O que há além da morte? Além daquilo que podemos ver? - Os livros E as lendas sempre nos dão diferentes respostas para duas perguntas feitas por 90% da humanidade, os outros 10% são os que acreditam sem nenhuma dúvida sobre para onde vamos quando terminamos nossa missão nesse plano.

Nós anjos também não temos respostas para todas as perguntas, mas sempre ouvimos falar que os anjos nascem na terra e quando tem uma missão diferente são levados para o seu jardim de onde só saem quando chega o momento dessa missão.

Sou Renesmeé, um Querubim, quando Serafim minha missão era cuidar das crianças com pais divorciados, nunca falhei em minhas missões e sempre agi conforme todas as regras divinas, mas nunca vivi entre os humanos como um deles, sempre agi do outro plano incentivando meus protegidos a agirem com o coração e assim os ajudando a fazer sempre as escolhas certas, mas por alguma razão dessa vez seria diferente, e os motivos vocês saberão ao decorrer dessa história.

— Renesmeé! O som da voz de Rafael ressoava de forma melódica pelo jardim, enquanto eu apenas observava a menina a qual protegia a alguns meses.

Levei a mão calmamente a água a tocando, as imagens desapareciam dando lugar apenas ao meu reflexo, virava calmamente o rosto em sua direção enquanto ele me olhava.

—Aqui estou! Respondi levantando-me e em passos lentos seguia ao seu encontro.

— Preciso de você no jardim da prosperidade! O Arcanjo falava e ao meu piscar de olhos ele desaparecia.

Minha feição tranquila era substituída por curiosidade, o que um Querubim faria no Jardim da prosperidade? Local cujo as almas dos encerraram sua missão na terra vivem eternamente? Somente os Arcanjos podem entrar e sair desse jardim, mas sendo um chamado de um deles com certeza eu conseguiria passar pelos portões.

Segui a estrada de tulipas roxas e brancas as tocando suavemente seguindo a luz brilhante da estrada e logo passava pelos portões onde Rafael me aguardava.

— Venha comigo, tenho uma missão para você! Rafael seguia calmamente entre os humanos, apenas o segui sem fazer perguntas, parávamos diante de uma mulher, tinha os cabelos acobreados com lindos cachos e apesar de estar no local de plena paz suas feições eram de preocupação.

— Sarah, suas preces foram atendidas.

A jovem mulher dava um grande sorriso, meu coração podia sentir toda a sua felicidade irradiando em seu peito, um sorriso tomou conta de minhas feições, mas uma grande interrogação também ao ouvir suas palavras.

— Então realmente bebês viram anjos! Ela sussurrou aproximando-se de mim – Como se parece com eles!

— Em que posso ajudar? Perguntei de forma gentil.

— Sarah vai explicar a você tudo que precisa Renesmeé! Rafael se retirava nos deixando a sós.

Acenei com a cabeça e Sarah começava a me explicar.

— Minha vida no plano humano foi tirada de uma forma precoce por alguém que sempre esteve dentro da minha família, eu não pude terminar minha missão e como não sou um anjo nada posso fazer, por isso pedi a Rafael para que enviasse você e assim terminar essa missão!

— Teve uma filha? 

— Então você sabe? Ela perguntou surpresa.

— Sou um anjo protetor das crianças, geralmente quando Rafael me dá uma missão é porque a algo de especial com essa criança.

— Não é somente dela, preciso que faça com que o pai dela volte a enxergar a luz, o amor, que veja a filha linda que tivemos, Jacob se encontra perdido! Uma tristeza invadiu sua face.

— Compreendo você não pode retornar em outra vida enquanto o ciclo da antiga não se fechar!Falei caminhando ao seu lado, ao ouvir minha explicação Sarah deu um largo sorriso parando ao meu lado.

— Você é o anjo certo para isso!

Sorri ao ver confiança e paz em Sarah, por outro lado senti um grande temor em meu coração, eu nunca havia vivido no mundo dos humanos, pois crianças sempre puderam me ver sem que eu necessitasse estar em forma de matéria, dessa vez seria diferente eu teria que viver como uma humana e eu conhecíamos os riscos de um anjo se corromper ao conhecer sentimentos e sensações humanas.

Eu poderia ter dito não, Rafael havia me dado o direito de escolha, mas por alguma razão algo me chamava na terra, não era atoa que eu sempre estava olhando pelo lago dos sonhos a forma que os humanos viviam, então eu iniciava a minha jornada.