Hotshot escrita por Sophie Queen


Capítulo 9
Dunk


Notas iniciais do capítulo

Disclaimer: infelizmente Twilight não me pertence, mas o Edward basqueteiro, isso sim, então, respeitem!

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CAPÍTULO 9 — DUNK

 

As duas horas que tanto Edward, quanto Bella esperavam que duraria para irem embora, durou o dobro, uma vez que decidiram jogar uma partida de basquete – sempre seguindo as limitações de Edward, como a médica e Jacob, frisaram –, contudo os times sofreram algumas modificações. Bella, Angela e Alice optaram por só assistirem, enquanto Victoria, Carlisle e Paul, namorado de Jake, assumiram suas posições.

O jogo foi... interessante.

A cumplicidade de Rosalie e Victoria, também foi transferida para o jogo. Era como se as duas fossem uma pessoa só, e não foi surpresa que o time formado pelas duas, Edward, Jasper e Carlisle derrotou os outros com facilidade. E na segunda partida, quando decidiram colocar Edward e Rosalie em times separados – Jasper e Emmett, eram os principais motivadores dessa separação, por dizer que não se sentiam equilibrados no jogo –, foi por muito pouco que o time da loira não derrotou o do astro da NBA.

Os times só não jogaram uma terceira partida porque a chuva de março e o clima frio de final de inverno tomou o lugar, obrigando a todos se aquecerem, e partilharem um lanche ao crepúsculo.

Pouco a pouco, cada um dos amigos da Dra. Swan foram embora, e quando só estavam os Cullen e Bella, e o casal se preparava para deixar a casa, Carlisle e Jasper quiseram ter uma pequena palavrinha “profissional” com a Dra. Isabella Swan.

A médica os seguiu até o gabinete de Carlisle, do qual Claire a havia apresentado mais cedo, para a conversa, enquanto os outros ficavam na sala de estar assistindo a um filme da Disney – escolha da filha de Rosalie, obviamente.

— Sente-se, Dra. Swan. – disse um lisonjeiro Carlisle, que ainda estava com uma toalha de rosto, que usou para enxugar o suor de seu rosto do jogo, em torno de seus ombros.

— Bella, Dr. Cullen. – corrigiu a morena com um sorriso suave. O pai de Edward arqueou suas sobrancelhas, mas assentiu em concordância.

— Só se você me chamar de Carlisle. – a médica sorriu, mas concordou. Jasper que ouvia a interação entre os dois, rolou seus olhos em impaciência.

— Bella, eu já havia conversado com meu pai sobre a evolução de Edward. Fiquei impressionado com o quanto sua mobilidade está boa, nem parece que teve uma fratura no tornozelo, parece mais que foi uma torção! – exclamou o loiro mais jovem impressionado. Carlisle sorriu para os dois em concordância.

— Quando Jasper me falou de como Edward estava, eu confesso que fiquei meio descrente. Me perdoe Bella, não sou ortopedista, mas já vi muita coisa em todos esses 40 anos de profissão, então não estava tão otimista que a recuperação do meu filho ocorresse tão rápida, ainda mais levando em conta a gravidade da lesão. – explicou o médico mais velho, com um tom de condescendência, que não havia nada de inoportuno. – Mas vendo Edward jogar hoje... uau! Eu estou impressionado! Quando li sua pesquisa e os métodos que você usava para a recuperação ortopédica em lesões com fratura, não imaginava que fosse tão...

Precisa. – completou Jasper as palavras do pai. – Edward já deve ter te falado, e nas poucas conversas que tivemos os três, você deve ter percebido que meu pai e eu, apesar de sermos cardiologistas, temos uma curiosidade muito tangível sobre o corpo humano.

— O que Jasper está querendo dizer, e fique a vontade de negar nosso pedido, até mesmo porque é de certa forma antiético, queríamos acompanhar essa próxima semana no tratamento, e se não for um abuso ler todos seus relatórios e da sua equipe. – pediu o médico com humildade. – Sei que é um pedido incomum, e entendo se você quiser preservar dados específicos da sua pesquisa por conta do sigilo profissional, mas observando alguns dos seus métodos, achamos que podemos adaptar alguns deles na recuperação de cirurgias cardíacas, seria revolucionário!

Bella que ouvia com atenção o que Carlisle falava arqueou as sobrancelhas surpresa com a última parte da sua sentença, entretanto tanto pai, quanto filho entenderam sua surpresa de maneira equivocada.

— Você seria devidamente citada nas nossas pesquisas, entraria provavelmente como coautora. – explicou rapidamente Carlisle. A ortopedista balançou a cabeça em negação.

— Não é isso Carlisle, eu só estou surpresa. – ela revelou. – Você realmente acredita que alguma das minhas técnicas podem ser usadas em outras áreas da medicina que não a medicina esportiva?! – ela perguntou, curvando-se para frente em sua cadeira, Bella estava animada com aquela perspectiva, de que algo que ela levou anos aperfeiçoando poderia alcançar mais pessoas do que ela sequer imaginava.

Carlisle sorriu timidamente.

— Desculpa, essa confissão Bella, mas meu pai e eu ficamos muito curiosos não apenas com seus métodos, mas com os medicamentos que você prescreveu a Edward e os aparelhos de fisioterapia que utiliza, sabemos que você esteve presente em todas as etapas de desenvolvimento do tratamento, inclusive trabalhando com químicos e farmacêuticos para criar os medicamentos, e... – suas bochechas se tingiram de um suave tom de rosa. –, por motivos de... curiosidade— ele deu de ombros, num claro pedido de desculpas, pelo que diria a seguir. –, nós surrupiamos algumas pílulas de Edward para estudarmos, e vimos algumas coisas que teriam um efeito surpreendente na recuperação, por exemplo, de pacientes que realizaram ponte de safena ou uma angioplastia.

— Funcionou?! – ela perguntou com os olhos arregalados de surpresa. Os dois sorriram cúmplices.

— Foram testes controlados e bem preliminares, mas os resultados parecem bastante satisfatórios. – explicou Carlisle tão animado quanto a médica e o filho. – Desculpe mais uma confissão que farei, mas andei conversando com alguns amigos de Harvard que foram seus professores orientadores, e eles me disseram que quando você realiza suas pesquisas, chegaram a algumas suposições que confirmamos.

— Sim. – concordou a médica. – Mas eram coisas mais voltadas a parte pneumológica e alguns tratamentos oncológicos, mas quando apresentei ao comitê de ética da universidade, eles não ficaram muito animados em aplicar estudos ortopédicos em áreas que mexiam de verdade com a vida dos pacientes. – explicou com vergonha.

Carlisle rolou os olhos, de um jeito muito parecido com Edward, Rosalie e Claire, Bella não conseguiu evitar que o sorriso de canto surgisse em seus lábios com aquela similaridade.

— O Dr. Volturi me falou isso. – disse com amargor sobre o chefe do departamento de medicina da Harvard, o Dr. Aro Volturi. – Aro é um velho idiota, estudamos juntos em Oxford, ele pode ser um neurologista brilhante, mas sua arrogância e desprezo as outras áreas da medicina é enervante. – bufou com irritação.

Jasper controlou para não rir. Sua vida inteira havia visto o pai reclamar do médico que quando cursava medicina foi seu melhor amigo, mas depois quando vieram para a Nova Inglaterra, descobriu ser arrogante e pouco aberto a novas formas de exercer a medicina.

— De qualquer maneira, com o que consegui observar da sua pesquisa pela evolução de Edward e o que conseguimos juntar, entrei em contato com dois amigos meus de Oxford, não sei se você já ouviu falar dos Dr. Stefan e Dr. Vladimir Petrov?! – perguntou o cardiologista, surpreendendo a morena.

Isabella conhecia muito bem o trabalho dos irmãos Petrov. Todos os estudiosos das áreas médicas sabiam o quanto as pesquisas dos dois em Genética Médica e Medicina Nuclear, haviam mudado a forma de entenderam a medicina nas últimas duas décadas. A vanguarda de suas pesquisas era tão admirável, não só pela complexidade e audácia, mas por trazer um frescor moderno a uma instituição histórica como Oxford.

— Claro que eu os conheço. – ela concordou com certa admiração. – Muitas das pesquisas deles serviram de base para as minhas. Os conheci brevemente em um seminário que fui em Cambridge – ela riu, com alguma lembrança. –, os dois são... geniais. Assustadores, mas geniais. – Carlisle concordou com a cabeça e uma risada.

— Você deve saber que os dois usavam a Genética Médica e a Medicina Nuclear, como pano de fundo para suas reais especialidades, a oncologia. – a morena concordou. – Somos amigos de longa data, e mostrei alguns dos arquivos da sua pesquisa, eles ficaram...  entusiasmados, para dizer o mínimo. – Carlisle disse com um sorriso divertido.

— O que meu pai está querendo dizer, para não alongar muito – interveio Jasper, vendo que o pai estava rondando o assunto principal. –, é que enquanto observássemos o seu trabalho essa semana, fizéssemos alguns testes nas suas instalações com alguns pacientes nossos. – Bella mordeu seu lábio inferior, pela primeira vez incerta com aquilo. – Calma Bella. – riu o loiro. – Meu pai já conversou com o Dr. Randall Adams, e ele permitiu que usássemos as instalações do Orthopedic Center, desde que com sua autorização.

— Ah... ok. – concordou a morena com um suspiro.

— Eu sei que você tem negociado seu tratamento com o Comitê Olímpico, e que você já assinou um contrato de exclusividade com eles pelos próximos 4 anos – interveio Carlisle. –, desculpa a minha intromissão, mas conversei com médico do Comitê, o Dr. ... – ele franziu o cenho, claramente tentando lembrar o nome do médico, Bella sorriu com a coincidência.

— Biers.

— Isso! Dr. Biers, ele disse que é seu amigo. – Bella concordou com um assente e um riso. – De qualquer forma, ele ficou bastante feliz com as possibilidades do seu tratamento em outras áreas, e afirmou que enquanto não usássemos ou vendêssemos seus segredos na medicina esportiva e ortopédica, não teria problema. – ele deu de ombros.

— Uau! Carlisle! – Bella estava atordoada com toda a conversa, era muito para absorver. – Eu... eu nem sei o que dizer!

— De qualquer forma, Jasper e eu, estamos de licença no hospital, porque queremos realmente pesquisar mais, e o seu tratamento é algo muito inquietante. Como lhe disse, os irmãos Petrov, ficaram interessados, porém eles pediram algumas explicações mais abrangentes de alguns métodos – ele retirou uma pasta preta da gaveta de sua mesa. –, dê uma olhada e depois me informe se tudo é um abuso. – sorriu amavelmente, Bella abriu a pasta e viu uma série de papéis, optando por avaliá-los com mais tempo.

— A ideia Bella, é que depois dessas observações e testes que fizemos a partir das suas pesquisas, levámos aos Dr. Stefan e Dr. Vladimir. Os dois não são muito favoráveis em deixar a Inglaterra, por isso iríamos para lá, para aplicar de maneira mais... efusiva? – disse Jasper confuso. – De qualquer maneira, a escolha é sua, são seus métodos, é sua pesquisa que servirá de base para esse novo caminho que estamos pensando em seguir.

— Eventualmente, os Petrov querem te conhecer. – completou Carlisle com um sorriso paternal. – Sei que no momento, seu objetivo é a reabilitação total de Edward e seu projeto com o Comitê Olímpico, e definitivamente não queremos que você deixe seus planos concretos por essa aposta, mas Bella, o Vlad me ligou mais cedo, e disse que analisou algumas coisas que havia mandado para ele sobre seus medicamentos, a título de curiosidade, e... – ele sorriu tão amplamente, que nem mesmo as rugas em torno dos seus olhos e testa, afastou o brilho jovial que o cardiologista tinha em seu olhar. –, vamos dizer que seu lado oncologista de renome mundial, viu uma possibilidade que pode revolucionar os efeitos do tratamento contra o câncer.

Bella estava realmente emocionada com o que Carlisle e Jasper lhe disseram. Modéstia à parte, ela sabia o quanto o tratamento que desenvolveu era progressista, senão fosse qual seria o interesse do Comitê Olímpico dos Estados Unidos – sempre tão focado na alta performance dos seus atletas –, estarem dispostos a investir uma quantidade bilionária em ampliar seu método?!

Mas saber que as pesquisas que ela fez por anos, de todas as madrugadas e fins de semana, em que ela recusou convites para festas, de toda a “vida universitária” que havia abdicado – e que Victoria, nunca a fez esquecer –, serviria para algo muito maior do que ela sonhou era vertiginoso. Nem nos seus sonhos mais loucos ela imaginou que um projeto que rascunhou ainda adolescente, vendo o padrasto sofrendo com lesões constantes, poderia mudar os rumos da medicina moderna.

Ela riu meio desacreditada, com toda a revelação que tomou seu cérebro.

— Carlisle... é... uau! Eu nem sei o que dizer. – ela confessou. – Eu jamais esperava isso, quando entrei aqui com vocês. É... – ela soltou um suspiro pesado. –, muita coisa para absorver. Esse projeto é um filho para mim. Parece que adormeci e meu bebê de repente está entrando na faculdade. – murmurou, para explicar para si própria sua estranha analogia. Carlisle concordou com um sorriso divertido.

— O dia que você tiver filhos, você irá perceber que é assim mesmo. Um dia você está trocando fraldas deles, ouvindo que é o herói deles, para no seguinte descobrir que te chamam de “velho” pelas costas. – disse divertido, encarando Jasper que rolava os olhos.

— Você é um velho bem modernoso, pai. – provocou o jovem cardiologista.

Bella riu com os dois.

— De qualquer forma vou analisar tudo, refletir sobre o que conversamos. É muito audacioso esse plano todo, nunca imaginei que algo que planejei precariamente aos meus 15 anos, pudesse ser tão relevante. – ela mordiscou o lábio inferior em insegurança. – Desculpe se estou soando meio... insegura, mas é que...

— É muita coisa. – disse Carlisle, e ela concordou. – Na segunda-feira, se ainda pudermos ir, Jasper e eu vamos só mesmo observar como você trabalha com Edward, não vamos envolver terceiros, assim você pode refletir melhor.

— Obrigada Carlisle, até segunda-feira eu tenho uma resposta para vocês. – ela concordou com um assente. – Obrigada mesma pela confiança, sei que vocês não estavam muito seguros do que meu tratamento pudesse trazer a Edward, mas o voto de todos vocês... foi inestimável. Tudo que vem acontecendo nos últimos meses, o interesse do Comitê Olímpico, essa proposta... é tudo graças à fé que vocês colocaram na minha pesquisa. – agradeceu com sinceridade.

— Bom, se você quer agradecer alguém, agradeça Alice. – interveio Jasper. – Ela soube sobre sua pesquisa e trouxe para nós.

Bella, que começava a se levantar da sua cadeira, se surpreendeu com o que Jasper havia lhe dito.

— Alice?! – perguntou reflexivamente.

— Alice tem um jeito estranho de ver a vida, isso que a faz tão incrível no trabalho dela. – ponderou Carlisle reflexivo. – Seus instintos, são quase premonições, se você acredita nisso. – ele deu de ombros, com um sorriso suave.

— Ela afirma que sabia que eu entraria naquele café em que nos conhecemos, desde seus 15 anos. – completou Jasper. – As vezes é meio assustador, mas não tem como você apostar contra ela. É como se ela fosse onisciente. – seu sorriso era um misto de diversão e assombro.

— Espero que você não a deixe ir, então. – provocou Bella com uma piscadela, conforme os três deixavam o gabinete de Carlisle e voltavam para a sala.

— Deixá-la não está nos meus planos. – pontuou misterioso.

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Apesar da intensidade da conversa que Bella teve com o pai e o irmão de Edward, quando voltaram para a sala onde todos assistiam com lágrimas nos olhos – exceção para Claire, que parecia rir da emoção do pai –, Toy Story 4, ao verem os três adentrando a sala os encararam com expectativa.

— Terminaram o assunto de médico?! – perguntou Edward, visivelmente ofendido.

Todos riram com sua birra.

— Você é tão bebezão! – provocou Rosalie bagunçando os cabelos do irmão, que estava ao seu lado.

— E você tão irritante! – replicou, de uma forma que claramente era muito natural para eles. Esme que estava do outro lado de Edward, rolou os olhos impaciente.

— Acho que está na hora de vocês irem. Com quase 40 anos, e os dois brigando como se tivessem 4! – censurou Esme rígida, mas um sorriso no rosto.

— Rose, ela está nos expulsando de casa! – exclamou Edward com um falso olhar de horror para a irmã.

— Eu sei Edd, depois que entrou na terceira idade está ficando assim! – replicou a irmã com o mesmo falso horror.

— O que é terceira idade?! A vovó não tem 3 anos! – intrometeu-se Claire, para aliviar o clima, todos riram divertidos, mas foi Jasper quem explicou para a sobrinha sobre o que era terceira idade.

— Terceira idade, Claire Bear, significa que a vovó e o vovô estão ficando velhos! Olha os cabelos brancos dos dois! – pontuou com um brilho diabólico, principalmente para mãe.

— Você vê Bella, você carrega por 9 meses, cuida com carinho, faz tudo por eles, aí quando você menos espera, te tratam como uma relíquia! – falou dramaticamente Esme, mas o sorriso em seu rosto indicava que ela levava aquela interação na esportiva.

— Senhoras e senhores, com vocês a minha mãe, a rainha do drama. – provocou Edward, levantando-se do sofá, não sem antes levar um tapa na bunda de Esme, indo até onde Bella estava rindo.

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Com despedidas breves e divertidas, Bella e Edward seguiram para o carro da médica, e quando estavam no interior do automóvel, seguindo a uma velocidade razoável pela rodovia que os levava de volta ao centro de Boston, o clima de desejo e ansiedade que os rondou desde que deixaram o quarto de adolescente do atleta, no meio da tarde, voltou com força total.

Eles sabiam que os eventos que aconteceram no quarto eram só um preâmbulo para o que por semanas, senão meses, ambos ansiavam, todavia, por mais que o assunto sempre estivesse sobre suas cabeças, eles nunca realmente falaram sobre ele.

— Você tem certeza?! – perguntou Edward, abaixando o volume do rádio que tocava um jazz suave.

Bella apertou o volante, mas seus olhos não saíram da rodovia.

— Como você lembrou mais cedo, Edward. Ambos somos adultos, é natural. – sua voz apesar de suave, apresentava uma confiança até mesmo estrangeira para ela.

— Bella – Edward começou com um suspiro. –, eu entendo se você quiser esperar mais um pouco. – apesar da sinceridade em sua voz, ambos sabiam que não havia verdade ali.

O desejo que vinham sentindo pelo corpo um do outro, a cada dia aumentava e, por mais que não fosse um assunto falado, nenhum deles esqueceu que o relacionamento só começou porque ela em um momento de pura ousadia, que acreditava que Edward estivesse profundamente adormecido, não conseguiu resistir ao desejo de tocá-lo intimamente.

— Você se incomoda se eu fizer uma breve parada na minha casa?! – ela perguntou, assim que entraram no bairro que viviam.

— Não. – ele respondeu reflexivamente. – Mas porque você não me deixa em casa e depois vai para seu apartamento?! – sua pergunta era inocente, mas o claro tom de decepção era evidente em sua voz.

Bella sorriu timidamente, e pela primeira vez virou o rosto para encarar o dele.

— Suas roupas são confortáveis, Edward, mas muito grandes para mim. – respondeu, mas quando o olhar de confusão ainda deixava suas sobrancelhas franzidas, ela riu e completou: – E outra, não quero que seu porteiro me veja fazendo a caminhada da vergonha amanhã com a mesma roupa que estava hoje. – disse suavemente, dando uma ligeira piscadela para ele, que sorriu em compreensão.

— Claro, não queremos que meu porteiro fique achando que você dormiu comigo. – o seu tom suave era de diversão.

Bella, estacionou o carro no estacionamento de visitantes em frente ao prédio, enquanto Edward se arrumava para aguardá-la no carro – por mais que sua recuperação estivesse avançando, subir 4 andares de escada ainda era uma tarefa árdua para o atleta. Ela estava quase na entrada do prédio, quando retornou ao carro e com duas batidinhas no vidro do passageiro, pediu para que o ruivo abrisse. Confuso, ele abriu e a encarou uma Bella que sorria sedutoramente.

— Além do mais, quem disse que pretendo dormir essa noite? – murmurou sensualmente, sem deixar que um Edward boquiaberto respondesse qualquer coisa, uma vez que voltara correndo para a entrada do prédio. 

Depois que passou o choque, o basquetebolista gargalhou para consigo mesmo.

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Bella não demorou muito para retornar ao carro, mas quando o fez, Edward notou que ela além da bolsa de noite que trazia, ela havia trocado de roupa e o seu aroma de morango e frésias indicava que ela havia tomado um banho.

— Estava me sentindo nojenta. – ela explicou ao olhar inquisitivo dele. – Mas estou notando que quem tá fedendo a chulé e a suor é você! – provocou com uma gargalhada, enquanto colocava o carro em movimento.

Edward ergueu uma sobrancelha.

— Isso é uma indireta para que eu tome banho antes de qualquer coisa?!

— Se a carapuça serviu... – respondeu reticente, dirigindo com perícia as duas quadras até o edifício que ele vivia.

Apesar do desejo latente pela namorada, Edward pediu para que ela ficasse à vontade enquanto tomava uma ducha rápida – principalmente para tirar o suor das partidas que jogou à tarde. Enquanto o atleta banhava-se, Bella, que já estivera na casa de Edward incontáveis vezes, resolveu explorar o pequeno escritório dele, onde guardava seus troféus e medalhas mais recentes. 

Ela admirava a última medalha olímpica que ele havia conquistado com a equipe dos EUA, quando um Edward de cabelos molhados, usando apenas uma bermuda, entrou na sala. Imediatamente os olhos da médica se perderam no peitoral dele. 

Edward não era do tipo halterofilista – como Jacob e Emmett pareciam ser –, seus músculos eram definidos, mas esguios, magros, o que combinava perfeitamente com sua altura e sua prática esportiva. Sua pele de alabastro pontilhada com alguns pingos de água parecia brilhar como diamantes.

Lentamente os olhos castanhos dela voltaram para os dele. O verde escuro estava brilhante e flamejante, como se o fogo presente atrás destes estivesse a poucos minutos de romper suas comportas.

Toda a expectativa que pelas últimas horas eles conseguiram controlar, transbordaram em seus lábios quando se chocaram como imãs.

As mãos dela, sem qualquer permissão, se entrelaçaram pelos cabelos bronzes e úmidos dele, os puxando para si, enquanto seus lábios e língua exploravam sem qualquer pudor a boca dele. Edward que era facilmente uns 30 centímetros mais alto que ela, apertou seus braços em torno de sua cintura, levantando alguns centímetros do chão para facilitar o beijo.

Eles já haviam compartilhado muitos beijos desde o começo, muitos deles cheio de fervor e paixão, mas aqueles que trocavam tinham uma eletricidade, uma ansiedade palpável, um claro sinal de que aquilo era apenas o início de algo memorável.

Arfando ruidosamente contra os lábios dela, Edward a colocou sobre seus pés e apoiou suas testas. Os olhos se conectaram com expectativa e paixão.

— Acho melhor irmos para o quarto. – ele sussurrou. Ela assentiu, e enlaçando seus dedos ele a rebocou para o quarto.

Era visível que ele estava sentindo o cansaço do dia em seu tornozelo, pois o leve mancar não passou despercebido pela médica, então, quando ele sentou na cama a puxando sobre ela, Bella não demonstrou qualquer resistência, aprofundando em um novo beijo.

Uma lentidão cheia de desejo tomou Edward conforme ele tirava cada peça de roupa dela. 

Suas mãos calejadas corriam por sua pele de marfim decorando cada pequena sarda que ela tinha, adorando cada detalhe da maciez e suavidade. Quando suas mãos pareciam ter compreendido o suficiente, foi a vez de seus lábios explorarem cada mínimo detalhe.

Enquanto Edward explorava o corpo dela com paciência, Bella era egoísta, ávida em sentir seus lábios contra a pele de alabastro, de apertar, arranhar, marcar a pele masculina com suas unhas. Era o desejo cru, voraz, e por mais que a forma de cultuar o corpo um do outro fosse diferente, o objetivo de ambos era o mesmo, de saborear cada milésimo de segundo daquela experiência que seria a primeira de muitas.

Logo, nenhuma roupa separava seus corpos ao absorverem o calor um do outro. Apesar da diferença de altura, embaixo de Edward, com os braços dele como se fosse uma gaiola, Bella sentia-se protegida. Entretanto, era o fervor nos olhos dele que a deixou com lágrimas nos cantos dos olhos. O que ela via refletido naqueles orbes esmeraldinos não era apenas desejo, paixão, necessidade, era também amor.

Ao constatar aquilo, Bella sentiu seu coração falhar uma batida antes de acelerar como se tivesse em uma corrida.

Ela já teve outros namorados, já se apaixonou antes, mas ali, nos braços dele, admirando aquele olhar, ela sentiu-se pela primeira vez que amava alguém e era correspondida. E apesar do medo paralisante que dava saber que ela amava e era amada, Bella tentou focar sua energia na felicidade, capturando os lábios de Edward com necessidade.

Suas pernas o abraçaram pelos quadris, e suas mãos apertaram em torno de suas costas. A força do seu jeito foi compensada, ele relaxou o braço que se mantinha sobre ela e deixou-se ser abraçado completamente pelo corpo feminino. Seus corpos eram encaixes perfeitos, peças de um mesmo quebra cabeça, extensões um do outro, ele constatou com satisfação.

Em um movimento fluido e surpreendente, Edward os virou para que ela estivesse sobre ele. Os cabelos castanhos faziam uma cortina sobre seus rostos enquanto seus olhos admiravam com paixão o olhar um do outro.

Naquele momento Edward quis dizer algo que nunca havia dito antes, mas o momento foi perdido, conforme Bella depositava beijos por seu maxilar, pescoço e peitoral. Meio afobado e atordoado, ele abriu sem olhar a gaveta da mesinha de cabeceira ao lado da cama procurando um preservativo. Foi um breve segundo que ela se afastou dele, para que ele colocasse a camisinha, para em seguida estar sendo preenchida por seu membro grosso.

Cada movimento dos quadris, cada gemido, cada lamúria, cada beijo era uma promessa silenciosa e particular que faziam um ao outro. Suas mãos entrelaçadas, o carinho, mesmo a troca de posições, tudo transparecia a paixão, o desejo e o amor que os dois estavam construindo nos últimos meses.

O ápice, não foi o desesperador cair de um penhasco, tão conhecido, foi algo que era difícil de exemplificar, foi transcendental, era como se não só seus corpos, mas suas almas se conectassem em um plano metafísico e os transpusesse na realidade. 

Os tremores e o gemido profundo e longo que soltaram quase em uníssono era a validação daquela relação.

Eventualmente o casal caiu desfalecido sobre a cama, completamente extasiados com o prazer alcançado, contudo, a verdade, é que eles não estavam nenhum pouco satisfeitos, e em poucos minutos, estavam em uma nova rodada de um tango na horizontal, seguido de mais outro, e outro.

Foi quando o relógio presente na cabeceira de Edward, marcava 3 horas da manhã que eles deixaram se vencer pelo sono, completamente consumidos pelo cansaço do dia e das atividades, mas também pelas emoções que os dominaram, que particularmente decidiram abordar sobre isso a luz acolhedora do amanhecer.

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*Dunk: É a “enterrada”, um dos movimentos mais conhecidos do basquete. Ocorre quando o atleta dá um salto e “enterra” a bola na cesta para marcar os pontos. Pode ser realizada com uma ou com as duas mãos.

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Notas finais do capítulo

N/A: Oi gente! Tudo bom?! Como todos conhecem muito bem o meu lema: antes tarde do que nunca, eis o penúltimo capítulo dessa loucura aqui, e capítulo com hotzinho! Sei que não é o pornô escrito que a maioria esperava, mas não sei se é o ar da história, mas não consegui escrever algo mais gráfico, perdão. Obrigada a todos que continuam lendo isso aqui e se importando, mesmo depois de tanto tempo, e juro que tentarei finalizar a história antes do próximo ano, ok?! Obrigada por ler, comentar, acompanhar, recomendar, serem vocês! Tudo isso é apenas para vocês! Bri, sei que você não tem conseguido mais betar isso aqui, mas sempre foi para você!
Amo vocês!
Beijos, Carol.



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