My Dear Babysitter - Concluída escrita por Julie Kress


Capítulo 3
Primeiro Dia


Notas iniciais do capítulo

Hey, galera!!!

Como estão??? Estou ótima!!!

Atualizando aqui rapidinho!!!

Caramba, ficou maior do que eu imaginava... Dei só uma básica revisada. Ignorem qualquer errinho, ok? Depois reviso de novo.

Aproveitem o mega capítulo!!!



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No dia seguinte, às 07h:42min...

 

P.O.V Da Sam

 

— Vou sentir tanto a sua falta, amiga. - Carly me abraçou chorosa.

 

Apertei seu corpo delicado contra o meu sentindo o seu cheirinho de cereja.

 

— Eu também, Sam. Você vai fazer falta mesmo, principalmente nas noites de sexta. - Lamentou o namorado da minha amiga, me fazendo rir.

 

— Gibby! - A morena exclamou ralhando com ele e eu ri.

 

— Brincadeira, amorzinho. - Ele riu sem jeito. - Mas quem vai fazer lasanha agora? Nossas sextas não serão mais as mesmas! - Disse brincalhão me puxando para um forte abraço.

 

— Prometo te passar a receita, o segredo tá no molho! - Dei tapinhas nas costas dele.

 

Gibby me soltou e Carls me olhou com aqueles olhos meigos marejados.

 

— Promete me ligar quando tiver tempo? - Fungou.

 

— Claro, Carls. Ligarei ou mandarei mensagens. - Sorri quando o grandão a abraçou de lado lhe dando consolo.

 

Eles formavam um belo casal apesar das diferenças.

 

— E mais uma vez, obrigada por tudo. Vocês são bons amigos, jamais esquecerei o que fizeram por mim. - Me emocionei muito grata.

 

Eles tinham me acolhido e me ajudado com tanto carinho. Ambos incríveis com o coração maravilhoso.

 

— Vou te ajudar. - Meu amigo se ofereceu para pegar minhas poucas bagagens.

 

Sim, amigo. O Gibson havia se tornado um irmão, assim como a Shay que era como uma irmã para mim.

 

Abracei a morena mais uma vez e fui embora com o coração apertado, ela ficou chorando e eu me segurava ao máximo para não derramar as lágrimas... Sempre odiei despedidas.

 

— Posso te dar uma carona, não custa nada. - Deixou minhas bagagens na calçada.

 

— Sério mesmo, agradeço, mas não precisa. Já chamei um táxi, não confio em motoristas de aplicativo. Vá lá consolar a Carls, nós dois sabemos o quanto está sendo difícil para ela, e ela precisa de você agora. - Afaguei seu braço.

 

— Então se cuida, Sammy. - Disse quando vimos o táxi se aproximar, era o senhor que chamei. - Se o seu patrão se engraçar para o seu lado, não hesite em me ligar, dou um jeito nele rapidinho! - Estalou os dedos e realmente estava falando sério.

 

— Relaxa, pode ficar tranquilo. O senhor Benson não parece ser desse tipo, e eu sei me cuidar, Gibs! - Garanti.

 

Ele sorriu e assentiu, o táxista estacionou e foi ajudado pelo Gibson a colocar tudo no porta-malas, além das minhas roupas em duas malas, eu ia levando três caixas com sapatos e alguns pertences.

 

Entrei no automóvel e acenei para o grandão, que acenou de volta e assim parti, a casa do Sr. Benson ficava um pouco longe, mas eu poderia visitar meus amigos nos finais de semana, por isso não fiquei tão triste. 

 

Mas com certeza eles me fariam falta, acabei me acostumando a vê-los todos os dias. Enfim, eu tinha que tocar a vida, já tinha conseguido um emprego e aquela seria uma nova fase, e aquilo já me animava.

 

"Dessa vez sinto que tudo vai dar certo... Terei um lar e um salário bom para o meu próprio sustento, vou poder pagar minhas dívidas e posso ir guardando um dinheirinho para poder comprar uma moto."

 

[....]

 

Cheguei na casa dos Benson por volta das 08h:15, foi dona Valentina quem atendeu a porta. Era a senhora que cuidava da limpeza da casa. Alyson e Noah estavam na escola, eu teria que ir buscá-los às 11h. Hannah estava dormindo no berço lilás e branco, o quarto dela era uma gracinha, tinha bichinhos de pelúcia e tudo estava arrumado, dona Valentina fazia um excelente trabalho.

 

Conversamos um pouco, ela era casada e tinha quatro filhos, todos adolescentes. Seu marido era porteiro e ela fazia faxina em três casas, não perguntei sua idade, mas Valentina devia ter uns quarenta e poucos anos, era uma mulher bonita apesar de usar vestes simples, seu cabelo preto estava preso num coque bem caprichado.

 

Ela foi embora às 10h, fiquei sozinha com a bebê, a pequena acordou e abriu um berreiro, a babá-eletrônica estava ligada e eu me assustei com o aparelho sobre a bancada, corri para ver a bebê, ela estava se esperneando no berço, a peguei desajeitadamente.

 

— Pronto, pronto... Já estou aqui! Shh, não chora, neném... - Tentei acalmá-la.

 

Andei pelo quarto, de um lado para o outro. Aos poucos ela foi se acalmando e parou de chorar. Sentei na poltrona cor de creme, a ajeitei no meu colo e olhei para seu rosto angelical.

 

Os grandes olhos eram castanhos e brilhantes e as bochechinhas rosadas eram adoráveis. Me olhava curiosa, o olhar fixo nos meus cabelos soltos. Devia estar fascinada com a cor.

 

— Que tal um baninho, bebê? Vamos pôr uma roupa limpa e trocar essa fralda. Hum... O que acha? - Falei com ela que piscou e balbuciou algo.

 

Abriu um sorriso mostrando os três dentinhos. 

 

A deixei no berço sentada, ela já engatinhava e logo agarrou um coelhinho amarelo de pelúcia, e ficou entretida. Preparei a banheira, era rosa e deixei os produtos para banho ali sobre a cômoda onde estavam suas roupas, perfeitamente dobradas em cada gaveta.

 

Peguei Hannah e coloquei no trocador, tirei o pijama e a fralda. Com cuidado a levei para a banheira, com água na temperatura ambiente. E para minha surpresa ela não chorou, apenas ficou agitada e quase escapou das minhas mãos inexperientes, e foi por pouco... Com o coração à mil, a segurei num desespero que só Deus sabe, devo tê-la apertado, pois a pequena se pôs a chorar... Tadinha.

 

— Shh, shh, já passou, já passou... Me desculpe. - A tirei da água e abracei seu corpinho frágil e pequeno, eu estava tremendo e ainda nervosa... E não era para menos.

 

Quase deixei a coitadinha cair e se afogar.

 

Seu corpo era macio e ficou muito escorregadio, dei um banho rápido e com o maior cuidado do mundo. O shampoo e o sabonete tinham um cheirinho delicioso. Enrolei Hannah na toalha estampada com gatinhos coloridos e a sequei no trocador.

 

Pus a fralda, uma calcinha branca bordadinha, um short lilás e uma blusinha combinando. Nada de sapatos, apenas calcei meias amarelas nela. Seus cabelos castanhos-escuros eram levemente ondulados, os penteei e os enfeitei com uma tiara de tecido sedoso da cor das meias

 

— Hum... Tá cheirosinha agora, hein? Dá vontade de te morder. - Aspirei seu cheirinho de neném limpinho e perfumado, e cutuquei sua barriga. - Agora vamos, comer Han. Posso te chamar de Han, né? - Ela parecia uma bonequinha de porcelana.

 

A pequena soltou uma daquelas risadas gostosas de se ouvir. Que só os bebês conseguem dar e te faz rir também.

 

Agarrou um dos meus cachos e riu de novo. É, parece que eu tinha arrumado uma amiguinha...

 

[...]

 

— Caramba! Já são 11h:20min! - Me alarmei quando chequei as horas. - Estou atrasada. Tenho que buscar os seus irmãos! - Limpei sua boca.

 

Hannah já tomava sopinha, suco, e ainda tomava mingau também. Ela tinha 9 meses, o que era bom, já tomava vitaminas e caldos também. Dei pra ela a sopa de frango que dona Valentina tinha preparado antes de ir embora, os pedaços eram bem molinhos e desfiados.

 

A tirei da cadeirinha e peguei as chaves do carro que estavam penduradas no gancho, quando cheguei na garagem com Hannah em meu colo, me deparei com o Chevrolet Spin prateado. Era um belo carro tamanho família, além de lindo, era super espaçoso e aconchegante.

 

Prendi a pequena na cadeirinha, lhe entreguei o seu coelhinho amarelo. 

 

— Vou chamá-lo de Sr. Orelhudo! - Ri e fechei a porta.

 

Adentrei e ocupei o lugar ao volante e coloquei o cinto de segurança, nunca tinha dirigido um carrão como aquele. Ainda bem que não era uma mini-van.

 

Fiquei feliz quando consegui manobrá-lo para fora da garagem, que era enorme por sinal. Fiquei imaginando como seria o carro do Sr. Benson, ele até não podia ser rico, mas com certeza tinha uma boa grana para poder manter a casa e sustentar três filhos, e ainda por cima pagar meu salário.

 

2.200 dólares era mais do que eu poderia imaginar, e fiquei sabendo por Valentina que ele pagava 30 dólares por horas extras... Ah, era mesmo uma maravilha.

 

O endereço da escola onde as crianças estudavam estava anotado no meu bloco de notas, no celular. 

 

E quando cheguei lá, levei bronca de uma professora chata e carrancuda, que me chamou de irresponsável, que deveria ser mais pontual e blá, blá, blá... Apenas segurei a língua, sorte dela que eu estava com Hannah em meu colo. 

 

Noah estava vermelho de tanto chorar. Pobrezinho, me senti um pouco mal por aquilo... Tinha atrasado quase meia hora. Alyson nem sequer falou comigo, apenas entrou no carro emburrada e ligou o vídeo game portátil, uma musiquinha alta e irritante rompeu o silêncio.

 

Liguei o Chevrolet e dei partida... A culpa era minha. E ela com certeza ia me dedurar para o Sr. Benson. 

 

O que ele pensaria de mim? 

 

Minutos depois...

 

— Estão com fome? - Perguntei para eles.

 

O garotinho apenas assentiu e sua irmã me ignorou. Largou a mochila com estampa da Monster High, era fã do tal desenho, eu já tinha dado uma olhada em seu quarto, os enfeites, colcha de cama, e toda a decoração era do desenho das monstrinhas charmosas e bonitinhas.

 

Na idade dela, eu curtia a Mulher Maravilha e a Mulher Gato, tinha um monte de HQ's e pôsteres delas no meu quarto, e a partir dos 13 anos comecei a curtir bandas, de Rock é claro.

 

— Primeiro você vai tomar banho. Gosta de sopa? - Peguei a mochila do Noah que ainda estava acanhado e me olhava receoso.

 

— A única que toma sopa no almoço é a Hannah. Ela ainda é bebê e não come alimentos sólidos. - A espertinha falou me encarando séria.

 

— Ajunte a sua mochila e vá já para o banho. Vou preparar o almoço, acredito que tenham lanchado na escolinha, certo? - Sustentei seu olhar.

 

Pulso firme... Seu pai disse que eu teria que ter pulso firme com a pequena rebelde.

 

— Dei meu lanche para o Noah, o palerma sempre deixa que os outros tomem dele. E ninguém liga, a professora dele finge que não vê. - Falou irritada.

 

Fiquei pasma com aquilo.

 

— Roubaram o seu lanche? - Me abaixei ficando da altura do garoto.

 

Noah abaixou a cabeça e fungou.

 

— Ele é um bobão que só sabe chorar e...

 

— Não fale assim do seu irmão! Ele só tem 4 anos! Por quê não tenta ajudá-lo? Devia contar para o pai de vocês! - Talvez eu tenha me alterado um pouquinho.  

 

— Ele só tem tempo para o trabalho! Não grita comigo, sua chata! Você é igual as outras! - Me olhou raivosa. - Devia ir logo embora! - Falou antes de sair pisando duro. 

 

Seu irmão começou a chorar e eu fiquei ali sem saber o que fazer.

 

[...]

 

— SAI DAQUI, NÃO DEI PERMISSÃO PARA ENTRAR NO MEU QUARTO! - Gritou bravinha me tacando um travesseiro.

 

— Seu quarto é maneiro! - Juntei o travesseiro e sorri me aproximando. - Posso sentar? - Apontei para a cama.

 

Virou o rosto e fingiu não me ouvir, sentei mesmo assim, Alyson era geniosa. Naquela idade, confesso que já dava um pouco de trabalho para a minha mãe, ela costumava me chamar de 'Coisinha emburrada'.

 

— Me desculpe por ter falado naquele tom. Eu apenas fiquei indignada com a situação que o seu irmãozinho passa na hora do...

 

— Isso não é da sua conta. - Me interrompeu. - Você não...

 

— Me deixar falar, ouça e depois fale o que pensa. Vou respeitar você e quero que também me respeite, está bem? Só quero poder ajudar e parece que você nem se importa, o Noah só tem 4 anos e ele precisa de alguém que fale por ele, ou quer que os coleguinhas dele continuem tomando o lanche dele? - Finalmente consegui sua atenção.

 

— Já tentei dizer para o papai, mas ele nunca me escuta! Sempre está ocupado demais, a vovó diz que ele só vive para o trabalho. - Fez careta.

 

— E a sua mãe? - Perguntei cautelosa.

 

E de novo, ignorou minha pergunta e deu de ombros. Suspirei. Será que o Sr. Benson era viúvo? Ou cada um deles eram filhos de mães diferentes? 

 

— Ajudei o seu irmão com o banho e ele já comeu. Agora só falta você. Tire esse uniforme e vá tomar banho, vou esquentar o seu almoço. - Falei mudando de assunto.

 

— Não quero, me deixe em paz. - Deitou ficando de frente para a parede pintada de violeta.

 

— Está bem, quando a fome apertar sei que vai sair do quarto para comer, me avise porque não quero você mexendo no fogão e nem no micro-ondas. - Levantei quando a luz do aparelho da babá-eletrônica acendeu e o choro estridente soou pelo aparelhinho branco, ele cabia no meu bolso, o outro aparelho era maior e estava perto do cercadinho da Hannah. 

 

Saí apressada para ir ver a bebê, ela tinha acordado da soneca após brincar até cansar e cair no sono.

 

[...]

 

— O que está fazendo, Noah? - Perguntei para ele que estava sentado e concentrado, rabiscando algo no caderno.

 

— Dever. - Ele continuava tímido na minha presença.

 

— Precisa de ajuda? - Ajeitei sua irmã no colo, a pequena estava com as mãozinhas babadas e ria pro nada, não parava de fitar meus cachos. 

 

A cor do meu cabelo chamava a sua atenção.

 

O garotinho negou balançando a cabeça. Me abaixei para olhar o dever, era uma lição de cobrir vogais, sorri para ele e fui preparar uma vitamina para eles, a mais velha continuava trancada no quarto, a garotinha era mesmo osso duro de roer.

 

Já se passava das 15h. Eu olhava o mural com a rotina deles, entediada. Noah estava tomando a vitamina de banana e mamão com biscoitos de aveia, o Sr. Benson disciplinava os filhos até demais, e aquilo era meio que... Sei lá, quando eles tinham tempo para se divertir?

 

'Ally, aulas: Segunda: Balé. Terça: Piano. Quarta: Ginástica. Quinta: Natação.'

 

Tinha horário para comer e fazer todos os deveres, e praticar as atividades em casa.

 

'Noah, aulas: Segunda: Judô. Terça: Pintura. Quarta: Karatê. Quinta: Jogos de tabuleiro.'

 

Jogos de tabuleiro? Mas o quê? Por quê não podia ser uma ativadade mais útil como praticar algo mais educativo? 

 

Sexta, sábado e domingo eram dias de descanço, já que não tinha nada marcado. Talvez ele saisse com os filhos como um programa em família, ou algo do tipo, passeios, parque...

 

— Noah? - O chamei.

 

— O quê? - Me olhou, sua boca estava toda lambuzada e suja com farelos de biscoito.

 

— Seu pai leva vocês para sair? Vão ao parque ou na pracinha? - Indaguei.

 

— Ele só leva a gente para ver a vovó. - Respondeu.

 

É, pobres crianças, aquilo tinha que mudar. Eu ia trazer a diversão para aquela casa ou levar eles para curtir um pouco. Eram apenas crianças e tinham o direito de correr, brincar e fazer amiguinhos.

 

— Hoje tenho Karatê. - Disse me lembrando, ainda bem, pois eu já tinha até esquecido que quarta-feira.

 

[...]

 

— Você fica uma gracinha com esse roupão. - Sorri terminando de arrumar sua faixa.

 

Noah riu e Hannah engatinhou vindo para perto de mim.

 

— É um Quimono sua, burra. - Me corrigiu Alyson revirando os olhos. - E os trajes de Judô se chamam Judogui, são 4 peças. - Explicou toda orgulhosa.

 

— Quimono e Judogui, okay. Obrigada por me explicar, pequena Sabe-tudo. - Sorri para irritá-la.

 

— Não me chame assim. Nada de apelidos. Você é tão chata. - Bocejou fingindo tédio.

 

Ela me esperava impaciente, com a bolsa de ginástica no ombro.

 

— Gostou da minha faixa? - Seu irmão apontou para o acessório branco preso no Quinomo.

 

— Sim. Muito legal, pequeno Ninja. Toca aqui! - Levantei um punho e alegre, ele deu um soquinho no meu ponho.

 

— Não acho que o termo correto seria Ninja, mas...

 

— Ninguém te perguntou nada, espertinha. - Eu disse e a danada me mostrou língua.

 

— Vamos logo, sua chata, não quero chegar no meu treino atrasada. - Me apressou, ela praticava Ginástica desde os 6 anos.

 

Peguei a bolsa de Hannah, eu havia preparado uma mamadeira com mingau, também tinha a garrafinha com água, uma muda de roupas limpas, calcinha, duas fraldas, talco, pomada para assaduras e lenços umedecidos.

 

Teria que deixar primeiro a Ally no treino, e levar o Noah para a aula de Karatê, onde eu teria que acompanhá-lo, ambas as aulas/treinos terminavam às 17h:15min...

 

— Está preparada, Han? Temos uma longa tarde pela frente. - Peguei a bebê que sorriu para mim, exibindo as covinhas fofas.

 

[...]

 

Chegamos em casa, eu estava cansada, a bebê dormiu a maior parte do tempo no bebê-conforto. E só de assistir a aula do Noah, cansei apenas de ficar lá sentada, algumas mães se distraiam fofocando e falando do professor gostosão, e confesso que o homem era um pedaço de mau caminho mesmo, moreno, alto, musculoso e os olhos verdes então... Jesus.

 

— Você nem almoçou. Se o seu pai souber, não vai gostar nada disso. - Reclamei com a Ally.

 

— Tomei suco de uva, também comi biscoito de chocolate e salgadinhos. - Retrucou não se importando.

 

— Tia Sam, me ajuda no banho? - O pequeno puxou minha blusa.

 

— Ela não é nossa tia, Nonôh! - Usou o apelidinho carinhoso dele.

 

— Ela deixou, disse que posso chamar, não é, tia Sam? - Abraçou minha perna.

 

— Sim, anjo. - Fiz carinho na cabeça dele. - Se quiser pode me chamar também. - Ajeitei Hannah em meu colo, uma das mãozinhas estava segura num cacho meu.

 

— Você não é minha tia. - Fez careta. - Não gosto de você. - Deixou bem claro.

 

— Por quê? O que eu fiz para você não gostar de mim? Noah e Hannah já gostam de mim, e também quero me dar bem com você. - Falei com calma.

 

— Não quero ser sua amiga. Você é a babá e também é muito chata. - Empinou o nariz e saiu carregando a bolsa azul de ginástica.

 

— Ela é sempre assim? - Olhei para o garotinho agarrado em minhas pernas.

 

— Ela se irrita com tudo. - Respondeu em voz baixa. 

 

Nossa... Aquela menina era mesmo complicada de lidar.

 

Hannah se espremeu toda e fez um barulhinho familiar em meu colo.

 

— Acho que uma mocinha sujou a fralda. - Ri cutucando a barriguinha dela que logo exibiu os poucos dentinhos.

 

[...]

 

— Que horas o seu pai chega do trabalho? - Terminei de alimentar a bebê e a deixei na cadeirinha de alimentação.

 

— Tô com fome. - Noah reclamava.

 

— Estou falando com você, Ally. - Levei a tigelinha e a colher de plástico até a pia.

 

— Por quê quer saber? - Ela só vivia emburrada.

 

— Pois vou preparar o jantar agora. O que costumam comer? Ele janta com vocês, né? - Indaguei curiosa.

 

— Às vezes. - Deu uma resposta vaga. - O que vai fazer? - Quis saber. - O papai gosta de frango. - Falou sem tirar os olhos do VG portátil.

 

— Vou ver o que tem na geladeira. - Tirei sua irmã da cadeira de alimentação e a coloquei sentada no carpete de borracha, parecia um tatame colorido.

 

— Tá. - Deu de ombros. - O Noah está com fome e daqui à pouco vai ficar enjoadinho, e ele chora muito. - Disse ainda jogando.

 

Peguei o pote de biscoitos de maisena para deixar o pequeno entretido.

 

Eles tinham bastante frutas, verduras, legumes e hortaliças. Achei potes de geléia, iogurtes, e nenhum empanado ou algo do tipo. Tudo era bem regrado, alimentação saudável e tudo mais.

 

Peguei uma bandeja com peito de frango. Escolhi alguns ingredientes e vasculhei os armários atrás do que precisava. Já tinha tudo em mente.

 

O jantar ficou pronto, servi os dois que estavam mais do que famintos.

 

Frango à parmegiana com molho branco, um arroz bem caprichado com o meu toque especial, e fiz suco de laranja. Algo rápido, saudável e gostoso, bem simples de fazer.

 

— Está gostoso? - Perguntei após me servir também.

 

Já se passava das 19h:30min e nem sinal do Sr. Benson.

 

Noah assentiu mastigando e a menina deu de ombros, segurei o riso. Era só uma criança apesar de ser resmungona e metida à espertinha.

 

Comeram tudo e não quiseram repetir, ambos aprovaram a minha comida, apesar da danadinha não admitir.

 

Terminei de comer e levei a louça toda para a pia.

 

— Não esqueçam de escovar os dentes. - Falei antes deles se retirarem da cozinha.

 

A bebê acabou pegando no sono ali mesmo no carpete para engatinhar. A peguei com cuidado e a carreguei até o quarto dela, ajeitando-a no berço e cobrindo com a manta.

 

Liguei a babá-eletrônica e saí dali com o outro aparelho menor no bolso, deixando a porta encostada. Passei no quarto do Noah para ajudá-lo com o pijama, a decoração do quarto era uma gracinha, ele amava a Patrulha Canina.

 

Ele pegou no sono rapidamente. 

 

— Você não sabe bater na porta não? - Alison estava pondo o pijama, quase gritou me olhando toda corada.

 

— Me desculpe, mas não precisa ter vergonha de mim. Também sou menina. - Ri.

 

— Você é grande e tem seios. Eu não! - Ela sempre tinha resposta na ponta da língua?

 

— Okay, mocinha. Não vou mais entrar sem bater. E a propósito, adorei o pijama! - Pisquei para provocá-la.

 

Era um conjuntinho com estampa de gatinhos.

 

— Sai daqui! - Fez menção de jogar uma escova de cabelo.

 

Fui rápida me retirando e fechando a porta enquanto ria.

 

Alyson Benson era mesmo uma ferinha.

 

[...]

 

O meu quarto era o de hóspedes, decoração simples e bonita. Paredes cor de creme enfeitadas com cortinas azuis-celestes, com bordados delicados brancos na barra. Tapetes no mesmo tom das cortinas, a cama era de casal, tinha um roupeiro com duas portas, e uma cômoda cinza com quatro gavetas. Um abajur bonitinho, acendi me deparando com a luz amarelada num tom fraquinho. 

 

Sentei na cama sentindo a maciez do colchão, a colcha era clarinha e os travesseiros bem fofos, eu já tinha dado uma olhada no banheiro, era pequeno, com pia de porcelanato, azulejos azulados, com um armário simples e espelho oval acima da pia.

 

Levantei tirando a blusa, retirei o sutiã e vasculhei a gaveta da cômoda procurando uma das minhas regatas surradas, eram bem confortáveis e eu as usava para dormir. Continuei com o meu shortinho de tecido macio, era um daqueles de conjuntinhos para dormir. Fui escovar os dentes, já tinha domado banho antes do jantar, domei meus cachos num coque frouxo e fui ver se não tinha esquecido a TV da sala ligada ou algo fora do lugar.

 

A louça estava lavada e secando no escorredor. Também tinha catado os brinquedos espalhados pela casa, e os guardei numa caixa grande de plástico. Fui até a cozinha tomar um copo d'água. Desliguei a luz e voltei para a sala indo pegar o aparelho da babá-eletrônica, o outro estava no quarto.

 

Me assustei quando dei de cara com o Sr. Benson, ele tinha acabado de chegar e estava afrouxando a gravata.

 

— Por Deus! - Dei um passo para trás pondo uma das mãos sobre o peito, meu coração tinha disparado.

 

— Me desculpe, não quis assustá-la. - Minha nossa, como era bonito de terno, gravata e sapatos sociais.

 

Sua maleta estava no chão. 

 

— Sem problemas. - Falei desconcertada me dando conta de que meu pijaminha curto não era nada adequado.

 

Cruzei os braços sobre os seios, escondendo os bicos salientes sobre minha regata cinza-clara.

 

Já se passava das 20h. Ele logo desviou o olhar e coçou a garganta.

 

— O senhor vai jantar? - Perguntei pegando o bendito aparelho que tinha ido procurar.

 

A luzinha piscava azul. 

 

— Sim. Não se incomode, eu mesmo preparo algo rápido. Já pode ir deitar. - Pegou a maleta marrom.

 

— Fiz o jantar. Posso esquentar enquanto o senhor... - Comecei a gesticular. Qual era o meu problema? - Toma banho? - Sugeri, meio que perguntei feito uma idiota.

 

— Ah, claro. Se não for incômodo algum. - As crianças já estão dormindo? - Perguntou olhando em meus olhos, ainda bem que não estava olhando para meu corpo... Já estava sendo meio constrangedor.

 

— Não sei se a Alyson pegou no sono, ela é um pouco agitada e estava jogando aquele joguinho com a musiquinha... Irritante. - Respondi hesitante.

 

— Ah, entendo.. - Assentiu e suspirou, parecia bem cansado. - Pode confiscar se ela estiver jogando o tempo todo. Deixe apenas ela jogar meia hora por dia e depois o guarde. - Era uma ordem.

 

— Sim, senhor. - Assenti rapidamente.

 

Ele passou perto de mim e eu pude sentir o cheiro de sua colônia masculina, aquele toque amadeirado com uma mistura de almiscar. Apertei o aparelho em minhas mãos e mordi o lábio inferior, era um homem muito bonito.

 

Logo tratei de espantar qualquer pensamento inapropriado sobre meu patrão e fui esquentar seu jantar. Ainda tinha que abordar sobre o problema com o Noah, sobre o que ele passava na escolinha com os lanches roubados pelos coleguinhas... Não era um assunto tão fácil.


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Notas finais do capítulo

E esse foi o primeiro dia dela com as crianças, calma, que Seddie vai rolar nos momentos certos... A Fic está só no começo e tem bastante coisa pra rolar ainda...

O que acharam do primeiro dia dela como babá???

Gostaram das crianças???

O que será que houve com a mãe delas???

Algum palpite???

No próximo teremos a loira conversando com o patrão... E outras coisinhas... Veremos como ela vai se sair no dia à dia cuidando das crianças e interagindo com o Benson!!! Bjs



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