilo da boca da minha filha me doeu muito, só me fez sentir o pior pai. Recolhi os brinquedos espalhados, ainda pensando em suas palavras. Sam havia visto e escutado tudo aquilo, o que me deixou constrangido pela situação. O que ela estava pensando de mim? Que eu era um pai ruim para os meus filhos? Eu os amava mais que tudo, mesmo não sendo um pai tão presente e afetuoso, os meus filhos significavam tudo para mim. Eram a minha vida. O meu mundo.

 

Ally havia se trancado no quarto, estava mais uma vez mais com raiva de mim. Minha filha era muito geniosa, sua mãe não era assim. Nem sei de quem ela havia herdado todo aquele temperamento. Minha ex-esposa era só um pouco estressada, ficava mais nervosa quando bebia... As malditas bebidas se tornaram o seu vício.

 

Ela não quis mudar por mim, nem por eles. E eu me sentia um pouco culpado por não ter conseguido ajudá-la a superar o vício. Eu devia ter insistido mais, ter lutado mais para tirá-la daquela vida e salvar o nosso casamento. Falhei como marido, como pai. Vi meu mundo desabar sem ao menos poder fazer nada.

 

Como eu pude fracassar?

 

Quando cheguei na cozinha, o cheiro delicioso vindo da panela inundou o meu olfato. Exalava ensopado de frango. Sam mexia na panela concentrada. Hannah ficou de pé se apoiando no cercadinho. Ally tinha começado a dar os primeiros passinhos com 11 meses. E Noah começou a andar com 1 ano. Do jeito que Hannah era inquieta, ela logo daria os primeiros passinhos.

 

Sam se virou e se deparou comigo, abriu um sorriso tímido.

 

— Conseguiu conversar com a Ally? - Perguntou se afastando do fogão.

 

— Não. - Respondi frustrado.

 

— Lamento. - Disse comovida.

 

Suspirei e resolvi sentar, precisava me abrir com alguém que não fosse a minha mãe, queria muito desabafar.

 

— Onde está a mãe deles? - Ela perguntou, sabia que estava curiosa à respeito.

 

— Quer mesmo saber? - A encarei.

 

— Só se quiser me contar. - Disse compreensiva.

 

— Melhor sentar, a história é longa. - Decidi me abrir com ela.

 

Por quê não? Talvez pudesse me fazer bem.

 


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Notas finais do capítulo

Então??? Chocados???

Será que ficou mais fácil de entender? Já sabem que a ex-esposa do Benson tinha problemas com o álcool e que ficava agressiva com os filhos... Inclusive fez algo horrível com a Hannah.

Algum palpite??? Onde será que ela está agora???

No próximo teremos um mega desabafo do Benson e flashbacks...

Curtiram Seddie no shopping com as crianças???

Estou amando escrever essa Fic. Ela é bem diferente das outras. Um desafio. Bjs