Quem lhe ensinou a amar? escrita por La Rue


Capítulo 11
Narciso


Notas iniciais do capítulo

Eu não estou muito bem hoje e como terei de voltar a minha loucura do trabalho muito em breve, tirei um tempo para esquecer a raiva e postar.

Boa leitura a todos!!!



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O deus da guerra estava aproveitando mais um de seus dias tediosos, nenhuma mísera briga, sem guerras para que pudesse jogar com os seus fiéis peões, absolutamente nada, nem mesmo Athena para lhe tirar a paciência que ele sequer possuía com seus discursinhos certinhos e polidos que chegava a lhe causar náuseas… A única coisa que ainda lhe ocupava a mente ultimamente era o tempo no hangar, seu "altar" fora da morada dos deuses, em meio aos soldados, aeronaves e outras tranqueiras tecnológicas da atualidade.

Quando recebeu o comunicado de que algo estava errado no Olimpo ele rolou os olhos, provavelmente não seria nada de seu interesse - afinal nunca era - ou pior, um bate boca que quase sempre terminava com o que Zeus queria ou ele acatando como um cordeirinho os conselhos da sua filha querida e sua mãe ficando possessa, mas como rainha do Olimpo se mantinha impassível… Era patético, mas essa assim que funcionava.

Possuía alguma recordação longínqua de que naquele dia era a tal visita dos semideuses, suspirou só de imaginar um bando de adolescentes reunidos em um canto só com olhos curiosos e algum tipo de esperança de ver seu pai ou mãe divino, como um fã que aguardava o seu ídolo favorito. Ele não tinha qualquer tipo de tato para essas coisas, não era o filho mais querido, não possuía o melhor dos pais e estava longe de ser o Olimpiano mais amado, mas infelizmente não poderia simplesmente ignorar o chamado do "todo poderoso".

Ele só esperava que todo aquele alarde não fosse relacionado aos pirralhos do acampamento, veja bem… A maioria ali seguia a vida sequer sem saber de fato que era um semideus, não tinha conhecimento de quem seria seu pai ou mãe - tirando Athena é claro, ela sempre reclamava os espertinhos dela desde o nascimento - aí do nada você dá de cara com um bando de adolescentes abelhudos que no máximo ele chegou a ver no nascimento, com sorte mais duas ou três vezes durante a vida. Não era pedir muito que não transformassem aquela palhaçada em uma reunião constrangedora de pais e filhos.

Quase se pôs a sorrir quando finalmente soube qual era o motivo de tanto alvoroço, o roubo do raio mestre de seu pai, a arma mais perigosa entre os deuses e um item muito cobiçado. Ele sequer tinha alguma esperança de que algo realmente interessante acontecesse naquele dia, mas aquilo?! Após as instruções prévias Zeus enviara os seus melhores rastreadores - Ártemis, Ares e Athena - que se dividiram para as buscas pelo Olimpo.

Não foi difícil achar o ladrãozinho. Quem diria que teria tamanha sorte?! Mas mesmo com suas leves suspeitas ele jamais acharia que um semideus seria capaz de tamanha petulância. Quem era? Ele não sabia o nome, Ares não se incomodava com nomes que não lhe eram importantes, ele sequer sabia o nome dos filhos, quem diria dos filhos de terceiros, decorava o de outros deuses apenas por conveniência, mas os traços característicos não negava de quem era filho. Cabelos loiros cor de areia, o nariz de menininha que merecia um soco bem dado, olhos azuis límpidos e de um brilho que emanava esperteza… Era filho de Hermes.

—Ok o jogo acabou garoto. - o rapaz parou incrédulo ao escutar a voz do deus. - entregue o brinquedinho de Zeus e tudo vai ficar bem… Ou não. - o sorrisinho sarcástico brincou nos lábios do deus da guerra, bem sabia que não poderia prometer nada.

—Como se eu não conhece bem as promessas furadas dos deuses… - disparou mais para si do que para o oponente inesperado. Levou a mão até a empunhadura da espada, devolver o raio mestre não era uma opção, preferia morrer em batalha.

O que o garoto fez não foi de toda inteligência, mas tinha de admirar a atitude, ele poderia ter tentando fugir, mesmo sabendo que ainda seria perseguido para muito em breve ser capturado, mas não, o moleque partiu para um confronto direto.

Burrice? Imprudência? Ego inflamado? Talvez uma junção de tudo aquilo. Deveria estar animado por ter conseguido roubar não apenas o raio mestre de Zeus, mas também o elmo das sombras de Hades. O deus da guerra poderia ter acabado com aquilo de forma rápida e fácil, mas ele estava entediado, ninguém poderia lhe julgar por querer alguma diversão e para ser sincero o rapaz não era tão ruim assim… Lutava muito bem e com uma arma que não lhe parecia nada peculiar para um semideus. Uma espada longa de um metro com uma lâmina dupla - Ares estreitou os olhos - aquilo era aço temperado e bronze celestial, conseguia sentir a energia negativa que emanava dela.

—Brinquedinho interessante para mãos não tão hábeis. - provocou com um sorriso aberto ao desviar de uma sequência de golpes. Viu a raiva cintilar nos olhos claros… Gostava disso.

Deu-lhe alguma vantagem, aproveitou o momento o quanto pode, mas teria de entregar o moleque, afinal regras são regras e até mesmo Ares as obedecia e não menos importante, o que os outros achariam se ele deixasse um garoto lhe tapear?! Ele não daria ainda mais motivos para ser chacota dos outros deuses, já não bastava as quase recorrentes perdas nas disputas com Athena. Quando estava para terminar com aquela brincadeira ele escutou uma voz potente e ardilosa, sabia muito bem que aquilo era mais antigo que os próprios deuses… Talvez fosse prudente lhe dar alguma atenção antes de concluir o seu serviço. Viu o rosto do rapaz caído a sua frente empalidecer aos poucos, como se tivesse falhado miseravelmente em sua missão… Então era isso, estava o filho de Hermes comungando com forças não tão amistosas.

A proposta veio lentamente, de forma sedutora, como um caçador que precisa hipnotizar o sua presa para conseguir o que queria. Ares não era nenhum pouco bobo, ele sabia o que aconteceria se seguisse com aquilo, colaborar como parte daquele plano e uma guerra sem precedentes era algo tentador demais para que justamente o deus da guerra declinasse… O trato estava feito, porém sob suas condições, afinal teria de ter alguma vantagem ali além de um futuro embate de grandes proporções, ele não se atava a promessas vagas, gostava do que era concreto e palpável. 

Ele poderia ver o desgosto no rosto do rapaz, ele conhecia bem aquela expressão, a de alguém que nunca fora reconhecido e agora perdera sua grande chance, também sabia que Cronos cedo ou tarde faria com que se arrependesse de tamanha falta, porém isso era melhor do que ser entregue a um julgamento que iria massacrá-lo sem qualquer piedade. Ares escondera o raio mestre e o elmo das sombras de forma que nem aquele jovem patife conseguisse acha-lo caso quisesse mais uma vez cair em tentação e assim retornou a sala dos tronos para reportar que sua busca assim como a dos demais fora insatisfatória.

 

~***~

 

Algo estava acontecendo, Clarisse podia sentir, por mais que todos os outros tentassem agir de forma natural. Os semideuses foram reorganizados e separados por seus chalés por seus devidos conselheiros, fariam uma checagem se estavam todos por ali. Demorou alguns bons minutos para que os líderes concluíssem o trabalho, mas nada que já não estivessem acostumados a fazer no acampamento, nesse período foram escutados trovões constantes e bem, se da terra aquilo não era exatamente das melhores experiências no Olimpo a sensação chegava a ser muito pior.

—Já sabem o que aconteceu? - murmurou para Mark que parecia sério demais, outro ponto que lhe colocava em alerta. Seu irmão dificilmente ficava com aquela expressão fechada.

—Ainda não. - respondeu com as sobrancelhas franzidas, mesmo que por suas notas tudo estivesse dentro dos conformes, nenhum filho de Ares perambulando por aí como ele esperava. - mas parece que teremos que dormir por aqui hoje.

O loiro não disse mais nada, provavelmente eles seriam alocados em algum pavilhão ou algo do tipo até o dia seguinte. Dormi no Olimpo, será que isso era algo normal? Duvidava muito. Enquanto isso eles teriam de agir normalmente, o que nem de longe seria algo fácil para a campista… Ela caminhou pela ala onde se encontravam, afastando-se dos demais que haviam retomado aos poucos as conversas paralelas.

Olhou ao seu redor, queria conversar com Silena, sua cabeça e seu coração estavam uma bagunça após o encontro que tiveram com a deusa do amor e mesmo que não tentasse demonstrar Beauregard também ficará distante com as palavras proferidas pela divindade.

Estava imersa em seus pensamentos aleatórios quando foi atingida por uma sensação estranha, nunca sentira aquilo antes, algo ligeiramente aterrorizador. Não muito distante de todos havia um homem muito alto escorado em uma pilastra, era forte, a roupa lhe lembrava aqueles sujeitos casca grossa que saiam por aí em uma moto arrumando briga em bares e enchendo a cara. Os cabelos negros e bem aparados estavam penteados para trás, a barba curta cobria todo o maxilar, era bonito, apesar da feição fechada e que normalmente deveria mais afastar os outros por medo do que realmente atrair.

La Rue não era do tipo que bisbilhotava a vida alheia, mas ele lhe chamara a atenção, não apenas ele, mas também quem lhe fazia companhia… Afrodite. Sentiu novamente um aperto no peito, rememorando as palavras da deusa, balançou a cabeça ignorando os seus pensamentos, os dois pareciam conversar amigavelmente, apesar das feições sérias.

O homem levou a mão até o rosto da divindade que a princípio aceitou o toque, para logo em seguida repelir mesmo que de forma delicada. Sua expressão ainda era indecifrável, mas lentamente o desconhecido lhe dirigiu um olhar, que não se sabia como Clarisse conseguiu sustentar, podia ver os olhos que lhe pareciam esferas de fogo por trás dos óculos.

Sentiu um leve tremor em seu corpo, fechou os olhos com força, podia escutar gritos desesperados, o cheiro de sangue, flash de corpos de guerreiros mortos e despedaçados… Quando conseguiu abri-los novamente eles não estavam mais lá, sabia quem era, seus olhos permaneceram presos ao local, era o seu pai, Ares.

 

~***~

 

Silena não estava bem, ela tivera realmente alguma esperança que Afrodite pudesse fazer algo, por mínimo que fosse, mas viu tudo ruir. Por mais que ela jamais duvidasse dos sentimentos de Clarisse ela agora tinha total ciência de que a filha de Ares nunca seria completamente sua, estava destinada a outra pessoa, por mais que negasse, por mais que tentasse não transparecer, La Rue também tinha sentimentos por Annabeth Chase… Ela sentia isso, ela sempre soube desse que se aproximara daquele coração confuso e machucado.

—Se quiser posso continuar com a checagem por você. - comentou um de seus irmãos com um sorriso amigável, podia ver que Silena estava visivelmente cansada ou transtornada com algo. 

—Não precisa se preocupar, está tudo sobre controle. - tentou tranquiliza-lo com o melhor de seus sorrisos, mesmo sabendo que não seria o suficiente.

O rapaz apenas lhe deu breves tapinhas nos ombros como motivação e correspondeu ao sorriso antes de voltar ao que estava fazendo. Ela tentou se isolar com a desculpa de que deveria cuidar do seu próprio chalé, notara que algo estava acontecendo no Olimpo, ela conseguia sentir e foi a isso que ela se agarrou quando as palavras de Afrodite iam e vinham em sua cabeça de forma tortuosa. 

Ela trocara um breve olhar com Clarisse durante aquele período pós conversa com a deusa do amor, mas agradeceu aos deuses por não ter lhe procurado, talvez estivesse também ocupada em manter os semideuses do chalé 5 em ordem juntamente com Mark, ou apenas queria lhe dar algum tempo para assimilar tudo o que havia acontecido. O resto do dia não foi animador assim como a maioria esperava, ao anoitecer ela se desviou um pouco da aglomeração de adolescente hiperativos… Sabia que era prudente permanecer ali, receberam ordens para não se afastarem do perímetro estabelecido, mas havia algo mais forte que não conseguia simplesmente ignorar.

Sua intuição lhe levara novamente ao local que estivera com Clarisse, os jardins cultivados por sua mãe. Continuou a caminhar mesmo que apreensiva, não foi interceptada ou qualquer coisa do tipo até que adentrou a estufa bela e perfumada, uma voz bonita lhe guiou ou talvez se não fosse filha de Afrodite diria que havia lhe enfeitiçado, poderia muito bem permanecer ali, escutando aquela voz que lhe acalmara a inquietude do coração.

Pensou ser sua mãe, mas não, apesar da pele bronzeada e os cabelos castanhos ondulados era de uma estatura menor que a deusa do amor. Ao notar a presença da semideusa a desconhecida virou-se e lhe recepcionou com um sorriso belo, o olhar doce e acolhedor.

—Olá Silena… - fez um breve sinal para que a garota se aproximasse e assim ela o fez, mesmo que seu rosto denunciasse alguma confusão.

—Harmonia. - sussurrou ao reconhecer sua meia irmã divina ou pelo menos foi a primeira coisa que lhe veio à mente.

A morena de traços marcantes fez um breve gesto com a cabeça, confirmando aquilo que a jovem de olhos azuis desconfiava. Beauregard acompanhava em silêncio e com atenção os movimentos precisos das mãos ao manipular as rosas.

—São incrivelmente belas. - pontuou o que seria óbvio para qualquer pessoa, mas definitivamente para quem possuía um olhar clínico para rosas entendia que elas eram mais perfeitas do que rosas comuns.

—Sim, realmente elas possuem uma beleza diferenciada. - concordou com a semideusa enquanto depositava as que havia separado cuidadosamente. - elas atraem pela coloração e o perfume, normalmente são utilizadas para armadilhas.

Passaram por algumas espécies diferenciadas em silêncio, apenas apreciando os perfumes distintos, vez ou outra Harmonia apontava para alguma e lhe informava sobre características distintas.

—Afrodite pode ser um pouco direta em suas palavras às vezes. - comentou enquanto se dirigiam para o fundo da estufa. - não ache que ela fez isso por mal, mas ela apenas tenta impedir o encadeamento de um sofrimento maior.

Silena lhe olhou confusa novamente, mas o olhar da deusa era uma incógnita, tentou falar alguma coisa, mas não conseguiu, quanto mais adentravam o local, mais ela se sentia entorpecida por um perfume marcante que sobrepusera todos os outros. Pararam em frente a uma espécie solitária, afastada das demais.

—Isso é… - o formato das pétalas não lhe era desconhecido, mas a coloração lilás chamativa era completamente incomum. - um narciso?

—Correto… - afirmou com um sorriso discreto, vendo a garota se aproximar cada vez mais da flor. - um dos tipos mais raros de se cultivar e com o tempo de florescimento mais curto, apenas três dias… - olhou para a semideusa mais uma vez, como se estivesse prestes a lhe contar um segredo e como todos os segredos, tinha suas consequências. - você pode obter respostas Silena, mas você seria capaz de suportar o peso do que irá carregar?

Sentiu seu coração martelar contra o peito, as palavras de Afrodite em sua cabeça dizendo que ela e Clarisse deveriam seguir por caminhos separados e agora Harmonia lhe dando a opção de ter alguma resposta… Mas tudo tinha o seu preço, nada era de graça.

—O que você quer em troca? - suas sobrancelhas franziram em desconfiança, analisando melhor as feições da sua meia irmã, agora seria. - você conhece Clarisse, não conhece?! Foi você quem lhe guiou quando estava no orfanato…

Harmonia não lhe respondeu e provavelmente não seria necessário, o olhar da deusa já era o suficiente para saber que estava certa.

—Não desejo nada de você... Só estou lhe oferecendo a oportunidade que Afrodite jamais lhe daria. - confessou desviando os olhos para a flor, porém Silena notara que sua feição mudara momentaneamente ao tocar no nome de Clarisse. - apenas quero que fique ciente de que alguns fardos são difíceis de suportar, semideuses tendem a achar que são invencíveis, mas eles possuem defeitos e qualidades assim como os deuses e os humanos… - comentou analisando a pequena cicatriz em seu polegar. - respirou de forma profunda e lenta. - você tem direito a tomar as próprias escolhas, mas essa flor só sobreviverá até hoje.

Beauregard prendeu o ar, sentia o sangue pulsando por seu corpo, tinha medo, seria idiota se não assumisse isso, mas colocando em uma balança sua vontade de saber a verdade era maior… Ela faria aquilo, por ela e por Clarisse, mereciam uma justificativa melhor do que um simples elo inquebrável. Aproximou-se da flor, o perfume lhe deixando em um estado de estupor cada vez maior, Harmonia não lhe deteve ou lhe incentivou a seguir, levou o polegar até o único espinho que havia no caule, sentindo uma breve ardência ao perfurar o dedo.

Demorou apenas alguns segundos para que seu corpo fosse consumido pela substância, seus olhos pesaram e ela sequer sentiu quando tudo ficou escuro. A deusa lhe amparou nos braços, os olhos castanhos pousando sobre o rosto sereno, adormecido pesadamente.

—Tenha bons sonhos, Silena. - sussurrou em seu ouvido, mesmo sabendo que as visões poderiam ser completamente imprevisíveis.

 

~***~

 

Quando a filha de Afrodite finalmente despertou havia lágrimas correndo por seus olhos, acordou desesperada, mas não conseguiu sentar-se de imediato, seu corpo estava dolorido e tremia devido à febre intensa.

—Você está de volta… Está tudo bem agora. - sussurrou a deusa tentando lhe acalmar, a jovem virou o rosto lentamente em sua direção, mas fez sinal para que não se esforçasse. - é efeito do narciso, normalmente ele causa insensibilidade e diminuição da faculdade de exibir reações motoras. - Harmonia levou um cálice até os seus lábios, foi invadida por um gosto extremamente doce. - é um antídoto, auxilia na recuperação dos efeitos.

Silena fez como a outra aconselhou, tomou até a última gota, a narcissina era uma substância perigosa até mesmo para os humanos, por isso eram cultivadas solitárias, as substâncias do caule poderiam facilmente acelerar a morte de outras plantas.

—Você dormiu por algumas horas, precisa repousar um pouco mais. - deslizou os dedos delicadamente nos fios negros. - está segura comigo.

—É verdade? - sentia-se um pouco melhor, mas ainda estava atordoada com os flashs que tivera e a voz, aquela voz, o que lhe dissera. - o que eu vi… O que eu escutei…

A deusa não respondeu de imediato, seus olhos se voltaram para um ponto qualquer na parede mais próxima. Ela não sabia o que a irmã mais nova chegara a ver, apesar de ter alguma vaga noção, de uma coisa estava certa, seja lá o que fosse nunca seria uma mera ilusão.

—Sim, tudo o que aconteceu enquanto esteve adormecida foi real. - afirmou enquanto via o olhar perdido, os belos olhos azuis irritados pelas lágrimas, limpou o rastro quase seco que ia até o maxilar delicado.

—Ela sente sua falta. - comentou ao ver também o olhar distante da deusa da Concórdia. - ficaria feliz em lhe ver novamente.

—Não agora, eu não posso… - comentou mordendo levemente o canto do lábio e arqueando as sobrancelhas, como se aquilo não lhe agradasse, mas que era algo que devia ser feito. - mas em breve nos encontraremos novamente. Silena… - chamou-lhe a atenção juntando suas mãos a da mais jovem queria poder confortá-la, ela sabia que aquilo não era fácil. - você ainda possui escolhas, você pode simplesmente guardar consigo o que descobriu, porém caso queira seguir por outro caminho eu irei lhe ajudar.

Estava nas mãos da filha da deusa do amor seguir por um dos caminhos que visualizara, Harmonia lhe advertiu dizendo que não seria algo fácil e mesmo com receio ela sabia qual decisão deveria tomar.


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Notas finais do capítulo

Me desculpem se não fiz a melhor das revisões... Vejo vocês em breve...



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