Amazing Grace escrita por Val Rodrigues


Capítulo 6
Capitulo Seis




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CAPITULO SEIS

Pov Manoela

Nós estávamos matando o tempo, assistindo um filme no sofá da sala, quando a campainha tocou e eu franzi o cenho surpresa.

— Quem  é? Perguntei.

— Vou ver. Ele disse levantando.

— Nathan, estava todo mundo te esperando para almoçar, por que você não apareceu? Alguém falou. 

— Era hoje? Ouvi Nathan perguntar. 

— É claro que era hoje. 

— Eu esqueci. As vozes ficaram mais perto e eu olhei para a porta.

— Onde você anda com a cabeça? Uma mulher jovem de cabelos longos e corpo bonito adentrou a sala interrompendo sua fala ao me notar, surpresa. Ela virou-se para Nathan. _ Por que não me disse que estava com visita?

— Você não deixou que eu falasse.

Nathan justificou e os dois trocaram um olhar como se conversasse por ele. Ela virou se mim com um sorriso no rosto.

— Oi. Eu sou a Megan, irmã do Nathan.

Estendeu a mão para mim e eu fiquei de pé aceitando seu cumprimento. Vi quando seu olhar se demorou mais em minha barriga do que em meu rosto e de repente me senti ansiosa. 

— Prazer. Sou Manoela. Falei e seu olhar voltou para meu rosto. Soltei sua mão buscando o olhar de Nathan pela sala. 

— Sua Manoela? Ela perguntou diretamente para Nathan e vi ele acenar concordando. _ É tão bom finalmente conhecer você.

Me abraçou de repente, me deixando surpresa. Seu olhar voltou a minha barriga assim que ela me soltou e pousei a mão sobre ela em um gesto inconsciente, mas tão natural para mim.

— Ah, me desculpa ficar olhando. _ Ela falou provavelmente notando meu incômodo. _ É que ainda é difícil para mim às vezes. Falou com a voz baixa, seus olhos estavam repleto de tristeza agora.

— Não tem problema. Falei não querendo que ela se sentisse mal por isso. 

— Eu posso? _ Perguntou erguendo a mão em sinal. Acenei concordando e ela se aproximou colocando suas mãos sobre minha barriga. _ Nossa, deve ser incrível. Falou com a voz embargada.

Olhei para Nathan em busca de alguma resposta, mas ele a olhava com o olhar triste.

— Como você se sente? Digo. Qual é a sensação de saber que tem uma vida aqui?

— É tudo novidade. Respondi . Ela riu.

— Deve ser mesmo. Sente algum incômodo? Perguntou interessada.

— As vezes. Acho que está começando a ficar pesada. 

— De quantos meses você está?

— Sete. 

— Você deve estar me achando uma abelhuda não é? Mal nos conhecemos e já estou te fazendo um monte de perguntas. Ela riu secando o rosto. Sorri também sentindo uma empatia de imediato por ela. 

— Tudo bem. 

— Por que não vocês duas não se sentam? Quer beber alguma coisa Megan?

— Água. Ela disse me puxando pela mão e nos fazendo sentar-se no sofá.

— Então.... Há quanto tempo estão juntos? Perguntou com interesse.

— Uns quatro meses. Respondi percebendo que parecia bem mais. 

— Você é tão sortuda. Nem toda mulher pode realizar este sonho. Sorri para ela, imaginando o que ela diria se eu contasse uma parte da minha vida, embora já desconfiasse que ela sabia de alguma coisa pela sua reação.

— Você tem filhos? Perguntei.

— Não. Meu corpo pensa que é velho demais para gerar uma vida. Revirou os olhos como se tentasse passar aquela de maneira despretensiosa. 

— Você não pode engravidar?

— Não. Infelizmente. Mas não vamos falar disso agora. Me conta, de onde você é? Está cidade não é tão grande e eu nunca te vi por aqui. 

Nathan entregou a água para ela e sentou se ao meu lado me dando um sorriso reconfortante.

Engatamos em uma conversa agradável e eu me surpreendi ao perceber quão fácil era manter um dialogo com ela. No meio da conversa, tomamos o sorvete que compramos mais cedo no Supermercado.

— Nossa. Eu me perdi no tempo. _ Ela falou olhando o celular. _ Preciso ir, Claudio deve estar me esperando há essa hora.

— O marido dela. Nathan respondeu minha pergunta muda e eu acenei concordando.

— Foi bom conhecer você, Manoela. Vamos nos ver mais vezes.

— Claro, foi bom conhecer você também. Ela me abraçou e depois repetiu o gesto com o irmão.

— Você precisa apresenta-la a nossa família logo, Nathan. Disse caminhando até a porta.

— Vou cuidar disso. Ele respondeu abrindo a porta para ela.

— Mas não demora. Estou indo, beijos.

Sorri, impressionada pelo seu jeito.

— E então? O que achou? Perguntou fechando a porta e vindo em minha direção.

— Ela é eufórica.

— Desde pequena. Sorriu me abraçando deixando um beijo na ponta do meu nariz.

— Ela é legal. Muito legal. _ Pontuei colocando meus braços em seu pescoço. _ Você falou sobre mim?

— Um pouco. Confessou me soltando e começando a recolher a louça que usamos.

— Sei. Falei me aproximando. Ele começou a lavar e eu alcancei o pano de prato secando.

Nathan interrompeu a tarefa, lançando um olhar sobre mim. 

— O que? Toquei meu rosto em busca de algo fora do normal.

— Depois que nos conhecemos eu não conseguia tirar o seu olhar da minha cabeça. Naquele dia na ponte, eu estava indo para a casa dela quando percebi o que estava acontecendo. Eu tive que explicar por que não consegui chegar e depois de tudo o que me contou eu precisava compreender o que sentia, ela sempre foi boa em dar em conselhos e me conhecia muito bem para saber que eu estava confuso, então eu acabei contando a ela. Não tudo, lógico, apenas parte do que me contou.

— Então ela sabe que eu...

— Ela deduziu, mas eu não entrei em detalhes. _ Balancei a cabeça pensativa. _ Amor, esta chateada? Refleti por um momento.

— Não. Acho que estou surpresa.

— Ela é de confiança, garanto isso, ou eu não falaria. Suspirei abraçando-o.

 _ Eu sei, confio em você.

— Mesmo? Ele perguntou abrindo um sorriso. Acenei concordando.

— Geralmente, fico apreensiva com a presença de algumas pessoas. Mas com você é diferente. _ Ele sorriu ante a minha revelação. _ Acho que, o fato de te ver arriscando sua vida para salvar a minha, me mostrou que você não era capaz de me fazer mal. Com você eu me sinto segura. 

— Sempre vou te proteger e cuidar de você. Sorri o beijando.

............................

 

 Pov Nathan

Me joguei no sofá totalmente desperto. Havia acabado de deixa-la na casa da Dona Giselia.  

Um sorriso bobo nasceu em meus lábios enquanto eu lembrava suas palavras. Ela confiava em mim. Isto era um grande passo para nós dois.

Suspirei começando a colocar minha ideia em pratica e trabalhei boa parte da noite. Fechei a porta atrás de mim ao perceber que finalmente tudo estava montado. Só esperava que ela gostasse da surpresa.

.................

— Você está linda. Elogiei, quando ela surgiu em meu campo de visão usando um vestido solto. Os longos fios pretos, caindo por seus ombros.   

— Acho que você está precisando de óculos. Brincou e eu a abracei beijando seus lábios de leve.

— Esta ansiosa? Perguntei percebendo que ela não parava de apertar as mãos.

Havíamos acabado de estacionar em frente ao restaurante em que minha família nos encontraria para jantar. Minha irmã e eu finalmente a convencemos de conhecê-los.

— Um pouco. Segurei sua mão e ela me olhou.

— Apenas respire amor. _ Pedi e ela o fez. _ Isso. Vai ficar tudo bem. Garanti e ela acenou não muito convencida.

— Sua irmã vai estar la, não vai? Perguntou.

— Sim, ela não perderia este jantar por nada neste mundo. Garanti tentando encoraja-la, já que Manoela ficava mais a vontade na presença de Megan. 

— Nathan, eu tenho que te contar uma... Manu começou e eu ouvi meu nome ser chamado atrás de mim, interrompendo-a sua narrativa.

— Que coincidência te encontrar aqui. Ela veio sorrindo me abraçar e eu pisquei surpreso.

— Oi Helen. _ Respondi e eu notei a Manoela ficar tensa no mesmo momento. Apertei sua mão na minha. _ Deixa eu apresentar vocês. Esta é a Manoela, minha namorada. Helen a olhou e depois para mim.

— Nossa, isso foi rápido. Comentou ignorando-a propositalmente, o gesto me incomodando por completo. 

— Amor, esta é a Helen, uma conhecida da minha família. Abracei minha namorada pelos ombros de lado e ela estendeu a mão com um sorriso educado.

— Uma conhecida da sua família? Helen retrucou, provocativa. Ela amava atenção por onde passasse, fosse boa ou ruim. _  Fomos bem mais que isto Nathan.

— Ficou no passado e você sabe disso.  _ Devolvi não querendo prolongar o assunto. _ Vamos amor.

Chamei olhando para a Manu que estava séria. Demos um passo e a voz dela soou atrás de nós.    

— Meus parabéns. Você sempre quis ser pai, não é mesmo? Eu é que nunca tive vocação para ser mãe. Manoela girou e eu a acompanhei.

— Obrigada. _ Disse e as duas se encararam. _ Espero que você possa mudar de ideia um dia. Vai ver como é maravilhosa a sensação de ter um pequeno milagre em seu ventre. Vamos amor, não podemos deixar seus pais nos esperando. _ Enfatizou e eu acenei concordando. _ Foi um prazer conhecê-la. Disse antes de sairmos.

— Ex-namorada? Ela perguntou quando nos afastamos. O semblante fechado e eu me segurei para rir de seu ciumes. 

— É passado amor. Respondi simplesmente. 

Meus pais já nos aguardavam a mesa quando enfim entramos em silencio.

—Oi pai. Mãe. _ Abracei os dois. _ Esta é a Manoela. Apresentei-os, virando para ela. _ Amor, estes são meus pais, Otavio e Kristin.

— É um prazer finalmente conhecê-la Manoela.

— O prazer é meu senhor Otavio. Eles apertaram as mãos e ela sorriu um pouco. Minha mãe ficou de pé.

— Como vai Manoela? Minha mãe perguntou se aproximando e beijou o seu rosto.

— Bem e a senhora?

— Tudo bem.

— Vamos nos sentar. Meu pai convidou.

— Megan ainda não chegou? Perguntei percebendo que minha irmã estava atrasada.

— Ainda não. Mas você conhece a sua irmã. Meu pai falou e eu sorri.

— Já virou um habito ela chegar atrasada. Expliquei quando Manu me olhou confusa.

— Já estão falando mal de mim? Megan perguntou se aproximando de mãos dadas com seu marido.

— Apenas a verdade. Meu pai brincou nos fazendo rir, em mais uma rodada de apresentações e cumprimentos.

O jantar ocorreu tranquilo entre muita conversa e risadas, e como eu imaginava, Manoela ficou mais a vontade com a presença da minha irmã.

Megan me olhou sorrindo e eu retribui.

Nós, tínhamos apenas dois anos de diferença de idade um para o outro, e isso, nos tornou grandes amigos, alem de irmãos.

Foi ela a me aconselhar a explicar aos meus pais toda a situação para que eles não fossem pegos de surpresa, e a ocasião transformar-se em algo desconfortável. Minha mãe chorou e meu pai me abraçou em um apoio mutuo.

Olhei minha namorada que conversava animadamente com minha irmã e sorri encontrando os olhos do meu pai no processo. Aparentemente, toda tensão havia se dissipado.

— Eu posso tocar? Minha mãe perguntou e ela ergueu o olhar surpresa, voltando-o para mim em expectativa. Sorri de volta, encorajando-a.

— Claro. Manoela respondeu colocando a mão dela no lugar exato em que nosso filho se mexia. Sim, nosso filho. Por que era assim que eu o via e esperava que a mãe dele também pudesse me ver assim.

— Nossa. _ Minha mãe falou encantada. _ Já faz tanto tempo que eu não sentia isso. É incrível.

Nós continuamos a conversar até o fim da sobremesa, quando Manoela se aproximou do meu ouvido.

— Vou ao banheiro. Acenei concordando e ela saiu.

— Gostei dela. Meu pai falou abraçando minha mãe pelos ombros.

Os dois se olharam em uma conversa muda. Eles sempre faziam isso. Sorri tranquilo. 

— Que tal um café? Perguntei, considerando estender por mais alguns minutos.

— Boa ideia filho. Peça um para mim, enquanto vou ao banheiro. Minha mãe pediu levantando. Acenei concordando.

 

 

Pov Manoela

A família de Nathan era legal, apesar do nervosismo inicial, tudo ia bem.  Sorri me olhando no grande espelho do banheiro, estava contente por poder tirar o peso dos ombros.

A porta abriu e eu me concentrei em lavar as mãos.

— Ora, ora. Nos encontramos novamente.

Ergui os olhos. Helen me olhava com um olhar nada agradável e começou a lavar as mãos ao meu lado.

— Pois é. Respondi me apressando a secar as mãos para sair dali. Não me sentia nem um pouco a vontade de conversar com ela, ainda mais quando ela agia como se fossemos velhas conhecidas.

— Sabe o que eu acho estranho? Começou questionando.

— Como é? Ergui os olhos para olha-la.

— Concorde comigo que é uma situação no mínimo estranha. Quer dizer, vocês estão juntos a poucos meses, como você já pode estar grávida?

— Eu não acho que isto te diga respeito.

A cortei cansada de suas palavras.

— Você não negou. Observou vitoriosa. _ Nathan sabe? Eu não entendo. Por que ele aceitaria uma coisa assim? Perguntou mais para si mesma e eu senti meu sangue ferver. Segurei a borda da pia.

— Nathan e eu nos amamos.

Sua expressão séria abalou minhas estruturas e por um momento temi estar ali.

— Não esta confundindo amor com compaixão?

— Não entendi o que quer dizer. Devolvi. 

— Eu soube que vocês se conheceram em um trabalho de resgate. Nathan sempre foi assim, sempre quis ajudar as pessoas, os animais, o planeta. Por isso ele virou bombeiro. _ Ela riu com sarcasmo. _ Este era sempre o motivo de nossas brigas, ele tinha tanto potencial, por que se contentar com pouco? Se eu fosse você, reavaliaria este relacionamento.

— Mas ela não é você, Helen.


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Notas finais do capítulo

Vixi, tenso não é?



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