Alguns dias depois...

P.O.V Da Sam

— O Freddie lotou a geladeira de refrigerante, não comprou nem um engradado de cerveja. - Shane comentou pegando os arranjos de balões coloridos.

— É aniversário de criança. Se quer encher a cara, vá para um bar! - Wendy disse usando a bomba de encher balões.

Nos reunimos para prepararmos a festinha do Noah. Carly e Mandy estavam na cozinha com a minha sogra fazendo docinhos e salgadinhos.

Spencer apareceu rindo, vindo buscar mais balões para o enfeitar o jardim. O jardim era mais espaçoso que o quintal, além do mais, a piscina era um perigo para as crianças.

— O que foi? - Perguntei.

— Venham ver, pessoal! O Gibby ficou preso no Castelo inflável, a bunda dele não quer passar pela abertura da entradinha. - Riu ainda mais.

Corremos lá para fora, já tinha uma cama elástica montada, um escorregador, a piscina de bolinhas e nos deparamos com o Gibson preso no brinquedo, Freddie e Billy faziam força para puxar o meu amigo de lá.

Tirei o celular do bolso para filmar tudo.

— OH, MEU DEUS, GIBBY! - Carly passou por mim correndo e foi tentar ajudar o namorado.

Ela estava usando avental florido e tinha as mãos sujas de manteiga.

Shane se curvava de tanto dar gargalhadas.

— Vai lá ajudar, faça alguma coisa de útil. - Disse Wendy dando um tapa na cabeça dele.

Ele obedeceu a ruiva sem protestar.

Os rapazez uniram força, Carly dava gritinhos e pulinhos. Eles puxaram o Gibson que se soltou, ele escorregou para fora do Castelo inflável e acabou derrubando o Billy, o Freddie e o Shane que tinha ido dar uma forcinha.

Os quatro deslizaram de costas pelo escorregador macio do brinquedo e foram parar no gramado do jardim.

Só não derrubaram a Carly porque ela escapou por pouco.

Enquanto eu filmava tudo, tive uma crise de risos.

As crianças estavam lá na cozinha com a avó, Hannah e Olly dormiam feito anjinhos. Eu faria questão de mostrar para os pequenos os pais deles pagando mico. Olly já dava risadas do pai que vivia tropeçando nos brinquedos jogados no carpete.

Ally iria adorar zoar com a cara do Freddie.

[...]

— Tia, deixa eu ver o meu bolo? - Noah pediu.

Eu mesma fiz o bolo e ele não tinha visto, só queria fazer surpresa.

— Ainda não, Nonôh. Vamos limpar essa boquinha? Está toda suja. - O peguei no colo e o levei até à pia.

— Tia Carly me deixou comer chocolate. - Sorriu o sapequinha.

Os rapazes ainda estavam lá fora enfeitando o jardim. Dona Marissa preparou tantas coisas deliciosas com a ajuda da Carly e da Mandy.

Ally entrou correndo e se enfiou debaixo da mesa.

Freddie chegou na cozinha descabelado e todo suado.

— Alyson? - Chamou. - Isso não teve a menor graça! - Ele segurava um pedaço de balão.

Ouvi risadinhas abafadas.

— O que aconteceu? - Desci o Noah.

— Ele me atirou um balão cheio de água. Também acertou um no Shane. - Contou me fazendo rir.

Não era suor, a danadinha tinha molhado ele.

— Ela tá debaixo da mesa, papai. - O pequeno dedurou.

Ally engatinhou para fora, saindo do esconderijo e tentou escapar.

— Te peguei! - Freddie se abaixou e a segurou.

— Ai, papai! - Exclamou.

— O que já te falei sobre os balões d'água? - Ergueu ela.

— Freddie, é uma brincadeira épica. - Comentei.

— Ah, é mesmo? - Sorriu maldoso.

Ele tirou um mini-balão do bolso e arremessou em mim. O balãozinho laranja estourou na minha testa.

— Ei! - Exclamei e as crianças riram. - Você me paga! Isso não vai ficar assim! - Avisei.

Me apressei enchendo um copo usando a água da pia.

— CORRE, PAPAI! - Noah gritou.

Freddie correu e eu disparei atrás dele, foi quando acabei dando uma trombada com a minha sogra e acabei molhando ela.

— Caramba! - Paralisei diante dela.

— Sam! - Dona Marissa arregalou os olhos.

Molhei a blusa dela sem querer.

— Oh, meu Deus! - Segurei o copo vazio. - Me desculpa, eu não queria... Dona Marissa, eu... - As crianças explodiram em gargalhadas.

Nossos amigos apareceram, eles olharam do copo em minhas mãos e para a minha sogra molhada.

— A culpa é do seu filho! - Apontei para o moreno que sorria.

— Tá tudo bem, querida. - Fez um gesto de descaso e acabou rindo.

— Você me paga... - Sibilei para o meu namorado e ele prendeu o riso.

— As mesas e as cadeiras chegaram. - Carly informou.

Freddie foi receber as coisas alugadas.

— Bom, vou trocar de roupa. - Sra. Benson e nossos amigos tinham as bolsas com as mudas de roupas lá no quarto.

Eles só iriam embora quando a festinha do Noah acabasse.

— A Hannah acordou. - Mandy surgiu com o filho no colo.

Me apressei indo pegar a bebê.

[...]

P.O.V Do Freddie

Os convidados chegaram, a maioria criança. Convidei vizinhos que trouxeram seus filhos e outros amigos que também trouxeram até os sobrinhos. Ver meu filho tão alegre também me deixava feliz. Meu rapazinho estava completando 5 aninhos. Nunca vou esquecer de sua expressão quando Billy e Gibby chegaram no jardim carregando o bolo que a Sam fez para o meu pequeno.

Noah saiu correndo para ver o bolo de três andares. A loira caprichou na cobertura temática, fez até bonequinhos de pasta americana, Minions comestíveis para a alegria da criançada.

A mesa do bolo estava repleta de docinhos amarelos e Cupcakes azuis.

Ally convidou os coleguinhas e isso incluía o Wesley.

Tive que aturar os dois juntos na festinha da Laura.

— Quer um pouco de brigadeiro de copo? - Sam me ofereceu.

Abri a boca aceitando o doce, Sam riu me sujando.

Hannah estava na piscina de bolinhas com o Olly, ambos sendo supervisionados por Carly e Mandy que se davam super bem.

— Foi sem querer. - Minha namorada limpou minha boca. - O que tá fazendo aí parado? - Encheu a colherzinha.

Ela seguiu o meu olhar quando virou a cabeça.

— Não tô acreditando nisso... - Balançou a cabeça.

— Nem eu. - Falei incomodado.

— Para de ser bobo, eles estão só brincando. São tão fofinhos. - Enfiou a colher na boca.

— Mas ela não para de sorrir para ele... - Observei minha filha.

— Você quase deu chilique lá na festa da Laura. São apenas crianças. Nenhum deles têm maldade. - Disse com calma.

Vi Wesley segurar a mão da minha menina.

— Olha lá, amor, ele tá pegando na mão dela... - Cruzei os braços.

Sam começou a rir.

Ouvimos o grito do Noah, nos viramos ao mesmo tempo.

Meu filho estava bem na frente da mesa do bolo, impedindo que os coleguinhas se aproximassem.

— É meu! Tudo meu! - Ele estava com uma carinha de bravo.

As crianças queriam pegar os docinhos e beliscar o bolo.

— Segura e não come tudo, deixa que eu resolvo. - Sam me entregou o copinho de brigadeiro cremoso.

Ela correu para ir resolver a situação.

Noah podia ser muito teimoso e birrento quando queria.

[...]

Nos reunimos para cantar parabéns e cortar o bolo. Spencer parecia um tiozão, se deu bem com todas as crianças e se ofereceu para tirar as fotos. Os amigos da Sam eram todos legais, ainda bem que o Gibby não inventou de experimentar mais nenhum brinquedo.

Foi um sacrifício retirar ele do Castelo inflável.

Além dos brinquedos que alugamos, os Boots contrataram um senhor que fazia churros e um rapaz que trabalhava com Algodão Doce.

Carly e Mandy passaram quase 1 hora estourando milho para a pipoca.

O jardim estava uma bagunça, todo enfeitado e colorido.

A caixa de presentes estava cheia até a borda. Os adultos davam para contar nos dedos, a maioria dos pais deixaram os filhos na festinha porque tinham outros compromissos.

Wendy e Sam corriam para todos os lados, pegando as crianças mais danadas que mexiam em tudo. O maior medo da loira era que o bolo fosse derrubado.

— Vou colocar ele lá no quarto do Noah. - Billy tinha o filho adormecido no colo.

— Vai lá, cara. - Já estava anoitecendo.

Minha mãe conversava alegre com a vizinha que veio com o neto de 4 anos.

A Mandy sentou para comer em paz, a coitada passou o dia na cozinha ajudando.

Ouvimos gritos e risadinhas, um grupinho de arteiros jogou o Spencer na piscina de bolinhas.

Sam se aproximou rindo com a Hannah no colo.

— Pega ela, vou trocar de blusa. - Notei a mancha de chocolate na roupa.

Minha caçula enfiou os dedos na boca.

Ela saiu me deixando com a bebê. Beijei a cabecinha do meu anjinho que cheirava à doce.

— Pula no colo do tio, não tenha medo! - Ouvi a voz do Gibson.

Quando olhei, vi Carly, Shane e Wendy em volta do escorregador.

Uma garotinha chorava lá no alto. Estava com medo de descer.

— Desce pela escadinha, linda. - Carly deu a volta.

Crianças sempre davam trabalho.

— Vou pegar ela. - Shane se prontificou indo subir no escorregador.

Logo os pais apareceriam para buscar seus filhos.

[...]

Metade do bolo se foi, a mesa de doces e salgadinhos ficaram vazias. Tinha cadeiras tombadas e balões estourados no gramado. Com a ajuda dos rapazes, carreguei a grande caixa com os presentes para dentro de casa.

Spencer começou a empilhar as mesas alugadas.

Os convidados foram embora, meus amigos e minha mãe permaneceram para nos ajudar a arrumar as coisas.

Sam foi colocar a Hannah para dormir.

Desmontamos os brinquedos, levamos tudo para área da piscina. A limpeza do jardim iria ficar para o dia seguinte.

— Ainda bem que sobrou torta salgada. - Sam apareceu usando um moletom surrado.

Seus cachos estavam presos num coque despojado e ela estava com o rosto limpo.

Ainda mais linda toda natural. Completamente adorável.

— Cansado, bebê? - Fez bico se aproximando com o pratinho.

— Você nem imagina. - Desabei sentando no sofá.

Ela sentou no meu colo. Abracei seu corpo macio, encostando o rosto em seu ombro.

Sam continuou comendo a torta de frango. Se deliciando.

Nossos amigos foram embora depois de ter nos ajudado com toda a bagunça. Minha mãe fez o mesmo.

A campainha tocou, Sam saiu do meu colo. Mesmo cansado e com preguiça, levantei indo atender a porta.

Foi então que dei de cara com o meu pior pesadelo.

Minha ex-mulher estava ali segurando uma caixa de presente.

Ela estava tão mudada.